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Febre ou pirexia é o aumento da temperatura do corpo acima do limite normal em resposta a uma doença ou perturbação orgânica. Não existe um valor universal para o que se considera o limite máximo da temperatura normal. Os valores indicados na literatura médica variam entre 37,5 ºC e 38,3 ºC. O aumento de temperatura é causado por uma subida no ponto de regulação térmica. Este valor é controlado pelo centro termorregulador do corpo no hipotálamo. Isto faz com que o corpo produza mais calor e se esforce por conservar esse calor, provocando contrações musculares e sensação de frio. Quando o ponto de regulação térmica volta ao normal, a pessoa sente-se quente, a pele fica avermelhada e começa a suar. Em casos raros, uma febre pode estar na origem de convulsões febris, as quais são mais comuns entre as crianças mais novas. Geralmente as febres não aumentam a temperatura do corpo para além dos 41 ou 42 ºC.
Febre | |
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Sinónimos | Pirexia, resposta febril |
Especialidade | Infectologia, pediatria |
Sintomas | Iniciais: calafrios, sensação de frio Posteriores: rubor, suores |
Complicações | Convulsão febril |
Causas | Aumento da temperatura do corpo |
Método de diagnóstico | Temperatura superior a 37,5–38,3 ºC |
Condições semelhantes | Hipertermia |
Tratamento | Da causa subjacente, não é necessário para a febre em si |
Medicação | Ibuprofeno, paracetamol |
Frequência | Comum |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | R50 |
CID-9 | 780.6 |
CID-11 | 915343154 |
DiseasesDB | 18924 |
MedlinePlus | 003090 |
eMedicine | med/785 |
MeSH | D005334 |
A febre pode ser causada por numerosas condições médicas, desde condições sem qualquer gravidade até condições potencialmente mortais. Entre estas condições estão infeções virais, bacterianas ou parasíticas como a constipação, infeções urinárias, meningite ou malária. Entre as causas não infeciosas estão a vasculite, trombose venosa profunda, efeitos adversos de medicamentos e cancro. É uma condição distinta da hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal acima da temperatura do ponto de regulação térmica, causada por uma produção excessiva de calor ou falta de perda de calor.
Geralmente não é necessário tratamento para baixar a febre. No entanto, tratar a dor e inflamação associadas podem ajudar a pessoa a repousar. Geralmente são recomendados medicamentos como o ibuprofeno ou o paracetamol e medidas para baixar a temperatura. Medidas como colocar um pano húmido e frio na testa ou tomar um banho quente não são eficazes e podem apenas causar desconforto à pessoa. Os bebés com menos de três meses, as pessoas com problemas de saúde graves, como imunossupressão, ou pessoas com outros sintomas para além da febre podem necessitar de cuidados médicos. A hipertermia requer tratamento.
A febre é um dos sinais médicos comuns. Cerca de 30% das consultas médicas de crianças estão relacionadas com estados febris. Cerca de 75% dos adultos seriamente doentes apresentam febre. Embora a febre seja um mecanismo de defesa útil, tratar a febre não aparenta piorar o prognóstico de outras condições. Tanto pais como profissionais de saúde tendem a sobrevalorizar a febre.
Tipos
A febre pode ser classificada como de baixa intensidade (37,8 a 38 °C), moderada (38 a 39 °C) ou alta (mais de 39 °C), dependendo de quanto a temperatura corpórea subiu.
A febre pode ser benéfica, e é parte da resposta do corpo a uma doença; no entanto, se a febre for acima de 41,7 °C, então pode causar danos significativos aos neurônios, com risco de afetar a meninge e essa fase é chamada de hipertermia maligna. A alta temperatura causa a desnaturação de proteínas e enzimas, o que agrava o estado do paciente.
A temperatura normalmente flutua ao longo do dia, e o mesmo se aplica à febre. Se esse padrão característico estiver ausente, a temperatura aumentada do corpo pode ser por causa de insolação, uma disfunção mais séria. A insolação é causada pelo excesso de exposição ao sol e desidratação.
Valores normais de temperatura
A ausência de febre é chamada de apirexia e pode ser:
- Temperatura axilar: 35,5 a 37,3 °C, com média de 36 a 36,5 °C.
- Temperatura bucal: 36 a 37,4 °C.
- Temperatura rectal: 36 a 37,8 °C, isto é, 0,5 °C maior que a axilar.
A temperatura rectal maior que a axilar em valores acima de 1 °C, pode ser indicativo de processo inflamatório abdominal baixo ou pélvico.
Sinais e sintomas
O quadro febril é caracterizado por:
- Cansaço, letargia e sonolência
- Sensação de frio e tremor (calafrio)
- Suor
- Mal estar e fraqueza
- Perda de apetite
- Pele pálida
- Sensibilidade aumentada a dor (hiperalgesia) e incapacidade de concentração
Complicações
Febres muito altas podem eventualmente causar:
- Desidratação, pelo suor, diarreia ou vômito
- Alucinações
- Convulsão febril em crianças com menos de 5 anos
Causas
A febre é um sintoma comum de muitas condições médicas:
- Doença infecciosas: virose, infecção bacteriana, protozoonose, micose sistêmica...
- Doenças inflamações: artrites, sinovite, meningite, doenças inflamatórias intestinais...
- Doenças imunológicas: artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, sarcoidose, doença de Kawasaki, doença de Still, granulomatose com poliangiite, hepatite autoimune, policondrite recidivante...
- Destruição de tecidos: hemólise, cirurgia, infarto, esmagamento, rabdomiólise, AVC...
- Transtornos da coagulação: Coágulos sanguíneos, trombose, coagulopatia de consumo...
- Câncer: câncer de rim, leucemia e linfomas...
- Doenças metabólicas: gota, porfiria, doença de Fabry...
- Efeito colateral a medicamentos: Antibióticos, procainamida, isoniazida, metildopa, quinidina, difenilhidantoína, Vacina DPT, vacina contra pneumococo...
- Reação a transplantes incompatíveis
Causas de febre no pós-operatório
Após uma cirurgia, é comum haver a elevação da temperatura corporal até 37,8 graus Celsius sem maiores significados. No entanto, temperaturas maiores de 38 graus Celsius podem representar, conforme o tempo decorrido desde a cirurgia:
- Até 48 horas - atelectasia (problema pulmonar).
- Terceiro e quarto dia: pneumonias
- Quinto dia: abcesso (coleção purulenta na área cirúrgica).
Mecanismo
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É uma reação orgânica primitiva com múltiplas aplicações contra um mal comum, interpretada pelo meio médico como um simples sinal. A reação descrita como um aumento na temperatura corporal nos seres humanos para níveis até 37,8 °C Celsius chama-se estado febril; ao passar dessa temperatura, já pode ser caracterizado como febre e é um mecanismo adaptativo próprio dos seres vivos. A febre é uma reação do corpo contra patógenos com várias utilidades:
- Estimula a proliferação de linfócitos;
- Aumenta a atividade de macrófagos;
- Reduz o efeito de algumas endotoxinas termossensíveis;
- Reduz a atividade dos patógenos que crescem melhor a temperatura ambiente.
Apesar da maior parte das febres ser causada por infecções, nem sempre febre é indicador de infecção. Mede-se tradicionalmente a temperatura corporal através da testa e pescoço (com a mão), da boca, da axila, da membrana timpânica ou do ânus (utilizando um termômetro).
As crianças são mais afetadas pela febre porque, para o organismo delas, praticamente todos os vírus e bactérias são desconhecidos. Então, quando esses micro-organismos invadem o corpo, ele logo produz a prostaglandina.
A febre geralmente ocorre em resposta a substâncias pirogênicas, principalmente interleucina 1 e Interleucina 6, que são secretados pelos macrófagos como resposta inflamatória. Essas substâncias pirogênicas agem proporcionando liberação de prostaglandinas que agem no centro termorregulador, o hipotálamo anterior, reconfigurando o ponto de referência da termorregulação para uma temperatura mais alta, e ao fazê-lo, evoca os mecanismos de aumento de temperatura do corpo, fazendo-o aumentar a temperatura a níveis acima do normal (níveis homeostásicos).
O corpo tem várias técnicas para aumentar a temperatura:
- Aumento da temperatura corporal - tremores, que envolvem movimentos físicos e que produzem calor;
- Diminuição da perda de calor - vasoconstrição, ou seja, a diminuição do fluxo sanguíneo da pele, reduzindo a quantidade de calor perdido pelo corpo.
A temperatura do corpo é mantida nesses níveis até que os efeitos dos pirógenos cessem.
Tratamento
Existe certa fobia da febre cercada de mitos tanto para profissionais de saúde quanto para a população em geral de que a febre seja algo que implique rápida ação com algum medicamento, principalmente quando ela envolve crianças. No entanto, existem medidas que podem reduzir a febre de forma natural como banhos e resfriamento do ambiente.
Embora a febre seja uma resposta imunológica própria do organismo contra algum mal, a medicina moderna chegou a desenvolver algumas drogas chamadas de antipiréticos que podem reduzir a febre a níveis tolerados. Os antipiréticos mais usados são o paracetamol, a dipirona, o ibuprofeno, cetoprofeno e ácido acetilsalicílico (aspirina).
Ver também
Referências
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