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Manto é a camada da estrutura da Terra (e dos outros planetas de composição similar) que fica diretamente abaixo da crosta/crusta prolongando-se em profundidade até ao limite exterior do (núcleo). O manto terrestre estende-se desde cerca de 30 km de profundidade (podendo ser bem menor nas zonas oceânicas) até aos 2 900 km abaixo da superfície (transição para o núcleo). A diferenciação do manto iniciou-se há cerca de 3 800 milhões de anos, quando a segregação gravimétrica dos componentes do proto-planeta Terra produziram a actual estratificação. A pressão na parte inferior do manto atinge mais de 140 GPa (equivalente a 1 400 000 atmosferas). O manto difere marcadamente da crosta pelas suas características de composição química e de comportamento mecânico, o que se traduz pela existência de uma clara alteração súbita (uma descontinuidade) nas propriedades físicas dos materiais, que ficou conhecida por (descontinuidade de Mohorovičić), ou simplesmente Moho, em homenagem a (Andrija Mohorovičić), o geofísico que a descobriu. Esta descontinuidade marca a fronteira entre a crosta e o manto.
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Em tempos pensou-se que a Moho representava a fronteira entre a estrutura rígida da crosta e a zona mais plástica do manto, sendo a zona onde o movimento relativo entre as placas da litosfera rígida e a astenosfera plástica ocorreria. Contudo, estudos recentes demonstram que essa fronteira acontece muito abaixo, em pleno manto superior, a profundidades da ordem dos 70 km sob crusta oceânica e de 150 km sob a crosta continental. Assim, o manto imediatamente abaixo da crusta é composto por material relativamente frio (aprox.100º (C)), rígido e fundido com a crusta, apesar de estar dela separado pela Moho. Tal demonstra que a Moho é na realidade uma descontinuidade composicional e não uma zona de separação dinâmica.
Exploração
O conhecimento que se tem do manto está essencialmente baseado em estudos geofísicos indirectos, em especial no estudo da propagação das ondas sísmicas, e no estudo de amostras de rochas de grande profundidade que são trazidas para a superfície pela (orogenia) ou pelo vulcanismo ((ofiolitos), (kimberlitos) e (xenólitos) gabrosos). Daí o interesse em obter amostras directas do manto, o que se tentou, debalde, com o projecto de perfuração oceânica denominado .
Depois do abandono do projecto Mohole, que nos anos de 1970-1980 pretendeu fazer uma perfuração que atingisse a (descontinuidade de Mohorovičić), estava prevista para 2007 nova tentativa. Desta vez seria utilizado o navio japonês Chikyu para perfurar 7 000 m na crusta oceânica, cerca do triplo da profundidade máxima já atingida em fundos oceânicos, com o objectivo de obter materiais da descontinuidade e das camadas do manto superior imediatamente abaixo.
![]() Corte do interior terrestre, do núcleo para a exosfera. Sem escala. | Profundidade km | Camada | Densidade g/cm³ |
---|---|---|---|
0–60 | Litosfera | — | |
0–35 | … Crosta | 2.2–2.9 | |
35–60 | … Manto superior | 3.4–4.4 | |
35–2890 | Manto | 3.4–5.6 | |
100–700 | … Astenosfera | — | |
2890–5100 | (Núcleo externo) | 9.9–12.2 | |
5100–6378 | (Núcleo interno) | 12.8–13.1 |
Referências
- Jordan, T. H. (1979). «Structural Geology of the Earth's Interior». Proceedings National Academy of Science. 76 (9): 4192–4200. PMID 16592703. doi:10.1073/pnas.76.9.4192. Consultado em 14 de março de 2007
- Robertson, Eugene C. (26 de julho de 2001). «The Interior of the Earth». USGS. Consultado em 24 de março de 2007
- Variação entre 5 e 20 km.
- Variação entre 5 e 70 km.