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A Revolucao Constitucionalista de 1932 tambem conhecida como Revolucao de 1932 ou Guerra Paulista foi o movimento armado ocorrido nos estados de Sao Paulo Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul entre julho e outubro de 1932 que tinha por objetivo derrubar o governo provisorio de Getulio Vargas e convocar uma Assembleia Nacional Constituinte Revolucao Constitucionalista de 1932Era VargasData 9 de julho de 1932 2 de outubro de 1932Local Todo o estado de Sao Paulo e o sul do Mato Grosso atual Mato Grosso do Sul Minas Gerais e Rio Grande do SulDesfecho Vitoria militar do Governo Provisorio Constituicao brasileira de 1934BeligerantesEstado de Sao Paulo Estado de Maracaju Frente Unica Gaucha Governo ProvisorioComandantesPedro de Toledo Euclides Figueiredo Vespasiano Martins Bertoldo Klinger Saturnino de Paiva Borges de Medeiros Isidoro Dias Lopes Herculano de Carvalho e Silva Marcondes Salgado Brasilio Taborda Ivo Borges Francisco Alfieri Dias de Campos Romao Gomes Getulio Vargas Augusto Cardoso Flores da Cunha Gois Monteiro Valdomiro Lima Eurico Dutra Manuel Rabelo Daltro Filho Cristovao Barcelos Newton Cavalcanti Eduardo Gomes Amaral Peixoto Protogenes GuimaraesForcasForca Publica Paulista 10 000 combatentes 4 Avioes 5 Trens blindados construidos ao longo do conflito Numero incerto de veiculos blindados construidos ao longo do conflito Voluntarios 40 000 combatentes 200 000 alistados Numero incerto de avioes Frente Unica Gaucha 450 combatentes Estado de Maracaju por volta de 3 000 combatentes Forcas Armadas Todo o exercito marinha e aviacao disponivel no pais Forcas Publicas Estaduais Total Aproximadamente 100 000 homens ao fim do conflito BaixasSao Paulo 634 no mausoleu oficial 2 000 estimativas sobre todos os combates Sem numero de baixas civis Frente Unica Gaucha cerca de 200 Estado de Maracaju mais de 300 Forcas Armadas Brasileiras 1 050 Mortos 3 800 Feridos Forcas Publicas Estaduais sem numero O golpe de estado decorrente da Revolucao de 1930 derrubou o entao presidente da republica Washington Luis impediu a posse do seu sucessor eleito nas eleicoes de marco de 1930 Julio Prestes depos a maioria dos presidentes estaduais atualmente se denominam governadores fechou o Congresso Nacional as Assembleias Legislativas Estaduais e as Camaras Municipais e por fim cassou a Constituicao de 1891 ate entao vigente Getulio Vargas candidato derrotado nas eleicoes presidenciais de 1930 e um dos lideres do movimento revolucionario de 1930 assumiu a presidencia do governo provisorio nacional em novembro daquele ano com amplos poderes colocando fim ao periodo denominado Republica Velha e a politica do cafe com leite quando Sao Paulo e Minas Gerais se alternavam na indicacao do presidente da Republica impedindo que o principal cargo do Poder Executivo fosse ocupado por representante de outros estados economicamente importantes a epoca como Rio Grande do Sul e Pernambuco Havia o compromisso de convocacao de novas eleicoes e a formacao de uma Assembleia Nacional Constituinte para a promulgacao de uma nova Constituicao porem nos anos subsequentes essa expectativa deu lugar a um sentimento de frustracao dada a indefinicao quanto ao cumprimento dessas promessas acumulada ao ressentimento contra o governo provisorio principalmente no estado de Sao Paulo Esse sentimento era motivado pelo fato de Getulio Vargas governar de forma discricionaria por meio de decretos sem respaldo de uma Constituicao e de um Poder Legislativo Essa situacao fez tambem diminuir a autonomia que os estados brasileiros gozavam durante a vigencia da Constituicao de 1891 pois os interventores indicados por Vargas em sua maioria tenentes nao correspondiam aos interesses dos grupos politicos locais Para Sao Paulo foi designado o tenente Joao Alberto Lins de Barros a quem os oligarcas paulistas tratavam pejorativamente como forasteiro e plebeu ou ainda por o pernambucano Outro reves foi a grave crise economica em consequencia da Grande Depressao de 1929 que derrubou os precos internacionais do cafe arruinando a oligarquia paulista Foi a primeira grande revolta contra o governo de Getulio Vargas O levante armado comecou de fato em 9 de julho de 1932 precipitado pela revolta popular apos a morte de quatro jovens por tropas getulistas em 23 de maio de 1932 durante um protesto contra o Governo Federal Apos a morte desses jovens foi organizado um movimento clandestino denominado MMDC iniciais dos nomes dos quatro jovens mortos Martins Miragaia Drausio e Camargo que comecou a conspirar contra o governo provisorio de Vargas articulando junto com outros movimentos politicos uma revolta substancial Houve tambem uma quinta vitima Orlando de Oliveira Alvarenga que tambem foi baleado naquele dia no mesmo local mas morreu meses depois Nos meses precedentes ao movimento o ressentimento contra o presidente ganhava forca indicando uma possivel revolta armada e o governo provisorio passou a especular a hipotese de o objetivo dos revoltosos ser a secessao de Sao Paulo do Brasil No entanto o argumento separatista jamais foi comprovado fidedigno porem ainda assim esse argumento foi utilizado na propaganda do governo provisorio ao longo do conflito para instigar a opiniao publica do restante do pais contra os paulistas obter voluntarios na ofensiva contra as tropas constitucionalistas e ganhar aliados politicos nos demais estados contra o movimento de Sao Paulo Quando o estado de Sao Paulo precipitou a revolta contra o governo provisorio de Vargas seus lideres tinham a expectativa da automatica adesao de outros estados brasileiros dada a solidariedade manifestada por parte das elites politicas dos estados de Minas Gerais do Rio Grande do Sul e do entao Mato Grosso Assim os politicos de Sao Paulo esperavam apenas um breve conflito militar com uma rapida marcha para o Rio de Janeiro onde entao situava se a capital do pais para depor Getulio Logo os revoltosos nao organizaram um sistema defensivo em suas fronteiras contra possiveis ofensivas militares dos estados vizinhos No entanto a solidariedade daqueles estados nao se traduziu em apoio efetivo e com a espera por parte dos paulistas pelos apoios supostamente prometidos Getulio Vargas teve tempo de articular uma reacao militar de modo a sufocar a revolucao ainda nos seus estagios iniciais obrigando o estado de Sao Paulo a ter de improvisar em pouco tempo um amplo sistema militar defensivo em suas fronteiras contra a ofensiva de tropas de todos os estados brasileiros com a excecao do Mato Grosso que se tornou o unico estado aliado dos paulistas Apos quase tres meses de intensos combates nos quatro cantos do estado o conflito foi encerrado em 2 de outubro de 1932 com a rendicao do Exercito Constitucionalista Atualmente o dia 9 de julho que marca o inicio da Revolucao de 1932 e a data civica mais importante do estado de Sao Paulo e feriado estadual Os paulistas consideram a Revolucao Constitucionalista como sendo o maior movimento civico de sua historia A lei 12 430 de 20 de junho de 2011 inscreveu os nomes de Martins Miragaia Drausio e Camargo herois paulistas da Revolucao Constitucionalista de 1932 no Livro dos Herois da Patria No total foram 87 dias de combates de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 sendo os ultimos dois dias depois da rendicao paulista com um saldo oficial de 934 mortos embora estimativas nao oficiais reportem ate 2 200 mortos sendo que numerosas cidades do interior do estado de Sao Paulo sofreram danos devido aos combates Apesar da derrota militar do movimento algumas de suas principais reivindicacoes foram obtidas posteriormente por exemplo com a nomeacao de um interventor civil e paulista a convocacao de uma Assembleia Constituinte e a promulgacao de uma nova Constituicao em 1934 No entanto essa Constituicao teve curta duracao pois em 1937 Vargas fechou o Congresso Nacional cassou a Constituicao vigente e outorgou uma nova Constituicao justificando tais medidas a um suposto extremismo de movimentos politicos da epoca Assim a partir de entao foi estabelecido o regime ditatorial conhecido como Estado Novo que perdurou ate 1945 ano em que Vargas foi deposto por um grupo militar composto por generais antigos aliados AntecedentesRevolucao de 1930 Ver artigo principal Revolucao de 1930 Na primeira metade do seculo XX o estado de Sao Paulo vivenciou um acelerado processo de industrializacao e enriquecimento devido aos lucros da lavoura de cafe e a articulacao da politica do cafe com leite Por essa politica criada pelo presidente da republica Campos Sales se alternavam na presidencia da Republica politicos dos estados de Sao Paulo e de Minas Gerais os estados mais ricos e populosos da Uniao No inicio de 1929 o Governo Washington Luis ao nomear o paulista Julio Prestes apoiado por dezessete estados preteriu a vez de Minas Gerais no jogo da sucessao presidencial rompendo a politica do cafe com leite que vinha sendo aplicada desde o governo de Afonso Pena 1906 1909 que substituiu o paulista Rodrigues Alves na presidencia da Republica De acordo com este revezamento Minas Gerais Sao Paulo na presidencia da republica o candidato oficial em 1930 deveria ser um mineiro que poderia ser o presidente de Minas Gerais Antonio Carlos Ribeiro de Andrada ou o vice presidente da republica Fernando de Melo Viana ou ainda o ex presidente Artur Bernardes entre outros proceres politicos mineiros Porem Washington Luis depois de consultar os 20 presidentes de estado em julho de 1929 recebeu o apoio de 17 deles a Julio Prestes e o indicou como candidato oficial a presidencia da republica nas eleicoes marcadas para 1 de marco de 1930 Minas Gerais entao rompe com Sao Paulo une se a bancada gaucha no Congresso Nacional e promete apoio a Getulio Vargas se este concorresse a presidencia Em setembro de 1929 Minas Gerais Rio Grande do Sul e Paraiba formaram a Alianca Liberal lancando Getulio a presidencia e Joao Pessoa da Paraiba a vice presidencia Apoiavam Getulio tambem o Partido Democratico de Sao Paulo parte das classes medias urbanas e os tenentes que defendiam reformas sociais e economicas para o pais Os outros dezessete estados da epoca apoiaram Julio Prestes Nesse momento setembro de 1929 ja se percebia em Sao Paulo que a Alianca Liberal e uma eventual revolucao visavam especificamente Sao Paulo Nos debates na Camara dos Deputados e no Senado Federal em 1929 dizia se abertamente que se a Alianca Liberal nao ganhasse a eleicao haveria revolucao Tendo o senador estadual de Sao Paulo Candido Nanzianzeno Nogueira da Motta denunciado profeticamente na tribuna do Senado do Congresso Legislativo do Estado de Sao Paulo em 24 de setembro de 1929 que A guerra anunciada pela chamada Alianca Liberal nao e contra o sr Julio Prestes e contra nosso estado de Sao Paulo e isso nao e de hoje A imperecivel inveja contra o nosso deslumbrante progresso que deveria ser motivo de orgulho para todo o Brasil Em vez de nos agradecerem e apertarem em fraternos amplexos nos cobrem de injurias e nos ameacam com ponta de lancas e patas de cavalo Candido Nogueira da Motta citou ainda o senador fluminense Irineu Machado que previra a reacao de Sao Paulo A reacao contra a candidatura do Dr Julio Prestes representa nao um gesto contra o presidente do estado mas uma reacao contra Sao Paulo que se levantara porque isto significa um gesto de legitima defesa de seus proprios interesses Em meio a grave crise economica devido a Grande Depressao de 1929 que derrubara os precos do cafe Julio Prestes que era membro do Partido Republicano Paulista foi eleito presidente em 1 de marco de 1930 vencendo em dezessete estados e no Distrito Federal mas nao tomou posse Apesar da grande votacao nos tres estados aliancistas Getulio Vargas foi largamente derrotado Julio Prestes em Sao Paulo teve 91 dos votos validos A ala mais radical da Alianca Liberal resolve pegar em armas e usa o assassinato de Joao Pessoa em julho de 1930 como o estopim do movimento O crime nao teve motivos politicos mas foi usado como tal cujo impacto emocional deu novo animo aos oposicionistas derrotados Cresce o apoio popular e os preparativos do golpe foram levados adiante e com rapidez pois se aproximava o momento da posse de Julio Prestes Em 3 de outubro de 1930 estoura a insurreicao Os rebeldes tomam os tres estados que irradiaram a revolucao Rio Grande do Sul Minas Gerais e Paraiba e rumam para a capital federal Comitiva de Getulio Vargas ao centro em passagem por Itarare a caminho do Rio de Janeiro durante a Revolucao de 1930 fotografada por Claro Jansson Em 24 de outubro de 1930 um golpe militar liderado por comandantes militares no Rio de Janeiro depoe Washington Luis e entrega em 3 de novembro de 1930 o poder a Getulio Vargas Vitoriosa a revolucao de 1930 Vargas e nomeado chefe do Governo Provisorio e poe fim a supremacia politica de Sao Paulo e Minas Gerais no governo federal Entre outras acoes anistiou os rebeldes das revolucoes de 1922 e 1924 modificou o sistema eleitoral e criou o Ministerio do Trabalho Getulio tomou posse instalando no Brasil uma ditadura suspendeu a Constituicao e nomeou interventores em todos os estados com excecao de Minas Gerais reforcando o conflito com Sao Paulo dissolveu o congresso nacional os congressos estaduais camaras e senados estaduais e as camaras municipais Alem de medidas de centralizacao politica outras se seguiram visando ao controle economico pelo governo central os estados foram proibidos de contrair emprestimos externos sem autorizacao do governo federal o monopolio de compra e venda de moeda estrangeira pelo Banco do Brasil o faz controlar assim o comercio exterior O governo impoe ainda medidas para controlar os sindicatos e as relacoes trabalhistas e cria instituicoes para intervir no setor agricola como forma de enfraquecer os estados Julio Prestes o presidente Washington Luis e varios outros apoiadores de Julio Prestes foram exilados na Europa e os jornais que apoiavam Julio Prestes foram destruidos na epoca se dizia empastelados entre eles os jornais paulistanos Folha de S Paulo A Plateia e o Correio Paulistano e os jornais cariocas A Noite e O Paiz Getulio nomeou interventores para o governo dos estados sendo que para Sao Paulo foi designado o tenente promovido a coronel pela Revolucao de 1930 Joao Alberto Lins de Barros a quem a oligarquia paulista tratava pejorativamente como um forasteiro e plebeu ou ainda por o pernambucano codinome tambem adotado e difundido entre o povo paulista O Partido Democratico que apoiara Vargas em Sao Paulo conseguindo para este 10 dos votos paulistas nas eleicoes de 1 de marco nao conseguiu indicar o interventor federal em Sao Paulo Para o comando da 2 ª Regiao Militar de Sao Paulo foi designado o general Isidoro Dias Lopes e para o comando da Policia Militar do Estado de Sao Paulo entao denominada Forca Publica foi nomeado o major Miguel Costa Ambos tinham tentado derrubar o governo paulista na Revolucao de 1924 Miguel Costa havia sido expulso da Forca Publica por causa de suas acoes em 1924 Isidoro Dias Lopes porem passaria para o lado dos paulistas para ser um dos comandantes da Revolucao de 1932 Apos a derrota de Sao Paulo em 24 de outubro de 1930 quando triunfou a Revolucao de 1930 foi deposto o presidente em exercicio de Sao Paulo Heitor Penteado e o estado passou a ser governado pelo gabinete dos quarenta dias tendo o Tenente Joao Alberto como Delegado Militar da Revolucao formado por proceres do Partido Democratico O gabinete dos quarenta dias renunciou devido as pressoes dos tenentes rompendo com Joao Alberto A partir da renuncia Sao Paulo foi governado por interventores federais tenente Joao Alberto Lins de Barros de 25 de novembro de 1930 ate 24 de julho de 1931 Laudo Ferreira de Camargo de 25 de julho de 1931 ate 13 de novembro de 1931 coronel Manuel Rabelo de 13 de novembro de 1931 ate 7 de marco de 1932 e Pedro de Toledo de 7 de marco de 1932 ate o fim da Revolucao de 1932 em 2 de outubro de 1932 Em 23 de maio de 1932 Pedro de Toledo foi aclamado pelos paulistas governador de Sao Paulo Logo depois de vitoriosa a Revolucao de 1930 em 6 de novembro de 1930 Luis Carlos Prestes que conhecia Joao Alberto do tempo da Coluna Prestes lancou um manifesto onde dizia textualmente Brasileiros Livrai vos da desonestidade de um Joao Alberto E o tenente Joao Cabanas um dos chefes da Revolucao de 1924 e revolucionario de 1930 no seu livro Fariseus da Revolucao de 1932 assim definiu o tenente Joao Alberto Joao Alberto serve como exemplo se como militar merece respeito como homem publico nao faz jus ao menor elogio Colocado por inexplicaveis manobras e por circunstancias ainda nao esclarecidas na chefia do mais importante estado do Brasil revelou se de uma extraordinaria de uma admiravel incompetencia criando em um so ano de governo um dos mais tragicos confusionismos de que ha memoria na vida politica do Brasil dando tambem origem a um grave impasse economico deficit de 100 000 contos e a mais profunda impopularidade contra a Revolucao de Outubro e ter provocado no povo paulista um estado de alma equivoco e perigoso Nossa historia nao registra outro periodo de fracasso tao completo como o do Tenentismo inexperiente Revolta paulista Cartaz do movimento contra a ditadura getulista Em 1932 a irritacao dos paulistas com Getulio Vargas nao cedeu com a nomeacao do paulista Pedro de Toledo como interventor do estado pois tanto este quanto Laudo Ferreira de Camargo que havia renunciado por causa da interferencia dos tenentes no governo nao conseguiam autonomia para governar A primeira grande manifestacao dos paulistas foi um grande comicio na Praca da Se no dia do aniversario de Sao Paulo em 25 de janeiro de 1932 com um publico estimado em 200 000 pessoas Em maio de 1932 ocorreram varios comicios constitucionalistas As interferencias da ditadura no governo de Sao Paulo eram constantes nao se deixando os interventores formarem livremente seu secretariado nem do Chefe de Policia de Sao Paulo Pedro de Toledo nao governava de fato as interferencias de Miguel Costa Osvaldo Aranha Joao Alberto Lins de Barros Manuel Rabelo e Pedro Aurelio de Gois Monteiro eram constantes O politico Paulo Nogueira Filho descreve Joao Alberto Lins de Barros e Miguel Costa como pessoas que se arvoravam como donatarios de Sao Paulo Desde 1931 Julio Prestes acreditava que a situacao da ditadura estava se tornando insustentavel e declarou no exilio em Portugal O que nao compreendo e que uma nacao como o Brasil apos mais de um seculo de vida constitucional e liberalismo retrogradassepara uma ditadura sem freios e sem limites como essa que nos degrada e enxovalha perante o mundo civilizado O Partido Republicano Paulista e o Partido Democratico de Sao Paulo que antes apoiaram a Revolucao de 1930 uniram se em fevereiro de 1932 na Frente Unica para exigir o fim da ditadura do Governo Provisorio e uma nova Constituicao Assim Sao Paulo inteiro estava contra a ditadura Os paulistas consideravam que o seu estado estava sendo tratado pelo Governo Federal que se dizia um Governo Provisorio como uma terra conquistada expressao de autoria de governada por tenentes de outros estados e sentiam segundo afirmavam que a Revolucao de 1930 fora feita contra Sao Paulo pois Julio Prestes havia tido 90 dos votos dos paulistas em 1930 Ainda em maio daquele ano contrariando a diretriz de Getulio Vargas e por pressao da populacao paulista a Frente Unica Paulista articulou a formacao de um novo secretariado junto ao interventor formado exclusivamente por nomes paulistas defensores da bandeira da reconstitucionalizacao e da autonomia estadual Ainda no dia 22 de maio de 1932 Getulio Vargas enviou Oswaldo Aranha a Sao Paulo com a missao de sustar essa reforma e impor ao interventor paulista um corpo de secretarios conveniente aos interesses do Governo Vargas Sabendo disso a populacao paulista se antecipou e realizou um grande protesto entre os dias 22 e 23 de maio para a demonstrar repudio a visita de Aranha e ao proprio Governo Federal A pressao popular tornou malograda a missao de Oswaldo Aranha resultando na manutencao da proposta da Frente Unica Paulista para o novo corpo de secretarios de governo que era formado pelos seguintes nomes Valdemar Ferreira na Secretaria da Justica e Seguranca Publica Francisco da Cunha Junqueira na Secretaria de Agricultura Industria e Comercio Francisco Emygdio da Fonseca Telles na Secretaria de Viacao e Obras Publicas Thyrso Queirolo Martins de Sousa como Chefe da Policia do Estado de Sao Paulo Jose Rodrigues Alves Sobrinho na Secretaria de Educacao e Saude Publica Joaquim Sampaio Vidal no Departamento de Administracao Municipal e Paulo de Morais Barros na Secretaria da Fazenda Contudo ainda no dia 23 de maio de 1932 durante uma manifestacao no centro da cidade de Sao Paulo cinco jovens foram assassinados a tiros por membros do Partido Popular Paulista poucos meses antes denominada Legiao Revolucionaria uma organizacao politica e militar criada por Joao Alberto Lins de Barros e por Miguel Costa que servia como sustentaculo em Sao Paulo do regime de Getulio Vargas Esse foi um dos estopins para a revolta armada que seria deflagrada na noite de 9 de julho daquele ano Protesto na Praca da Se em 25 de janeiro de 1932 No aniversario de Sao Paulo o povo foi as ruas apesar da chuva Manifestacao na Praca da Se em maio de 1932 Manifestacao na Praca do Patriarca em maio de 1932 Manifestantes na Rua XV de Novembro em Sao Paulo No Palacio dos Campos Eliseos Pedro de Toledo e Ibrahim Nobre discursam ao povo na noite de 23 de maio de 1932 Pedro de Toledo com o apoio do povo conseguiu neste dia 23 de maio de 1932 montar um secretariado de sua livre nomeacao que ficou conhecido como o Secretariado de 23 de maio e romper definitivamente com o Governo Provisorio O dia 23 de maio e comemorado em Sao Paulo como o dia do soldado constitucionalista A morte dos jovens deu origem a um movimento de oposicao que ficou conhecido como MMDC posteriormente denominado oficialmente de MMDCA Martins Martins Euclides Bueno Miragaia Miragaia Drausio Marcondes de Sousa Drausio Antonio Americo Camargo de Andrade Camargo e Orlando de Oliveira Alvarenga Alvarenga O M M D C foi organizado como sociedade secreta em 24 de maio de 1932 tendo sido lancado durante um jantar no restaurante Posilipo por Aureliano Leite Joaquim de Abreu Sampaio Vidal Paulo Nogueira e Prudente de Moraes Neto entre outros Inicialmente a sociedade foi chamada Guarda Paulista mas depois foi fixada em M M D C em homenagem aos jovens mortos a 23 de maio Em 10 de agosto o Decreto nº 5 627 A do governo do estado oficializou a entidade cuja direcao foi entregue a um colegiado presidido por Waldemar Martins Ferreira secretario da Justica e tendo como superintendente Luis Piza Sobrinho O M M D C foi instalado na Faculdade de Direito e depois transferido para o antigo forum na rua do Tesouro e depois para o predio da Escola de Comercio Alvares Penteado Esse fato levou a uniao de diversos setores da sociedade paulista em torno do movimento de constitucionalizacao que se iniciara em janeiro de 1932 Neste movimento liderado pelo M M D C se uniram o PRP e o Partido Democratico reconhecidos pelo governo federal como setores da oligarquia que pretendiam a volta da supremacia paulista e do PRP ao poder e queriam tambem levar ao poder o candidato dos paulistas Julio Prestes eleito a presidencia mas nao pode tomar posse impedido pela Revolucao de 1930 Segundo a sociologa Aspasia Camargo em artigo para o jornal O Estado de S Paulo em texto comemorativo dos sessenta anos da Revolucao Constitucionalista de 1932 publicado em 9 de julho de 1992 o constitucionalismo paulista resultou de um conflito entre duas concepcoes de democracia Democracia Social e Democracia Liberal Para Getulio Vargas e os tenentes a democracia liberal formal era um engodo tanto quanto o liberalismo brasileiro Ja para os paulistas segundo Aspasia principalmente para sua oligarquia a democracia social era caso de policia Essa acusacao contra os paulistas de que em Sao Paulo questao social e questao de policia deve se a uma distorcao de uma frase do presidente Washington Luis por parte de seus adversarios A frase que realmente Washington Luis pronunciou foi a seguinte A agitacao operaria e uma questao que interessa mais a ordem publica do que a ordem social representa o estado de espirito de alguns operarios mas nao de toda a sociedade Comecou se entao a se tramar um movimento armado visando a derrubada da ditadura de Getulio Vargas sob a bandeira da proclamacao de uma nova Constituicao para o Brasil Desde seu inicio a revolucao de 1932 contou com o apoio decisivo da maconaria paulista atraves de suas liderancas e de seus membros como Pedro de Toledo Julio de Mesquita Filho Armando de Sales Oliveira Ibrahim de Almeida Nobre e outros Em 9 de julho Getulio Vargas ja havia estabelecido eleicoes para uma Assembleia Nacional Constituinte as eleicoes foram convocadas em fevereiro de 1932 e ja havia nomeado um interventor paulista as duas grandes exigencias de Sao Paulo Porem a interferencia do governo federal e dos tenentes em Sao Paulo continuava forte Os tenentes do Clube 3 de outubro eram contra a instalacao de uma assembleia constituinte tendo seus representantes entregado a Getulio Vargas em 3 de marco de 1932 em Petropolis um manifesto contrario a constituinte no qual dao seu total apoio a ditadura e no qual se manifestam contrarios a uma nova constituicao Estes atos do Governo Provisorio porem nao evitaram o conflito ja que o PRP agora unido ao seu rival Partido Democratico paulista almejava voltar a dominar a politica nacional como fazia anteriormente dar uma constituicao ao Brasil e terminar com as interferencias da ditadura no governo de Sao Paulo Era especialmente humilhante para Sao Paulo a nomeacao do major Miguel Costa para comandante da Policia Militar de Sao Paulo entao chamada de Forca Publica pois Miguel Costa havia sido expulso da Forca Publica em 1924 por tentar derrubar o governo paulista na Revolucao de 1924 O combatente medico da revolucao de 1932 Ademar de Barros que governaria Sao Paulo por tres vezes assim explicou em Santos em 1934 as razoes da revolucao de 1932 Sao Paulo levantou se em armas em 9 de julho de 1932 para livrar o Brasil de um governo que se apossaria de sua direcao por efeito de uma revolucao e se perpetuava indefinidamente no poder esmagando os direitos de um povo livre e que trazia o sempre glorioso Sao Paulo debaixo das botas e do chicote do senhor Conflito armadoO levante armado foi deflagrado na cidade de Sao Paulo as oito horas e trinta minutos da noite de 9 de julho de 1932 com o engajamento da Forca Publica de Sao Paulo unidades do Exercito da 2ª Regiao Militar e grupos civis armados O telegrama enviado pelo entao comandante geral da Forca Publica o coronel Julio Marcondes Salgado ao general Bertoldo Klinger Comandante Supremo do Exercito Constitucionalista no dia seguinte ao inicio da revolucao da detalhes das circunstancias em que ocorreu aquele evento politico e militar General KLINGER Campo Grande Radiogramma de Sao Paulo C Elyseos N 29 Pls 100 Data 10 VII 32 Horas Onze e trinta Irrompeu movimento hontem vinte e trinta tornando se triumphante dentro poucas horas Comquanto ficasse combinado iniciativa movimento cabia guarnicao federal teve elle inicio mediante accao conjugada Exercito Forca Publica e milicas civis dentro da melhor harmonia e vibracao civica Nao houve resistencia alguma Collaboraram modo saliente General Izidoro e Coroneis Euclydes Figueiredo e Palimercio Rezende Tropas Exercito e Forca Publica seguem direccao Cruzeiro Governo paulista inteiramente integrado movimento constitucionalidade Peco avisar hora provavel sua chegada Sao Paulo e dar informacoes sobre movimento tropas guarnicao Matto Grosso Respeitosas saudacoes a JULIO SALGADO commandante Cartaz convocando os paulistas as armas Cartaz do MMDC convocando o povo paulista as armas Cartaz de convocacao de enfermeiras voluntarias Comunicando de solidariedade a Vargas dos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul O levante iniciado na capital paulista envolveu a tomada das principais estacoes ferroviarias quarteis predios publicos da cia telefonica da sede dos correios e telegrafos das principais estacoes do telegrafo da Radio Educadora Paulista da Radio Record PRA R e da Radio Cruzeiro do Sul alem da sede dos principais jornais paulistanos Ainda nas primeiras horas do movimento armado houve a tomada da guarnicao do aerodromo Campo de Marte do quartel do 4º R I sediado em Quitauna e ainda da sede da 2ª Regiao Militar entao situada na Chacara do Carvalho porem nao houve resistencia dessas guarnicoes em virtude da adesao das tropas remanescentes daquele Exercito que ate entao nao haviam participado das conspiracoes para o levante No mesmo dia tambem houve repercussao em varias localidades pelo interior do estado de Sao Paulo com a tomada pelos revolucionarios de posicoes estrategias para garantir o pleno controle do estado como pontes portos aerodromos e estradas de acesso ao estado No dia seguinte o levante tambem ocorreu no entao Estado do Mato Grosso com a adesao de quase a totalidade da Circunscricao Militar do Mato Grosso e da Forca Publica Mato grossense Nos dias seguintes tambem houve mobilizacao rebelde no Rio Grande do Sul Quando deflagraram o levante revolucionario os paulistas acreditavam possuir o apoio de outros estados notadamente Minas Gerais Rio Grande do Sul e do entao estado do Mato Grosso para a deposicao de Getulio Vargas e formacao de uma junta provisoria para governar o pais ate as eleicoes para a Assembleia Constituinte agendada para 3 de maio de 1933 Os revolucionarios presumiram em seu plano que apenas pela coercao representada pela envergadura da coalizao politica e militar do movimento Getulio Vargas seria compelido a renunciar ao cargo pois compreenderia ser inutil qualquer resistencia Portanto julgavam que as forcas revolucionarias apenas marchariam para o Rio de Janeiro entao capital federal sem enfrentarem significativa resistencia Em Sao Paulo Pedro de Toledo entao interventor estadual ganhou apoio popular e foi aclamado pelo povo como governador de Sao Paulo e foi o comandante civil da revolucao constitucionalista A junta Revolucionaria conclamou os paulistas a lutarem contra a ditadura Formavam a Junta Revolucionaria Francisco Morato do Partido Democratico Antonio de Padua Sales do Partido Republicano Paulista e os generais Bertoldo Klinger e Isidoro Dias Lopes O coronel Euclydes Figueiredo assumiu interinamente a 2º Regiao Militar Alistaram se 200 000 sendo que se estima que destes 60 000 efetivamente combateram nas fileiras do Exercito Constitucionalista No estado de Sao Paulo a Revolucao de 1932 contou com um grande contingente de voluntarios civis e militares e o apoio de politicos de outros estados antigos apoiadores da Revolucao de 1930 como no Rio Grande do Sul Raul Pilla Borges de Medeiros Joao Batista Luzardo Glicerio Alves e Joao Neves da Fontoura entre outros que formaram a Frente Unica Rio Grandense e que tentaram fazer uma revolta mas foram capturados salvo Batista Luzardo que conseguiu fugir e exilados pelo interventor gaucho No atual Mato Grosso do Sul foi formado um estado independente que se chamou estado de Maracaju que apoiou Sao Paulo Em Minas Gerais a revolucao de 1932 obteve o apoio do ex presidente Artur Bernardes que terminou tambem exilado Sao Paulo esperava a adesao do interventor do Rio Grande do Sul o estado mais bem armado mas este na ultima hora decidiu enviar tropas nao para apoiar Sao Paulo mas para combater os paulistas Quando se inicia o levante uma multidao sai as ruas em apoio Tropas paulistas sao enviadas para os fronts em todo o estado Mas as tropas federais sao mais numerosas e bem equipadas Avioes sao usados para bombardear cidades do interior paulista Quarenta mil homens de Sao Paulo enfrentam um contingente de cem mil soldados Os planos paulistas previam um rapido e fulminante movimento em direcao ao Rio de Janeiro pelo vale do Paraiba com a retaguarda assegurada pelo apoio que seria dado pelos outros estados Porem com a nao adesao dos outros estados o plano imaginado por Sao Paulo nao se concretizou Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram compelidos por Getulio Vargas a se manterem ao seu lado e a publicidade de pretensao separatista do movimento levou Sao Paulo a se ver sozinho com o apoio de apenas algumas tropas mato grossenses contra o restante do Brasil Comandadas por Pedro de Toledo aclamado governador revolucionario e pelo general Bertoldo Klinger as tropas paulistas se viram lutando em tres grandes frentes o vale do Paraiba o sul paulista e leste paulista O estado de Sao Paulo apesar de contar com mais de quarenta mil soldados estava em desvantagem pois se encontrava num grande cerco militar Como as suas fronteiras foram fechadas nao havia como trazer mais armamento de fora do pais para o conflito Assim muitos voluntarios levaram suas armas pessoais e engenheiros da Escola Politecnica do Estado hoje EPUSP e do Instituto de Pesquisas Tecnologicas IPT passaram a desenvolver armamentos a serem produzidos pelo proprio estado para suprir as tropas Um navio que trazia armamento dos Estados Unidos para os paulistas foi apreendido pela Marinha do Brasil Em 13 de julho de 1932 Ibrahim Nobre proferiu o seguinte discurso nas radios paulistanas no mesmo dia transcrito nos jornais sob o titulo Chegou a hora a hora physica da nossa fe brasileira concitando a populacao paulista a engajar se na Revolucao que ha poucos dias havia sido deflagrada Conforme sua integra Ate que emfim minha Terra Chegou a nossa hora a hora physica da nossa Fe brasileira Lembram se meus Patricios Lembram se quando nos abrimos os bracos e as portas em outubro de 30 aquellas fanfarras de uma linda mentira Lembram se daquelle estellionato civico Lembram se das nossas ruas das nossas coisas da nossa vida daquella grande vergonha que nos trazia de cabeca baixa e que nos punha na alma uma vontade doida de morrer Ah Voces nao podem ter se esquecido que a lembranca ahi ficou entre ecchymoses e cicatrizes Nao ha optar entre hontem e hoje entre 30 e 32 entre o ultrage e o pundonor entre a causa e a consequencia O que ahi vae pelas ruas ao lar na fronteira no fremito de todas as cousas sao apenas estilhacos da nossa alma Sao Paulo hoje e um soldado so De pe e em armas Sem desfallecimento Sem discussao Nos vamos para a frente nos marchamos para o Rio de Janeiro custe o que custar Por Deus do ceu Nos defendemos uma causa Nao pleiteamos uma cousa E a lucta da luz contra a treva do bem contra o mal do sol contra a o miasma de Jesus contra Lenine Nos somos o lar a religiao a tradicao o passado o futuro o sangue Brasileiramente Catholicamente Dizem que somos separatistas Mas como separatismo quando defendermos o Brasil quando nos nos encaminhamos para o Rio para sanear o Cattete Por que separatismo si conclamamos o Sul o Norte o Centro o pobre e o rico o operario e o patrao o Exercito e a Armada para a liberdade commum Si luctamos contra a Dictadura que nao nos feriu somente a nos mas ludibriou a Nacao inteira e enxovalhou a nossa Historia e aviltou a nossa Civilizacao Si nos queremos restituir a Patria a Constituicao e o Decoro A dictadura sim Essa pretendeu essa fez tudo e tudo faz para separar nos do bloco da unidade Humilhou nos invadiu nos empobreceu nos retalhou o nosso territorio fez de nos uma excepcao odiosa transformando nos ao leprosario das suas proprias masellas Fez tudo Nada conseguiu Nao se arranca de um organismo o proprio coracao E voce Sao Paulo e o coracao do Brasil E por isso que estamos de pe Arma na mao Alma no peito Si mal nos fizeram nos so poderiamos perdoar Si os irmaos nos abandonarem seguiremos sozinhos e iremos ate o fim De qualquer geito Tudo pode falhar mas Sao Paulo nunca Ha sete milhoes de creaturas empenhadas na lucta Podem as nossas maos estar chagadas da crucificacao e a nossa fronte pode estar ulcerada de espinhos e a nossa tunica retalhada e alanceado o nosso flanco Que importa Maior e a gloria quanto mais rude e o Calvario Deram nos tudo isso mas em troca daremos o nosso sangue para a redempcao do peccado commum Sao Paulo so pode dar ao Brasil aquillo que nunca lhe negou as maos a fe a alma o oiro o inteiro coracao Nos queremos tanto bem a nossa Terra Uma oracao minha queridas Patricias pelo exito das nossas armas e pela vida dos nossos soldados E voce meu rapaz voce que me esta escutando ahi junto da sua gente voce ja se alistou Certificado de doacao de ouro para a campanha revolucionaria emitido pelo Departamento da Campanha do Ouro APESP Em 23 de julho de 1932 durante testes com um novo morteiro projetado pelos engenheiros da Escola Politecnica de Sao Paulo um acidente matou o entao comandante da Forca Publica coronel Julio Marcondes Salgado e tambem o major da mesma corporacao Jose Marcelino da Fonseca O tenente coronel Herculano de Carvalho e Silva veio posteriormente a assumir o comando da instituicao Uma das armas mais sofisticadas feitas pela industria paulista foram trens blindados que foram utilizado nos denominados setores leste norte e sul de combate Sao Paulo criou uma moeda propria que foi falsificada pelo Governo Vargas e distribuida na capital paulista para desestabilizar a economia do estado O dinheiro paulista era lastreado pelo ouro arrecadado pela campanha Ouro para o bem de Sao Paulo tambem chamada de Ouro para a vitoria Devido a falta de municao os paulistas inventaram e passaram a usar um aparelho que imitava o som das metralhadoras chamado de matraca A maconaria paulista teve participacao ativa no movimento constitucionalista de 1932 atraves de suas lojas e de seus membros como Pedro de Toledo interventor Julio de Mesquita Filho diretor do jornal O Estado de S Paulo e o poeta Ibrahim Nobre entre outros A professora Maria Sguassabia foi voluntaria nas trincheiras paulistas Carteira de identidade de um combatente membro do MMDC e incorporado no 5o B C R de Quitauna Soldado paulista da Cavalaria Matracas utilizadas pelas tropas constitucionalistas nos combates O movimento contou com a contribuicao de muitas mulheres voluntarias que se dedicavam em diversos servicos em beneficio das tropas como por exemplo servicos de enfermaria servicos administrativos confeccao de uniformes militares producao de alimentos entre outros Uma das mais notorias voluntarias nos servicos de saude das tropas paulistas foi a medica Carlota de Queiroz responsavel por ter organizado e liderado um grupo de setecentas mulheres para garantir a assistencia aos feridos Contudo houve casos de mulheres que se voluntariaram para atuar nas trincheiras paulistas como soldados Maria Sguassabia professora de escola rural primaria em Sao Joao da Boa Vista foi uma dentre as mulheres que se voluntariaram para atuar nas trincheiras como soldado a exemplo de Nha Chica e de Maria Jose Bezerra Ao longo do conflito Sguassabia chegou a ser promovida a sargento devido aos seus feitos no campo de batalha Era integrante da Coluna Romao Gomes tendo atuado no denominado setor leste na regiao de Campinas Houve intensa mobilizacao atraves do radio uma novidade na epoca destacando se Cesar Ladeira da Radio Record Usou se muita propaganda e contra propaganda ideologica por parte do Governo Federal que acusava Sao Paulo de estar nas maos do fascismo italiano trazido pelos imigrantes Brasileiros de outras regioes eram recrutados pela ditadura para combater Sao Paulo sob a justificativa de que o estado queria se separar do Brasil A ditadura colocava agentes infiltrados em reunioes e comicios em Sao Paulo que pregavam o derrotismo e o desanimo da populacao Um ato barbaro ocorrido durante a Revolucao de 1932 se deu na cidade de Cunha quando as tropas federais torturaram e mataram o agricultor Paulo Virginio por este se recusar a dizer onde estavam as tropas paulistas Paulo Virginio foi obrigado a cavar sua propria sepultura e morreu dizendo Morro mas Sao Paulo vence Paulo Virginio junto com os jovens do MMDC esta enterrado no ponto central do Mausoleu do Ibirapuera e e homenageado dando seu nome a rodovia SP 171 que corta a regiao onde ele foi assassinado o Vale do Paraiba O movimento estendeu se ate 2 de outubro de 1932 quando foi derrotado militarmente Outro episodio que ficou marcado como exemplo de coragem e determinacao pela causa durante o conflito foi o ocorrido com o capitao do Exercito Constitucionalista do setor norte Manuel de Freitas Novaes Neto Durante uma missao nos arredores de Queluz cidade ja tomada pelas forcas adversarias foi rendido por um sargento do Exercito Federal que teria dito no ato Renda se paulista Contudo o capitao paulista ao resistir a prisao teria dito Um Paulista morre mas nao se rende Ao avancar em assalto sobre o sargento federal foi fuzilado no ato Resgatado ainda com vida por uma patrulha paulista das proximidades morreu horas depois na Santa Casa de Misericordia de Cruzeiro A morte do capitao Neco como era conhecido na sua cidade natal gerou comocao tanto entre os paulistas quanto no Exercito Federal onde tambem era muito estimado Ele foi sepultado no cemiterio particular de sua familia na Fazenda Boa Vista em Cruzeiro Em 5 de julho de 1962 seus restos mortais foram transladados para o Mausoleu ao Soldado Constitucionalista de 1932 no Obelisco do Parque Ibirapuera Separatismo Entre os grupos que formavam a direcao da Revolucao Paulista existiam os separatistas que desejavam a independencia de Sao Paulo como uma republica soberana ou a formacao de uma federacao onde os estados adquiririam a soberania confederacao Entre os principais defensores do separatismo destacavam se o presidente do Tribunal de Justica Costa Manso os escritores Jose Alcantara Machado e Monteiro Lobato e o historiador Alfredo Ellis Junior Monteiro Lobato especificamente foi o que mais deixou documentos e relatos sobre o desejo de independencia dos paulistas Em 10 de agosto depois de um mes de conflitos o famoso autor enviava uma carta emocionada a Waldemar Ferreira um dos lideres da revolucao na qual apresentava um balanco da critica situacao em que se encontrava Sao Paulo observando ao seu amigo que ha o que a boca diz e ha o que o coracao sente Minha boca diz o que todos neste momento dizem mas meu coracao e talvez o de Sao Paulo inteiro sente o que vai escrito nas tiras anexas E o que o coracao de Lobato expressava traduzia se num texto intitulado A defesa da vitoria de Sao Paulo em que deixava claro que para os paulistas so havia dois caminhos hegemonia ou separacao Apos a vitoria de Sao Paulo na campanha ora empenhada se faz mister que seus dirigentes nao se deixem embalar pelas ideias sentimentais de brasilidade irmandade e outras sonoridades Ou Sao Paulo desarma a Uniao e arma se a si proprio de modo a dirigir doravante a politica nacional a seu talento e em seu proveito ou separa se Trata se de uma guerra de independencia disfarcada em guerra constitucionalista Monteiro Lobato admirador de Washington Luis apoiou a candidatura do Julio Prestes que como presidente de Sao Paulo realizara exploracoes de petroleo em territorio paulista tendo escrito a ele em 28 de agosto de 1929 uma carta de apoio em que dizia Sua politica na presidencia significara o que de mais precisa o Brasil continuidade administrativa A gigantesca campanha pela adesao das massas as causas revolucionarias por pautar se no enaltecimento de valores regionais trazia em seu bojo o fortalecimento dos argumentos separatistas ideario presente em Sao Paulo durante toda a sua historia Retratando a sintese desse paradoxo Mario de Andrade registrava que o lema Tudo por Sao Paulo que se fazia presente em faixas veiculos e nos quepes dos soldados era a unica unanimidade naqueles agitados dias de 1932 Definitivamente foi por Sao Paulo e nao pelo Brasil que tantos homens e mulheres se sacrificaram O autor ainda apos o armisticio manifestava ao amigo mineiro Carlos Drummond de Andrade o rancor que lhe dominava a alma No momento eu faria tudo daria tudo para Sao Paulo se separar do Brasil De fato o governo provisorio especulava inicialmente se haveria um possivel objetivo de secessao do estado de Sao Paulo do restante do Brasil No entanto tal objetivo entre os lideres revolucionarios jamais foi comprovado como fidedigno Porem Getulio Vargas aproveitou se do argumento separatista utilizando isso de forma eficaz na sua estrategia de propaganda politica para angariar aliados voluntarios e a rejeicao popular no restante do pais contra o movimento revolucionario articulado pelos paulistas Frentes de combate Mapa ilustrado dos combates em Sao Paulo Setor norteSoldados paulistas no Tunel da Mantiqueira em Cruzeiro Trincheira paulista no Morro Frio em Areias Soldados paulistas em Silveiras Canhao Schneider Canet 150mm utilizado pelos paulistas nos combates Voluntarios na Estacao de Aparecida a espera do embarque para o front Batalhao 7 de Setembro Destaque para o ilustre combatente Ranieri Mazzilli o sexto na primeira fileira da esquerda p direita O Vale do Paraiba denominado pelas tropas paulistas como setor norte de combate era o principal acesso para o Rio de Janeiro e visto por eles como principal teatro militar do conflito O plano dessas tropas previa a tomada da cidade fluminense de Resende concomitantemente aguardando a adesao de tropas mineiras do Exercito e da Forca Publica Mineira atual Policia Militar do Estado de Minas Gerais e por fim uma rapida marcha em direcao a cidade do Rio de Janeiro entao capital do pais para a deposicao de Getulio Vargas Por conta disso as tropas paulistas demoraram em rumar em direcao ao seu objetivo na expectativa da adesao dos mineiros e de outros estados Contudo as tropas mineiras aderiram as forcas federais e logo partiram para a ofensiva contra as tropas paulistas que foram obrigados a defender seu proprio territorio das tropas federais improvisando uma linha defensiva de trincheiras nas fronteiras dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro O avanco das tropas paulistas pelo Vale do Paraiba ocorreu logo nos dias seguintes a deflagracao do levante para garantir o controle do estado conforme depoimento do coronel Odilon Aquino de Oliveira entao comandante da 1ª Cia do 5º Batalhao da Forca Publica do Estado de Sao Paulo e que fez parte daquela acao militar Chegando a Cachoeira com 400 homens recebi ordem de parar e tomar posicao dentro de um plano defensivo que ia dos contrafortes da Mantiqueira em Cachoeira passando por Cunha ate o litoral deixando o Tunel e boa parte do territorio paulista a merce dos ditatoriais Autorizado a estabelecer postos avancados em Jatai a quatro quilometros adiante fui alem quase cem quilometros Ocupei com minha tropa Areias e Sao Jose dos Barreiros e transpus em alguns pontos os limites do Estado do Rio Em Sao Jose dos Barreiros em frente ao Clube dos 200 a 3 a Cia do meu batalhao sob comando do valente capitao Francisco Freitas Borges teve o primeiro contacto com as tropas ditatoriais representadas por batedores do 1 o R C D desferindo se ali o primeiro tiro da memoravel epopeia no dia 12 de julho Na regiao da Serra da Mantiqueira em 10 de julho as tropas paulistas do 2º Batalhao do 5º Regimento de Infantaria do Exercito Brasileiro comandadas pelo major Henrique Quintiliano de Castro e Silva invadiram a cidade de Passa Quatro Porem em 15 de julho a cidade foi retomada por tropas do Exercito leais a Getulio Vargas lideradas pelo 4º R C D de Tres Coracoes comandado pelo coronel Eurico Gaspar Dutra Os paulistas entao recuaram para o seu territorio e tomaram posicoes privilegiadas nas cristas da Serra da Mantiqueira fixadas na divisa entre os estados de Minas Gerais e Sao Paulo na Garganta do Embau acima do Tunel da Mantiqueira e ao largo da linha ferrea da entao Rede Mineira de Viacao Nesses locais ocorreram os combates mais disputados violentos e com o maior numero de mortos do conflito dado ser ponto de grande importancia tatica para ambas as forcas As tropas paulistas tambem ocuparam outras localidades fronteiricas e estrategicas do estado como Piquete Queluz Itatiaia Santana dos Tocos Sao Jose do Barreiro e Cunha As forcas da 2ª Divisao de Infantaria em Operacoes 2ª D I O do Exercito Constitucionalista responsaveis pela resistencia paulista no Vale do Paraiba eram comandada pelo coronel do Exercito Euclides de Oliveira Figueiredo e organizada por destacamentos Na primeira fase do conflito o destacamento da regiao de Cunha era comandado pelo tenente coronel do Exercito Mario da Veiga Abreu o destacamento da regiao de Sao Jose do Barreiro Areias e Silveiras comandado pelo coronel do Exercito Jose Joaquim de Andrade o destacamento da regiao de Queluz comandado pelo major do Exercito Agnelo de Souza o destacamento de ligacao entre Queluz e Areias comandado pelo major do Exercito Mariano Gomes da Silva Chaves o destacamento da regiao de Cruzeiro e Tunel da Mantiqueira comandado pelo coronel do Exercito Antonio Paiva de Sampaio o contingente de defesa dos bairros de Batedor e Entre Rios da cidade de Cruzeiro comandado pelo tenente coronel da Forca Publica de Sao Paulo Otavio Azeredo e o destacamento da regiao de Piquete comandado pelo tenente coronel do Exercito Abilio Pereira de Rezende que em 4 de agosto foi substituido no comando pelo major do Exercito Leoncio de Figueiredo Neiva por ter sido designado para o comando da praca militar de Lorena Em 3 de agosto o major Agnelo de Souza foi substituido pelo tenente coronel da Forca Publica Jose Teofilo Ramos que diante da iminente queda da cidade de Queluz determinou recuo da linha para Vila Queimada a cerca de 10 km daquela cidade Com a nova situacao fez se necessario formar um destacamento para defender o flanco esquerdo daquela frente de combate na cidade Pinheiros hoje distrito de Lavrinhas que foi comandado pelo capitao de Exercito comissionado tenente coronel Tito Coelho Lamego A posicao de Lavrinhas ainda no mes de agosto foi reforcada por novos contingentes comandados pelos capitaes da Forca Publica Antonio Pietscher Jose Camilo Valenca e Reinaldo Saldanha da Gama O governo federal ainda nos primeiros dias do conflito e sob lideranca militar do general Pedro Aurelio de Gois Monteiro organizou a contraofensiva das tropas governistas visando multiplas frentes de combate de modo a consolidar o cerco e isolamento dos rebeldes em Sao Paulo e no Mato Grosso em uma estrategia de estrangulamento o que inviabilizaria tanto a manobra militar quanto o acesso a recursos para sustentar a rebeliao Para tanto foram organizados diversos destacamentos militares compostos por diversos regimentos que cobriram os principais pontos de acesso aqueles estados Em Sao Paulo na regiao do Vale do Paraiba as forcas governistas foram organizadas da seguinte forma o destacamento na regiao de Resende Itatiaia e Queluz comandado pelo coronel do Exercito Manuel de Cerqueira Daltro Filho um pequeno destacamento de ligacao em Santana dos Tocos entao vila do municipio de Resende comandado pelo coronel Colatino Marques o destacamento comandado pelo coronel do Exercito Joao Guedes da Fontoura responsavel pela regiao de Areais Sao Jose do Barreiro Formoso e Silveiras onde na epoca era o principal acesso via terrestre entre Rio e Sao Paulo e o destacamento responsavel pela regiao de Paraty e Cunha comandado pelo capitao tenente Augusto do Amaral Peixoto do corpo de Fuzileiros Navais cujas tropas em setembro de 1932 foram incorporadas ao destacamento do tenente coronel do Exercito Newton de Andrade Cavalcanti no avanco sobre Guaratingueta Lagoinha e Sao Luiz do Paraitinga Essas forcas eram subordinadas ao comando da 1ª Divisao de Infantaria do Exercito entao chefiada pelo general Alvaro Guilherme Mariante que substituiu o general Pedro Aurelio de Gois Monteiro no cargo nos primeiros dias do conflito Na regiao da Serra da Mantiqueira na fronteira entre Minas Gerais e Sao Paulo as primeiras unidades governistas a chegarem a regiao de Passa Quatro foram o 11º Regimento de Infantaria de Sao Joao del Rei sob o comando do major Herculano Assumpcao o 4º Regimento de Cavalaria Divisionaria de Tres Coracoes sob comando do coronel Eurico Gaspar Dutra e o 10º Regimento de Infantaria de Juiz de Fora comandado pelo major Miguel Castro Ayres As forcas governistas entre Passa Quatro e Itajuba foram assim organizadas naquela frente de combate o destacamento das tropas do Exercito que cobriu a regiao de Passa Quatro e Tunel da Mantiqueira nos primeiros dias comandado pelo coronel do Exercito Eurico Gaspar Dutra que posteriormente com a consolidacao do front veio a ser comandado pelo coronel do Exercito Cristovao de Castro Barcelos o destacamento da Forca Publica do Estado de Minas Gerais e provisorios chamado de Brigada Sul cobrindo tambem Passa Quatro e a regiao fronteirica entre Minas Gerais e Sao Paulo comandado pelo coronel da Forca Publica Edmundo Lery Santos o destacamento da regiao do Pico do Itaguare e bairro do Batedor em Cruzeiro pelo tenente coronel da Forca Publica Mineira Jose Vargas da Silva e o destacamento da regiao de Piquete e Itajuba no extremo flanco esquerdo paulista composto por um batalhao do 10º Regimento de Infantaria de Juiz de Fora comandado pelo major Penedo Rocha Essas forcas por sua vez eram subordinadas ao comando da 4ª Divisao de Infantaria do Exercito entao chefiada pelo general Francisco Jorge Pinheiro Soldados federais no Vale do Paraiba Flagrante das tropas federais em acao Em manaca trem hospital das forcas governistas Peca de artilharia das tropas federais na Serra da Mantiqueira Destaque para o ilustre combatente JK sentado a esquerda entao capitao medico Comandantes das forcas governistas na regiao do Tunel da Mantiqueira ao centro o coronel Edmundo Lery Santos ladeado a direita pelo coronel Cristovao Barcelos Blindados Renault FT 17 do Exercito Federal na regiao do Pico do Itaguare O Vale do Paraiba e uma regiao repleta de serras e com terreno acidentado Por conta disso os combates foram encarnicados entre as tropas porem com o tempo prevaleceu a superioridade militar das forcas federais em numero de tropas armas automaticas municoes pecas de artilharia e aviacao As forcas regulares do coronel Euclydes Figueiredo no seu apice nao ultrapassaram 10 mil combatentes contando apenas com algumas dezenas de pecas de artilharia escassas metralhadoras e armas automaticas alem de insuficiente numero fuzis e municao para a quantidade de tropas disponivel Nao obstante com taticas defensivas conseguiram compensar parcialmente o deficit utilizando a vantagem do terreno e a grande quantidade de granadas de mao e morteiros produzidas pela sua industria Em contrapartida as forcas federais que operavam naquela regiao totalizaram ao longo do conflito cerca de 70 mil combatentes revezados ao longo dos combates apoiados por farto material belico com varias dezenas de pecas de artilharia e dezenas de milhares de metralhadoras e armas automaticas Comparativamente as tropas paulistas dispunham de uma arma automatica para cada grupo de cerca de 50 homens enquanto as tropas federais estavam equipadas com uma arma automatica para cada 3 homens A inferioridade militar obrigou no continuo recuo das tropas constitucionalista para retificar as persistentes infiltracoes na sua linha defensiva Com isso as forcas federais foram gradativamente ocupando diversas cidades paulistas do Vale do Paraiba como Queluz Sao Jose do Barreiro Areias Silveiras Cachoeira Paulista Cruzeiro Piquete e Lorena Entre os diversos combates ocorridos naquela regiao destaca se o de 20 de agosto no municipio de Cunha que resultou numa vitoria tatica das forcas paulistas Conforme detalhes apresentados em artigo na Revista Maritima Brasileira A 20 ocorre a surpresa O tenente coronel Mario Abreu cuidadosamente havia deslocado suas tropas em vasto movimento envolvente pelos dois flancos De Campos Novos 250 homens sob o comando do Tenente Meirelles do 4º Batalhao de Cacadores equipados com quatro metralhadoras Hotchkiss surpreendem proximo ao Monjolo a Forca Policial do Espirito Santo a qual debanda deixando no terreno mais de 60 mortos e consideravel quantidade de armamento As forcas da Marinha feito o vacuo a sua direita nao conseguem por sua vez avancar e veem se agora ameacadas a sua esquerda pelas forcas do Tenente Lacorte que avancavam de Lagoinha Eram 250 homens do 4º Batalhao de Cacadores e a retaguarda outros 110 do mesmo Batalhao vindos de Ubatuba comandados pelos Tenentes Assis Brasil e Zerbini coadjuvadas as forcas do Exercito pelo 4º 5º e 8º Batalhoes de Cavalaria Paulista sic e da Forca Publica sob o comando do Major Adonias Monteiro Ameacada de cerco a forca da Marinha recuou abandonando o espigao do Divino Mestre e indo fixar se no Taboao no dia 25 No dia 26 de agosto Nelson de Mello repassou o comando a Amaral Peixoto Terminara o combate Cunha resistira Afastara se a ameaca de envolvimento da frente paulista no Vale do Paraiba As tropas paulistas deixaram porem de explorar o sucesso obtido estabilizando se a frente com a ocupacao por estes do bairro de Aparicao Cunha havia resistido vitoriosamente enquanto necessario so cessando sua acao ao tornar se ela inutil pela queda das demais frente de combate resultantes da impossibilidade de continuar o combate para as forcas paulistas contra o rigoroso bloqueio naval e o assalto que sofria em toda a extensao de suas fronteiras O emprego da artilharia por ambos os adversarios foi intenso no conflito O ataque com essa arma costumeiramente precedia o de infantaria de modo a debilitar a posicao do adversario ou coloca lo em debandada assim favorecendo a eficacia do assalto das tropas de infantaria e cavalaria As tropas federais possuiam larga superioridade nessa arma empregando cerca de cinco vezes mais pecas de artilharia em relacao as tropas paulistas naquela frente de combate o que favoreceu em grande parte o avanco federal sobre as posicoes adversarias Nao obstante a artilharia paulista tambem contribuiu para a resistencia as forcas federais neutralizando ou retardando sua ofensiva Houve uma importante ocorrencia no dia 17 de julho de 1932 destacada nos boletins militares da 2ª D I O quando a bateria do capitao Arcy da Rocha Nobrega posicionada na Garganta do Embau e na retaguarda das trincheiras foi responsavel pelo primeiro tiro da artilharia das tropas paulistas contra as tropas federais entao posicionadas nos arredores da estacao ferroviaria de Manaca situada 5 km ao sul de Passa Quatro Na ocasiao o capitao reagiu a um fogo de barragem do adversario que hostilizava as tropas paulistas posicionadas na Serra da Mantiqueira e na acao obteve a destruicao de uma bateria adversaria Uma das testemunhas oculares desse evento foi Aureliano Leite entao advogado e presidente do MMDC que relatou o episodio no livro Martirio e Gloria de Sao Paulo 1934 Outra testemunha mais privilegiada daquele combate de artilharia foi o entao sargento do Exercito Antenor Coradi que naquele dia estava em um posto avancado situado em uma elevacao e de la pode observar toda a acao conforme relatou decadas depois Aquele pico foi envolvido por uma neblina salvadora causada pelo calor do sol em contraste com a umidade da mata Notava se uma boca vermelha cuspindo fogo e petardos de artilharia inimiga Nosso posto de observacao imediatamente se pos em contato com o Comando de Artilharia de Pereque Quase imediatamente os canhoes de grupo de Artilharia Pesada abriram fogo Por sobre nos percebia se o sibilar das granadas e depois o ribombar das pecas dos disparos que ecoavam repetidas vezes nas grotas Os primeiros nao acertaram de imediato os alvos Corrigidos pelo nosso Posto de Observacao os seguintes atingiram em cheio o ninho dos canhoes inimigos da artilharia de montanha dos legalistas Como se estivessem num estagio de futebol aquele torcida de soldados deram vivas e aplaudiram com entusiasmo os golacos que atingiam a meta dos adversarios Um soldado das tropas federais relatou outro ataque de artilharia ocorrido na regiao entre Queluz e Itatiaia no final do mes de julho Uma bateria de 75 do 2º R A M soffreu ha poucos dias um ataque inesperado da artilharia paulista nas proximidades de Engenheiro Passos Os nossos artilheiros ja haviam escolhido o local para collocar os seus canhoes Quando porem se iniciava o trabalho de collocacao comecaram a receber granadas do tal canhao mysterioso Foi uma coisa horrivel Morreram alguns dos nossos e varios cavallos tombaram attingidos por estilhacos O commandante da bateria determinou entao que se retirasse uma mesma peca de todos os canhoes depois do que se recuasse Era quase noite A ordem foi cumprida tendo se destacado na sua execucao um cabo quase menino que so deixou o local batido pela artilharia paulista depois de todo trabalho terminado O comandante do setor norte e o comandante do Exercito Constitucionalista respectivamente o coronel Euclides Figueiredo e o general Bertoldo Klinger alem de outros oficiais do levante tinham influencia da doutrina militar alema Desse modo boa parte das estrategias empregadas naquela frente de combate se basearam naquela doutrina com destaque para a defesa em profundidade Esta foi esclarecida pelo chefe do Estado Maior do setor sul o entao capitao Joaquim J A Bastos a qual consistia em camadas de linhas de defesa distribuidas entre postos avancados e trincheiras mais bem guarnecidas na retaguarda de modo a poupar recursos e retardar o maximo possivel o avanco das tropas adversarias impedir o envolvimento e corte da retaguarda alem de minimizar as baixas Com esse sistema sempre que uma camada de defesa se tornava insustentavel recuava se para trincheiras mais a retaguarda ja preparadas ou por concluir pelas unidades de engenharia construindo se novas fortificacoes mais atras e assim sucessivamente Com o emprego desse plano o desgaste das tropas federais foi substancial a despeito de sua superioridade em homens e em recursos belicos as quais tomavam as linhas de defesa ao custo de muito atrito de combate em baixas e dispendio de recursos Alem disso mesmo apos a tomada das posicoes as tropas federais precisavam recuar para se recomporem ou serem substituidas pelas tropas reservas levando dias para articularem uma nova ofensiva o que fazia as tropas paulistas ganharem tempo para tambem recomporem a sua defesa Entre 12 e 13 de setembro de 1932 as tropas paulistas recuaram sua linha de defesa para Engenheiro Neiva no municipio de Guaratingueta onde resistiram a ofensiva das tropas federais posicionadas em Lorena Essa acao de recuo contou com a cobertura do Trem Blindado nº 6 e do autoblindado FS 8 para retardar o avanco das forcas federais Com a nova posicao as forcas paulistas ficaram assim reorganizadas no flanco esquerdo o destacamento do major do Exercito comissionado tenente coronel Antonio Alexandrino Gaia situado entre o Rio Paraiba do Sul e a Serra da Mantiqueira tambem no flanco esquerdo e mais a retaguarda o destacamento do coronel Jose Joaquim de Andrade na posicao central o destacamento do major do Exercito comissionado tenente coronel Telemaco de Paula Rodrigues posicionado entre o Rio Paraiba do Sul e estrada de rodagem Rio Sao Paulo no flanco direito o destacamento do coronel do Exercito Antonio Paiva de Sampaio situado entre a estrada de rodagem e a Serra do Quebra Cangalha tambem no flanco direito e mais a retaguarda o destacamento do coronel da Forca Publica de Sao Paulo Jose Teofilo Ramos e o destacamento do coronel do Exercito Mario da Veiga Abreu dividido em dois contingentes na Serra da Mantiqueira e na Serra do Quebra Cangalha com a missao de cobrir as extremidades da linha de defesa paulista Em Guaratingueta as trincheiras das tropas paulistas eram alinhadas sentido noroeste sudeste e tinham como eixo a antiga estacao ferroviaria Engenheiro Neiva entao situada a 750 metros a nordeste da atual estacao indo da regiao da Serra do Quebra Cangalha ate a Serra da Mantiqueira Trata se do local da Ultima Trincheira a que Guilherme de Almeida fez referencia em seu famoso poema Oracao ante a ultima trincheira O poeta e imortal da Academia Brasileira de Letras foi combatente nesse setor durante aquele conflito e escreveu o poema quando da retirada geral das tropas paulistas dessa localidade Consta tambem que o municipio de Guaratingueta foi muito visado pela artilharia e pelos avioes vermelhinhos das tropas federais Setor leste e oesteVoluntarios paulistas na Estacao Barao Ataliba Nogueira distrito de Itapira em julho de 1932 Soldados do Trem Blindado nº 4 que atuou nos combates em Eleuterio em agosto de 1932 Voluntarios de Franca guardando a ponte ferroviaria entre as cidades de Igarapava e Delta em agosto de 1932 Trincheira paulista nos arredores de Amparo Guarnicao paulista na frente mineira de combate Artilharia paulista na regiao da Baixa Mogiana Essa frente de combate compreendia a regiao na divisa com Minas Gerais a nordeste norte e noroeste de Sao Paulo Era defendido por tropas mistas destacadas compostas por voluntarios e integrantes da Forca Publica de Sao Paulo e do Exercito A organizacao do setor foi considerada como uma das mais instaveis naquela campanha militar com sucessivas mudancas no comando e na organizacao das tropas Nas primeiras semanas os comandantes dos destacamentos respondiam ao Estado Maior da Forca Publica entao chefiado pelo coronel Francisco Julio Cesar de Alfieri Posteriormente foi oficializado comandante do setor o tenente coronel da Forca Publica Joao Dias de Campos que em 1º de setembro se afastou da funcao a pedido apos a queda do subsetor de Itapira tendo sido substituido pelo coronel de engenharia do Exercito Oscar Saturnino de Paiva Quinze dias depois este entregou o cargo para os coroneis da Forca Publica Eduardo Lejeune e Herculano de Carvalho e Silva que assumiram o comando do setor e dos destacamentos respectivamente ate a data da rendicao Na ocasiao o coronel Herculano acumulava tambem o comando geral da Forca Publica As tropas nesse setor eram organizadas da seguinte forma o destacamento da regiao de Mogi Mirim entre Socorro e Mococa comandado pelo tenente coronel da Forca Publica Joao Dias de Campos que posteriormente acumulou o comando de todo o setor o contingente da regiao de Franca Rio Grande Ribeirao Preto e de Barretos comandado pelo capitao Antenor Musa que depois foi substituido pelo major Junqueira o contingente da regiao entre Ribeirao Preto e Mococa comandado pelo tenente coronel Martiniano de Carvalho o contingente da regiao de Presidente Venceslau e Presidente Epitacio comandado pelo capitao Shakespeare Ferraz o contingente da regiao de Bauru comandado pelo major Genesio de Castro e Silva regiao que semanas depois ficou respectiva ao setor sul comandado pelo coronel Brasilio Taborda o contingente da regiao de Sao Jose do Rio Preto comandado pelo coronel da Forca Publica Eduardo Lejeune e por fim o contingente da regiao de Braganca Paulista comandado pelo major Labieno Gomes Algumas semanas apos o inicio do conflito os contingentes situados ao norte do estado da regiao de Mococa ate a de Presidente Epitacio ficaram sob o comando do coronel da reserva da Forca Publica Joviniano Brandao de Oliveira cujo posto de comando era exercido em Limeira Ao longo do conflito foram formados novos destacamentos como aquele comandado pelo capitao Romao Gomes que cobria a regiao entre Espirito Santo do Pinhal e Sao Joao da Boa Vista e o destacamento da regiao entre Amparo e Itatiba comandado pelo tenente coronel da Forca Publica Virgilio Ribeiro dos Santos Os primeiros batalhoes paulistas que seguiram para o setor leste tiveram o seu batismo de fogo ja na primeira semana de guerra Foi o caso do Batalhao Fernao Dias ou tambem Batalhao Paes Leme formado por civis voluntarios O 1º pelotao da 1ª Cia comandado pelo civil comissionado tenente Fernao de Morais Salles em 15 de julho recebeu ordens do comandante do batalhao o capitao Antonio Pietscher para tomar as cidades de Jacutinga Ouro Fino e Pouso Alegre As tropas federais antecipando um ataque paulista haviam cortado as linhas da estrada de ferro e destruiram os pontilhoes a fim de evitar avanco das forcas paulistas Estas por sua vez fazendo reconhecimento do terreno e repondo os trilhos foram avancando na tentativa de tomar Pouso Alegre Porem em 20 de julho a tarde na altura de Borda da Mata os paulistas foram atacados pela fuzilaria e artilharia da tropas federais vindas daquela cidade Estes reagiram e improvisaram a sua defesa em um combate que se estendeu ate a manha de 21 de julho Porem diante da inferioridade de tropas os paulistas decidiram recuar para Eleuterio com um saldo de dezenas de mortos e feridos Neste combate Fernao Salles comandante naquela unidade foi morto Ao centro medico Dr Felicio Fernandes Nogueira 1º a direita Mario Ferreira Mello Joanopolis SP regiao bragantina Na regiao mais ao norte e noroeste do estado tambem ocorreram importantes combates entre as tropas paulistas e as tropas federais do destacamento misto comandado pelo coronel Manuel Rabelo que contavam com o 6º Batalhao de Cacadores de Ipameri o 4º Batalhao de Infantaria da Forca Publica de Minas Gerais entre outras unidades Em 23 de julho de 1932 as 1ª e 2ª Cias do Batalhao General Marcondes Salgado comandado pelo major da Forca Publica de Sao Paulo Antenor Goncalves Musa partiram para frente de combate no norte paulista na regiao do Rio Grande e Rio Parana Na ocasiao o destacamento do coronel Manuel Rabelo ameacava invadir Sao Paulo a partir daquela fronteira e tambem ameacava cortar a ligacao entre Sao Paulo e o Mato Grosso Uma vez adentrado no territorio paulista os governistas ainda buscavam envolver e cercar as tropas paulistas da frente mineira de combate posicionadas na regiao de Mogi Mirim e Sao Joao da Boa Vista Entre julho e agosto de 1932 o Batalhao Marcondes Salgado esteve engajado em sucessivos combates com tropas federais no norte paulista ao longo das margens do Rio Parana e Rio Grande nas fronteiras entre Sao Paulo Minas Gerais e o atual Estado do Mato Grosso do Sul Os primeiros combates ocorreram em localidades como Barra Grande Maricota Antonio Prado Cemiterio Antunes Horacio Central Guaracy Porto Sape e Porto Isaac Na passagem pela cidade de Barretos e Sao Jose do Rio Preto a tropa paulista foi reforcada por algumas centenas de voluntarios locais formando com isso uma grande coluna que foi chefiada pelo tenente comissionado major Quintino de Freitas entao subcomandante do batalhao que teve a incumbencia inicial de retomar Porto Taboado uma localidade que havia sido invadida por tropas goianas e mineiras a partir do Rio Parana Em 11 de agosto a coluna paulista rumou para Porto Taboado regiao do atual municipio de Santa Fe do Sul em auxilio ao pequeno contingente local comandado pelo coronel da Forca Publica Eduardo Lejeune que ate entao defendia a localidade Nos dias seguintes ocorreram as maiores lutas travadas no norte paulista com os principais combates tendo ocorrido nos arredores da estrada Lussanvira Porto Taboado e em locais proximos a margem do Rio Parana Em Santa Fe do Sul as margens da antiga estrada boiadeira ha atualmente uma cruz rustica em memoria aos mortos nos combates de agosto de 1932 Em 17 de agosto apos intensos combates entre forcas de infantaria as tropas paulistas finalmente ocuparam Porto Taboado rechacando da regiao a coluna governista Os paulistas ali contaram tambem com o valioso reforco de uma Companhia vinda de Bauru comandada pelo capitao Antonio Ferreira da Silva do 4º Batalhao de Cacadores Voluntarios 4º B C V da Brigada do Sul do general Ataliba Leonel e tambem do reforco do contingente vindo de Lussanvira e Pereira Barreto comandado pelo major Santini que auxiliou na perseguicao e prisao das tropas federais O telegrama de um reporter correspondente do Jornal de Bauru deu conta das circunstancias da ocupacao daquela localidade Lussanvira 17 O Porto Taboado margem rio Parana foi esta manha ocupado por forcas tenente Quintino vindas Rio Preto que expulsaram de suas posicoes o contingente ditatorial ali entrincheirado A companhia do capitao Antonio Ferreira da Silva da Brigada do Sul que guarnecia esta estacao e que foi em perseguicao de uma patrulha ditatorial rumo aquele porto fluvial quando la chegou ja encontrou a localidade ocupada pelo tenente Quintino tendo feito alguns prisioneiros No setor leste foi onde atuou a famosa Coluna Romao Gomes que chegou a integrar cerca de mil e quinhentos combatentes entre voluntarios e soldados da Forca Publica de Sao Paulo comandados pelo entao capitao da Forca Publica Romao Gomes uma unidade que ao longo da guerra se consolidou como destacamento Consta que a Coluna Romao Gomes jamais perdeu uma batalha durante toda a sua campanha militar Segundo o coronel Herculano de Carvalho e Silva os comandantes Dias de Campos e Saturnino de Paiva falharam ao nao anteciparem a necessidade de recuo da linha de defesa e por nao terem construido previamente as devidas fortificacoes em linhas mais na retaguarda da posicao de combate a exemplo da preparacao estrategica realizada no setor norte e no setor sul as quais ate a rendicao possuiam defesas consistentes apesar das dificuldades na guerra como um todo O coronel de engenharia Saturnino de Paiva ao final de setembro chegou a iniciar a construcao de fortificacoes na Serra dos Cristais na regiao de Jundiai Porem as atividades foram paralisadas apos o inicio das tratativas para o armisticio A resistencia paulista do setor era improvisada conforme as circunstancias de combate sem se antecipar devidamente a acao militar do adversario e sem uma estrategia geral para o setor o que deixava mal coordenados os destacamentos Foram recorrentes situacoes em que um destacamento avancava e conquistava posicoes enquanto o destacamento vizinho recuava em debandada e avisava o comando geral da decisao somente a posteriori Tambem era comum o desencontro das proprias ordens entre os comandantes Por causa dessas falhas as forcas governistas conseguiram se infiltrar pela defesa paulista e ao identificarem a fragilidade da resistencia intensificaram a ofensiva visando a capital do estado para enfim debelar todo o levante Essa situacao culminou em sucessivas modificacoes na organizacao das tropas paulistas e no proprio comando geral daquele setor Um telegrama enviado pelo comandante Joviniano Brandao ao entao comandante geral da Forca Publica de Sao Paulo da uma nocao da ofensiva governista enfrentada pelos paulistas em meados de setembro Do coronel Joviniano Limeira ao comte Herculano S Paulo Fizemos prisioneiros hoje em Fundinho um segundo sargento dois cabos e sete soldados do 9 R I Aprendemos 2 M P 12 cofres de municao e alguma municao de fuzil que levavam o soldados e 10 mosquetoes As declaracoes do sargento dizem que o adversario marcha em tres colunas com os objetivos Amparo Campinas e Limeira Objetivo geral Campinas Dispoem de muita municao de artilharia e infantaria 12 avioes e 16 pecas de artilharia Estao agindo neste setor cerca de 12 000 homens compostos das seguintes unidades de que se lembra no momento 10 R I 9º R I 10º B C 23 B C 29º B C 6º B C 4º R C D 8º R A M 22º B C e 21 B C 25º B C 2 B E policias alagoanas pernambucanas e gaucha Comandam essas colunas coroneis Dornelas Dutra e Galdino Esteves Vou remeter lhos para Campinas de trem especial juntamente com os dois outros prisioneiros feitos hoje Saudacoes 12 9 32 As forcas governistas estimadas em cerca de 12 mil homens naquele setor combateram um contingente de tropas paulistas que na media da campanha militar foi tres vezes menor em relacao as adversarias Ao final de setembro de 1932 as cidades paulistas proximas a divisa com Minas Gerais estavam ocupadas por tropas leais a Getulio Vargas e as tropas constitucionalistas tinham a sua linha de defensa nos arredores da cidade de Campinas e Limeira Porem essas cidades estavam praticamente cercadas e a queda daquela posicao era iminente o que colocaria os governistas as portas da capital paulista e inviabilizaria a articulacao das outras frentes de combate Diante desse quadro o comando supremo do Exercito Constitucionalista e o comando geral da Forca Publica de Sao Paulo se resignaram e solicitaram ao comando das Forcas Federais a suspensao das hostilidades para dar inicio as tratativas para a rendicao Setor sulCombatentes paulistas em Itarare fotografados por Claro Jansson em julho de 1932 Soldados de um grupo de artilharia do Mato Grosso atuando na regiao do Rio das Almas em Capao Bonito em setembro 1932 Batalhao 14 de Julho em Itapetininga cujos integrantes foram academicos da Universidade de Sao Paulo e da Universidade Mackenzie Tropas paulistas a espera do combate no setor sul Trincheira paulista em Ligiana proximo ao Rio Paranapanema no municipio de Campina do Monte Alegre Interior de um trincheira paulista na regiao do Rio Paranapanema Aspecto do avanco da infantaria paulista no setor sul O setor sul compreendia a regiao fronteirica com o Estado do Parana e no inicio campanha militar era defendido por tropas paulistas mistas as quais respondiam ao Estado Maior da Forca Publica a exemplo do comando exercido no setor leste Nos primeiros dias do conflito a frente de combate de Itarare era comandada pelo tenente coronel da Forca Publica de Sao Paulo Pedro de Morais Pinto Mais ao sul da fronteira em Capela da Ribeira atual municipio de Ribeira a posicao era defendida por um pequeno contingente misto formado pelo 9º Batalhao e pelo 2º esquadrao de cavalaria da Forca Publica sob comando pelo tenente coronel Azarias Silva Mais ao norte na regiao de Ourinhos a posicao era defendida por um destacamento comandado pelo coronel da reserva da Forca Publica Pedro Dias de Campos A regiao de Itarare era considerada o principal teatro das operacoes para ambos os adversarios porem nos primeiros dias da campanha foi a posicao menos guarnecida pelas tropas paulistas dada a crenca na promessa de apoio as tropas do Rio Grande do Sul uma expectativa frustrada logo na primeira semana da guerra Em 12 de julho o general Guilhermino Ribeiro Cruz comandante da 5ª Divisao do Exercito enviou as vanguardas das forcas federais do sul aquela posicao iniciando as primeiras medidas para a ofensiva e avanco sobre Sao Paulo para sufocar as forcas revolucionarias paulistas Em 16 de julho o general Valdomiro Castilho de Lima chegou aquela praca de guerra e assumiu o comando dos destacamentos governistas O plano das tropas federais coordenadas com os demais destacamentos governistas previa ainda o deslocamento de tropas da 5ª Divisao Militar pela linha ferrea e pelas estradas de rodagem por Itarare por Capela da Ribeira e por Ourinhos ocupando de imediato o eixo da Estrada de Ferro Sorocabana Com isso completavam o cerco somando se a concentracao de efetivos no Vale do Paraiba que guardavam as linhas de comunicacoes rodoviarias e ferroviarias com o Rio de Janeiro e com os contingentes na frente mineira e no litoral paulista bloqueado pela Armada Brasileira Naquela frente de combate ao longo do conflito as forcas paulistas foram assim organizadas o destacamento da regiao do Baixo Paranapanema na linha entre Presidente Epitacio passando por Ourinhos e Chavantes ate Itaporanga sob comando do coronel da reserva da Forca Publica de Sao Paulo Pedro Dias de Campos Essa forca foi dividida em duas coluna a primeira responsavel pela defesa da linha Rio Parana Ourinhos e a segunda responsavel pela defesa da linha Chavantes Itaporanga esta comandada pelo 1º tenente da Forca Publica comissionado major Naul de Azevedo No final de julho a coluna do major Azevedo abriu uma cabeca de ponte sobre o territorio paranaense flexionando a linha para conter o avanco das tropas federais que vinham do sul Para tanto tomou as cidades de Cambara Bandeirantes Jacarezinho Santo Antonio da Platina e Ribeirao Branco conquistando adesoes nessas localidades como foi o caso de Ribeirao Branco O extremo sul paulista na localidade de Capella da Ribeira atual cidade de Ribeira a posicao era defendida por um pequeno contingente misto sob comando pelo tenente coronel da Forca Publica Azarias Silva ate sua queda em 31 de julho Com o recuo da linha de defesa para o interior do estado na regiao do Alto Paranapanema foi estruturado um grande setor de combate comandado pelo coronel do Exercito Brasilio Taborda cujas defesas foram organizadas da seguinte forma o destacamento da regiao de Buri e Campina do Monte Alegre a cargo do coronel da reserva do Exercito Christiano Klingelhoefer o destacamento da regiao de Buri e Capao Bonito a cargo do major da Forca Publica Jose Anchieta Torres um pequeno destacamento de ligacao em Campina do Monte Alegre chefiado pelo 1º tenente do Exercito comissionado tenente coronel Luiz Carneiro de Castro e Silva o destacamento da regiao de Angatuba e Bom Sucesso atual Paranapanema pelo tenente coronel de Exercito Milton de Freitas Almeida na regiao mais ao sul em Apiai e Guapiara um destacamento comandado pelo major da Forca Publica Luis Tenorio de Brito que em 2 de agosto de 1932 apos o recuo da linha para Guapiara foi substituido pelo destacamento comandado pelo tenente coronel Pedro de Morais Pinto fazendo ligacao com o destacamento do litoral sul paulista a partir de Xiririca atual Eldorado Em meados de agosto o major Tenorio de Brito assumiu o comando de um pequeno destacamento de ligacao na regiao de Lygiana no municipio de Campina do Monte Alegre Ao final de agosto o tenente coronel Morais Pinto foi substituido no comando do destacamento pelo coronel da Forca Publica Alvaro Martins Naquela frente de combate a Brigada do Sul organizada e comandada pelo coronel Ataliba Leonel composta por sete batalhoes de infantaria reforcou as defesas daqueles destacamentos As forcas paulistas do Alto do Paranapanema contavam ainda com destacamentos de cavalaria que exerciam atuacao movel empregando manobras de contencao e fustigando as tropas governistas pela sua retaguarda para reduzir a pressao sobre os destacamentos de infantaria As principais forcas de cavalaria foram o Regimento de Cavalaria do Rio Pardo comandado pelo capitao da Forca Publica Alfredo Garcia Feijo e o destacamento de cavalaria comandado pelo major da Forca Publica Sebastiao do Amaral As principais forcas federais naquela frente de combate eram organizadas da seguinte forma o destacamento em Itarare sob comando do coronel Joao Siqueira de Queiroz Sayao entao comandante do 13º Regimento de Infantaria de Ponta Grossa na regiao norte de Itarare em Faxina atual Itapeva e Itabera a cargo do destacamento do coronel Francisco Jose da Silva Junior no flanco direito governista na regiao de Ribeirao Branco e Capinzal e posteriormente entre Apiai e Guapiara a cargo destacamento comandado pelo tenente coronel Boanerges Lopes de Souza entao comandante do 13º Batalhao de Cacadores de Joinville na regiao do Baixo Paranapanema entre Itaporanga passando por Ourinhos ate Presidente Epitacio um destacamento compostos por tropas mistas e nao regulares comandado pelo general da antiga Guarda Nacional Joao Francisco Pereira de Souza dessa forca ainda derivado um pequeno destacamento constituido por provisorios da Brigada Militar do Rio Grande do Sul BMRS na regiao entre Itaporanga Chavantes e no norte do Parana comandado pelo general Elisiario Paim Filho em Capela da Ribeira atual Ribeira inicialmente um pequeno contingente da Forca Publica do Parana comandado pelo capitao da cavalaria do Exercito Nelson Palmeiro Pinto Dias constituido por um esquadrao de cavalaria e por pelotoes do 1º Batalhao da Forca Publica do Parana os quais posteriormente foram incorporados ao destacamento do coronel Ayrton Plaisant entao comandante geral da Forca Publica Paranaense que ao longo do mes de agosto avancou sobre Apiai Guapiara e Xiririca atual Eldorado Quando os combates alcancaram a regiao de Buri e do Alto Paranapanema portanto ampliando a extensao do frente de combate foram constituidos novos destacamentos entre as forcas federais a partir das tropas da reserva do comando o destacamento a cargo do tenente coronel do Exercito Argemiro Dornelles posicionando o seu efetivo na vanguarda da regiao de Buri e Capao Bonito em ligacao com o destacamento do tenente coronel Boanerges o destacamento do tenente coronel de Exercito Joao Marcelino Ferreira e Silva entao comandante do 14º Batalhao de Cacadores 14º BC de Florianopolis atuando na regiao do Rio das Almas em Capao Bonito No Rio Grande do Sul antes do levante o interventor do estado o general Jose Antonio Flores da Cunha havia assegurado sua palavra de honra de que o Rio Grande nao faltaria aos compromissos assumidos com os constitucionalistas Porem uma vez deflagrada a insurreicao civil e militar manteve se em atitude indecisa Em 10 de julho para surpresa dos seus aliados gauchos e paulistas o general escolheu o lado do governo e declarou publicamente apoio a Getulio Vargas Flores da Cunha era ate entao reconhecido como um dos mais comprometidos e engajados conspiradores contra o regime de Getulio Vargas no Rio Grande do Sul Em 11 de julho o 1 º esquadrao do 5º Regimento de Cavalaria Divisionaria de Castro 5º R C D com dois pelotoes reforcado com uma secao de metralhadoras leves sob comando do 1º tenente Cassiel Cileno partiu de trem para Jaguariaiva onde chegam na manha de 12 de julho Na plataforma da estacao o seu comandante sofreu um acidente e ficou gravemente ferido tendo sido substituido pelo 1º tenente Carlos de Almeida Assuncao De la seguiu um pelotao de reconhecimento para Itarare em territorio paulista Apos ciencia do ocorrido o comando do 8º Batalhao de Cacadores Paulista 8º B C P da Forca Publica de Sao Paulo em Itapetininga enviou como medida de seguranca uma Cia reduzida com 200 homens sob comando do major Jose Garcia e auxiliado pelo capitao Jose Guedes da Cunha que fez pacificamente o pelotao do 5º R C D recuar para Senges em territorio paranaense Ainda naquele dia chegaram em Jaguariaiva o 1 º e 2º Batalhoes do 13 º Batalhao de Infantaria Blindado de Ponta Grossa comandados pelo major Jose Ricardo de Morais da Veiga Abreu cujo irmao o tenente coronel Mario da Veiga Abreu havia aderido a Revolucao Constitucionalista tendo comandado tropas no municipio de Cunha Entre 16 e 18 de julho ocorreram no municipio de Itarare as primeiras hostilidades do setor sul entre o Exercito Constitucionalista e das Forcas Federais do Sul O plano inicial previa que as forcas de Sao Paulo deveriam agir como elemento de guarda e protecao do grosso das tropas as quais supostamente iriam aderir a Revolucao Constitucionalista vindo do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso O plano repetia a campanha revolucionaria de outubro de 1930 Em 15 de julho chegou a praca militar de Itarare o Batalhao paulista 14 de julho as demais Cias do 8º B C P da Forca Publica e o 1º e 3º Esquadroes do Regimento de Cavalaria RC da Forca Publica de Sao Paulo FPSP constituindo um grande destacamento comandado pelo tenente coronel Pedro de Morais Pinto entao comandante do 8º B C P O tenente coronel instalou o seu Posto de Comando naquela cidade somente em 16 de julho Em 16 de julho ao assumir o comando das Forcas Federais do Sul em Senges o general Valdomiro de Lima dissolveu o restante do 5º RCD passando seu material efetivo para o 3º Regimento de Cavalaria 3º RC da BMRS sob comando do tenente coronel Jorge Pellegrino Castiglioni que chegou ao teatro de operacoes junto com o general O 3º RC tomou posicao em direcao ao Passo do Cipriano a noroeste de Itarare Os oficiais da Brigada Militar estreitamente leais ao chefe do Partido Republicano Rio Grandense Borges de Medeiros que na ocasiao era um dos lideres da Revolucao Constitucionalista no Rio Grande do Sul chegaram as fronteiras de Sao Paulo sem saberem se iriam confraternizarem com o Exercito Constitucionalista ou combate los Cavalaria Gaucha entrando na cidade de Itarare em julho de 1932 Grupo de soldados da artilharia federal Oficiais do 1º Batalhao da Forca Militar do Parana Sepulturas dos soldados federais tombados no combate de Itarare em 18 de julho de 1932 Tropas federais do Corpo Auxiliar da Brigada Militar do Rio Grande do Sul O Batalhao 14 de julho na viagem para Itarare constatou que durante a troca dos fuzis antes da partida dos 48 mil tiros que levou somente 12 mil serviriam nas armas novas o que fez o restante da municao ser devolvida com urgencia para a capital paulista Isso fez com que houvesse apenas 50 cartuchos para cada soldado naquele combate Chegando a Itarare o batalhao ficou na reserva aquartelado O seu comandante o major Mario Rangel inspecionou as linhas de defesa de Itarare e constatou que nao havia ainda nenhuma fortificacao seria a nao ser pequenas guarnicoes na estrada de ferro na estrada de rodagem e no passo do Rio Itarare Diante da situacao imediatamente alertou o comandante do destacamento que logo despachou ordens para reforcar as defesas A posicao mais mal guarnecida pelas forcas paulistas foi a regiao norte de Itarare em um local conhecido como Passo do Cypriano Essas tropas tambem estavam sem os devidos suprimentos e apoio logistico que na ocasiao ainda estavam por ser organizadas e enviadas ao front Em 16 de julho as tropas paulistas foram de subito atacadas por tropas federais comandadas pelo general Valdomiro Lima que manobraram precisamente pela regiao norte de Itarare pelo Passo do Cypriano adentrando em territorio paulista e ameacando o corte da retaguarda das tropas constitucionalistas na altura de Ibity situacao que culminaria com a queda de Itarare em 18 de julho Essa demora de uma semana para organizar a defesa paulista em Itarare foi fatal para o Exercito Constitucionalista uma falha em grande parte ocorrida pela crenca nos apoios prometidos do Rio Grande do Sul Por causa disso as tropas constitucionalistas perderam tempo precioso pela incerteza e indecisao enquanto o general Valdomiro organizava os destacamentos e tomava posicoes de grande importancia tatica para a ofensiva contra as forcas paulistas A partir de 16 de julho a atividade desenvolvida naquela praca de guerra passou a ser intensa A tranquila cidade de Itarare foi transformada em agitada praca militar O 8º B C P e os 1º e 3º Esquadroes do Regimento de Cavalaria da Forca Publica enfim ocuparam trincheiras nas imediacoes da cidade Ainda em 16 de julho chegou a Itarare um aviao da Forca Publica de Sao Paulo pilotado pelo 2º tenente comissionado da Forca Publica Joao Sylvio Hoeltz que realizou voos de observacao constantes mesmo a noite para identificar as movimentacoes das tropas federais Tambem naquele dia reforcando a confusao e as vesperas do combate o major Mario Rangel foi substituido do comando do Batalhao 14 de julho pelo major Jose Garcia que assumiu interinamente Nas forcas federais o plano de ataque elaborado pelo general Valdomiro de Lima incluiu dois destacamentos principais o destacamento coronel Joao de Siqueira Queiroz Sayao que teve a missao de atacar Itarare frontalmente a partir de Morungava composto pelo 13º RI de Ponta Grossa com 730 soldados pelo 9º Regimento de Artilharia Montado 9º RAM com 330 soldados e pelo 5 º Grupo de Artilharia Montado 5º GAM com 220 soldados o destacamento do coronel Francisco Jose da Silva Junior com o 3º Regimento de Cavalaria 3º RC da Brigada Militar Gaucha com 312 soldados a pe e 140 a cavalo o 2º Batalhao de Cacadores 2º BC com 265 soldados o 14º Batalhao de Cacadores 14º BC com 350 soldados o 15º Batalhao de Cacadores 15º BC com 130 soldados uma secao do 5º G A M com 38 soldados e uma secao do 5º Batalhao de Engenharia 5º BE com cerca de 20 soldados e por fim na reserva do comando o 2º Batalhao do 8º Regimento de Infantaria 8º RI de Passo fundo com 284 soldados uma Cia do 5º BE com 100 soldados e o 13º Batalhao de Cacadores 13º BC com 287 soldados Essas forcas de reserva nas semanas seguintes iriam constituir novos destacamentos conforme foi sendo ampliada a frente de combate e as necessidades de manobras A 00h00 de 17 de julho as tropas das forcas federais do sul se movimentaram para o ataque principal sobre as tropas paulistas em Itarare O destacamento Silva Junior iniciou a passagem e tomada do Passo do Cipriano a noroeste de Itarare O destacamento Sayao a partir da posicao frontal em Itarare tinha a missao de atacar com sua artilharia assim que o Destacamento Silva Junior alcancasse o seu objetivo a fim de distrair a atencao do Exercito Constitucionalista e assim garantir o sucesso da ofensiva pelo flanco direito das tropas paulistas O 3º RC da BMRS foi o primeiro a atravessar o Passo do Cipriano aprisionando a guarnicao paulista destacada na fazenda Cipriano Mello fazendo prisioneiros um cabo e onze soldados do Regimento de Cavalaria da Forca Publica de Sao Paulo porem deixando escapar outras dezenas de soldados Durante a madrugada o 14º BC se perdeu do seu objetivo e foi substituido pelo 2º BC do 8º RI A artilharia do destacamento do coronel Sayao iniciou o bombardeio prematuramente sem o devido avanco do destacamento Silva Junior cuja acao de manobra ficou prejudicada pois a secao do 5º BE que estava a reparar a ponte sobre o Passo do Cipriano nao conseguiu terminar o servico a tempo Com isso a infantaria e artilharia do destacamento foram obrigadas a contornar o caminho e atravessar uma parte baixa do Rio Itarare com a agua pelo peito O inicio do ataque governista nas demais posicoes tambem foi prejudicado pois no primeiro disparo de artilharia efetuado um dos dois canhoes do destacamento do coronel Sayao foi danificado restando inutilizado O bombardeio prosseguiu so com o segundo canhao Apesar dos percalcos a batalha ha dias esperada foi enfim iniciada plenamente Na manha de 17 de julho no lado constitucionalista o tenente coronel Pedro de Morais Pinto buscou reforcar as linhas de defesa ao enviar a 3ª Cia do Batalhao 14 de julho comandada pelo tenente Benedito Dorival Monteiro A 1ª e 2ª Cias ficaram em reserva na cidade junto com a recem chegada bateria de 6 pecas de 75 mm do Regimento Misto de Artilharia RAM de Campo Grande As 10h30 no lado federal o coronel Silva Junior ordenou ao 3º RC para prosseguir e aprisionar o 4º Esquadrao da cavalaria paulista comandado pelo capitao Sebastiao do Amaral recem chegado a praca de guerra Porem na estrada o 3º RC caiu em uma emboscada das tropas do capitao Amaral As 13h00 o 3º RC finalmente atingiu o seu objetivo e entrou em combate com as linhas principais do Exercito Constitucionalista porem os gauchos nao conseguiram progredir e necessitaram de reforcos O destacamento do coronel Sayao manteve continuo bombardeio sobre as linhas paulistas ao mesmo tempo em que os dois batalhoes do 13º RI progrediram em direcao ao leste para tentar completar o envolvimento das tropas paulistas O 1º Batalhao do 8º RI entao avancou a partir de Senges em direcao ao Morro do Pelame para ultrapassar o 14º BC e continuar a linha do 13º RI O combate entao se generalizou em toda a linha das tropas constitucionalistas desde a regiao sul ate a regiao norte de Itarare ao largo da fronteira com o Parana Ao longo do dia 17 de julho as tropas paulistas sustentaram a forte ofensiva das tropas federais repelindo as incursoes dos assaltantes Entre os combatentes voluntarios do 14 de julho que experimentavam o seu batismo de fogo a maioria foi para as linhas sem nem mesmo saber carregar o fuzil contando com apenas 50 cartuchos de fuzil para cada combatente uma quantidade de municao insuficiente para sustentar a ofensiva federal Na tarde de 17 de julho o 2º tenente Joao Sylvio Hoeltz sobrevoou as posicoes federais em Morungava bombardeando sem exito a artilharia governista Com o ataque federal ininterrupto por volta da 17h30 as linhas do Exercito Constitucionalista na altura da Fazenda Barreiro logo apos a Fazenda Cipriano Mello foram enfraquecidas com o bombardeio de artilharia realizado ao longo do dia e com a pressao de todo o destacamento do coronel Silva Junior e comecaram a ceder terreno Com isso as forcas federais conseguiram transpor o Ribeirao do Onofre ocupando a Fazenda Barreira e apreendendo material de guerra abandonado O comandante do 3º RC o tenente coronel Jorge Pellegrino Castiglioni tambem simpatizante dos constitucionalistas recebeu entao ordens para ainda naquela noite enviar um esquadrao para cortar a linha de retirada do Exercito Constitucionalista na altura de Ibity Porem o comandante nao cumpriu a missao apesar das reiteradas ordens alegando que so a faria em dia claro Em Itarare com o cair da noite o contato entre os adversarios foi rompido sem grandes progressos para as forcas federais com as forcas constitucionalistas ainda mantendo a resistencia As 08 00 horas da manha de 18 de julho um espiao em favor das forcas federais localizou o campo de aviacao paulista de Itarare e lancou um foguete de artificio para sinalizar a posicao para a artilharia federal O destacamento do coronel Sayao entao iniciou o bombardeio visando o local e tambem o Posto de Comando do tenente coronel Pedro de Morais Pinto As granadas explodiram a cerca de 500 metros do centro da cidade O destacamento do coronel Silva Junior retomou o avanco as 10h00 da manha progredindo sem resistencia ate as 12h00 quando entao as tropas constitucionalistas abriram fogo em semicirculo dentro de um matagal barrando a progressao ditatorial que avancava em campo aberto ascendente A emboscada do Exercito Constitucionalista surtiu efeito causando confusao entre as tropas governistas A secao de metralhadoras do capitao Severino Antonio da Cunha acabaram por atingir a retaguarda do 3º RC da BMRS que avancava a sua frente atingindo suas proprias tropas Naquela altura o combate se estendia por dois quilometros de linhas constitucionalistas As 10h00 da manha foi enviada para as trincheiras no flanco esquerdo a 2ª Cia do Batalhao 14 de julho com a missao de proteger a artilharia constitucionalista Os artilheiros constitucionalistas com sua bateria de 6 pecas dispararam 30 tiros contra as posicoes federais Em compensacao a artilharia federal com duas baterias que somavam 12 pecas de 75 mm responderam com quase o dobro de disparos com relativa precisao No inicio da tarde de 18 de julho a situacao comecou a se definir favoravel para o lado federal que contava com superioridade numerica e vantagem de manobra Naquele momento a ultima reserva das tropas constitucionalistas a 1ª Cia do 14 de julho foi enfim enviada para a linha de frente ocupando o flanco norte Porem naquele momento ja havia tropas constitucionalistas debandando para a retaguarda contagiando as demais O oficial Rodrigues Alves tentou conter esses soldados conseguindo que alguns retornarem ao combate porem naquela altura as trincheiras ja estavam sendo tomadas por tropas federais Os combatentes do 14 de julho naquele momento apenas se estenderam em linha a margem da estrada de rodagem em campo aberto e mal guarnecido As 15h15 de 18 de julho tropas do 3º RC da Brigada Militar Gaucha tomaram uma trincheira constitucionalista do 8º BCP fazendo 27 prisioneiros A intensidade do combate foi tamanha que os soldados gauchos chegaram a ficar sem municao Naquela altura entre os constitucionalistas a situacao passou ao descontrole e antes das 16h00 o flanco norte cedeu completamente Naquela tarde chegou a Itarare o coronel Christiano Klingelhoefer que assumiu o comando do destacamento Apos avaliar ligeiramente a situacao de toda a frente de combate constatou a iminencia do envolvimento das tropas paulistas pelas tropas federais o que representava uma ameaca de esmagamento de todo o destacamento Dada a situacao ordenou a imediata retirada de toda a tropa das linhas de frente e do perimetro urbano de Itarare em direcao a estacao ferroviaria de Ibity O general Valdomiro ao ter observado recuo das tropas paulistas determinou a artilharia que poupasse a cidade concentrando os seus tiros a retaguarda paulista na direcao da estrada de ferro Naquele dia no flanco sul em Itarare o destacamento do coronel Sayao conseguiu progredir com o 13º RI e o 8º RI No lado federal a situacao tambem se tornou dificil apesar do sucesso da ofensiva houve diversas baixas entre mortos e feridos e grande fadiga entre os demais combatentes o que reduziu substancialmente o impeto para novos avancos Com o esgotamento as tropas federais suspendem a ofensiva com isso foi afastado temporariamente o risco de perseguicao e corte da retirada das tropas paulistas que conseguiram realizar a retirada geral com todo o seu equipamento de guerra O destacamento do coronel Silva Junior recebeu entao o reforco do 13º Batalhao de Cacadores que ate o momento estava na reserva do comando Em Itarare o embarque das tropas paulistas foi realizado sem muita ordem A artilharia paulista foi recolocada nos trens e enviada para a retaguarda em Itapetininga As tropas do 8º BCP da Forca Publica ocuparam alguns comboios mas os voluntarios do Batalhao 14 de julho nao embarcaram no trem por falta de espaco e realizaram a marcha de retirada a pe pela estrada O capitao Sebastiao do Amaral comandante do 4º Esquadrao do RC da FPSP conseguiu reagrupar os 1º e 3º Esquadroes e com essa forca movel conseguiu durante toda a noite e pela manha cobrir a retirada geral das tropas paulistas realizando fogo de cobertura sobre algumas patrulhas do 3º RC do BMRS O Batalhao 14 de julho embora praticamente nao tenha entrado em combate ficou desmoralizado com soldados ficando por quase 30 horas sem alimentacao e ainda obrigados a realizar marcha a pe ate a estacao de Ibity durante a noite La uma parte do Batalhao recebeu ordens de cobrir tambem a retirada do Exercito Constitucionalista Horas mais tarde essa tropa enfim embarcou no trem superlotado rumo a Faxina atual Itapeva Apesar da retirada bem sucedida o comando das tropas constitucionalista nao aproveitou essa vantagem pois deixou de realizar importantes destruicoes na linha de trem que poderiam retardar em alguns dias o avanco do inimigo No combate em Itarare ao todo foram feitos 45 prisioneiros constitucionalistas 40 homens do 8º BCP e 5 homens do 3º esquadrao do RC que foram obrigados a trabalhar no servico de terraplenagem do campo de aviacao e outros servicos em favor das tropas federais Na cidade de Sao Paulo o comando Quartel General do Exercito Constitucionalista acompanhou apreensivo o desenrolar da batalha de Itarare e ao tomar ciencia das ocorrencias do dia 18 de julho enviou como reforco nas primeiras horas do dia seguinte a 1ª Cia do 6º BCP de Santos comandada pelo major Arlindo de Oliveira Tambem foi enviado como reforco o 2º Batalhao Auxiliar da Forca Publica conhecido como Batalhao Marcilio Franco que somava cerca de 1 500 combatentes voluntarios sendo 300 de Pirassununga 300 da Penha e 670 de Santo Amaro estes ultimos constituindo posteriormente o Batalhao Borba Gato Nos dias seguintes outras unidades paulistas regulares e nao regulares rumariam para aquela frente de combate para reforcar a resistencia ao avanco das tropas federais Na manha de 19 de julho o coronel Klingelhoefer julgando nao ter condicoes de resistir a novo ataque federal na localidade entre a Estacao de Ibity e a Estacao de Engenheiro Maia retraiu novamente as tropas em direcao a Faxina Ainda naquele dia o general Valdomiro Lima enviou o 13º RI para ocupar Itarare Entre 19 e 20 de julho chegaram as primeiras tropas do Batalhao Marcilio Franco junto a uma Cia do Corpo de Bombeiros da Forca Publica trazendo tambem municao e armamentos As tropas federais nos dias seguintes prosseguiram o avanco sobre o territorio paulista tomando Faxina e ameacando Buri Em 22 de julho apos a queda de Itarare e Faxina o general Bertoldo Klinger comandante supremo do Exercito Constitucionalista nomeou o coronel do Exercito Brasilio Taborda para o comando dos destacamentos das tropas constitucionalistas da frente sul para com urgencia reorganizar as defesas Em Buri ainda naquele dia as tropas paulistas ja sob o comando do coronel Taborda improvisaram as pressas a sua linha de resistencia contando ainda com a ajuda do Trem Blindado nº 1 para conter o avanco das tropas federais que ja estava as portas daquela cidade Entre 24 e 27 de julho nos arredores da cidade houve entao aquilo que se denominou mais tarde como a Primeira Grande Batalha de Buri Com essa resistencia as forcas paulistas conseguiram conter por varias semanas os adversarios naquela localidade A partir de entao as forcas federais nao teriam mais avancos faceis enfrentando renhidas batalhas e sofrendo grande atrito de combate ao longo de 72 dias de luta Anos depois em depoimento o coronel Azarias Silva assim descreveu as circunstancias e razoes da queda de Itarare e recuo das tropas para Buri As tropas estacionadas em Itarare por um equivoco imperdoavel deixaram de guarnecer o Passo do Cypriano situado ao norte a 12 kilometros a nordeste de Itarare por onde em 1930 entraram as tropas gauchas e que era logico que as que em 1932 vinham contra Sao Paulo fizessem a mesma coisa Os inimigos depois de atravessarem o Passo do Cypriano rumaram para Ibity com o fito de cortar a retaguarda do destacamento Moraes Pinto Por felicidade surgiu o Coronel Klingelhoeffer que com a sua visao perfeita da situacao determinou a retirada das referidas tropas para Ibity e dahi para Faxina salvando dessa forma todo o destacamento composto de 1 700 homens Critica se a retirada de Itarare sem a destruicao da linha ferrea Mas o que se podia fazer a tropa que guarnecia aquelle sector si nao possuia nem um cartucho de dynamite e nem mesmo uma picareta ou marreta Entre as forcas federais em operacao no front de Itarare e Itapeva houve o emblematico episodio do tenente coronel do Exercito Plinio Alves Monteiro Tourinho que do Parana se recusou a lutar contra as tropas paulistas manifestando ainda desejo de aderir a causa constitucionalista Contudo esse comandante foi recolhido detido ao Rio de Janeiro entao capital federal Tambem houve muitas adesoes entre os paranaenses com boa parte deles integrando o 9º Batalhao de Cacadores da Reserva 9º BCR Em 23 de julho tambem chegaram a Sao Paulo oito jovens academicos que cursavam a Universidade Federal do Parana depois de terem viajado 120 quilometros a pe por florestas e banhados com o fito de alcancar Sao Paulo e oferecer os seus servicos a causa da Revolucao Kleper Goncalves Palhano agrimensor maranhense Eloy dos Santos mineiro Nelson Straub estudante de medicina paranaense Paulo Ferreira de Barros estudante de medicina paulista Arthur Campanha Affonso estudante de medicina paulista e Octavio do Amaral Carvalho estudante de direito paulista Na regiao de Ourinhos no Baixo Paranapanema o destacamento do coronel Pedro Dias de Campos ficou responsavel pela resistencia daquela posicao Logo nos primeiros dias do levante organizou suas defesas ao largo da fronteira com o Estado do Parana Suas tropas inicialmente eram formadas pelo 9º B C P de Bauru entremeado de voluntarios civis de Avare os quais compunham a defesa desde Itaporanga ate Presidente Epitacio com as posicoes principais em Ourinhos Chavantes e Fartura O chefe do Estado Maior do destacamento era o tambem coronel reformado da Forca Publica de Sao Paulo Jose Sandoval de Figueiredo Em 19 de julho essas tropas buscaram a adesao das guarnicoes da policia do norte paranaense e para tanto publicaram comunicados conclamando sua adesao a Revolucao Em 31 de julho a coluna do 1º tenente Naul de Azevedo ocupou a cidade paranaense de Ribeirao Claro onde a tropa paulista foi bem recebida pela populacao simpatica aos paulistas e a causa constitucionalista Ainda naquela cidade o tenente obteve a adesao das autoridades locais e de diversos voluntarios que formaram um batalhao local e se incorporaram a sua coluna conforme comunicado da epoca do prefeito ao Governador Pedro de Toledo Comunico vos que nesta cidade paranaense esta se formando sob indescritivel entusiasmo um batalhao que se incorporara imediatamente as Forcas Constitucionalistas sob o nome Caravana Academica Paranaense Saudacoes a J Monteiro de Barros prefeito municipal Ribeirao Claro Houve ainda outras adesoes nas cidades vizinhas Na sequencia o tenente Naul de Azevedo iniciou a tomada das cidades de Jacarezinho Bandeirantes Santo Antonio da Platina de Cambara e da Vila de Leoflora porem nessas localidades enfrentou razoavel resistencia das guarnicoes locais leais ao Governo Federal Em 4 de agosto entre Jacarezinho e Santo Antonio da Platina durante uma patrulha com 10 homens nas proximidades da ponte do Rio Jacarezinho as forcas de Naul de Azevedo tiveram o primeiro contato com a tropa governista naquela regiao dando combate por doze horas que resultou na fuga dos adversarios A tomada de Jacarezinho Santo Antonio da Platina e Bandeirantes contou com o concurso do Batalhao de Presidente Prudente comandado pelo tenente coronel Miguel Brisolla de Oliveira que assumiu a defesa daquelas tres cidades A defesa em Cambara foi entregue a uma Cia de Granadeiros do Batalhao Floriano Peixoto e as tropas de Naul de Azevedo assumiram a defesa de Ribeirao Claro preservando assim a posicao por alguns dias Nao obstante com o recrudescimento dos combates e com a escassez de municao e recursos gerais para as tropas alem da perda da importancia tatica da posicao aquelas tropas receberam ordens do Chefe do Estado Maior da Forca Publica para retornar para o territorio paulista o que ocorreu entre os dias 8 e 9 de agosto Apos a travessia do Rio Paranapanema as tropas dinamitaram as pontes fronteiricas e tomaram posicoes na margem paulista aproveitando as defesas naturais e vantagem do terreno A partir de entao se engajaram numa longa resistencia contra as forcas federais apenas a partir da margem leste do rio Com a queda das cidades mais ao sul daquela regiao como Buri Itaporanga e Taquary o coronel Pedro Dias de Campos foi obrigado a flexionar a sua linha de defesa para a regiao de Ribeiropolis atual Taguai A ocupacao federal da regiao de Ourinhos foi realizada por Salto Grande na madrugada de 26 de setembro de 1932 quando tropas do destacamento do coronel Moreira Lima atravessaram por meio de canoas o Rio Paranapanema na altura da Foz com o Rio Pardo Por fim apos horas de combate tomaram a cidade de Salto Grande e a ponte ferrea sobre o Rio Pardo cortando a ligacao ferroviaria com a cidade de Ourinhos Naquela mesma data em acao coordenada as tropas comandadas pelo coronel Fidencio de Souza Mello Filho tambem atravessaram o Rio Paranapanema e finalmente ocuparam a cidade de Fartura localizada 100 km ao sul de Ourinhos Ambos os destacamentos eram respectivos ao setor comandado pelo general Joao Francisco A ofensiva federal apesar de bem sucedida foi realizada ao custo de muitas baixas frente a resistencia das tropas paulistas posicionadas ao largo da fronteira entre os Estados do Parana e Sao Paulo as quais fizeram amplo uso de armas automaticas e inclusive de um trem blindado da Companhia Sorocabana na tentativa de sustar o avanco do adversario Com a destruicao das pontes sobre o Rio Paranapanema as tropas federais foram obrigadas a construir pontes provisorias por meio de balsas Diante da ameaca de envolvimento de todo o dispositivo nos dias seguintes Ourinhos e Chavantes foram evacuadas pelas tropas paulistas que realocaram suas defesas nos arredores de Santa Cruz do Rio Pardo Bernardino de Campos e Avare na margem leste do Rio Pardo e do Rio Paranapanema ate o fim definitivo dos combates ocorrido em 2 de outubro As tropas do general Joao Francisco entre final de setembro e outubro de 1932 durante o avanco sobre o territorio paulista foram responsaveis por episodios de violencia e saques contra as populacoes locais naquela regiao com os casos mais graves ocorrendo em Piraju Ourinhos e Botucatu A regiao do municipio de Ribeira entao denominada Capela da Ribeira comecou a ser guarnecida em 10 de julho de 1932 por uma Cia do 9º BCP da Forca Publica de efetivo reduzido dividida em quatro pelotoes e sob o comando do 1º tenente Benedicto da Silva Campos Em 12 de julho seguiram para Capela da Ribeira as primeiras forcas federais compostas por dois pelotoes da Forca Publica do Parana sob comando do aspirante a oficial Ilo Fontoura Em 17 de julho os paulistas em Capela da Ribeira receberam como reforco o 2º Esquadrao desmontado do Regimento de Cavalaria da Forca Publica Paulista sob comando do capitao Jose de Oliveira Franca totalizando cerca de 300 homens naquela regiao o equivalente a uma companhia Ainda naquele dia o tenente coronel Azarias Silva entao comandante geral do Regimento de Cavalaria da Forca Publica de Sao Paulo assumiu o comando daquela frente de combate montando o seu Posto de Comando a 2 quilometros a retaguarda das trincheiras Naquela posicao havia 200 combatentes concentrados somente nos arredores de Capela da Ribeira defendo a ponte fronteirica entre os Estados de Sao Paulo e Parana Ate aquele dia o lado federal concentrava naquela posicao apenas 100 soldados do Exercito e da Forca Publica do Parana Em Capella da Ribeira os combates foram diarios com as tropas federais visando principalmente a ponte limitrofe entre os dois Estados A exemplo da defesa das tropas paulistas no Tunel da Mantiqueira as tropas defensoras de Ribeira possuiam grande vantagem do terreno trincheiras distribuidas por 15 km ao longo da margem do Rio Ribeira bem fortificadas e localizadas em encostas ou posicoes nos morros que margeiam o rio o terreno paulista tambem era mais elevado do que o do lado paranaense e ainda contavam com a protecao natural de um rio de dificil travessia O valor tatico de Ribeira para os paulistas era grande no inicio da campanha militar pois uma vez preservada a posicao um segundo destacamento paulista poderia atacar ou mesmo cortar a retaguarda das forcas federais a partir de Apiai e Ribeirao Branco o que obrigaria o adversario a refluir para o Parana favorecendo uma possivel retomada das posicoes perdidas em Itarare no dia 18 de julho Em 18 de julho em Pinhalzinho a 6 quilometros de Capela da Ribeira as 09h00 o tenente Severino da Forca Publica de Sao Paulo com 65 soldados fez uma emboscada sobre um destacamento de cavalaria da Forca Publica do Parana comandado pelo 2º tenente Alencar Guimaraes conseguindo alguns prisioneiros e material belico Em 19 de julho o 1º Batalhao de Infantaria e um Esquadrao de Cavalaria da Forca Publica Paranaense tentou novas incursoes contra as posicoes constitucionalistas mas novamente cairam em armadilha ao avancarem pelo terreno obtendo 5 mortos e 26 feridos entre os mortos o tenente Imbuia Na ultima semana de julho as forcas federais em Capela da Ribeira foram incorporadas ao destacamento do coronel Ayrton Plaisant totalizando 1 500 homens naquela praca de guerra entre tropas de infantaria e cavalaria da Forca Publica do Parana alem de outros contingentes do Exercito Com isso a ofensiva federal recrudesceu substancialmente naquela posicao O relatorio sobre os primeiros dias de combate elaborado pelo tenente coronel Azarias Silva comandante das tropas paulistas em operacao naquele subsetor esclareceu as principais ocorrencias naquela praca de guerra Dia 18 A s 12 horas transpuzeram a ponte Sao Paulo Parana dois reconhecimentos de officiaes dirigindo se ao encontro do adversario em territorio paranaense encontrando o no sitio denominado Pinhalzinho Cahindo de surpresa sobre o adversario em descanco e sem seguranca dispersaram no apos ligeira resistencia aponderando se de 15 cavallos arreiados e aprisionando um soldado Tivemos apenas um soldado extraviado Dia 19 Cerca de 200 adversarios inquietaram nossas tropas das 13 as 13 1 2 horas com tiroteio ininterrupto de metralhadoras Foram repellidos sem nada conseguir Cerca de 40 pracas adversarias e um official feridos foram transportados para a retaguarda de suas linhas conforme pudemos observar de nossas posicoes Dia 20 Um reconhecimento mandado para o local onde se feriu o combate de 18 encontrou copioso material bellico inclusive metralhadoras fuzis metralhadoras fuzis Mauser mosquetoes etc alem de 6 600 cartuchos Mauser abandonados pelo adversario que recuou Sepultamos em Ribeira o cadaver de um soldado adversario alli encontrado com as honras funebres pragmatica Dia 21 Este commando resolveu transferir o seu P C que estava a 2 1 2 kilometros a retaguarda para junto das linhas em abrigo subterraneo a fim de estar em contacto directo com as tropas entrincheiradas Dia 22 A s 16 horas e 45 minutos de hoje o adversario desencadeou formidavel ataque as nossas posicoes utilizando canhao innumeras metralhadoras e fuzis metralhadores Apesar de tudo foram repellidos com a mesma energia nada conseguindo Conservamos integralmente as nossas posicoes Nao houve perdas de nossa parte Dia 23 O adversario atacou hoje as nossas linhas das 11 horas as 11 40 e reiniciou o ataque as 12 horas ate as 14 horas e meia As nossas tropas sempre firmes e enthusiasmadas A s 17 horas e 25 minutos nova tentativa do adversario para se apossar da ponte S Paulo Parana sem nada conseguir Retirou se as 18 horas e 45 minutos Dia 24 A s 2 horas e meia da madrugada de hoje o adversario atacou violentamente com fuzilaria e metralhadora em toda a nossa frente de combate A s 3 horas e 50 minutos cessou o ataque Nao tivemos baixa nem cedemos um palmo do terreno Ribeira continua intransponivel Dia 25 A s 22 horas e 45 minutos o adversario atacou fortemente as nossas posicoes suspendendo as 23 horas e 35 minutos Mais uma vez falhou o golpe Estamos firmes Dia 26 A 4 hora da madrugada o inimigo iniciou cerrada fuzilaria as nossas posicoes prolongando se ate 1 hora e cincoenta as duas horas reiniciou o fogo que suspendeu vinte minutos depois Nao correspondemos a esse tiroteio do adversario com o fito de o desmoralizar A s 6 horas e cincoenta minutos uma centena de adversarios descendo a encosta do monte Corumbe atacou as nossas fortificacoes proximas a ponte Sao Paulo Parana sendo vigorosamente repellida retirando se em debandada apesar de apoiada por metralhadoras Falhou mais essa tentativa para a posse da referida ponte e tomada de Ribeira que so entregaremos quando for detonado o ultimo cartucho Ribeira 27 7 932 Em Capela da Ribeira tambem houve importantes adesoes a mais notavel foi a do capitao do 1º Batalhao de Infantaria da Forca Publica do Parana Herminio da Cunha Cesar que apos passar para o lado paulista se tornou subcomandante do 9º BCR tropa que reunia em grande parte voluntarios paranaenses e que tomou parte de grandes batalhas em Buri e Campina do Monte Alegre junto ao destacamento do coronel Christiano Klingehoefer Contudo as defesas paulistas naquela posicao cairam as 10 horas do dia 31 de julho apos um envolvimento consumado pelas tropas federais No dia anterior havia ocorrido a desercao de cerca de 20 oficiais e pracas das tropas do tenente coronel Azarias Silva liderados pelos irmaos e tenentes Agostinho e Antonio Navarro Munhoz integrantes do Regimento de Cavalaria da Forca Publica Paulista Esses desertores ao abandonarem suas posicoes atravessaram o Rio Ribeira rumo a margem paranaense Na sequencia entregaram se ao adversario e manifestaram o desejo de desertar e colaborar com as forcas federais Com isso entre os dias 30 e 31 de julho as tropas do coronel Ayrton Plaisant auxiliadas pelos irmaos Navarro dividiram se em dois grupos e atravessaram o Rio Ribeira em dois pontos cegos para as guarnicoes paulistas previamente indicadas pelos oficiais desertores Esses pontos da travessia estavam a alguns quilometros rio acima e rio abaixo a partir da ponte fronteirica entre os dois Estados As forcas federais entao realizaram a travessia por meio de cordas e canoas improvisadas Uma vez transposto o Rio Ribeira os dois grupos rumaram cerca de 6 quilometros para a retaguarda paulista em movimento de pinca ate o ponto de ligacao A partir dessa posicao iniciou se entao o corte da retaguarda e envolvimento das tropas paulistas consumando o cerco Por fim intimaram o tenente coronel Azarias Silva a rendicao apos 18 dias de luta renhida e encarnicada em terreno acidentado O comandante paulista foi preso junto a um grupo composto pelo capitao Benedicto da Silva Campos o capitao Jose de Oliveira Franca e o 2º tenente Liberato Vianna alem de 56 pracas O genro do tenente coronel o civil Iracy Teixeira que na ocasiao estava integrado ao grupo tambem foi preso Porem apos alguma resistencia a tropa paulista remanescente daquele contingente conseguiu fugir para a retaguarda e se incorporou ao destacamento paulista recem chegado a Apiai Os irmaos Navarro posteriormente se incorporaram ao destacamento do coronel Plaisant e combateram os seus proprios companheiros das forcas paulistas Os comunicados da ocasiao dao conta de alguns detalhes daquele evento O sr Interventor Federal recebeu hontem o seguinte telegramma Capela Ribeira 31 15 55H Remeti essa Capital seguintes Oficiais Forca Publica aprisionado Ribeira Tenente Coronel Azarias Silva cap Jose Oliveira Franca capitao Benedito Silva Campos os tenentes Liberato Viana Waldemar S Braga Joao Oliveira Melo e Antonio Navarro Munhoz este que se apresentou expontaneamente hontem mais vinte e poucas pracas Peco seja o Tenente Navarro e as pracas acima referidas numericamente tratados nao como prisioneiros Eles manifestaram desejo incorporarem se minha forca a Cel Plaisant Em outubro de 1932 dias apos o encerramento da guerra o capitao Jose Oliveira Franca esclareceu as razoes principais da queda de Ribeira S Paulo 24 Uniao Fallando a imprensa o capitao Jose Franca da Forca Publica Paulista declarou que as forcas governistas apoderaram se da Capella da Ribeira logo no inicio do movimento revolucionario porque houve trahicao de varios officiaes rebeldes paulistas Essas razoes foram confirmadas tambem pelo proprio Comandante Geral da Forca Publica de Sao Paulo o coronel Herculano de Carvalho e Silva Nao fosse um dos varios atos individuais que macularam a nobreza da causa de Sao Paulo e a dignidade da farda dificilmente aquele passo seria transposto O tenente coronel Azarias Silva confirmou mais tarde essas informacoes apos sair da prisao Nao obstante naquela altura a posicao de Capela da Ribeira estava condenada a cair nas maos governistas em funcao do corte da retaguarda paulista tambem na altura da cidade de Apiai apos sua tomada em 2 de agosto pelas tropas do destacamento do tenente coronel Boanerges O comandante paulista esclareceu as circunstancias da queda daquela posicao Ribeira caiu com 3 officiaes e 56 pracas apenas Nao passei por Xiririca da qual estive a 200 kilometros de distancia O effectivo da minha tropa nunca excedeu de 300 homens dos quaes 200 na praca de Ribeira O envio de reforcos em socorro aos paulistas em Capela da Ribeira foi malogrado por causa do atraso da chegada do destacamento do major Luis Tenorio de Brito que atingiu Apiai somente em 31 de julho precisamente na data da queda daquela localidade O atraso tambem impediu que estas tomassem a tempo Ribeirao Branco o seu objetivo principal que pouco dias antes havia sido tomada pelas tropas federais comandadas pelo tenente coronel Boanerges vindas de Faxina Com isso o destacamento do major Tenorio de Brito entao posicionado em Apiai com cerca de 600 combatentes compostos pelo 2º Batalhao de Voluntarios do Regimento 9 de julho e alguns soldados do Corpo de Bombeiros foi envolvido por duas forcas adversarias ao sul pelas tropas do coronel Ayrton Plaisant e ao norte e oeste pelas tropas do tenente coronel Boanerges As forcas federais somavam na regiao mais de 3 mil combatentes compostas pela policia paranaense o 13º RI o 7º RI o 13º BC o 5º RAM um esquadrao 5º RCD e Corpos Auxiliares da Brigada Militar Gaucha Cercados os paulistas foram intimados a rendicao o que foi ignorado Na sequencia apos fogo de cobertura conseguiram escapar em marcha rumo a Xiririca atual Eldorado via Iporanga sob perseguicao de um esquadrao de cavalaria da Forca Publica do Parana Conforme depoimento do tenente Stoll Nogueira do Exercito Federal sobre as circunstancias da tomada de Apiai Alcancado o entroncamento do caminho de Ribeirao Branco na estrada geral no lugar denominado Capinzal teve o destacamento Boanerges de manter duas frentes para Guapiara ao N e para Apiai ao S A parlamentacao do dia 2 porem levou aos 600 homens de Apiai a conviccao de que seria inutil tentar a retirada sobre Guapiara Capao Bonito induzindo os a arriscada aventura da fuga por Iporanga Xiririca embora abandonado em Apiai grande copia de material Dessa forma a 4 poude o dest despreocupar se do S e empenhar todos os seus meios na direcao de Guapiara Destarticulado o ataque que se esbocara na chuvosa noite de 2 para 3 com uma contra preparacao de nossa artilharia so as 9 40 de 3 o adversario o iniciou secundando o com alguns tiros de art o qual foi suspenso as 14 30 Tivemos 4 pracas e 1 oficial Tte Almada feridos e 1 cavallo morto A esse tempo enquanto o Destacamento Boanerges continha a impetuosidade da onda do N a coluna Plaisant ocupava sem maior esforco Apiai entao abandonado pelos fugitivos de Iporanga Ainda nesse dia o Dest progrediu um pouco cerca de 2 kms sendo detido diante dos reforcos recebidos pelo adversario em auto caminhoes provindos de Capao Bonito A s 20 horas novos caminhoes despejaram tropa na frente Parecia disposto a uma grande luta embora a noite fosse trevosa de temporal violento As furias celestes parece contiveram no O terreno era dificil a progressao uma serie de cristas sucessivas cobertas de mato ou vegetacao densa todas sob o commandante das posicoes adversas Um decalo de caminhoes e picadas laterais atormentava as preocupacoes Numa verdadeira corrida as alas os constitucionalistas procuravam o desbordamento Obrigaram assim o Dest a ir empenhando suas tropas de 2 escalao e por fim ate mesmo as suas reservas E tal foi a amplitude dessas tentativas que a frente atingiu por fim a extensao total de cerca de 3 kms um e meio para cada lado da estrada Combatendo se dia e noite a tropa entrou a manifestar a sua fadiga Ansiosa de chegar ao objetivo estudou a marcha despreocupando se ate do reabastecimento alijando as mochilas e acelerando o avanco A chuva certa vez acompanhada de granizos desabando inclementemente sobre a forca desabrigada sem barracas e sem agasalho deixando para traz ainda mais deprimira as energias dos combatentes embora seu moral fosse excelente As comunicacoes pela estrada percorrida tornaram se impossiveis tais os estragos causados pelas enxurradas e pela intensidade do trafego Escassearam por isto os viveres que ficaram o seu maior volume para traz Socorreu nos a coluna Plaisant que acabara de receber mais um comboio vindo diretamente de Curitiba Como nas demais frentes as tropas federais comandadas pelo general Valdomiro Castilho de Lima em maior numero e mais bem equipadas ocuparam paulatinamente tambem as cidades de Buri Taquary Chavantes Ourinhos Piraju Capela da Ribeira Apiai Guapiara e Capao Bonito No inicio de outubro essas forcas estavam contidas pela resistencia paulista nas margens do Rio Paranapanema ameacando avanco sobre a capital paulista Segundo o entao capitao Joaquim Justino A Bastos entao chefe do Estado Maior do coronel Brasilio Taborda as forcas federais comandadas pelo general Valdomiro Lima totalizaram em media naquela frente cerca de 15 mil homens de tropas regulares contra um efetivo de 5 mil combatentes do Exercito Constitucionalista compostos em boa parte por tropas nao regulares cuja linha de defesa somava algumas centenas de quilometros de extensao na fase final do conflito Naquela campanha militar os principais combates foram Itarare 16 a 18 de julho Jacarezinho 4 a 9 de agosto Buri 24 e 27 de julho Ribeira 16 a 31 de julho Apiai 31 de julho a 4 de agosto Guapiara 3 a 12 de agosto Vitorino Carmilo em Buri 15 a 16 de agosto Caputera ao norte de Itapeva 2 a 4 e 20 a 25 de agosto Apiai Mirim em Capao Bonito 20 a 26 de agosto Fundao em Buri 20 a 1º de setembro Lygiana em Campina do Monte Alegre 18 de agosto a 2 de outubro Cerrado em Capao Bonito 15 a 19 de setembro Ribeiropolis atual Taguai 18 a 22 de setembro e Taquaral Abaixo em Capao Bonito 30 de setembro a 4 de outubro O coronel Brasilio Taborda apos assumir o comando do setor sul de combate adotou de forma bem sucedida uma estrategia eminentemente defensiva e de profundidade baseada na doutrina militar alema Buscou naquela frente de combate tao somente a contencao das tropas federais cedendo terreno pouco a pouco ao adversario ao custo de grande atrito de combate retardando ao maximo o avanco federal Com isso pode poupar recursos e garantir que as tropas constitucionalistas das demais frentes tivessem a possibilidade de assumir a ofensiva rumo a capital federal do pais para enfim cumprir o objetivo do levante que consistia na deposicao do governo provisorio e na convocacao de uma Assembleia Constituinte Ate o fim do conflito o coronel obteve relativo sucesso nesse objetivo uma vez que as tropas comandadas pelo general Valdomiro Lima de 22 de julho ate 2 de outubro data da rendicao oficial dos paulistas num total de 72 dias conseguiram avancar apenas 20 km alem da cidade de Buri Na ocasiao das negociacoes de paz entre as tropas adversarias no inicio do mes de outubro as tropas federais ainda continuavam contidas na altura do Rio Paranapanema com as trincheiras paulistas posicionadas na margem leste Setor litoralBatalhao Redentor Filhos de Iguape defronte ao jardim do largo da Igreja Matriz em 4 de agosto de 1932 Paulistas instalando minas submarinas na baia do Porto de Santos em 1932 No inicio do conflito o Exercito Constitucionalista compos um perimetro de defesa do Porto de Santos por meio de Minas Submarinas e de guarnicoes de artilharia e infantaria situadas no Forte de Itaipu e em outros pontos estrategicos na regiao de Santos de modo a impossibilitar a aproximacao da esquadra da Marinha Brasileira ou um assalto de seus fuzileiros navais na epoca comandada pelo Ministro da Marinha Protogenes Guimaraes Porem essa esquadra cercou o litoral paulista impossibilitando o envio de recursos e suprimentos as tropas paulistas bem como a populacao o que comprometeu seriamente a capacidade belica bem como o comercio paulista As minas submarinas foram projetadas e produzidas por engenheiros e tecnicos ligados a Escola Politecnica de Sao Paulo O destacamento do litoral paulista era comandado pelo coronel do Exercito Cristovao Colombo de Melo Mattos A defesa paulista compreendia todo o litoral do estado e localidades na serra do mar com guarnicoes instaladas em pontos estrategicos como Santos Praia Grande Guaruja Peruibe Cananeia Ubatuba entre outros e tambem em Jacupiranga e Xiririca atual Eldorado No litoral sul houve combates importantes em Cananeia Colonia Santa Maria e Xiririca bem como da fronteira com o Parana em Guaraquecaba entre a policia paranaense e unidades paulistas compostas pela Companhia Isolada do Exercito de Santo Amaro voluntarios locais e pelo 9º B C P da Forca Publica paulista O litoral do estado ficou nas maos dos paulistas ate o fim do conflito ocorrido em 2 de outubro de 1932 Sul de Mato Grosso atual Mato Grosso do Sul O entao estado do Mato Grosso foi o unico aliado de Sao Paulo no conflito Apos a deflagracao do levante a regiao sul do estado atualmente contemplada pelo Mato Grosso do Sul emancipou se ao declarar a sua autonomia e apoiar o levante O novo estado passou a ser denominado como Estado de Maracaju cuja capital era Campo Grande e tendo Vespasiano Barbosa Martins a cargo da chefia do governo estadual Em julho de 1932 o general Bertoldo Klinger comandava a Circunscricao Militar de Mato Grosso e durante as preparacoes para o levante prometia levar 5 mil soldados e copiosa municao daquele estado para engrossar as fileiras da tropas paulistas Contudo com a subita exoneracao do general ocorrida em 8 de julho por conta de uma carta em termos ofensivos enviada no dia 1º daquele mes ao Ministro da Guerra Augusto Espirito Santo Cardoso ficou comprometida as conspiracoes em curso no Mato Grosso bem como a adesao total ao levante das unidades do Exercito sediadas naquele estado em especial aquelas unidades situadas em Cuiaba e na regiao de Corumba que ficaram alheias a situacao e acabaram por permanecerem leais ao governo federal ou tiveram seus oficiais comandantes presos na ocasiao da deflagracao do conflito Em substituicao ao general Klinger o coronel de engenharia do Exercito Oscar Saturnino de Paiva foi nomeado interinamente ao comando daquela Circunscricao Militar Contudo Saturnino de Paiva veio a tambem aderir ao levante deflagrado em Sao Paulo no dia seguinte o que em muito facilitou a alianca entre os paulistas e aquelas unidades do Exercito e da Forca Publica Mato grossense O coronel tambem participou da cerimonia de criacao do novo estado e da posse do seu governador aclamado Vespasiano Martins ocorrida na tarde de 11 de julho de 1932 Combatentes sul mato grossenses durante a Revolucao Constitucionalista de 1932 O setor respectivo ao estado de Maracaju entao comandado pelo coronel Oscar Saturnino de Paiva foi entregue ainda no mes de julho para o tenente coronel Francisco Jaguaribe Gomes de Matos que a principio de setembro veio a ser substituido pelo coronel Nicolau Bueno Horta Barbosa O coronel Saturnino de Paiva veio a assumir no mes seguinte o comando do destacamento paulista respectivo ao denominado setor leste de combate situado na regiao de Campinas Desde os primeiros combates os destacamentos constitucionalistas de Maracaju assumiram a ofensiva para garantir posicoes estrategicas para o controle da regiao A leste aquela tropa desbaratou uma coluna de soldados federais em Santana do Paranaiba e tambem outra vinda de Goias com varios elementos tendo sido presos Tambem repeliram forcas federais em Tres Lagoas e Porto XV de Novembro Ao norte em Coxim tambem debelaram uma coluna vinda de Cuiaba composta por um cia reduzida do 16º B C do Exercito e outra do 1º B C da Forca Publica que visavam a tomada de Campo Grande Mais ao sul em Bela Vista os rebeldes tomaram a cidade apos subita resistencia do interventor municipal Mario Garcia e do comandante do 10º R C I que inicialmente haviam declarado apoio a Revolucao A oeste os combates foram mais intensos tendo as tropas revolucionarias tomado a cidade de Corumba a Base Fluvial de Ladario Porto Esperanca o Forte Coimbra e por fim Porto Murtinho em 12 de setembro de 1932 onde la desbarataram a flotilha liderada pelo monitor fluvial Pernambuco e o destacamento governista comandado pelo coronel do Exercito Leopoldo Nery da Fonseca Junior As batalhas pela tomada de Porto Murtinho e Porto Esperanca foram os feitos mais notaveis daquelas tropas no conflito cuja vitoria tambem garantiu para os rebeldes o controle de toda a regiao atualmente contemplada pelo Estado do Mato Grosso do Sul Alem disso garantiram o acesso ao Oceano Atlantico pelo Rio Paraguai ao Rio Parana e a fronteira brasileira com a Bolivia e o Paraguai para viabilizar a entrada de recursos belicos em favor das tropas revolucionarias uma vez que o Porto de Santos estava sob bloqueio da esquadra naval governista Ainda em meados de setembro parte daquela forca mato grossense viria dar reforco na frente sul e frente leste paulista de combate com o Batalhao Visconde de Taunay junto com uma unidade de artilharia se deslocando para Capao Bonito para combater tropas gauchas O controle da regiao sul do entao Estado do Mato Grosso viabilizou o acesso dos revolucionarios ao estrangeiro algo que ate entao estava restringido inclusive por meio dele conseguiram realizar o translado dos novos avioes adquiridos dos EUA A atuacao das tropas de Maracaju foi mais tarde reconhecida como notavel pelos comandantes paulistas Em uma carta dirigida ao general Bertoldo Klinger apos o conflito o coronel Horta Barbosa rememorou orgulhoso as conquistas de sua tropa em Maracaju Por toda parte faziamos pressao e tambem a guerra pelo radio assim reinstallamos nos em Porto Esperanca isolado Coimbra de Corumba e da flotilha fomos buscar esta no seu pretendido repouso e a inquietamos tanto que fizemos o panico e preparavamos a nossa entrada naquella cidade ao mesmo tempo que Porto Murtinho tambem isolado e sabedor do desamparo em que se achava ia novamente ser hostilizado e occupado finalmente Feito isso Coimbra teria que se resignar a entregar se sem hostilidades inuteis Emfim estavamos com a iniciativa e a preponderancia moral expremiamos o adversario no Paraguay emquanto Coxim repousava tranquilo e em Tres Lagoas o major Noronha apenas aguardava uns dias mais para dar o bote seguro e fechar a bocca do sacco em que entre o Sucuriu e o Parana se haviam intromettido os imprudentes adversarios Ate a data de rendicao ocorrida em 2 de outubro o territorio do estado de Maracaju permaneceu com livre transito para os paulista tendo inclusive boa parte dos lideres do levante fugido via Campo Grande do cerco governista na vespera do armisticio Porem entre 3 e 4 de outubro as tropas rebeldes situadas em Campo Grande apos tomarem conhecimento do armisticio em Sao Paulo se amotinaram e prenderam o seu comandante o coronel Nicolau Horta Barbosa No entanto as demais regioes do estado continuaram nas maos dos revoltosos por mais algumas semanas ate negociarem a deposicao de armas e sua rendicao as tropas federais O ultimo reduto revolucionario foi na regiao de Bela Vista e Ponta Pora cujo destacamento constitucionalista comandado pelo coronel Jaguaribe de Mattos se rendeu somente no dia 25 de outubro perante as tropas federais comandadas pelo tenente coronel Francisco Gil Castelo Branco Apesar da derrota militar dos rebeldes em 1º de janeiro de 1979 a divisao regional ocorrida em 1932 foi consumada com a criacao dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul uma divisao desejada desde o termino da Guerra do Paraguai Rio Grande do Sul Embora o general Flores da Cunha entao interventor do Rio Grande do Sul tenha sido aliado de Getulio Vargas naquele conflito um grupo de gauchos entraram na luta contra o regime provisorio de Vargas Esse grupo era liderado por Borges de Medeiros e consistia em um batalhao de cerca 450 homens Embora fosse uma forca diminuta e incapaz de neutralizar as tropas leais a Vargas elas utilizavam taticas de guerrilha no esforco de distrair as tropas federais gauchas de modo a impedir que fossem enviados destacamentos para reforcar as tropas federais que combatiam contra Sao Paulo Contudo a frente rio grandense da Revolucao Constitucionalista chegou ao fim na Batalha de Cerro Alegre no municipio de Piratini no dia 20 de setembro de 1932 quando foram mortos mais de duzentos homens das forcas rebeldes sendo Borges de Medeiros preso em seguida A derrota dos rebeldes no Rio Grande do Sul ao final daquele mes somada as dificuldades das tropas da resistencia em Sao Paulo com a falta de recursos belicos foram algumas dentre as razoes para o comandante supremo do Exercito Constitucionalista solicitar o armisticio em 28 de setembro e iniciar as tratativas para a rendicao perante as forcas governistas Blindados Trem blindadoO TB 6 O Fantasma da morte estacionado a frente da estacao de Guaratingueta em setembro de 1932 Uma das frentes do blindado onde se pode ver o canhao 75mm O TB 4 em Itapira Um dos vagoes do trem blindado onde e possivel ver a torre giratoria da metralhadora Hotchkiss 7mm Trem blindado construido pela Cia Mogiana em Campinas e empregado nos combates da frente mineira ao longo de agosto e setembro de 1932 Em 1932 Sao Paulo tinha o seu sistema de transporte majoritariamente baseado em estradas de ferro com cerca de 7 mil quilometros de trilhos ferroviarios Com a eclosao do conflito esse recurso passou a ser usado para o transporte de tropas e suprimentos Porem logo no inicio os paulistas comecaram a explorar o seu potencial belico dado o conhecimento das experiencias bem sucedidas na Primeira Guerra Mundial com blindados nesse formato Assim surgiu ao final de julho de 1932 o primeiro trem blindado O projeto inicial foi concebido numa parceria entre a Escola Politecnica de Sao Paulo o Instituto de Pesquisas Tecnologicas e Cia Ferroviaria Sorocabana O prototipo surgido foi o denominado TB 1 sigla para Trem Blindado nº 1 O projeto foi do engenheiro frances Clement de Baujaneau radicado ao Brasil apos a Primeira Guerra Mundial que conheceu as experiencias com esse tipo de blindado naquele conflito A montagem do prototipo foi do engenheiro Augusto Ferreira Velloso da Escola Politecnica Na Frente Sul na divisa com o Parana apesar das dificuldades iniciais com a falta de suprimentos e a coordenacao das tropas que culminou com a perda da posicao da cidade de Itarare e recuo para Buri os paulistas estabeleceram nessa cidade uma linha defensiva suficiente para fazer frente as tropas federais tendo sido o TB 1 fundamental para tanto pois conteve o avanco das tropas federais enquanto as tropas constitucionalistas articulavam sua linha defensiva Fernando Penteado Medici em seu livro Trem blindado de 1933 deu o seu testemunho sobre a primeira atuacao do prototipo na cidade de Buri em 26 de julho de 1932 Dois quilometros e o inimigo a vista Os homens avancavam certos de que era um trem de mercadoria ou de viveres realmente como estava disfarcado e em posicao de atirar ajoelhavam pelos trilhos As nossas metralhadoras picotaram os inconscientes A primeira impressao foi dolorosa Pungente mesmo Presenciar umas cenas destas Essa atuacao do blindado ocorreu sem ele estar completamente finalizado tendo sido comandado pelo primeiro tenente Affonso Negrao onde conseguiu aniquilar completamente as forcas inimigas e retomar a cidade paulista de Buri Esse primeiro prototipo foi construido em Sorocaba e consistia em uma locomotiva a vapor e um vagao ambos blindados No vagao os soldados posicionavam se em pequenas aberturas com metralhadoras Hotchkiss 7 mm modelo frances No teto havia duas grandes lanternas para iluminar as trincheiras inimigas a noite utilizando a energia da propria locomotiva Apos sua primeira atuacao o TB 1 voltou para a oficina para ser aprimorado e passou entao a adotar a denominacao TB 3 O sucesso da atuacao do primeiro trem blindado estimulou a construcao da segunda unidade com a locomotiva nº 216 cuja denominacao foi TB 2 O TB 2 e o TB 3 passaram a operar em toda a Frente Sul principalmente na regiao de Buri com patrulhas regulares pelas estacoes de Engenheiro Hermillo Lidiana e Aracassu na contencao da ofensiva das tropas federais A partir do TB 2 os trens blindados foram padronizados para adotar um segundo vagao em que um era a frente e outro atras da locomotiva equipados com metralhadoras leves Hotchkiss 7mm e com canhoes Krupp ou de 75 mm nas duas extremidades A blindagem era extremamente resistente feita de pecas de madeira de faveiro de alta resistencia e revestidas por grossas chapas de aco Nao havia portas ou janelas sendo a entrada por meio de um pequeno buraco no chao dos vagoes e a entrada de ar e visualizacao externa feita por tres pequenas aberturas A comunicacao entre os vagoes e o maquinista era feita por meio do telefone Havia tambem um calco para travar e sustentar os vagoes no solo durante os tiros de canhoes A tripulacao era formada por ate 18 pessoas com 15 soldados e 3 responsaveis pela operacao do trem Dado as poucas aberturas de ventilacao o calor no interior dos vagoes era intenso em que era comum os soldados atuarem somente de calca As tropas federais quando em embate direto com esses blindados nao causavam qualquer dano nos vagoes tampouco tinham como reagir seja para descarrilar o trem ou cerca lo pois dado sua amplitude de fogo o blindado conseguia varrer qualquer resistencia a dezenas de metros tanto a frente como nos flancos ou na retaguarda Assim jamais houve episodio de tropas federais cercarem ou mesmo descarrilarem o blindado de modo a obrigarem a rendicao da tripulacao Soma se ainda o fato de as tropas federais nao estarem preparadas para combater esse tipo de ataque assim o surgimento do blindado sempre causava panico e debandada de soltados federais O continuo sucesso desses dois primeiros prototipos motivou tambem o consorcio entre a Politecnica o Instituto de Pesquisas Tecnologicas as Cia Mogiana e Cia Paulista de Estrada de Ferro Foram assim construidos ainda no inicio do mes de agosto o TB 4 na oficina de Rio Claro e o TB 5 na oficina de Campinas em que ambos passaram a operar nas frentes de combate do denominado Setor Leste na divisa com Minas Gerais As locomotivas empregadas no TB 4 e TB 5 foram respectivamente as de nº 730 e 732 que eram ligeiramente menores que os dois primeiros prototipos e nelas foram instaladas blindagens ate mesmo nas extremidades baixas e instalados canhoes em torres giratorias permitindo uma cobertura de 360 graus e possibilitando o ataque simultaneo a todos os lados Alem disso passaram a ter pintura camuflada em tons de verde escuro contando tambem com tripulacao de 18 soldados Os dois blindados foram sediados em Mogi Mirim fazendo incursoes noturnas na fronteira com Minas Gerais desde a regiao de Mococa ate Braganca Paulista A ultima unidade o TB 6 foi o maior e mais potente de todos os cinco trens blindados contava com tres vagoes blindados cuja comunicacao entre eles era por telefone e possuia uma tripulacao que consistia em cerca de 40 homens O poder de fogo por meio de metralhadoras pesadas e leves era predominante com varias do tipo leve modelo Hotchkiss e outras do tipo pesada modelo Schwarzlose alem de um canhao 75 mm posicionado no carro nº 1 situado a frente da locomotiva completado com fuzis manejados pelo restante da guarnicao Operava apenas nas linhas de bitola larga da Estrada de Ferro Central do Brasil Foi construido na oficina da Central do Brasil no bairro do Bras na capital paulista Tao logo finalizado passou a atuar no Setor Norte que compreendia todo o Vale do Paraiba na linha ferrea que liga Sao Paulo ao Rio de Janeiro Participou de combates em Resende Itatiaia Queluz Cruzeiro e Lorena Segundo o comandante daquele setor o entao Coronel Euclides Figueiredo a sua estreia naquele front ocorreu em 4 de agosto de 1932 e as suas incursoes diabolicas nas linhas inimigas eram muito eficazes para o recuo do inimigo e para a cobertura da infantaria paulista Inicialmente foi comandado pelo tenente comissionado Tito Pacheco porem as suas operacoes foram suspensas em meados de agosto para remanejamento dos armamentos para suprir a demanda de algumas frentes de combate No inicio de setembro o entao tenente comissionado Paulo Junqueira Duarte veio a assumir o comando das operacoes do blindado para garantir a cobertura movel para as manobras da 2ª Divisao de Infantaria em Operacoes e aos grupos de artilharia Dedicou se nos combates entre Lorena e Cachoeira Paulista alem das linhas inimigas infligindo dezenas de baixas nas tropas adversarias que temerariamente tentavam cercar e bloquear o blindado Tambem fizeram parte dessas missoes com o blindado os entao capitaes Reinaldo Saldanha da Gama e Arcy da Rocha Nobrega Apos o conflito o seu comandante recordou uma das missoes Antes de chegar a estacao Canas ouvimos os primeiros tiros e o ruido das balas de encontro a coiraca do trem A metralhadora do sargento Benjamim cuspiu uma rajada ao mesmo tempo que executava um pequeno movimento de baixo para cima e vice versa O vale foi varrido Ou melhor ficou forrado com os capotes escuros que cobriam corpos imobilizados talvez para sempre dos soldados da ditadura O trem aproximava se cada vez mais da estacao de Canas O capitao Arcy calmamente ia catando os vultos sobre a linha e atras dos barrancos o maquinista fazia o trem avancar e recuar a fim de irmos detendo o inimigo que atacava com audacia e violencia incriveis O inimigo ja estava as portas de Lorena Comecavamos a ser hostilizados ferozmente pela frente e ambos os flancos Eramos atacados nao so por armas automaticas mas ainda por uma peca de pequeno calibre cujos projeteis deflagravam de vez em quando surdamente ao lado de fora So passados alguns minutos divisamos os primeiros adversarios Escondidos na encosta atras dos cupins nos barrancos visavam nos com insistencia ininterrupta As nossas metralhadoras comecaram a trabalhar Os primeiros corpos rolaram la fora Chegou um momento em que o trem se tornou infernal Nao se ouvia uma palavra As ordens eram dadas aos berros no ouvido do telefonista O Arcy numa seteira procurava a certeza dos tiros O Saldanha conseguia afastar o canhao e da abertura deste atacava a linha de frente A nossa impressao e que ja haviamos dizimado mais de uma companhia Os corpos espalhados sobre o terreno e a excelencia dos atiradores principalmente o sargento Mario e o sargento Benjamin nos confirmavam o calculo Durante as missoes alem das linhas inimigas os tripulantes costumavam deixar presentes com bilhete anexado em provocacao as tropas federais como na ocasiao em que deixaram uma caixa com cigarros e chocolates junto da seguinte nota Para os soldados capazes de defender uma causa tao miseravel Outra ocasiao em que desativaram uma armadilha na linha ferrea para descarrilar o blindado os paulistas repetiram a provocacao A ursadinha nao deu resultado Da proxima vez nao facam um trabalho tao porco Porem por conta do excessivo arrojo nas missoes e pela recompensa ofertada pelo comando governista o blindado passou a ser muito visado pelas tropas federais as quais faziam uso inclusive de artilharia na tentativa de neutraliza lo Segundo o seu comandante o TB 6 chegou a receber tiros diretos de 37 mm e estilhacos de 75 mm mas sem resultar em qualquer avaria e era tambem muito visado pela fuzilaria das tropas federais o que tornava o ambiente interno do blindado ensurdecedor Alem disso por vezes os adversarios tentavam descarrila lo obstruindo a linha ferrea com pedras e dormentes Consta tambem que o TB 6 teve fundamental papel na cobertura das tropas paulistas quando do recuo para Guaratingueta onde pode impedir com sucesso o avanco e o envolvimento pelas tropas federais Essa versao foi apelidada de O Fantasma da Morte pelos soldados pois a maioria das suas incursoes era noturna em que chegava sorrateiramente proximo as posicoes inimigas e de subito ligava seus potentes holofotes sobre as trincheiras das tropas federais denunciando suas posicoes e na sequencia varrendo o inimigo com a sua fuzilaria e o seu canhao As tropas federais sem como reagir e tomadas pelo panico debandavam em desordem deixando para tras suas posicoes e armamentos enquanto eram alvejadas pelos paulistas O papel do TB 6 nos combates do Vale do Paraiba foi assim resumido por um combatente paulista em livro escrito por ele na ocasiao em que se encontrava detido em Lorena por tropas gauchas O trem blindado e uma arma de luxo Formidavel na surpreza onde tomado como trem de carga mata o inimigo a queima bucha e quase inutil depois de conhecido So a valentia amalucada de Tito Pacheco e Paulo Duarte conseguia todas as noites levar o blindado em patrulha nas linhas inimigas O fim seria tragico Que o attestem os balacos de 75 com que alguma vez veio carimbado Alguns dias mais e seria aprisionado pelo corte dos trilhos e liquidado a tiros de canhao Eu o soube do capitao Rosas do 9º R I do Rio Grande que tudo preparara Noto nos olhos dos homens um ressentimento serio e uma especie de rancor O trem blindado matou gente como diabo Luiz Vieira de Mello outubro de 1932 Findo aquele conflito o governo provisorio de Getulio Vargas logo se apressou em desmantelar ou retirar de Sao Paulo o todo o armamento operante Assim todos os trens blindados foram recolhidos a suas respectivas oficinas para o devido desmonte sendo as locomotivas retornadas as condicoes originais de trafego convencional O Trem Blindado nº 6 O Fantasma da Morte em setembro de 1932 Outros modelosO blindado FS 5 em Sao Paulo O trator blindado FS 6 O blindado lanca chamas feito a partir de um trator lagarta Caterpillar projetado por Reinaldo Saldanha da Gama O reporter Armando Brussolo parlamenta com o capitao Affonso Negrao ao lado do auto blindado FS 1 14 de julho em setembro de 1932 no distrito de Gramadinho municipio de Itapetininga No detalhe da imagem as evidentes marcas de disparos dos adversarios na couraca do veiculo que dao conta da violencia daqueles combates A Escola Politecnica de Sao Paulo e o Instituto de Pesquisas Tecnologicas tambem projetaram e construiram outros tipos de blindados como os autos blindados tratores blindados e lanchas blindadas Os carros blindados de assalto foram baseados no chassi de automoveis e caminhoes Ford Chevrolet e Mac Coorning Deering principalmente sendo que a maioria deles foi construida nas Fundicoes e Oficinas Gerais Viuva Craig amp Cia Ltda e J Martin amp Cia Ltda na cidade de Sao Paulo sob a supervisao tecnica do Engenheiro Francisco de Sales Vicente de Azevedo e demais engenheiros da Escola Politecnica No total foram fabricados seis automoveis blindados que receberam as designacoes de FS em referencia ao seu autor Esses blindados devido a escassez de chapas de aco grossa utilizavam duas chapas mais finas de cerca de 12 mm de espessura e entre elas era colocada la de carneiro de modo a impedir que um projetil atravessasse essas chapas Tambem possuiam suspensao reforcada com feixes extras de molas de modo a suportar o peso da blindagem e dos soldados Alguns possuiam torres giratorias de onde se podia disparar uma metralhadora pesada ou uma metralhadora leve Hotchkiss 7 mm Ao longo do conflito foram tambem recebendo melhorias na sua capacidade operacional Esses carros blindados foram empregados em diversas frentes de batalha nas fronteiras do Rio de Janeiro Minas Gerais e Parana Eles transportavam em media quatro homens porem o FS 8 podia transportar ate oito soldados tendo sido operado no Vale do Paraiba onde ostentava pintura verde embora a maioria fosse camuflada no padrao frances da primeira guerra mundial em cores marrom verde e azul claro Esses blindados foram empregados como apoio a infantaria em reconhecimento e na cobertura quando da retracao das tropas constitucionalistas O FS 8 atuou em conjunto com o TB 6 em setembro de 1932 na cidade Lorena quando deram cobertura mutua e para as tropas quando do recuo para Guaratingueta Tambem foram construidos blindados a partir de tratores agricolas Fordson da Ford Motor Company modelo F1922 para a Guarda Civil do estado de Sao Paulo tendo construidos os modelos FS 6 e FS 7 com a mesma camuflagem no padrao frances Ainda foram produzidos outros tres blindados sobre lagartas em tratores da Caterpillar da serie 22 denominados Tanks Paulistas sendo que apenas dois foram operacionais e o terceiro nao ficou pronto a tempo para ser utilizado nos combates Foi desenvolvido pelo Capitao Reinaldo Saldanha da Gama com o apoio dos engenheiros da Escola Politecnica de Sao Paulo O blindado sobre lagartas era na cor cinza revestido em chapa de aco rebitada com torre giratoria para metralhadoras leves possuindo dois holofotes e armado com um lanca chamas que atingia a dezenas de metros de distancia sendo sua tripulacao formada por ate 6 soldados Esse modelo atuou principalmente na divisa com o Rio de Janeiro proximo a entrada de uma ponte na cidade de Queluz La a margem do Rio Paraiba do Sul tropas do governo federal tentavam avancar sobre a ponte da cidade e dominar a outra extremidade ocupada pelos paulistas O blindado entao se posicionava na entrada da ponte ou a margem do rio dando cobertura as tropas de infantaria e com suas metralhadoras e o lanca chamas dissuadia o assalto das tropas federais inclusive em incursoes noturnas Esse blindado ja havia sido projetado um ano antes da revolucao para a Forca Publica de Sao Paulo para fazer parte da Secao de Carros de Assalto sendo o primeiro veiculo a ela incorporado Porem o blindado era lento e de pouca mobilidade No conflito foram produzidas tambem quatro lanchas blindadas sendo que duas ficaram prontas para serem utilizadas na malha fluvial de Sao Paulo tendo atuado em Rio Grande no Rio Paranapanema e Rio Paraiba do Sul com uma tripulacao de ate sete soldados e armadas com uma metralhadora leve alem de fuzis Mauser ambos de 7 mm No Exercito Federal o unico blindado utilizado pelas tropas foi o tanque frances Renault FT 17 tendo sido empregado apenas dois modelos na cidade de Passa Quatro restritos apenas a missoes de reconhecimento Hoje ha dois exemplares desse blindado preservados um no Museu Eduardo Andre Matarazzo na cidade de Bebedouro outro em exposicao no patio do Centro de Instrucao de Blindados na cidade de Santa Maria Apesar das inovacoes trazidas pelos paulistas com esses engenhos bem como as novas doutrinas militares associadas esses projetos nao foram assimilados estudados ou aproveitados pelo Exercito Federal tendo sido todos os prototipos desmontados e seus projetos perdidos Aviacao Na Revolucao de 1932 a aviacao teve um importante papel nos combates utilizada pelo Exercito Federal para eventuais bombardeios e ataques as posicoes rebeldes como aqueles realizados em Campinas Guaratingueta e Aparecida que causaram muitos danos as infraestruturas dessas cidades O major aviador Eduardo Gomes comandante do Grupo de Aviacao do Exercito Federal esteve a frente dessas missoes de bombardeiros as cidades paulistas que se acentuaram em setembro de 1932 com a vinda de novos avioes e a abertura de novos aerodromos Em contrapartida os Grupos de Aviacao do Exercito Constitucionalista comandado pelo entao major aviador Ivo Borges tambem fez muito proveito da aviacao como arma no conflito a partir de sua base aerea sediada no aerodromo Campo de Marte na capital paulista Os avioes complementaram a artilharia de ambos os adversarios no bombardeio de posicoes e na inquietacao sobre as concentracoes de tropas alem da dissuasao dos avancos dos destacamentos A frota das Forcas Federais era cerca de cinco vezes maior que a frota das Forcas Constitucionalistas As missoes da aviacao federalista tambem eram mais regulares Em compensacao os Grupos de Aviacao das Forcas Paulistas tinham mais flexibilidade operacional pois as Forcas Federais durante a maior parte do conflito dispunham de poucos aerodromos e aquem do territorio paulista enquanto as Forcas Paulistas tinham o Campo de Marte como sua base principal operado como hub aereo ao estar articulado os demais aerodromos estrategicos como os de Lorena Taubate Mogi Mirim Campinas Santos Itapetininga entre outros Desse modo essas esquadrilhas atuavam de forma articulada com grande proveito a partir de uma posicao central e secundarias em relacao as zonas de combate com facilidade de desdobramentos podendo facilmente reabastecer e municiar as aeronaves Com isso em menor tempo colocavam se em posicoes bem proximas as frentes de combate conseguindo com os mesmos avioes e tripulantes a realizacao de um maior numero de sortidas Essas taticas em parte compensaram a reduzida frota paulista favorecendo inumeras missoes e logrando exito ao frustrar ou atrasar a acao da esquadrilha adversaria Os principais modelos de aeronaves utilizadas por ambos os lados foram o Waco CSO e o Potez 25 Na frota federal os Waco CSO de cor vermelha apelidados de vermelhinhos logo se tornaram o terror das tropas paulistas Os ataques aereos foram ineditos naquela ocasiao nao raro causavam panico entre ambos os adversarios Esse efeito psicologico foi explorado ao maximo por ambos os Grupos de Aviacao que instituiram a pratica de empregar patrulhas regulares para causar a inquietacao entre as tropas Em 16 de julho de 1932 uma esquadrilha das forcas federais tentou bombardear o aerodromo Campo de Marte Porem as bombas cairam longe dos hangares da pista de pouso e dos avioes Essa acao foi relatada em detalhes na reportagem de capa do jornal paulistano Diario Nacional na edicao de 17 de julho de 1932 a partir do testemunho do seu reporter Eram mais ou menos 14 horas No Campo de Marte nada de anormal Dois aparelhos estavam fora dos hangars as metralhadoras preparadas para repellir qualquer ataque Os aviadores depois da manha agitada de hontem tinham partido para casa a fim de almocarem O ceu estava claro Apenas algumas nuvens brancas e espessas pairavam sobre o bairro do Ipiranga Subitamente comecou a ouvir se ao longe o ronco de motores Muito distantes e muito altos surgiram quatro apparelhos O outro um Waco aperfeicoado No Campo sao dadas ordens para os soldados se postarem junto das metralhadoras No entanto os aparelhos iam aproximando se Ja estavam perto do Campo As metralhadoras espiavam lhe os movimentos Os avioes voavam alto a cerca de dois mil metros Repentinamente soltam a primeira bomba que desce veloz No espaco faltam pontos de referencia A bomba ao cahir da impressao que vae explodir mesmo no lugar onde cada pessoa se encontra A bomba cae longe dos hangars no fim do campo explodindo com grande ruido E dada ordem a metralhadora para fazer fogo Os disparos comecam a ouvir se tao juntos que cada descarga de metralhadora parece um tiro de canhao Quando se voltam acompanhando o voo dos apparelhos as metralhadoras fazem fogo espacadamente Logo se seguem as descargas cerradas Os avioes sobem mais ainda E soltam em seguida novas bombas Caem em diversos pontos do Campo Tres vao explodir no outro lado do aerodromo onde costumam pastar diversos cavallos Nao produzem porem o menor estrago As metralhadoras no Campo nao cessam de disparar Fazem descargas cerradas Apos uma larga volta os avioes inimigos voltam Desta vez parece que fazem fogo tambem com metralhadoras O ruido nao se escuta dado o barulho dos motores Parecem ver se contudo os pontos luminosos junto das helices como se fossem tiros Ninguem fira ferido Os avioes dirigem se para o centro Comecam entao a apparecer os automoveis conduzindo os pilotos que tinham sahido Dirigem se rapidamente para o Campo Os apparelhos do Rio ja vao longe sumindo se entre as nuvens Nisto surgem mais tres apparelhos Sao tambem do Rio Depois mais um quarto Esse e de S Paulo e pilotado pelo aviador Renato Pedroso Os inimigos veem no e avancam sobre elle O apparelho do Grupo Mixto de Aviacao faz diversas acrobacias Trava combate ao ar Sao tres porem contra um Habilmente Renato Pedroso evita a metralha e passados 15 minutos quando os avioes inimigos se retiram dirige se para o Campo de Marte onde e recebido entre abracos Tropas federais e o entao major aviador Eduardo Gomes o quarto da direita p esquerda Grupo de aviadores paulistas no aerodromo Campo de Marte em setembro de 1932 Cratera no aerodromo Campo de Marte do bombardeio de 16 de julho de 1932Predio em Guaratingueta destruido por bombardeio aereo federal em setembro de 1932 Os Grupos de Aviacao das Forcas Paulistas inicialmente realizaram missoes de reconhecimento da movimentacao das tropas adversarias e de propaganda com a distribuicao de boletins com informacoes As primeiras missoes de combate aereo das Forcas Paulistas ocorreram somente no final de julho de 1932 como a missao realizada pelos 1º tenentes Jose Angelo Gomes Ribeiro e Arthur da Motta Lima Filho que neutralizaram um aviao em terra e defesas antiaereas do campo de aviacao governista em Itapeva Essa acao mereceu o seguinte destaque publicado em 28 de Julho de 1932 no Boletim nº 2 do comandando do 1 º Grupo de Aviacao de Caca Constitucionalista Louvo os Senhores Tenentes Jose Angelo Gomes Ribeiro e Arthur da Motta Lima pela brilhante execucao dada a missao aerea que lhes foi designada em Itapeva e da qual resultou a superioridade aerea completa por nossas forcas Oficiais de reconhecida bravura e competencia mais uma vez firmaram o conceito em que sao tidos por este Comando e por seus camaradas Major Lysias Comandante 1 º G Av C Em 8 de agosto de 1932 ocorreu um grande feito da aviacao militar brasileira durante um combate aereo que se travou nos ceus de Capao Bonito e Buri Na ocasiao foi abatido em pleno ar um aviao Potez 25 da esquadrilha governista Segundo o coronel Herculano sobre essa ocorrencia o aviao em questao foi abatido na cidade de Buri apos ser metralhado em pleno ar e na sequencia caiu em chamas no cemiterio velho daquela cidade Sobre essa acao o coronel Brasilio Taborda comandante das Forcas Paulistas do setor sul de combate publicou em 10 de Agosto de 1932 o seguinte Boletim Dados os servicos que vem prestando as Unidades Aereas postas a disposicao deste Setor este Comando chama a atencao dos demais elementos de tropa para o seu espirito de sacrificio eficiencia e bravura concretizadas atraves de 12 dias de ininterrupta atividade nas seguintes realizacoes A reconhecimentos efetuados diariamente muitas vezes em condicoes particularmente dificeis B bombardeios e ataques a metralhadora de objetivos terrestres importantes como sejam Itapeva onde se acha o Q G da tropa inimiga Buri agrupamento da vanguarda invasora regioes de Apiai e Ribeira C Inutilizacao de dois aparelhos inimigos um no terreno de Itapeva e outro abatido no dia 8 p p em pleno voo sobre a regiao de Buri Tudo isso os vem colocando em situacao de destaque na atual campanha e os tem tornado dignos de imitacao por parte dos demais elementos das Forcas Constitucionalistas Brasilio Taborda Cel Comandante O feito naquele combate aereo chamou a atencao do general Bertoldo Klinger Comandante Supremo do Exercito Constitucionalista no conflito O general tambem elogiou os aviadores no Boletim n º 194 de 12 de Agosto de 1932 Este comando tem especial prazer em dar publicidade ao louvor que representa essa citacao de relevantes servicos e determinar a mencao nominal destacada dos Srs Major Lysias Augusto Rodrigues 1 ºs Tenente Jose Angelo Gomes Ribeiro e Arthur da Motta Lima Bertholdo Klinger Gal O coronel Herculano de Carvalho e Silva entao comandante geral da Forca Publica do Estado de Sao Paulo durante o conflito em seu livro A Revolucao Constitucionalista destacou os principais eventos dos Grupos de Aviacao ao longo do curso da guerra que dao conta da intensidade das operacoes aereas de ambos os adversarios seja com o abate ou inutilizacao de avioes no ar e em terra seja com os diversos bombardeios as posicoes e concentracoes de tropas Em muitas das missoes houve a ocorrencia de dogfights nas perseguicoes e os combates no ar entre as esquadrilhas adversarias uma forma inedita de acao militar ate entao no Brasil Segundo relatos do coronel em 13 de agosto os paulistas realizaram ataque aereo contraposicoes dos federalistas na cidade de Areias ja ocupada pelos governistas utilizando um Potez e dois Waco Durante o retorno proximo a Bom Jesus da Bocaina interceptaram um Potez 25 TOE governista que estava a bombardear a usina eletrica local ocorrido rajadas de metralhadora de parte a parte sem perdas porem os paulistas desengajaram do combate por falta de municao e combustivel No dia 22 do mesmo mes houve um combate aereo envolvendo um Waco e um Nieuport paulistas e um Waco e um Potez governistas na ocasiao os paulistas foram interceptados no regresso de um bombardeio as tropas federais em Queluz ocorrendo troca de rajadas entre os avioes embora nenhum deles tenha sido abatido No dia 4 de setembro de 1932 o tenente Virgilio telegrafa para o coronel Francisco Julio Cesar de Alfieri Chefe do Estado Maior da Forca Publica Paulista informando que um aviao federalista foi abatido em Mogi Mirim sem mais detalhes Em 11 de setembro o major Romao Gomes informa aquele mesmo comandante que outro aviao federalista foi abatido na cidade de Casa Branca apos tentar atacar uma concentracao de tropas situada proxima a estacao ferroviaria mas apos ser atingido por metralhadoras antiaereas dos paulistas o aparelho se esfacelou no solo matando instantaneamente seus dois ocupantes entre eles o aviador Lauro Horta Barbosa do Aero Clube Brasileiro Em 18 de setembro durante um bombardeio da esquadrilha federal na area urbana da cidade de Campinas o escoteiro Aldo Chioratto de 9 anos foi morto apos ser atingido estilhacos de uma bomba atirada ao lado da estacao ferroviaria daquela cidade Em 21 de setembro de 1932 uma esquadrilha paulista composta por quatro avioes de caca comandada pelo major aviador Lysias Augusto Rodrigues realizou uma missao de bombardeio aereo bem sucedida no aerodromo governista de Mogi Mirim que havia sido recem inaugurado Nessa acao a esquadrilha paulista destruiu em terra cinco avioes governistas e avariou um sexto que tentava alcancar voo Na ocasiao as Forcas Federais haviam sido pegas de surpresa gracas a um ardil planejado pelo lider da missao que empregou a tatica de voar em baixa altitude ate aquela posicao e vindo da propria retaguarda do adversario fazendo se passar pela esquadrilha inimiga Conforme recordou o major Avioes federalistas destruidos em Mogi Mirim pela esquadrilha paulista em 21 de setembro de 1932 Aviao das tropas federais abatido pelos paulistas em setembro de 1932 Predio incendiado apos bombardeio so pouco depois de 8 30 horas foi que se pode decolar O Kyri Kyri com o comandante e Abilio o Kavure y com Gomes Ribeiro e Mario o Waco verde com Motta Lima e Hugo Neves e o Negrinho com o Aderbal decolam de Viracopos rumo a Campinas O comandante a testa da patrulha inflete francamente para oeste para fugir as vistas das linhas inimigas e entrar em Mogi Mirim vindo de oeste O campo de Mogi Mirim era de terra vermelha e sendo vermelhos os Wacos ditatoriais era preciso uma grande atencao para localiza los quando decolavam ou aterravam a nuvem de poeira que se levantava facilitava a observacao Mas quatro avioes potentes como os dos Gavioes nao podiam passar despercebidos mesmo soprando o vento contra a direcao de marcha como era o caso Quando iamos chegando perto vimos bem a poeirada de dois avioes que decolavam Ficaram todos possessos Mas de repente houve um pasmo geral Uma poeira de um aviao que rolava nos faz ver enfileirados asa com asa mais cinco vermelhinhos Foi um susto e um gozo Entao ali enfileirados junto a cerca para nos dar uma ronda a tarde Nao Esses nao darao mais ronda em ninguem Agora vamos aproveitar a oportunidade e liquidar alguns vingando o Potez do Comandante Agora toca a vez de tirarmos a forra Esses pensamentos rapidos como relampagos vieram enquanto os avioes se ajeitavam para entrar no pique Desde ha muito adotaremos o processo de bombardeio em pique seguido pelos americanos que nos davam um rendimento muitas vezes melhor que o metodo frances Todos estavam treinadissimos e era dificil perder se uma bomba Quando Gomes Ribeiro e Motta Lima mergulharam o comandante preocupou se com a possibilidade de um encontro no ar logo afastada As bombas de Gomes Ribeiro e as de Motta Lima caem juntas no grupo de avioes enfileirados enquanto o clamor poderoso dos motores se ouve E mal a cabragem termina ja novo pique se segue O comandante espera que eles acabem e fica apreciando a fogueira imensa que se ateou la embaixo porque as bombas haviam caido justo sobre os avioes Uma chama imensa de um brilho fortissimo e la estao os Wacos novinhos pagando o que os ditatoriais haviam feito ao Potez do Comandante Era um espetaculo grandioso aquele O fogo embaixo ajudado pelo vento forte queimava os outros avioes juntinhos estupidamente alinhados junto a grade Que gozo E enquanto Gomes Ribeiro e Motta Lima caem de metralhadoras sobre os ninhos da defesa aerea o comandante que ve o Waco rolar para decolar ataca o As bombas sao lancadas uma por uma com sangue frio e precisao A primeira bomba cai a direita do aviao que rola e ele continua sua marcha A segunda bomba cai a esquerda bem mais proximo e ele faz a curva para decolar Quando ataca o motor e levanta a cauda para decolar a terceira bomba cai junto O motor para o aviao estaca Ele estava fora de combate E ja o comandante se agacha de metralhadora sobre um grupo de ditatoriais abrigados atras das arquibancadas Tudo isso a luz daquelas gambiarras gigantescas os vermelhinhos ditatoriais que haviam vindo pressurosos da frente norte para dar nos Gavioes a ronda Estreparam se E reagrupada la em cima a patrulha dos Gavioes ve um dos Wacos vermelhinhos agachadinho sobre o rio fugir para as alterosas Nao vale a pena persegui lo A licao foi dura E nas fisionomias dos Gavioes ha uma grande alegria Abilio e Mario trocam cumprimentos de aviao para aviao Com a refrega da vespera eles sabiam que tinham que abandonar o setor ou seriam abatidos Pediram socorro urgente ansioso desesperado a Eduardo Gomes o dono da aviacao ditatorial Ele veio pessoalmente com seis Wacos vermelhos novos em folha E teve o desprazer de ve los todos destruidos E as vidas que ai se perderam Gomes Ribeiro fazia calculos e dizia Morreram na certa entre mecanicos serventes e metralhadores uns 12 homens Nao deixo por menos Informacoes posteriores vieram infelizmente confirmar seus calculos Haviam ficado fora de combate mais de 30 As 10 00 da manha ja a noticia havia se espalhado mas a principio nao lhe deram credito porque achavam que eram um peixe grande demais Mas a confirmacao nao demorou a vir A tarde para confirmar o efeito moral voltamos para lancar mais 300 kg de alto explosivo sobre eles No campo de Viracopos nao havia dentadura que coubesse dentro das bocas Todos riam e os dentes estavam em exposicao Riam os olhos as bocas as fisionomias e mirabile dictu ate os avioes A acao do dia 21 chamou a atencao do Governador do Estado de Sao Paulo que exaltou o feito e parabenizou o comandante geral dos Grupos de Aviacao Constitucionalistas Major Ivo Borges Quartel Ivo Borges E com grande enthusiasmo que felicito a heroica aviacao constitucionalista na figura do seu bravo commandante pelo brilhante feito de hoje respondendo ao inexplicavel ataque dos avioes da ditadura contra cidades inermes com feito rigorosamente militar atacando com efficacia admiravel pontos que deviam ser atacados de accordo com as leis de guerra Desse modo a aviacao nacional cobre se de gloria e a nacao brasileira enche se de orgulho a Pedro de Toledo governador do Estado Em 23 de setembro durante uma patrulha o capitao Aderbal da Costa Oliveira abateu em pleno voo um Waco CSO governista em Mogi Mirim nas proximidades da fazenda Santa Julia apos metralhar o tanque de combustivel do aparelho o que obrigou os seus pilotos a aterrarem em territorio inimigo resultando na prisao dos seus dois ocupantes e recuperacao de partes do aparelho Conforme noticiou o jornal Diario Nacional reproduzindo o Boletim emitido no dia anterior pelo Comando Supremo do Exercito Constitucionalista A aviacao constitucionalista conta as suas vitorias pelas suas sahidas Nao ha palavras de louvor bastantes para os commandados de Ivo Borges O capitao Adherbal acaba de colher mais um triumpho derrubando as 11 horas de hoje um aviao ditatorial na frente Oeste O apparelho adversario e um modernissimo Waco attingido pelas balas do nosso grande aza cahiu na fazenda Santa Julia Outras informacoes dizem que os dois tripulantes desse apparelho foram feitos prisioneiros accrescentando que o Waco depois de passar pelas necessarias reparacoes sera incorporado a esquadrilha constitucionalista Contudo a aviacao constitucionalista sofreu pesados reveses entre eles o ocorrido em 24 de setembro Naquele dia a esquadrilha paulista realizou uma missao de bombardeio sobre o Cruzador Rio Grande do Sul que realizava o bloqueio do Porto de Santos junto com outros navios da Armada brasileira fechando o cerco sobre os paulistas naquele conflito A missao era liderada pelo major Lysias Augusto que a frente da esquadrilha decolou por volta das 12 horas do Campo de Marte A esquadrilha era composta pelo lider da missao o major Lysias Augusto que pilotava um Curtiss O1 E Falcon o Kyri Kyri tendo como observador o 2º tenente Abilio Pereira de Almeida o capitao comissionado Arthur da Motta Lima Filho com um WACO CSO tendo como observador o 2º tenente Hugo Gaviao Souza Neves e o capitao comissionado Jose Angelo Gomes Ribeiro pilotando um Curtiss O1 E Falcon batizado de Kavure y tendo como observador o 2º tenente comissionado Mario Machado Bittencourt O capitao Aderbal da Costa Oliveira nao participou da missao em funcao de problemas mecanicos no seu aparelho um aviao bombardeiro Era previsto o reabastecimento e remuniciamento no aerodromo de Praia Grande ja previamente preparado para a missao Apos algumas tentativas o Curtiss do capitao Jose Angelo durante mergulho para lancamento de bomba contra o navio entrou em chamas e se esfacelou no mar em local proximo a Ilha da Moela no Guaruja No desastre foram mortos os dois ocupantes do aviao cujos corpos jamais foram recuperados assim como os destrocos do aparelho Especulou se que o aviao tenha sido alvejado pela bateria antiaerea do navio de guerra tese alegada pela imprensa governista Porem o major Lysias Augusto refutou essa versao em depoimento no livro Gavioes de Penacho 1933 tendo afirmado que a causa mais provavel foi uma falha mecanica no motor do aparelho durante um mergulho na maxima aceleracao atribuindo a falha ao engasgamento de valvula com retorno de chama o que proporcionou a combustao do aparelho e a sua consequente queda no mar Conforme argumentou Nao e possivel So por gabolice e pelo desejo nojento de tirar proventos pessoais de sua morte e que dirao isso ter sido abatido por fogo antiaereo do cruzador Eu muitas vezes preveni o Jose do perigo de picar a pleno regimen Uma valvula que se engasga um retorno de chama e explosao inevitavel Foi o que lhe sucedeu Podem crer Se de bordo tivessem atirado nele quando ele picava eu veria pois estava justamente observando o alvo A atirarem o fariam de preferencia sobre o aviao de Motta Lima muito mais baixo muito mais visivel Alem disso a 1 800 metros nao ha metralhadora que ponha os projeteis a uma polegada um do outro os destrocos do aviao do Jose ai estao por documento Eles atiraram sim mas quando os destrocos do aviao flutuavam Com o combustivel esgotado apos terem lancado todas as bombas e diante da fatalidade o restante da esquadrilha decidiu abandonar a missao Foi declarado luto oficial de 8 dias nos Grupos de Aviacao Constitucionalista por conta da perda e realizada amplas homenagens aos finados aviadores Varias cidades paulistas proximas aos locais de combate foram bombardeadas da mesma forma incluindo a capital Na frente norte cidades como Cruzeiro Cachoeira Paulista e Lorena sofreram significativos bombardeios da aviacao federalista Ao fim de setembro proximo do fim do conflito o recuo das tropas paulistas de sua linha defensiva para Guaratingueta fez com que aquela cidade fosse visada pelos vermelhinhos com inumeros bombardeios nas posicoes de tropas e inclusive no perimetro urbano da cidade Entre os aviadores que tomaram parte dessas missoes de bombardeio sobre as cidades paulistas do Vale do Paraiba estava o entao tenente aviador Francisco de Assis Correia de Mello popularmente conhecido por Mello Maluco pelos soldados devido ao seu excessivo arrojo nas missoes Findo conflito parte dos aviadores do Grupo de Aviacao do Exercito Constitucionalista rumou para o exilio na Argentina via Mato Grosso Paraguai onde la fixaram residencia por mais de um ano junto a demais exilados como foi o caso do major Lysias Augusto Rodrigues o capitao Aderbal da Costa Oliveira e o 1º tenente Arthur da Motta Lima Fim do conflito Telegrama relatando o fim das hostilidades Em meados de setembro de 1932 as condicoes economicas do estado de Sao Paulo eram precarias dado o cerco militar e o isolamento comercial Alem disso as cidades do interior do estado estavam sendo paulatinamente invadidas pelas tropas de Getulio Vargas e a capital paulista cada vez mais ameacada pela ocupacao militar A asfixia comercial era em grande parte causada pelo bloqueio ao porto de Santos impedindo a remessa de suprimentos basicos a populacao do estado e tambem inviabilizando o reabastecimento de recursos militares as tropas constitucionalistas o que tornava cada vez mais insustentavel seu poder defensivo que ate entao era viabilizado pelas contribuicoes feitas por seus cidadaos e pela mobilizacao de voluntarios na producao e distribuicao de suprimentos Soma se ainda o fato de que praticamente toda industria paulista ou estava paralisada devido ao conflito ou estava a se dedicar na producao de materiais e suprimentos para as tropas constitucionalistas Os comandantes do Exercito Constitucionalista durante os tres meses de conflito tinham a expectativa de um ponto de inflexao no curso da guerra de modo a sairem do cerco militar para reassumirem a ofensiva e enfim cumprir o objetivo do movimento armado que previa a deposicao do governo provisorio entao presidido por Getulio Vargas Porem com os sucessivos revezes no campo militar politico diplomatico economico e logistico os comandantes das Forcas Constitucionalistas se resignaram e pediram o armisticio ao governo provisorio para iniciar as tratativas para a rendicao Entre os fatores que sustentaram essa decisao estava a dificuldade dos paulistas em fabricarem recursos belicos em tempo e suficientes a frustracao com a aquisicao de recursos belicos no estrangeiro apos a atuacao ostensiva da diplomacia do governo provisorio que conseguiu sustar as compras iniciadas a frustracao com o nao reconhecimento internacional do estado de beligerancia o aliciamento politico ou a prisao pelo governo federal de importantes aliados estaduais aos rebeldes a debelacao dos revoltosos no Rio Grande do Sul o cerco e a iminente queda da praca militar de Campinas e Limeira o que significaria praticamente a tomada da capital paulista pelos governistas e com isso a inviabilidade das demais frentes de combate e por fim a asfixia comercial resultante do cerco militar que resultou na escassez generalizada de alimentos combustiveis pecas de reposicao materiais belicos entre outros recursos fundamentais para os rebeldes sustentarem a guerra Cientes da iminente derrota militar o comandante supremo do Exercito Constitucionalista o general Bertoldo Klinger e o comandante geral da Forca Publica de Sao Paulo o coronel Herculano de Carvalho e Silva obtiveram um armisticio e se engajaram na negociacao para o fim definitivo do conflito com o general Pedro de Aurelio de Gois Monteiro comandante militar do destacamento leste e representante do governo provisorio Apos alguns dias de negociacao no 2 de outubro de 1932 na cidade de Cruzeiro foi enfim assinada a rendicao e consequentemente dando por encerrado o conflito Entre os termos do acordo foi estabelecido que a Forca Publica de Sao Paulo retornaria aos quarteis para reassumir suas funcoes na seguranca publica do estado e o coronel Herculano de Carvalho e Silva assumiria interinamente o governo do estado de Sao Paulo ate a chegada do interventor designado por Getulio Vargas Com a retirada geral das tropas da Forca Publica paulista as demais tropas constitucionalistas compostas por combatentes do Exercito e voluntarios vendo se incapazes de sustentar os combates devido a esse grande desfalque em suas linhas defensivas tambem abandonaram as trincheiras em direcao a capital e definitivamente encerrando os combates No dia 6 de outubro o general Valdomiro Castilho de Lima entao comandante das forcas militares do Sul do Brasil assumiu a intervencao do Estado de Sao Paulo Foi a segunda vez em menos de dois anos que as tropas gauchas ocuparam a capital paulista sendo a primeira vez durante a revolucao de 1930 Com a derrota militar da Revolucao Constitucionalista a maior parte de seus lideres foi exilada na cidade de Lisboa em Portugal ConsequenciasObelisco de Sao Paulo no Parque Ibirapuera construido em homenagem aos herois da Revolucao Constitucionalista Ao fim do conflito com excecao dos membros da Forca Publica de Sao Paulo os principais lideres civis e militares do Movimento Constitucionalista foram enviados para o exilio em Portugal Entre os paulistas as baixas sao estimadas em mais de mil mortos Atualmente no mausoleu do Obelisco do Ibirapuera sao guardadas as cinzas de 713 ex combatentes alem dos cinco jovens mortos em decorrencia do protesto contra o governo de Getulio Vargas em 23 de maio de 1932 Ainda que o numero de baixas por parte do Governo Provisorio nunca tenha sido divulgado Frank D MacCann recorre ao testemunho do adido militar norte americano que apos percorrer os locais de batalha estimou em 1 050 mortos e cerca de 3 800 feridos A Revolucao de 1932 foi considerada por historiadores como um dos maiores conflitos na historia brasileira no seculo XX Na versao do governo federal provisorio entao presidido por Getulio Vargas o conflito nao foi necessario pois as eleicoes gerais ja haviam sido agendadas para o ano seguinte Em contrapartida na versao dos lideres do levante nao ocorria as eleicoes de 1933 e a Assembleia Constituinte tampouco a redemocratizacao e o Estado de Direito no Brasil nao fosse o Movimento Constitucionalista de 1932 Porem com excecao do estado de Sao Paulo no restante do pais prevalece a versao de Getulio Vargas e de seus apoiadores segundo a qual a bandeira da constitucionalizacao do pais era um mero subterfugio para os velhos politicos paulistas retomarem o poder apos terem sido alijados dele com a Revolucao de 1930 e portanto seriam eles os verdadeiros responsaveis pelo movimento armado A tese varguista defende ainda que se tratou de uma conspiracao orquestrada pela elite paulista que de posse dos meios de comunicacao da epoca no estado e utilizando a populacao paulista como massa de manobra visava depor Vargas da Presidencia da Republica para entao reconduzir ao poder um representante da oligarquia paulista que ate entao se encontrava no ostracismo politico Alega tambem que com o fracasso desse objetivo inicial a rebeliao teria assumido um velado carater separatista Por fim essa versao exalta a figura de Getulio Vargas devido ao esforco do governo provisorio na pacificacao nacional no pos conflito atribuindo a ele o credito das concessoes politicas aos revoltosos com o atendimento de praticamente todas as reivindicacoes que motivaram a revolucao alem da reconciliacao com os lideres paulistas Apos o conflito apesar da vitoria militar do governo federal provisorio Getulio Vargas foi pressionado pela coalizao politica e militar que o apoiou pois ele havia assumido diversos compromissos politicos e financeiros com os lideres estaduais e militares penhorados como moeda de troca na alianca para combater os rebeldes somado ainda ao consideravel endividamento do Tesouro Nacional para o financiamento da ofensiva contra os revoltosos Alem disso as liderancas da coalizao de apoio ao governo exigiam a partir do fim do conflito um esforco de pacificacao nacional para a normalizacao politica e economica do pais Para tanto a eleicao para a formacao da Assembleia Constituinte era decisiva Por outro lado o governo provisorio perdeu importantes bases de apoio politico que ate entao sustentavam a diretriz vigente do regime como foi o caso dos tenentes representados pelo Clube 3 de Outubro que eram contrarios a constitucionalizacao do pais e acabaram perdendo sua influencia politica no pos conflito Nesse novo contexto Getulio Vargas ficou acuado politicamente e teve que fazer concessoes para sustentar o seu grupo politico no poder As concessoes do governo provisorio foram de ordem politica e economica as quais incluiram Sao Paulo no esforco de pacificacao nacional e da normalizacao dos negocios no pais alem de tambem prevenir novas divergencias politicas de modo a obter o minimo de apoio politico necessario dos estados para o Poder Executivo Federal operar Na epoca o estado de Sao Paulo era uma das maiores economias do pais e os diversos estados brasileiros tinham forte vinculo economico e politico com o estado e a partir dele com o exterior o que era motivo de grande preocupacao para a Uniao no pos guerra Um dos principais esforcos nesse sentido foi a decisao tecnica do Banco do Brasil entao autoridade monetaria na epoca em assumir as obrigacoes do bonus de guerra emitido pelo Governo de Sao Paulo durante o conflito para prevenir uma crise economica de liquidez no pais O governo federal provisorio tambem buscou normalizar o comercio interno entre os estados e com o exterior a partir do Porto de Santos em Sao Paulo ao desobstruir acessos e ao reativar a plena atividade operacional e produtiva no estado Porem a maior parte das concessoes de Getulio Vargas a Sao Paulo foi por meio de seu interventor militar no estado o general Valdomiro Lima que ao assumir a interventoria em 6 de outubro de 1932 encontrou um terreno hostil com ressentimentos e boicotes por parte dos paulistas Por conta da alarmante situacao no estado o interventor realizou varias medidas para arrefecer a hostilidade da populacao entre as quais a chancela de Teodoro Augusto Ramos para prefeito da capital apos ter sido indicado pelo Instituto de Engenharia de Sao Paulo o atendimento das principais reivindicacoes dos cafeicultores paulistas a concessao de moratoria para o pagamento da taxa de 2 sobre as mercadorias importadas libertacao de combatentes presos suspensao da censura a imprensa e preservacao da maior parte dos delegados de policia em seus postos Mausoleu ao Soldado Constitucionalista de 1932 no interior do Obelisco de Sao Paulo Em 3 de maio de 1933 foram enfim realizadas as eleicoes para a Assembleia Nacional Constituinte quando as mulheres votaram pela primeira vez no Brasil em eleicoes nacionais Nesta eleicao gracas a criacao da Justica Eleitoral as fraudes deixaram de ser rotina nas eleicoes brasileiras Em 17 de junho de 1934 durante a Assembleia Constituinte Getulio Vargas foi eleito indiretamente para a Presidencia da Republica para um mandato de 4 anos cuja posse ocorreu em 20 de julho Ao final da Assembleia em 16 de julho foi promulgada a Constituicao de 1934 o que marcou a volta da democracia e do estado de direito no pais bem como a pacificacao entre os grupos politicos alem do retorno do exilio dos lideres rebeldes e da reincorporacao dos militares rebeldes aos seus respectivos postos nas Forcas Armadas do Brasil embora a anistia destes ultimos tenha sido em muito resultado da influencia e pressao do general Pedro Gois Monteiro sobre o governo federal Ainda naquele ano o Presidente da Republica nomeia um interventor civil e paulista para o governo de Sao Paulo Armando de Sales Oliveira em mais um esforco de pacificacao nacional Anos mais tarde durante o regime do Estado Novo dois interventores federais em Sao Paulo sairam das hostes do PRP Ademar de Barros 1938 1941 e Fernando de Sousa Costa 1941 1945 que havia sido secretario da agricultura do ex governador de Sao Paulo Julio Prestes Tornaram se ambos grandes aliados de Getulio Vargas em Sao Paulo Apesar da derrota militar as liderancas paulistas consideraram terem obtido uma vitoria moral e politica Conforme expressou o general Bertoldo Klinger alguns anos apos o conflito Ao entrarmos no solo paulista para assumir o commando supremo declarei que desembainhava a minha espada em continencia a Lei Fomos obrigados a uma rendicao incondicional para poupar a S Paulo a todo o Brasil dias mais amargos ainda Mas fizemos triumphar a nossa idea a volta do paiz ao regimen constitucional Obrigamos o governo a realizal a E conseguido o nosso objectivo podemos mais uma vez dizer que a santa guerra em que Sao Paulo e Matto Grosso se bateram pelo Brasil livre contra o Brasil escravisado o vencido venceu o vencedor No estado de Sao Paulo a Revolucao de 1932 se transformou na mais importante referencia historica da cidadania dos valores e dos principios de sua gente a exemplo do que e a Guerra dos Farrapos para os gauchos Ainda durante o conflito por meio da propaganda foram reavivadas as tradicoes bandeirantes do estado por exemplo com imagens dos principais bandeirantes paulistas nas ilustracoes das notas da moeda paulista colocada em circulacao no radio em cartazes e em outras varias publicacoes A data 9 de julho e feriado em Sao Paulo e conta com eventos comemorativos por todo estado Contudo no restante do pais nao ha qualquer comemoracao referente a Revolucao Constitucionalista de 1932 e tambem e pouco lembrado mesmo nos circulos academicos e escolares embora tenha ficado marcado na historia do Brasil como um dos principais conflitos civil e militar tanto pela mobilizacao ocorrida quanto pelo numero de mortos que em muito superou as baixas ocorridas na campanha militar brasileira na Italia na Segunda Guerra Mundial Preservacao da memoria e dos ideais de 1932 Monumento aos Herois da Revolucao Constitucionalista de 1932 no Cemiterio da Saudade em Campinas O 9 de julho e feriado civil no Estado de Sao Paulo e tambem e a sua data magna instituido pela lei nº 9 497 de 5 de marco de 1997 Porem desde 1934 anualmente nessa data e realizado o desfile civico militar comemorativo de 9 de julho na capital paulista atualmente sediado no Parque do Ibirapuera e tambem e realizado em cidades do interior do estado em memoria ao conflito e em homenagem aqueles que tombaram pela causa Constitucionalista Nesta solenidade sao depositados no Mausoleu do Soldado Constitucionalista os restos mortais de veteranos O evento durante muitos anos contou com a participacao dos batalhoes de veteranos do conflito Como parte das comemoracoes ha tambem a Prova Ciclistica 9 de Julho criada pelo jornalista Casper Libero e realizada desde 1933 na cidade de Sao Paulo Alem disso todos os anos no inicio de julho um grupo de paulistas faz a Caminhada 9 de Julho percorrendo a pe 927 quilometros pelo estado de Sao Paulo saindo de Rubineia no extremo oeste do estado e concluindo o trecho no municipio de Cruzeiro no Vale do Paraiba onde foi assinada a rendicao dos paulistas Os organizadores da caminhada civica almejam entrar para o livro Guiness dos recordes como a maior caminhada civica do mundo Em 25 de Janeiro de 1934 foi inaugurado o primeiro monumento em homenagem aos combatentes mortos durante o conflito na cidade de Itapira SP O Monumento do Morro do Gravi e considerado um dos principais marcos em homenagem aos soldados mortos em todo o Setor Leste Paulista Museu da Policia Militar de Sao Paulo Memorial de 32 Monumento ao Soldado Constitucionalista em Americana Em 1935 foi iniciada a campanha pro Monumento e Mausoleu ao Soldado Constitucionalista de 1932 com o objetivo de preservar a memoria da campanha civica e militar ocorrida em 1932 a causa constitucionalista defendida pelos revolucionarios e tambem homenagear aqueles que tombaram no conflito Em marco daquele ano a comissao formada iniciou suas atividades com medidas para angariacao de fundos e a abertura da selecao dos melhores projetos para a obra artistica e arquitetonica baseada em condicoes formuladas por um grupo de arquitetos engenheiros e artistas plasticos que julgaram os trabalhos apresentados O monumento foi construido no Parque Ibirapuera e inaugurado em 9 de julho de 1955 embora efetivamente concluida as obras somente em 1970 Em cidades do estado ha tambem diversos monumentos dedicados a memoria do conflito alem de diversos logradouros denominados em referencia e homenagem ao movimento constitucionalista e seus herois como por exemplo a Avenida 23 de Maio e a Avenida 9 de Julho na capital paulista A cidade de Cruzeiro recebeu por meio da lei estadual nº 13 203 de 10 de setembro de 2008 o titulo honorifico de Capital da Revolucao Constitucionalista de 1932 em virtude dos marcantes episodios desse conflito ocorridos no municipio entre os quais a assinatura do armisticio termo de cessacao da Revolucao que se deu no dia 2 de outubro de 1932 na Escola Arnolfo Azevedo localizada na regiao central da cidade cujo predio tambem foi utilizado como quartel general pelas tropas paulistas O Exercito Constitucionalista simbolicamente ainda existe e anualmente e representado nos desfiles civicos militares respectivos as comemoracoes do 9 de julho em Sao Paulo Ao longo dos anos a entidade Sociedade dos Veteranos de 1932 vem preservando a memoria e um variado acervo de documentos reliquias e demais itens historicos da Revolucao de 1932 Impacto cultural Nos anos que se seguiram ao fim da guerra houve um significativo esforco por parte de muitos ex combatentes e pessoas que atuaram diretamente na revolucao em publicar obras com relatos de suas experiencias como foi o caso de Paulo Duarte Menotti Del Picchia Alfredo Ellis Junior Guilherme de Almeida Arnon de Mello entre outros Somente em 1933 foram publicados 67 livros e seis anos depois ja havia um total acumulado de 170 obras Trinta anos depois do conflito Aureliano Leite realizou um catalogo com cerca de 600 titulos dedicados ao tema os quais constituem um importante acervo historico e literario A historia da revolucao foi tambem abordada em importantes obras da literatura brasileira como foi o caso do romance Eramos Seis publicado em 1943 pela escritora Maria Jose Dupre O conflito tambem foi retratado em producoes da televisao brasileira como na novela O Casarao 1976 na novela Os Imigrantes 1981 na novela Eramos Seis nas suas cinco versoes baseadas no romance de Dupre e na novela Esperanca 2002 todas elas com perspectiva favoravel a causa dos revolucionarios Em 2002 em comemoracao aos 70 anos do movimento armado foi produzido pela TV Cultura e a TV Assembleia o documentario A Guerra dos Paulistas A Revolucao Constitucionalista de 1932 A minisserie Um So Coracao 2004 produzida e exibida pela Rede Globo tambem retratou a historia do conflito A minisserie JK 2006 retrata a vida do ex presidente Juscelino Kubitschek incluindo a participacao dele naquela guerra Ver tambemEdificio Ouro para o Bem de Sao Paulo Estado de Maracaju Historia de Sao Paulo M M D C Medalha da Constituicao Medalha Governador Pedro de Toledo Obelisco do Ibirapuera Revolta Paulista de 1924 Separatismo Paulista de 1887ReferenciasMANSO M Costa Sao Paulo e a Revolucao 1932 Sao Paulo scp 1977 11p PUIGGARI Umberto Nas Fronteiras de Mato Grosso Sao Paulo scp 1933 O Governo Provisorio nunca revelou publicamente as baixas de seu lado da guerra civil No entanto um relatorio militar enviados aos Estados Unidos possuia tal informacao Cf VILLA Marco Antonio 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agosto de 1932 p 8 As nossas tropas tomam cinco cidades do Alto Parana 41 ed Sao Paulo Correio de S Paulo 2 de agosto de 1932 p 1 Outras noticias sobre a situacao do Estado de S Paulo 244 ed Porto Alegre A Federacao 22 de outubro de 1932 p 3 As forcas do general Joao Francisco em accao 2629 ed Curitiba O Dia 9 de agosto de 1932 p 2 Amaral Pedro Ferraz do 1982 A Guerra Civica Resumo da obra de seis tomos de Paulo Nogueira Filho Sao Paulo Do autor 254 paginas Ocupada a cidade de Salto Grande nº 11 596 ed Correio da Manha 27 de setembro de 1932 p 7 Consultado em 21 de junho de 2021 Noticias do coronel Azarias Sao Paulo A Gazeta 16 de agosto de 1932 p 4 A occupacao paranaense de Capella da Ribeira Curitiba O Dia 2 de agosto de 1932 p 1 O movimento sedicioso de Sao Paulo Rio Branco O Acre 11 de agosto de 1932 Trahim os companheiro Curitiba Correio do Parana 24 de outubro de 1932 p 1 Carvalho e Silva Herculano de 1932 A Revolucao Constitucionalista Rio de Janeiro Civilizacao Brasileira p 158 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