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Passagem do Noroeste
(em vermelho).
Localização | |
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Parte de | |
Coordenadas |
Tipo | fairway (en) |
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A Passagem do Noroeste é uma via marítima composta por uma sequência de estreitos no norte da América, acima do Círculo Polar Árctico, e que permitem a ligação do estreito de Davis ao estreito de Bering, ou seja, entre o oceano Atlântico e o oceano Pacífico.
A Passagem do Noroeste consiste numa série de canais profundos entre as ilhas que compõem o Arquipélago Árctico Canadiano. Tem cerca de 1 450 km de comprimento.
Importância estratégica e económica
A Passagem é uma rota possível através das ilhas do norte do Canadá, quase sempre cobertas e rodeadas de gelo. Tem-se falado muito na possibilidade da passagem se abrir por causa do efeito de aquecimento global e consequente degelo, o que diminuiria consideravelmente o trajecto marítimo entre a Europa e a Ásia. Até à data a rota só era praticável por navios com potência suficiente para quebrar gelos e durante os meses mais quentes do Verão árctico; no entanto, a ESA [1] (European Space Agency) divulgou recentemente que a passagem está aberta e limpa de gelo, tendo divulgado imagens de satélite que mostram que o degelo deste verão (2007) levou à abertura da passagem. O gelo do Árctico derreteu em 2007 dez vezes mais depressa do que no ano anterior, o que foi decisivo para esta inesperada abertura da Passagem do Noroeste (os cientistas previam que tal só acontecesse algures durante as próximas duas décadas).
Especulava-se nos meios do transporte internacional de mercadorias que esta via pudesse vir a ser navegável na década de 2020, e que se poderia converter numa eficaz rota de substituição dos actuais trajectos pelo Canal do Panamá ou pelo Canal do Suez. Por exemplo, hoje em dia o trajecto Londres - Osaka é de 23 300 km pelo Canal do Panamá e de 21 200 km pelo Canal do Suez. Esta viagem seria de apenas 15 700 km pela Passagem do Noroeste. Se a abertura da passagem que se está a verificar no verão de 2007 se mantiver, provavelmente assistir-se-à a estas alterações das rotas comerciais.
História da exploração da Passagem do Noroeste
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Em meados do século XV os turcos otomanos tomaram o controlo do Médio Oriente, com a Queda de Constantinopla, impedindo as potências europeias de viajar até à Ásia por via terrestre, o que motivou a procura de caminhos marítimos e a era dos Descobrimentos Portugueses e de outras nações.
Em 1497, O rei Henrique VII da Inglaterra enviou John Cabot à procura do que os ingleses chamariam Passagem do Noroeste, que seria feita por um lendário . Encontrar Anian foi um dos maiores objectivos dos exploradores marítimos dos séculos XVII a XIX. As rotas marítimas mais propícias entre a Europa e o Extremo Oriente passavam pelo sul da América ou de África mas estavam bloqueadas durante o século XVI pelas armadas de Espanha e Portugal.
Em 1500, o Rei D. Manuel I de Portugal terá enviado Gaspar Corte-Real à descoberta de terras e de uma "Passagem noroeste para a Ásia". Corte-real chegou à Groenlândia pensando ser a Ásia, mas não desembarcou. Numa segunda viagem à Groenlândia em 1501, com o seu irmão Miguel Corte-Real em três caravelas. Encontrando o mar gelado, mudaram e rumo para Sul, chegando a terra, que se pensa ter sido Labrador e Terra Nova.
Em 1588, durante uma viagem do governador das Filipinas, , o piloto português João Martins conseguiu aquela que foi a primeira conquista da Passagem Noroeste, descobrindo também o que mais tarde se viria a chamar Estreito de Bering.
Além de Cabot, navegadores como Martin Frobisher, Willem Barents, Francis Drake ou James Cook exploraram as gélidas e inóspitas águas do norte do Canadá. Alguns acabaram derrotados pelo frio extremo e ventos contrários.
A história de James Cook é diferente e reveladora. Como afirma o antropólogo Marshall Sahlins, é um exemplo significativo da relação inter-cultural entre os exploradores europeus e as populações nativas. Cook, primeiramente recebido como um Deus (o tão esperado Deus Tono, de acordo com a historiografia Hawaiana), foi recebido com festa e presenteado com a princesa Hawaiana e recebido com uma grande festa, com direito a dez mil pessoas cantando e louvando, na praia, a chegada do tão esperado Deus. Quando o rei Hawaiano percebe o poder que Cook havia conquistado, é organizada uma situação na qual Cook é obrigado a enfrentá-lo. Cook acaba esfaqueado e morto (não sabe-se ao certo por quem) e mesmo assim, agraciado e louvado pelas mesmas pessoas que o endeusaram poucas semanas antes. Para mais detalhes, consultar o capítulo 4 do livro "Ilhas de História", de Marshall Sahlins.
Henry Hudson também tentou encontrá-la quando explorava a Baía de Hudson, mas foi abandonado pela tripulação amotinada para morrer de fome ou frio. Em 1789, Alexander Mackenzie descobriria o rio que leva o seu nome. Durante um tempo a procura da Passagem do Noroeste foi abandonada.
Em 1817 o governo britânico ofereceu uma recompensa de 20 000 libras esterlinas para quem achasse a citada passagem, o que incentivou a organização de numerosas expedições. De todas as que foram feitas a viagem mais trágica foi sem dúvida a de Sir John Franklin, efectuada em 1845, da qual ninguém regressaria vivo. Em 1906 o norueguês Roald Amundsen conseguiu alcançar com um pequeno veleiro a costa pacífica do Alaska após uma viagem de três anos, fazendo a primeira travessia da passagem noroeste do mundo moderno.
O futuro da Passagem do Noroeste
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Enquanto o Canadá considera a Passagem do Noroeste inteiramente incluída nas suas águas territoriais, muitos outros países, incluindo os Estados Unidos da América, países europeus e asiáticos argumentam que a rota é situada em águas internacionais, pelo que a navegação deveria ser livre. Face a isto e alguma tensão internacional iniciada em 2005 com a presença de um submarino da Marinha dos Estados Unidos nestes estreitos setentrionais, o Canadá anunciou em 2007 a sua intenção de reforço de presença militar na zona para demonstrar a sua soberania no território.
Neste território encontraram-se nas últimas décadas importantes reservas de petróleo, gás, diamantes e chumbo, cuja exploração pode ser activada neste século.
Ver também
Referências
- «Northwest Passage». Encyclopædia Britannica. 1 de agosto de 2016. Consultado em 17 de julho de 2019