Cascais é uma vila portuguesa da sub-região da Área Metropolitana de Lisboa, pertencendo à região com o mesmo nome e ao distrito de Lisboa, com 64 310 habitantes (2021) no seu perímetro urbano.
É sede do município de Cascais, com uma área total de 97,4 km2 e 214 158 habitantes (2021), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Sintra, a leste pelo município de Oeiras e a sul e a oeste pelo Oceano Atlântico.
A sua origem enquanto entidade independente data da Carta da Vila, de 7 de junho de 1364, na qual o Rei D. Pedro I de Portugal a separava do (termo) de Sintra em virtude do seu desenvolvimento económico. Administrativamente, apenas se torna independente em 1514, data em que é provida de um foral próprio. Ocupado desde o Paleolítico, e com um importante património arqueológico, o município esteve desde cedo voltado para a produção agrícola, pesqueira e para a extração de recursos. Também a sua posição estratégica na Barra do Tejo contribuiu para a sua importância, dispondo hoje de um vasto património arquitetónico militar.
Pelos seus valores naturais e paisagísticos, tanto a vila como o município conheceram um surto de popularidade que a viram tornar-se no destino preferido das elites portuguesas e estrangeiras a partir do século XIX. A chegada e eletrificação do caminho de ferro foram transcendentais para o progresso do município, sendo o principal fator para a sua urbanização a partir de 1930.
A parir daí, cresce até se afirmar como um dos principais subúrbios de Lisboa e um dos principais destinos turísticos do país, partilhando dos fenómenos de (suburbanização) e periurbanização que se foram dando na restante área metropolitana, evidentes sobretudo no interior do município.
Geografia
Vista da zona ocidental de Cascais a partir da Peninha, na Serra de Sintra.Visão panorâmica do vale da (ribeira de Caparide/Manique) do Alto de Bicesse, bem como o horizonte da freguesia de (São Domingos de Rana).Zona interior do município. (Livramento), na freguesia de Cascais e Estoril, visto do Monte da Cabeça Gorda. Ao fundo, a Serra de Sintra.
Cascais e o seu município encontram-se no extremo sul-ocidental da Península de Lisboa, que limita a norte com Sintra, a leste com Oeiras e a sul e a oeste com o Oceano Atlântico. Possui o seu ponto mais ocidental no (Cabo Raso), e o mais oriental em (Talaíde), na margem direita da Ribeira da Laje. O seu ponto mais setentrional, bem como o mais alto, encontra-se na Peninha, que se eleva em 465 metros. De forma semelhante aos restantes municípios da Península de Lisboa, apresenta um relevo cujos elementos mais marcantes da paisagem são normalmente os vales das ribeiras, estreitos e encaixados, e cujos exemplos mais relevantes são os vales das ribeiras da Foz do Guincho, das (Vinhas), da , de (Caparide) e Ribeira da Laje. Acrescentam-se a estes alguns relevos pontuais, como são o , o Alto de Bicesse e o Monte da Cabeça Gorda.
O quadrante nordeste é dominado pela Serra de Sintra, sendo aí que se registam as maiores altitudes que vão diminuindo suavemente quando mais a sul, na sua transição para a plataforma de Cascais. Esta plataforma, bastante regular, possui uma vertente suave para sul (até ao (Cabo Raso)) e corresponde a uma superfície de abrasão marinha. A altitude média nestas áreas encontra-se entre os 250 e os 350 metros ((Malveira da Serra), (Janes), ), sendo que raramente ultrapassa os 400 metros Nesta zona, a costa é predominantemente escarpada, com a formação de várias grutas como a (Boca do Inferno), e cujas arribas podem chegar aos 100 metros. A única exceção dá-se na zona da Praia Grande do Guincho, uma extensa área arenosa que, a nível hidrológico, potencia a ocorrência de fenómenos de infiltração e a desorganização da rede de drenagem. A predominância dos ventos frescos de norte leva à formação de dunas, que se prolongam desde a Cresmina até à zona de Oitavos, onde se situa a única duna consolidada do município.
À semelhança do rebordo da serra, no resto do município os declives são pouco acentuados, e metade do seu território apresenta decives inferiores a 5%. A disposição do relevo faz com que as vertentes não possuam uma exposição marcadamente definida (51%), enquanto que nas restantes predomina a exposição de vertentes viradas a sul (18,5%), o que confere ao município uma feição soalheira, aprazível e confortável, abrigada dos ventos de norte (caso da Costa do Estoril, uma das áreas mais amenas da Área Metropolitana de Lisboa). Nesta faixa, a costa vai alternando entre pequenas praias e faixas escarpadas, dando origem a áreas de relevância ambiental, como é o caso da (Zona de Interesse Biofísico das Avencas). A zona interior do município é mais elevada quando mais a norte, com algumas localidades a altitudes superiores a 100 metros: (Murches), Alcabideche, (Bicesse), (Trajouce) e (Talaíde). O interior demonstra ainda vestígios do seu passado rural, e é composto por duas áreas relativamente planas: o Chão das Travessas, na zona da (Aldeia de Juso), e o Planalto de Massapés, em (Trajouce).
A vila de Cascais situa-se a 27 km de Lisboa, junto à orla marítima, numa pequena baía. É a quinta vila mais populosa de Portugal (depois de (Algueirão - Mem Martins), Corroios, Rio de Mouro e de Oeiras). Cascais recusa-se a ser elevada à categoria de cidade, por motivos turísticos.
Divisão administrativa
O município está atualmente dividido em quatro freguesias (Alcabideche, (Carcavelos e Parede), Cascais e Estoril e (São Domingos de Rana)), que anteriormente à reforma administrativa de 2013 eram seis (com Cascais, Estoril, Carcavelos e (Parede) como entidades autónomas). Por sua vez, as freguesias integram várias localidades definidas geograficamente mas sem valor administrativo. Várias localidades concelhias encontram-se divididas entre freguesias (caso de (Atibá), (Pau Gordo), , ) e entre municípios ((Cabra Figa) — cuja área no município adquire o nome de Pomar das Velhas —, (Carrascal de Manique) — com a AUGI do (Barrunchal) pertencente à freguesia de Sintra — e (Talaíde), cujo contínuo urbano se expande para Oeiras [onde se inclui o Taguspark] e Sintra [Casal do Penedo, em Rio de Mouro]).
Existem várias linhas de água em Cascais, divididas por duas regiões hidrográficas, que possuem importância por marcarem, juntamente com a Serra de Sintra, a orografia do município. A maioria delas são de curta extensão e não possuem caudal durante a maior parte do ano. Para além dos cursos de água, existem também três áreas de interesse hidrogeológico para a recarga e proteção de aquíferos. No quadrante ocidental do município encontra-se o Sistema Aquífero de Pisões-Atrozela. A delimitação deste sistema foi efectuada numa cooperação entre o Instituto da Água e o Centro de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sendo o único aquífero existente no norte da Área Metropolitana de Lisboa. Para além deste aquífero, existe também o Maciço Subvulcânico de Sintra e as áreas de Calcários e Arenitos do Cretácico da região de Cascais.
Está também presente em território concelhio uma albufeira de águas públicas classificadas de utilização protegida, a do Rio da Mula, situada na (Malveira da Serra) e pertencente à bacia hidrográfica do mesmo (rio).
Linhas de água
Em Carcavelos, a (ribeira de Sassoeiros) apresenta um leito artificializado, limitado por muros de gabiões, que acompanha em grande parte a (Estrada Nacional 6-7).Galeria ripícola bem conservada e leito natural da (ribeira das Vinhas), em Alvide.
O município de Cascais possui diversos sistemas ribeirinhos que se dividem entre as (regiões hidrográficas) do e a Região Hidrográfica do Tejo. A primeira ocupa apenas o extremo noroeste do município, sendo delimitada pela bacia hidrográfica da (Ribeira da Foz do Guincho), e contando com onze bacias hidrográficas. Nesta região, a orientação dos cursos de água dá-se de nordeste para sudoeste. Os restantes cursos de água de Cascais pertencem já à (Região Hidrográfica do Tejo), caracterizando-se pela sua maior extensão e caudal relativamente às primeiras. Dentro do município, esta região hidrográfica é dividida por 15 bacias hidrográficas cujas linhas de água, vindas de norte, desaguam na sua costa sul
Todas as ribeiras do município possuem a sua cabeceira na Serra de Sintra, e apresentam caráter intermitente, torrencial durante o inverno, e com grande estiagem do seu caudal. A sua extensão é reduzida, percorrendo vales encaixados e desaguando de forma abrupta nas arribas do litoral. A maioria das ribeiras apresenta um padrão de drenagem do tipo paralelo, com a única exceção da bacia da ribeira das Vinhas, cujo padrão de drenagem é do tipo (dendrítico).
Grande parte destas ribeiras encontram-se alteradas pela ação humana, muitas vezes circulando por leitos completamente artificializados ou canalizados, sobretudo nos seus troços finais. Apesar disto, nos espaços menos urbanizados é possível encontrar (galerias ripícolas) bem preservadas e cuja dimensão permite que a linha de água, nestes locais, assegure a sua função biofísica, quer a nível de promoção da biodiversidade, quer como regulador do sistema hidrológico da respectiva bacia. No entanto, o surgimento de estrangulamentos devido a construções, acumulação de detritos ou a espécies infestantes compromete o regular escoamento das águas, podendo levar a fenómenos de cheias.
As ribeiras mais relevantes e consideradas linhas de água principais são doze (, , , (Foz do Guincho), (Mochos), (Vinhas), (Castelhana), Cadaveira, (Bicesse), (Manique), (Marianas) e (Sassoeiros)). Destas, a maioria apresenta-se poluída ou muito poluída, e as que apresentavam menor qualidade de água em 2008 eram as ribeiras de (Caparide), das (Marianas) e a das (Vinhas), sobretudo graças às descargas indevidas de resíduos no leito e margens, bem como a descarga de águas residuais não tratadas. Nas ribeiras das (Vinhas) e de (Caparide), existem também grandes números de espécies exóticas, que conformam uma ameaça constante às restantes espécies e ao habitat que ocupa, chegando a destruir a vegetação envolvente e a aumentar significativamente o desenvolvimento algal. Estas ocorrências afetam também a qualidade das águas balneares nas zonas nas quais desaguam.
Águas balneares
A (Praia do Tamariz), no Estoril, é considerada a praia por excelência da Costa do Sol.
O município de Cascais possui diversas praias, diversificadas entre si e pertencentes à zona designada por Costa do Estoril. Destas, duas apresentam atualmente uso suspenso devido à falta de segurança decorrente da inexistência de sedimentos: a (Praia da Baforeira) e a (Praia do Abano). Em 2016, a grande maioria das águas balneares do município apresentaram níveis de água excelentes, exceptuando-se apenas as da e . Para além das praias constantes dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira, existem outras dez, a norte do Abano, de difícil acesso e extensão média de 60m. As praias do ocidente do município, inseridas no Parque Natural de Sintra-Cascais, apresentam-se como aquelas com maior afluência para a prática de desportos aquáticos, sendo aí realizados campeonatos mundiais de várias modalidades. É também de destacar a (Praia da Parede), procurada pelas suas características terapêuticas graças à exposição ao iodo e ao sol. As praias do município são geralmente estreitas e curtas, à exceção da (Praia Grande do Guincho) e da de (Carcavelos), e recebem em média 10 horas de sol na época balnear, com ausência de precipitação e temperaturas médias da água de 15º a 19º e do ar de 18º a 28º. Todas elas possuem uma hidrodinâmica dominada pela maré, semi-diurno e mesotidal de 2-4m, estando moderadamente expostas. Na costa sul, as praias pertencem à Região Hidrográfica do Tejo e são de tipologia urbana, regidas pelo POOC Cidadela–São Julião da Barra. As praias da costa oeste são de tipologia não urbana e regidas pelo POOC Sintra–Sado, já na (Região Hidrográfica das Ribeiras do Oeste).
Clima
Todo o município apresenta um clima temperado mediterrânico marítimo húmido, com verão seco e temperado (Csb na classificação climática de Köppen-Geiger). O município apresenta um gradiente de temperatura que aumenta consoante a latitude, sendo o interior mais frio que as zonas urbanizadas da costa, (Sassoeiros) e (Talaíde). Os invernos são bastante suaves, sendo um dos locais mais aprazíveis da área metropolitana graças ao efeito de ilha urbana, à proximidade com o mar, à boa exposição ao sul, à serra de Sintra (que abriga parte do município dos ventos norte) e à passagem da corrente quente do golfo. Os verões seguem a mesma tónica, devido ao facto de este ser o município mais ocidental de Portugal, por conseguinte possuindo uma maior proximidade do oceano. Em concreto, deve-se ao afloramento costeiro causado pelos ventos de norte, que fazem emergir as águas mais fundas e frias e afastam as águas mais quentes, de superfície.
Paisagem
Definida pelo Ministério de Obras Públicas e Transportes como «a manifestação externa, imagem, indicador ou chave dos processos que têm lugar no território, quer correspondam ao âmbito natural ou ao humano», esta tem sofrido nas últimas décadas, no município de Cascais, uma crescente degradação. Foram delimitadas no âmbito do Plano Diretor Municipal de Cascais diversas unidades de paisagem que ponderam a integração dos elementos naturais (topografia, hidrologia, fauna ou a flora) e culturais/humanas (economia e história) de cada zona, onde estas se «apresentam com um padrão específico, e a que está associado um determinado carácter». Em Cascais, foram caracterizadas seis unidades de paisagem que, por sua vez, se dividem em macro-unidades de paisagem:
Serra de Sintra – Compreende a aba sul do Maciço Eruptivo de Sintra, abrangida pelo município de Cascais, e classificada pela UNESCO enquanto Património da Humanidade – Paisagem Cultural, devido aos seus valores culturais e naturais. É o relevo mais acidentado do município e, pela sua orientação a sul (abrigada dos ventos húmidos de norte) manifesta-se numa paisagem mais seca do que a restante serra. Na subunidade «Serra de Sintra», as suas características geomorfológicas favoreceram as atividades de pastorícia, sendo atualmente pouco arborizada e com inúmeros afloramentos rochosos (caos de blocos). A faixa do litoral, denominada «Litoral da Roca», é bastante escarpada e dominada por linhas de água que originam nichos ecológicos e acidentes geológicos de interesse;
Serra de Sintra
Litoral da Roca
(Abano)–Penha Longa – Faixa de largura constante e de declive suave, com presença de linhas de água e vestígios do passado agrícola da zona (moinhos de vento e fornos de cal);
Abano–Penha Longa
Outeiro das Fontainhas – paisagem humanizada, algo descaracterizada pelo crescimento urbano, também dominada pelos vestígios do seu passado agrícola (arquitetura tradicional, compartimentação singular de terrenos e ruínas de moinhos de vento e de azenhas) que se deveu em grande medida à presença de linhas de água e aquíferos que abasteciam a zona. Divide-se nas subunidades «Chão das Travessas», «Planalto da Arca d'Água» e «Planalto de Massapés»;
Outeiro das Fontainhas — Planalto da Arca d'Água
Outeiro das Fontainhas — Planalto de Massapés
Vales das Ribeiras – Unidade de paisagem compreendida pelas principais linhas de água municipais, de morfologia diversa. Consiste de aluviões com grande potencial agrícola onde se instalaram as quintas históricas do município, com terrenos de cultivo de hortofrutícolas e de vinha ao longo das ribeiras. A pressão urbanística levou à redução significativa dos troços naturalizados, mantendo-se ainda algumas destas situações. Divide-se nas subunidades (Vale das Vinhas), (Vale da Castelhana), (Vale de Bicesse), (Vale de Manique - Caparide), (Vale de Sassoeiros) e Vale da Parreira;
Costa do Sol – Integra o sistema dunar Cascais–(Guincho), as arribas costeiras e a costa balnear, abrangendo a maioria da costa municipal. É uma paisagem constituída por fenómenos geológicos de considerável importância a nível nacional e importantes habitats para a flora e fauna costeira, com uma exposição solar que lhe confere um clima ameno e luminosidade particular. Divide-se nas subunidades «Arribas Cascais–(Cabo Raso)», «Dunas (Guincho)–Cascais» e «Costa Balnear»;
Costa balnear
Urbano – Consiste na mancha urbana que se foi constituindo a partir da década de 60 do século XX, integrando os maiores centros populacionais do município. Estes foram sido desenvolvidos ao longo do litoral, graças às oportunidades turísticas, comerciais e de lazer e possuem diversos pontos de interesse arquitetónico como villas, casas apalaçadas e quintas, usadas na sua grande maioria como antiga casa de férias das famílias mais abastadas de Lisboa.
Exemplo da degradação da paisagem e do ambiente no município. Em (Tires), a (ribeira das Marianas) circula num canal completamente artificalizado, resultado da (expansão urbana descontrolada).
O município sofreu, desde meados do século XX, um elevado crescimento demográfico, o que se traduziu numa construção desordenada e dispersa, ocupando áreas de importância em termos ecológicos. A estrutura ecológica municipal foi sendo relegada para segundo plano em relação a estruturas habitacionais, de transportes e sociais. As atuais normas para espaços verdes urbanos indicam que o município carece de espaços verdes principais, cuja área mínima deveria ser de 510 hectares. Em Cascais, está definida uma Rede Ecológica Concelhia, que define a sua «Estrutura Verde Principal» e «Secundária», integrada na Rede Ecológica Metropolitana. As áreas de influência das principais linhas de água concelhias (as linhas de água, as zonas com bons solos e as áreas sujeitas a cheias, as zonas de máxima infiltração e as cabeceiras das ribeiras) concentram em algumas das suas zonas o pouco que resta do património natural de Cascais, e integram a Rede Ecológica Metropolitana. Em Cascais, outras ligações naturais apontadas como vitais para a Rede Ecológica Concelhia são as ribeiras de (Manique), (Marianas), (Carcavelos) e Laje. O quadrante noroeste do município encontra-se ocupado pelo Parque Natural de Sintra-Cascais, classificado no PROT-AML como uma Área Estruturante Primária e em conjunto com os anteriores, contribui para a salvaguarda dos componentes naturais e humanos, solo, água, flora e fauna, e paisagem de grande valia.
Entre os espaços com grande importância ambiental, também no que concerne à componente ambiental solos, encontram-se as antigas quintas espalhadas pelo município, que poderiam servir para reduzir o efeito das cheias, para a saúde pública, para a produção de frescos e para a integração do espaço urbano no espaço natural, permitindo um desenvolvimento sustentável. Neste âmbito encontram-se as quintas situadas ao longo da ribeira de Caparide, a Quinta do Barão, a dos Ingleses (ou de Santo António) e restantes quintas de Carcavelos, nas quais se produzia o (Vinho de Carcavelos); a zona do Mato dos Celcos (a norte do ) e com ligação à , em Oeiras; as zonas a norte de (Bicesse) e da (Douroana); e os vales das ribeiras da Mula e dos Mochos e as zonas de proteção do Parque Natural, especialmente o Pisão de Cima e de Baixo, onde se encontra o que resta de uma floresta de carvalho lusitano.
Parques urbanos
Parque Marechal Carmona, em Cascais.
Um correto ordenamento do território exige, no mínimo, 10 metros quadrados de espaços verdes secundários por habitante, o que em Cascais implicaria entre 170 e 310 hectares deste tipo de espaços. O município possuía, até meados de 2000, quatro parques urbanos (, , e a ), apenas complementados pelos Espaços Verdes de Área Reduzida, mantidos pelos moradores. A estes foram adicionados, mais recentemente, outros, como o , o e os Parques Urbanos do , da , das e do . Existem também vários parques infantis espalhados por todo o território concelhio.
Quintas
Quinta dos Chainhos, no (Murtal), (São Domingos de Rana).
De passado agrícola, o município foi outrora pontilhado por quintas onde os seus proprietários buscavam aliar o caráter de recreio e lazer à função agrícola. Situavam-se em zonas do interior do município, onde os solos eram férteis e os recursos naturais abundantes, tendo desaparecido progressivamente a favor da urbanização de diversas zonas e com o declínio da atividade agrícola, sendo fragmentadas e hoje praticamente reduzidas às às áreas de habitação e suas dependências. As mais afamadas devem a sua notoriedade à produção do Vinho de Carcavelos, hoje produzido nas Quintas da Ribeira e dos Pesos ((Caparide)), da Samarra ((Livramento)) e na (Oeiras).
Quinta do Pisão de Cima
Por entre as freguesias cascalenses, destacam-se, em (São Domingos de Rana), as quintas históricas da Ribeira, dos Chainhos, da Torre da Guilha, de Rana e da Estrangeira; em Carcavelos as do Barão, da Alagoa, a Quinta Nova (ou de Santo António, ou dos Ingleses), a de São Miguel das Encostas, e a de Santa Maria do Mar; em Cascais a Quinta da Charneca; no Estoril a ; e finalmente em Alcabideche as quintas de Vale de Cavalos, do Marquês de Angeja, de Santa Rita (nas (Almuinhas Velhas)), de Nossa Senhora da Lapa ((Alcoitão)), de (Manique), do Pisão de Baixo, do Casal de Porto Covo e do Casal de Assamassa.
Ecologia
Flora
Flora terrestre
O município de Cascais inclui-se no (Reino Holártico) e na região biogeográfica mediterrânica. A sua flora divide-se por duas unidades principais, a primeira das quais se encontra na Serra de Sintra, um maciço (granítico), e a outra a sul, na área mais aplanada da Plataforma de Cascais cujos solos são de natureza calcária. Nas encostas graníticas da serra, dão-se florestações de pinheiro e (eucalipto), bem como espécies invasoras como as acácias e (pitósforos-ondulados). Restam alguns indivíduos dispersos de sobreiro e (medronheiro), com uma sub-coberta de (tojais) e (urzais), assim como formações de (carvalhiça).
Panorama do Parque Natural de Sintra-Cascais nas (Almuinhas Velhas). Aqui, a vegetação consiste sobretudo de carrascais, tojais e estevais.
Nas zonas calcárias, a vegetação característica é composta por bosques de carvalho-cerquinho e zambujais, sendo que os primeiros possuem um peso residual devido às alterações humanas e a sua área potencial limita-se aos vales frescos das ribeiras dos (Marmeleiros) e Penha Longa. Atualmente, no seu lugar, encontram-se matagais de (carrasco), (tojais de tojo-durázio) e (prados vivazes de braquipódio) ricos em orquídeas. Os (zambujais), por sua parte, podem ocorrer potencialmente em toda a área calcária do município incluindo em solos basálticos e calcários mais pesados ((vertissolos)), mas a sua presença é novamente escassa devido ao uso tradicionalmente agrícola destes solos. Assim, estas zonas estão cobertas por etapas mais baixas da sucessão ecológica (carrascais ou espinhais de (carrasco), , , (sanguinho-das-sebes) e (madressilva-caprina), e (tojais de tojo-gatunho) e (salva-do-sul) em mosaico com arrelvados vivazes de (Brachypodium phoenicoides) e (panasco)), que são delimitadas normalmente por (sebes espinhosas de abrunheiro-bravo), que também ocorrem pelos muros de pedra solta que separavam os campos agrícolas. Nos campos agrícolas onde os solos se encontram alterados, caso também das zonas urbanas e margens de caminhos, surgem espécies vivazes nitrófilas (caso da (tágueda), (talha-dente) e funcho).
Vegetação ao longo da (ribeira da Amoreira), com a presença de canaviais.
As galerias ripícolas concelhias estão em avançado estado de degradação, sendo muitas vezes substituídas por comunidades de (canaviais) e (silvados). Porém, ainda é possível encontrar algumas áreas de freixiais, (choupais) e , embora estes últimos sejam frequentemente afetados pela grafiose e apresentem um porte arbustivo. Nos leitos de cheia, dão-se prados húmidos de (alpista-da-água) e (junco), que podem surgir acompanhados de juncais de (Juncus valvatus), uma espécie endémica das regiões calcárias do oeste português.
Na região de transição para os granitos, de calcários e (margas) meteorizados pelo contacto com os granitos, é possível observar sobreiros acompanhados de (carvalho-cerquinho).
Vegetação na zona do Cabo Raso, de dunas litorais com presença de (Juniperus turbinata).
Na vertente sul, em vales e vertentes desabrigadas e acima dos 250 m, persistem núcleos de carvalho-negral que podem misturar-se com sobreiros. Na zona de sienitos, dar-se-ia uma ocupação potencial dessa mesma espécie, algo impedido pela intervenção humana (pela e depois pela florestação de espécies exóticas), o que torna os bosquetes de carvalho-negral resquiciais e propicia o crescimento de (giestais), (tojais) e (arrelvados vivazes de baracejo). A noroeste, nas encostas graníticas mais húmidas e sombrias, acima dos 300 m e com clima mais atlântico, surgem pequenos núcleos de carvalho-alvarinho que são normalmente pontuais e de porte arbustivo. Nestes locais, a paisagem é dominada por povoamentos de pinheiro e (matagais de carvalhiça) juntamente com (tojais) e (arrelvados de baracejo). Já nas margens das ribeiras serranas, ocorrem (salgueirais-pretos) muito fragmentados e (amiais) com trepadeiras ((Rubus ulmifolius) e ) e (sabugueiros) bem conservados.
As arribas da costa, fustigadas pelos ventos marítimos carregados de sais, são de grande particularidade quanto às suas comunidades. Assim, é possível observar espécies endémicas da família das plumbagináceas (Limonium spp. e Armeria spp.). Nas arribas de substrato calcário, caso do (Cabo Raso) e (Abano), surgem limónios ((Limonium multiflorum) e (L. virgatum)) e (raízes-divinas), enquanto que nas arribas de substrato granítico (a partir da ) florescem comunidades exclusiva deste território compostas por endemismos como o (cravo-romano) e a (cravina-de-sintra). Completam estas comunidades os (sabinais) com (carrascos), com um aspecto típico de “almofada” adaptado às condições edafoclimáticas.
As espécies usadas para ornamentação por todo o município são variadas e incluem a alfarrobeira, (ameixoeira-dos-jardins), (amoreira), (araucária-de-norfolk), (carvalho-alvarinho), (casuarina), (choupos-brancos) e (negros), (cipreste-comum), (cipreste-de-monterey), (eucaliptos), (figueira-da-austrália), freixo, ginkgo, (grevíleas), (jacarandás), (ligustros), (lódão-bastardo), (mélias), (nespereiras), (olaias), (paineiras), (palmeiras-da-califórnia) e das canárias, (pimenteiras-bastardas), (pinheiros-de-alepo) e (mansos), (plátanos), (salgueiro-chorão), sobreiros, (tamariz), , (tipuanas) e (zambujeiros).
Flora marinha
As populações nas duas grandes manchas de recifes rochosos dentre 0 e 10 metros de profundidade são compostas de (Fucus spiralis), , (Corallina elongata), (Lithophyllum incrustans), (Lithophyllum lichenoides), (Ceramium spp.), , (Ulva intestinalis), , e .
Geologia
Afloramentos rochosos nas Penhas do Marmeleiro, em (Murches).Pormenor do corte geológico da Estrada da Malveira.
O município de Cascais possui uma grande diversidade de formações geológicas, de características litológicas, idades e espessuras diferentes, variadas inclinações e direções das camadas geológicas, com morfologia e estruturas diversificadas.
A maioria do município de Cascais é moldado pelo Maciço Eruptivo de Sintra, de especial importância em termos geológico, orográfico e climático. De forma elíptica alongada, seguindo um eixo este-oeste, consiste num conjunto de rochas magmáticas, com um núcleo de rochas sieníticas, envolvidas por um anel granítico e um anel gabro diorítico descontínuo. Encontram-se os seus afloramentos nas zonas a norte e noroeste do município, com granitos, gabros, dioritos e (sienitos). O maciço data de há 82–75 milhões de anos (final do Cretácico), fazendo ascender correntes de magma que arrefecem no interior da crosta terrestre, dando origem às rochas já referidas. Devido a isto, os estratos mais antigos do Jurássico Superior e do Cretácico foram deformados e metamorfizados, o que origina uma série de filões de rochas paralelos e perpendiculares ao maciço, compostos de basalto, traquibasalto, riolítico e rochas alteradas não identificadas.
Os materiais de maior antiguidade, com 140 milhões de anos, datam do (Cretácico Inferior) (formações de (Maceira), Rodízio, (Cabo Raso) e Guincho), tendo a sua origem em rochas sedimentares como calcários, arenitos, (margas) e (pelitos). A maioria corresponde a formações calcárias fossilíferas e por algumas margas e grés, apresentando uma inclinação máxima de 50º na zona de encosto com o maciço granítico, diminuindo gradualmente a sua inclinação.
As formações do Jurássico Superior afloram a sul e sudeste do Maciço Eruptivo de Sintra, e consistem sobretudo de calcários (calcários compactos metamorfizados, calcoxistos e calcários margosos). Estas formações podem ser observadas na arriba litoral e no corte da Estrada da Malveira. A sua inclinação máxima é de 60º, que diminui à medida que se afasta do maciço.
Nas zonas a leste surgem afloramentos do , resultante da ascensão de magma à superficie com um vulcanismo efusivo, sendo que entre os níveis vulcânicos é possível encontrar por vezes (paleossolos). Estas ascensões devem-se à progressiva abertura do oceano Atlântico, que causou uma distensão e adelgaçamento da crosta terrestre. Sobretudo presentes no Complexo são os basaltos em diversas formas, como chaminés, das quais ainda restam relevos residuais no Cabeço de Mouro, Alto de Bicesse ou Pau Gordo. Estes afloramentos apresentam espessuras muito variáveis, com uma espessura máxima de 400m.
Os materiais mais recentes, a Formação de Areolas da Estefânia e a Formação de Entrecampos datam do Miocénico (há 20 milhões de anos) e surgem na parte oriental do município, numa orientação norte–sul, de (Sassoeiros) a São Julião da Barra.
Por fim, os aluviões surgem paralelos às linhas de água, consistindo de litologias sedimentares muito recentes, pouco consolidadas e muito heterogéneas litologicamente.
História
Pré-história
Entrada das (grutas artificiais de Alapraia).
A presença humana no atual território do município de Cascais dá-se pela primeira vez na pré-história, em cerca de 2000 a.C., com a presença de alguns povos nómadas do Paleolítico Inferior. Estabelecendo-se em povoados, teriam feito uso de objetos de sílex e quartzito, juntando-se, no Paleolítico Superior, objetos feitos também a partir de osso, que se traduziram em numerosos utensílios recolhidos na zona costeira do (Guincho), entre as quais uma móneolítica. O primeiro povoado desta origem conhecido no município situava-se na atual Alameda do Casino, no Estoril, com alguns materiais recolhidos por . Porém, é na zona da (Parede) que se dão as descobertas mais transcendentes. No (Murtal) foi reconhecido outro povoado por , sendo descoberto outro novo assentamento em 1953, no decorrer de escavações na zona do ((Parede)). Concluídas em 1957, estas permitiram verificar que a sua parte inferior consistia de uma camada de terras intacta, com diversos materiais arqueológicos. A este sítio, considerado por (Manuel Afonso do Paço) como «o documento mais antigo e precioso de Cascais», deu-se o nome de Parede I. Outros materiais arqueológicos aí encontrados, mais tardios e sob o nome de Parede II, levam a crer que os primitivos habitantes do município vivessem da agricultura e da criação de gado, bem como da caça e da pesca. Sobre estas primeiras populações, outras se instalariam, desta vez muito mais prósperas e conhecedoras da metalugia do cobre, possuindo cerâmicas várias e decoradas a primor, ao lado de uma série de artefactos de calcário, bem como botões, contas, etc.
Das grutas artificiais de (São Pedro do Estoril), hoje desaparecidas pela ação da erosão, resta um memorial acompanhado de um placar informativo.
Sabe-se que estes povos possuíam um culto muito especial pelos seus mortos, levados a enterrar em ou grutas naturais, e ao lado de quem colocavam armas e utensílios da sua propriedade, recipientes com alimentos e objetos de adorno e simbolismo religioso. Neste sentido, os mais importantes sítios arqueológicos do município são as (grutas artificiais de Alapraia) e de (São Pedro do Estoril), datadas da transição do Neolítico Final para o Calcolítico. São monumentos de inumação coletiva, utilizados como necrópoles durante várias centenas de anos, que juntamente com outros locais de Sintra, Lisboa e Palmela, constituem um dos mais importantes surtos da pré-história portuguesa de todos os tempos.
Deste período até à invasão romana, pouco é conhecido, como refere (Afonso do Paço):
«O que não sabemos com rigor, no momento presente, como tudo evolucionou até à chegada dos Romanos. Presentemente conhecemos pouco, na região de Lisboa, Sintra e Cascais, do período que medeia entre o grande surto dos metalúrgicos do campaniforme e a chegada dos primeiros invasores do Lácio.»
Idade Antiga
A época romana
Expositor das cetárias romanas existentes na rua Marques Leal Pancada, em Cascais.
A época romana evidencia uma exploração intensiva do território e da própria Cascale, graças aos complexos industriais aí identificados e às villas exumadas, que se explicam pela grande proximidade geográfica com a grande urbe de Olisipo. Apesar disto, o território concelhio consistia de povoados dispersos (sobretudo pelas áreas de Cascais, Estoril, Alcabideche e São Domingos de Rana), de e casais isolados e sem um núcleo urbano de relevo que permitisse um desenvolvimento mais acelerado destas áreas.
Este período permite também caracterizar melhor os diversos sítios arqueológicos do município, sendo que alguns deles foram continuamente ocupados, caso dos (Casais Velhos), uma vila situada na Rua de São Rafael, na (Areia), e que foi encontrada nas escavações de (Afonso do Paço) e (Fausto de Figueiredo) de 1945. Consiste de um conjunto de estruturas tardo-antigas (séculos III/VI), dominadas por um importante edifício termal, composto do frigidário, de uma sala tépida de transição (tepidário) e do , destinado ao aquecimento do ar que circulava sob o pavimento e da própria água dos tanques, de configuração semicircular. Nas proximidades foi identificado um tanque de grandes dimensões, possivelmente o natatio, que era abastecido por um aqueduto a partir de uma nascente. Da pars rustica, com dois compartimentos, foram identificadas duas pequenas tinas revestidas a (opus signinum), juntamente com conchas de búzio, o que levou alguns especialistas a crer que os habitantes desta villa se dedicassem à indústria da (tinturaria) de tecidos e/ou curtumes.
Outras estruturas encontradas consistiram num lagar e em diversas sepulturas de inumação pertencentes a três áreas de necrópoles às quais se encontram associados os principais achados, com várias moedas atribuídas a vários imperadores, desde Constâncio II(r. 337–361) a Arcádio(r. 395–408).
(Villa Romana de Freiria), implantada no vale da ribeira de Polima, entre (esta povoação) e o (Outeiro de Polima).
Outras vilas romanas foram achadas em (Freiria) (São Domingos de Rana), implantada numa das encostas do vale, entre o (Outeiro) e (Polima), junto da ribeira de Polima (subsidiária à ribeira da Laje, numa área de abundantes recursos hídricos e de elevado potencial agrícola) e mais recentemente, em (Miroiço). Também se destacam as (cetárias) romanas da Rua Marques Leal Pancada, em Cascais, descobertas em 1992, e ligadas à indústria romana de salga e transformação de pescado e derivados piscícolas. Estas cetárias dão crédito à presença de uma fábrica de conservas de derivados piscícolas a laborar junto à praia de Cascais durante a segunda metade do século I e finais do II. No final da sua produção, os seus tanques foram preenchidos com areia, e mais tarde e sobre eles construídas as estruturas do desaparecido (Castelo de Cascais).
O domínio romano também se fez sentir ao nível da toponímia. É o caso da aldeia de (Caparide) (proveniente do latimcappar aris ou cappari ou (capparis), para a (alcaparra) ou alcaparreira) ou de (Bicesse) (de bicessis, palavra de raiz latina que na sua origem se referia a um conjunto de vinte asses). Por outro lado, algumas inscrições de índole funerária são também testemunho deste legado.
A época visigótica
A ocupação visigótica de Cascais tem o seu maior manifesto no , bem como na .
A época árabe
Da ocupação árabe de Cascais encontramos influência nos vários topónimos do município (como Alcabideche ou (Alcoitão)). Estes atestam uma presença forte por todo o território cascalense, através da fundação e robustecimento de novas póvoas. Sabe-se deste período que a população do interior era eminentemente rural, graças aos escritos de (Ibn Mucana), cujos poemas refletem sobre o quotidiano de então na zona de Alcabideche, que se afirma como o primeiro povoado de relativa importância de todo o município. As condições naturais do território eram desfavoráveis, permitindo apenas a criação de açores como aves de caça, o que explica o domínio da vila de Sintra sobre qualquer outro povoado da zona.
A descoberta de diversos cadáveres em 1987 no , em Carcavelos, levaram à identificação de quinze enterramentos que, pelas suas características, permitiram aferir que os indivíduos aí enterrados possuíam origem berbere.
Idade Média
A reconquista e desenvolvimento de Cascais
Portas do Castelo de Cascais.
As zonas da estremadura portuguesa onde se incluem Sintra e Lisboa integram-se no Reino de Portugal em 1147. Embora sem mudanças nas dinâmicas territoriais, a conquista favorece o povoamento dos territórios mais a sul do reino. Assim, este período traduz-se numa grande época de fundação e/ou consolidação de póvoas marítimas que garantissem condições para a fixação da povoação, o escoamento das produções, que permitissem sustentar um comércio marítimo em desenvolvimento ao mesmo tempo servindo uma função de defesa da costa.
Ao sítio da atual vila acorrem lavradores, pescadores e outros mareantes, fazendo surgir uma pequena aldeia que vai crescendo progressivamente até ser referenciada pela primeira vez, a 11 de Maio de 1282, quando D. Dinis transmitiu ao concelho de Tavira as normas de conduta usadas pelo alcaide do mar de Lisboa. Estes ter-se-iam fixado no «Alto do Longo» ou «Monte Lombo», a noroeste do atual centro da vila, antes de se fixarem junto ao mar. O porto de Cascais transformara-se por então numa importante via de escoamento da produção agrícola de Sintra para Lisboa, bem como numa importante base de abastecimento de pescado para Lisboa. No eclesiástico, seria a 10 de Dezembro de 1253 que Cascais se integraria na paróquia de São Pedro de Penaferrim, situação que se manteria até 1523.
Este desenvolvimento leva a que as várias embarcações destinadas à capital, de diversas proveniências, fizessem escala em Cascais, tornando o seu já concorrido porto de escala numa espécie de antecâmara da cidade.
Seriam estes os fatores a levar à ascensão de Cascais à categoria de vila, a 7 de Junho de 1364:
Cascais seja vila sobre si e fora da sujeição de Sintra
Dom Pedro, pela graça de Deus, rei de Portugal e do Algarve, a quantos esta carta virem faço saber que os homens-bons de Cascais me enviaram dizer que fosse minha mercê de os fazer isentos da sujeição de Sintra, cuja aldeia era, e lhes outorgasse que o dito logo de Cascais fosse vila por si e houvesse por si jurisdição e juízes para fazer direito e justiça, e os outros oficiais que fossem compridoiros para bom regimento desse lugar; e que eles dariam a mim em cada ano 200 libras mais, além daquilo que me rendiam os meus direitos que eu havia do dito logo.
E eu, vendo o que me enviaram dizer e pedir, e tendo que é serviço de Deus e meu e guarda da minha terra, porque aquele lugar está em aquela costa do mar, e querendo fazer graça e mercê aos moradores do dito lugar de Cascais, tenho por bem e mando que o dito lugar de Cascais seja isento da sujeição de Sintra cuja aldeia era, e que seja vila por si e que haja jurisdição do cível e do crime como hão as outras vilas do meu senhorio que assim são isentas. E mando que elejam seus juízes para fazerem direito e justiça, e façam seus oficiais segundo é costume de fazer nas outras vilas do dito meu senhorio. E eles devem dar a mim em cada ano, daqui em diante, as ditas 200 libras, além do que eu i hei.
Carta da Vila, 1364
Esta ascensão, exigida pelos chefes das principais famílias de Cascais (homens-bons), permitia que os cascalenses pudessem eleger por si os seus juízes e governadores. Em troca, estes comprometem-se a pagar ao suserano uma quantia adicional de 200 libras anuais, para além dos direitos tradicionais já devidos ao monarca. O imposto referido na carta régia permite atestar a relevância das atividades levadas a cabo na póvoa marítima, e o conteúdo da carta só se compreende em função do grande desenvolvimento demográfico de Cascais. Porém, o foral não é claro quanto aos deveres dos súbditos, como também não o é quanto ao território que constituiria o termo da vila ou mesmo quanto à sua própria independência (assim, e aparentemente, só o povoado foi considerado autónomo).
A questão da autonomia
A 8 de Abril de 1370, com um documento de D. Fernando, que doa o (Castelo de Cascais) como feudo a (Gomes Lourenço de Avelar) pela sua contribuição nas lutas contra Castela, graças a cujo desempenho tem uma placa comemorativa numa das paredes da Cidadela de Cascais, clarifica-se que a vila era até então parte do termo de Sintra, e isenta-a dessa sujeição:
«damos a ele dito Gomes Lourenço e a todos os seus sucessores […] o nosso castelo e lugar de Cascais que é termo de Sintra, o qual lugar de Cascais de nosso movimento próprio e da nossa certa ciência fazemos isento e isentamo-lo e tiramo-lo e dessujeitamo-lo de Sintra em que esteve até ao tempo de ora. E queremos e mandamos que daqui em diante seja per si e haja jurisdição alta e baixa como a qualquer castelo e lugar que não é sujeito a cidade, nem a vila, nem a castelo
Limites aproximados do termo de Cascais nos séculos XIV-XV comparados com os atuais.
Tal situação pode ser explicada pela oposição dos homens-bons da vila de Sintra, que viam no porto de Cascais parte importante do seu concelho, bem como pela falta de mão de obra decorrente da Peste Negra de 1348 e pela eventual incapacidade dos homens-bons de Cascais de assegurarem o pagamento devido ao Rei. Assim, não é clara a questão da independência de Cascais entre 1364 e 1370. Independentemente disto, a autonomia de Cascais não seria total: por integrar a vila e seu termo num feudo senhorial, implicou a doação de toda a jurisdição cível e crime, com exceção do direito de apelo para o Rei nos feitos crimes; da jurisdição sobre os marítimos, da responsabilidade do monarca; da liberdade de atuação dos corregedores no novo senhorio e ainda dos direitos reais sobre dízimas de mercadorias de navios que fossem descarregadas e transacionadas em Cascais. A importância da vila leva à construção do seu castelo, anterior a 1370, para o reforço de uma estrutura defensiva improvisada que se instalara no local onde se fixara a população.
Para além desta questão, a carta de D. Fernando delimita pela primeira vez o termo de Cascais. Os seus limites, semelhantes aos atuais, seriam então, a sul e poente, o Oceano Atlântico; a norte, a foz do Rio Touro [atual (ribeiro da Mata)], o sítio de Barbas de Rei, a Penha da Hera [depois Penedo da Hera], o açude da Azenha do Tarambulho, (Janes), o caminho do Rio Tortulho, a Estrada de Lisboa, as Portas de Manique (Capa Rota, atual Centro Empresarial de Sintra) e a vereda que se prolongava pela estrada de Sintra até Rio de Mouro; e como fronteira a nascente «daí em diante pelo Rio [atual Ribeira da Laje] ao mar».
Com tudo isto, a carta régia de 1370 apenas definia o termo, sem nada prescrever sobre a organização do concelho. Aparentemente, o município de Cascais continuava a reger-se pelo diploma régio de 1364, de D. Pedro I. Cartas subsequentes, relativas ao feudo, em nada se pronunciaram quanto aos moldes definidores do município.
Enquanto feudo, os de Avelar seriam os (Senhores de Cascais), titulares de todos os seus terrenos até 1373, altura em que a vila de Cascais é invadida por Castela, sendo a sua população encarcerada e a vila roubada. São nesse ano sucedidos pelos de Vilhena (com D. (Henrique Manuel de Vilhena) como Senhor de Cascais entre 1373 e 1384 e entre 1385 e 1386). Na crise de 1383–85, Cascais manteve-se fiel a D. Beatriz, algo que viria a justificar a doação da vila, por D. João I, ao Dr. João das Regras:
«[…] Sabei que nós, por desserviço que recebemos do conde D. Henrique, porquanto sendo nosso vassalo se partiu de nós e se foi para nossos inimigos, o privamos da vila de Cascais»
Por esta época, o crescimento da vila é constante, e esta desenvolvera-se para fora das muralhas do castelo, com arrabaldes sobre a falésia junto à (Ribeira das Vinhas), na área da Rua do Poço Novo e dos Becos Tortos e Esconso, no arrabalde denominado Vila Nova. No seu conjunto, o termo registava cerca de 700 habitantes, que na vila eram 200 a 300.
Mapa de 1572 com desenho da zona costeira até Lisboa (então denominada Costa de Santo António). Esta é a representação mais antiga que se conhece do litoral de Cascais.
Idade Moderna
Período dos Descobrimentos
Cascais e o seu porto, ao longo da expansão marítima do século XV, era o centro económico e comercial de um pequeno interior com grande parte da produção proveniente da região de Sintra e uma escala obrigatória para todos os movimentos marítimos com destino a Lisboa.
Foi na baía de Cascais que desembarcou no regresso da sua primeira viagem à AméricaCristóvão Colombo, na manhã de 4 de Março de 1493.
Foi na baía de Cascais que, perdido dos outros navios da esquadra de torna-viagem, desembarcou (Nicolau Coelho) a 10 de Julho de 1499, chegando ao Palácio de Sintra com a boa notícia da chegada à Índia, que veio desencadear o regozijo geral e grandes recompensas.
Seria em 1514 que o concelho de Cascais se deixaria de reger totalmente pelo Foral de Sintra, de 9 de Janeiro de 1154, no âmbito de reformas instauradas no sistema de forais e levadas a cabo durante o reinado de D. Manuel I. Estas contribuíram para a centralização do poder régio, ao nível jurídico, político e fiscal, e focavam-se sobretudo na atualização dos encargos e isenções fiscais dos municípios. Assim, os novos forais carecem do caráter político e diferenciador que havia sustido o poder local, o que explica que as disposições relativas a privilégios e direitos fossem secundarizadas ou eliminadas dos novos textos e que as menções a topónimos e questões locais escasseassem. Pelo seu teor, o novo foral permite desenhar uma imagem da economia local, cujas atividades eram diversificadas (produção de vinho, legumes, frutas, cera, mel e alguns cereais – como o trigo e a cevada – num período também marcado pela pesca – atividade fortemente regulamentada – e a criação de gado, para além da moagem, da exploração da pedra e da caça).
Em 1527, por ocasião do primeiro numeramento global da população do reino, Cascais contava já com cerca de 600 a 1000 habitantes na vila e 1200 a 1900 no resto do concelho. Destes, apenas um quarto populava a área amuralhada, pelo que a Vila Nova se espraiava pelo vale ou baixa até à (Ribeira das Vinhas). Nos finais do século XVI, um terço da população tinha passado a habitar na outra margem da ribeira. Os núcleos populacionais mais importantes eram, depois de Cascais, (Caparide), com 26 fogos; (Manique), com 22; (Almuinhas Velhas), com 19; e Carcavelos, com 14. Tal progresso decorre na criação das paróquias de Nossa Senhora da Assunção, de São Vicente de Alcabideche e de São Domingos de Rana, altura em que deixam de estar sujeitas à paróquia de São Pedro de Penaferrim, quando a Confraria de Nossa Senhora da Guia decidiu mandar edificar em Cascais uma ermida sob a invocação da sua padroeira. O (Farol da Guia), que pertencia à irmandade com o mesmo nome, já existia em 1537, de forma a avisar os navegantes dos perigos da costa. Esta estrutura é também mencionada por Damião de Góis, em 1554.
Deste período de desenvolvimento urbano podem ainda ver-se vestígios nalguns prédios da antiga malha urbana de Cascais, na Capela de São Sebastião ou na Ermida de Nossa Senhora da Guia, com portal manuelino tardio e lápide tumular de 1577. Fora dela, destacam-se os elementos arquitetónicos reaproveitados na , prova da sua vetusta fundação, à semelhança dos fechos de abóbodas da (Igreja de São Domingos de Rana). A , que preserva a mais bela pedra armoriada do concelho, data de 1579, assim como a Igreja e Convento de Santo António do Estoril, fundada em 1527 pelos frades franciscanos sobre a ermida de São Roque, com sepultura de Roque Lopes, piloto da Carreira das Índias.
Foi na baía de Cascais que Luís Vaz de Camões desembarcou vindo do Oriente a 7 de Abril de 1570, por haver peste em Lisboa, razão pela qual lhe foi erguida uma estátua de calcário no centro da vila.
A 17 de Agosto de 1574, o Rei D. Sebastião envia uma correspondência ao Papa informando-o da sua intenção de ir ao Algarve para «mandar proceder nas coisas de África». Seria assim que, em Junho de 1578, desembarcariam na vila os 3000 soldados alemães que contratara, partindo depois com o Rei para o norte de África, onde se veio a travar a batalha de Alcácer Quibir.
Na madrugada de 30 de Julho de 1580, o exército espanhol, comandado pelo Duque de Alba, desembarcou na Laje do Ramil ((cabo de Sanxete)), daí atacando Cascais com o objetivo de prosseguir para a capital de modo a colocar D. Filipe II no trono de Portugal. Os 1500 homens que resistiram, por mal preparados e pouco apetrechados, foram ineficazes na defesa do território, em grande parte pelo facto de o local escolhido para o desembarque a ter surpreendido e desorganizado. (A fortaleza da vila foi tomada no dia seguinte), altura em que as forças espanholas ordenam a morte do seu defensor e do Alcaide-Menor do Castelo em nome de D. António, Prior do Crato, respectivamente D. (Diogo de Meneses), o qual tem a sua estátua em frente da Cidadela, e (Henrique Pereira de Lacerda), a 2 de Agosto, numa mostra de poder frente aos adversários de D. Filipe.
Posteriormente, a 19 de Maio de 1587, a vila é novamente atacada a comando de Sir Francis Drake, mas a esquadra inglesa não consegue desembarcar na vila. A 1589, e novamente com presença inglesa, consegue tomar Cascais, que é saqueada violentamente e incendiada.
O Rei D. Filipe I de Portugal, consciente das deficiências defensivas na zona, empreende uma estratégia de fortificação da costa, sendo ordenado a Frei Vicenzio Casale o levantamento da planta de Cascais e de uma carta da costa até São Julião da Barra, que seria entregue em Fevereiro de 1590. Datam de então as principais estruturas defensivas da costa, como a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, resultante do abaluartamento da Torre de Santo António, ou o (Forte de Santo António da Barra), também gizado por Casale.
A restauração da independência: novas fortificações
Após a Restauração da Independência nacional, em 1640, foi levado a cabo um reforço na fortificação da barra do Tejo, região pela qual se havia consumado o domínio estrangeiro. Sob a alçada de (D. António Luís de Meneses, 3.° Conde de Cantanhede), ampliaram-se e restauraram-se as fortificações existentes, levantando-se ainda mais de uma dezena de baluartes entre o (Guincho) e Carcavelos, todos eles completados até ao final da década de 1640 em virtude da simplicidade da sua traça. Os (Fortes de São Jorge de Oitavos) e de (Santa Marta), hoje musealizados, são importantes exemplos deste conjunto de edificações. De todas elas, a mais emblemática é a Cidadela de Cascais, que, integrando a Torre de Santo António e a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, permite reforçar a defesa da costa cascalense.
Manuel Porto, Moço da Câmara da Casa Real, natural de Cascais, filho de Francisco Porto, teve mercê do Hábito de Cavaleiro da (Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo) a 22 de Novembro de 1639, pelos serviços prestados em Olinda, Recife, Itamaracá e no Cabo de Santo Agostinho.
Gregório Guedes de Soutomaior, natural de Vila Flor, filho de António Guedes Pinto, teve Alvará do foro de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real a 13 de Novembro de 1640, pelos serviços prestados em Paraíba, em Pernambuco, na Índia, na Catalunha e em Cascais.
João de Pina Coutinho, natural da vila de Cascais, filho de António de Pina, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, teve Alvará dos foros de EscudeiroFidalgo da Casa Real e Cavaleiro Fidalgo da Casa Real a 9 de Março de 1644, pelos serviços prestados na Armada de António Teles, na Capitania de São Vicente, do Brasil, na (ilha de São Sebastião), onde apresou três lanchasHolandesas, e no Castelo de Cascais, por ocasião da Aclamação do Reino. Pelos mesmos serviços teve mercê do Hábito de Cavaleiro da Ordem de Santiago a 17 de Março de 1646.
Vasco de Araújo teve mercê do Hábito de Cavaleiro da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo a 9 de Maio de 1646, pelos serviços prestados em Salvador, na Flandres e no Reino, onde trouxe para Cascais a artilharia da nau "Santa Catarina de Ribamar", que havia naufragado, a fim de defender a vila dos Franceses. Cascais é vila e cabeça de Concelho do Distrito de Lisboa. É sabido que a França estava em guerra com a Espanha, por ocasião da Restauração da Independência de Portugal, e daí a referência acima.
Todas as construções levadas a cabo evitariam, pela sua proximidade umas das outras, um possível desembarque espanhol após as guerras da Catalunha e dos Trinta Anos, enquanto se aguardavam reforços. Em termos diplomáticos, D. João IV incumbe o 1.º Marquês de Cascais, D. Álvaro de Castro, de apresentar as condolências pela morte de Luís XIII de França.
Após a Guerra da Restauração, e com o início das obras do Convento de Mafra, a exploração da pedra em Cascais ganha particular importância. Seria de (Janes) que se extrairia o mármore preto usado na sua construção, e do concelho seria também natural um dos principais mestres de pedreiros do convento, o famoso Barambilha, António Martins.
«Foi este humilde obreiro quem, de facto, descobriu o maravilhoso mármore preto que se admira nos altares da Basílica de Mafra e de outras admiráveis misturadas. Saliente-se que entre as inúmeras variedades de granito cor-de-rosa e cinzento-azulado das pedreiras da Malveira da Serra e mármores da Torre da Guilha, houve, também em São Domingos de Rana, segundo Pinho Leal uma pedreira de belo mármore vermelho. (…) De Cascais, é igualmente, todo o mármore preto que ornamenta a ara que em 1529 se fez para a capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Graça, igualmente na capital. (…) e o granito com que foi feita a base do monumento a D. Pedro I»
Foi na freguesia de Cascais que nasceram em 1651 (José da Cunha Brochado) e, cerca de 1751, Rita Teresa Margarida Castelo Branco, avó paterna de (Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco), 1.° Visconde de Correia Botelho, personagem da sua obra-prima "(Amor de Perdição)", que deu origem à (telenovela) e filmes homónimos.
A 14 de março de 1745, o Marquesado de Cascais reverteu para a Coroa por extinção da linha principal.
O Terramoto de 1755 em Cascais
(Igreja de Nossa Senhora da Assunção) em Cascais. O terramoto seria responsável pelo desaparecimento da segunda paróquia de Cascais, a da Ressurreição de Cristo, que acabaria por ser integrada na de Nossa Senhora da Assunção.
O dia 1 de Novembro de 1755 marca a data de um dos mais importantes acontecimentos na história de Portugal, quando um violento terramoto devasta de forma especialmente intensa a zona de Lisboa. De acordo com Frei António do Espírito Santo, que descreveu no ano seguinte os efeitos do cataclismo na vila, o tremor de terra iniciou-se pelas nove horas e quinze minutos, fazendo-se sentir por nove minutos e transformando «a grande povoação [em] um insensível e frio cadáver do que havia sido e uma desfeita cena do que já não era». Em 1758, o Cura da Ressurreição de Cristo, António Inácio da Costa Godinho, não hesitaria registar que «de todas as terras foi esta a que experimentou maior ruína», pois todos os edifícios do concelho sofreram com o abalo, como as Igrejas da Ressurreição, da Assunção e da Misericórdia e o Convento de Nossa Senhora da Piedade, em Cascais, o Convento de Santo António, no Estoril, ou as Igrejas de (São Domingos de Rana), de São Vicente de Alcabideche e de Nossa Senhora dos Remédios, em Carcavelos. O posterior maremoto fez avançar o oceano terra adentro por várias vezes, dando origem a centenas de feridos, dos quais se registaram oficialmente duzentas e duas mortes no concelho, sobretudo nas paróquias da vila, e que formavam uma parte significante dos 5109 habitantes que se registaram em 1736.
Manuel Marçal da Silveira, Reitor de Nossa Senhora da Assunção, descreve o estado da vila três anos após o fatídico dia:
«a vila toda ficou arruinada até ao chão. Não há casa que ou não caísse em terra ou não ficasse abalada e ameaçando ruína. Os templos, a ponte, a Cidadela e seus quartéis, tudo está demolido e feito em pó. A maior parte da vila habita ainda em barracas […], a ponte está com um só arco em pé e se não passa por ela e tudo em a última ruína, sem que se reparasse ainda nada»
O evento revela também o contributo da vila no esforço de reconstrução da capital, que se serviria novamente de pedra de Cascais. Os últimos vestígios da destruição provocada pelo terramoto só desapareceram definitivamente da malha urbana na primeira metade do século XX, como foi o caso dos escombros do Palácio dos Marqueses de Cascais até darem lugar à casa do Conde de Monte Real, junto à curva da atual Avenida D. Carlos I.
Transição para o século XIX
Uma antiga zona agrícola na (ribeira de Manique), a pouca distância de (Caparide), localidade onde ainda se produz (vinho de Carcavelos).
Mudanças administrativas surgem em 1759, quando se dá uma alteração nas fronteiras do concelho. Inicialmente, pelo facto da sua fronteira oriental ser o Rio de Mouro, o termo de Cascais incluía uma pequena parte do reguengo de Oeiras, área denominada de «reguengo de a par de Oeiras». Mudanças administrativas surgem em 1759, quando um alvará de 11 de Agosto define que a área conhecida como Bucicos (o reguengo de a par de Oeiras) se deve unir a outras áreas cascalenses para formar a vila de Carcavelos, continuando, no entanto, sobre a alçada da mesma donatária. Assim, a área do concelho passa a ser limitada pela (ribeira de Carcavelos) (ribeira das Marianas), e o concelho perde as localidades de Arneiro, Carcavelos, , (São Domingos de Rana) e (Sassoeiros), assim como a e restantes lugares entre a mesma ribeira e a costa. Aquando da morte da última donatária de Cascais e Carcavelos, em 1764, esta área passa a integrar o concelho de Oeiras. Na mesma altura, Cascais ganha a sua independência jurídica com a atribuição do seu primeiro juiz de fora.
O ano de 1774 viu a fundação da Real Fábrica de Lanifícios de Cascais, um negócio que na década seguinte já contava com 500 operários e reconhecimento internacional. Os finais do século XVIII destacam-se pela crescente fama do (vinho de Carcavelos), por então também conhecido como «Lisbon Wine». A sua produção espalhava-se não apenas pelas colinas suaves ou lombos próximos do mar na zona de Carcavelos, mas por uma área mais extensa, que incluía a vila da (Parede), o (Murtal), o (Livramento) e a (Galiza).
Idade Contemporânea
Cascais é ocupada, a 30 de Novembro de 1807, pelas tropas francesas de Junot, uma situação que se manteria até 2 de Setembro de 1808 em virtude da assinatura da (Convenção de Sintra) e do avanço da esquadra britânica pelo Tejo. Um ano mais tarde, seria constituida entre os fortes de (São Domingos de Rana) e de (São João das Maias) a 3.ª Linha de Torres, com vista a uma eventual evacuação das tropas inglesas, da qual faziam ainda parte mais de uma dezena de fortificações provisórias – os redutos – unidas por linha de trincheiras.
As lutas liberais fazem servir como prisão a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, onde foram encarcerados os opositores de D. Miguel, e sendo alcunhada de «o Inferninho». A vila e o termo continuam a sofrer as consequências do Terramoto de 1755, do qual ainda não conseguiram recuperar totalmente. Assim, assiste-se a um período de decadência acentuado pela extinção de ordens religiosas e pela retirada do Regimento de Infantaria 19, enquanto a população, espalhada por pequenas aldeias, se dedica sobretudo à agricultura.
A afirmação enquanto local de ócio
Chalet dos Duques de Loulé, exemplo da arquitetura de veraneio que se começava a observar por Cascais.
A prática dos banhos de mar, pela qual se dá a popularidade da zona, remonta aos religiosos que residiam no Convento do Estoril e a alguns liberais que haviam sido presos na vila durante o Miguelismo. A partir daí, dá-se um primeiro período de desenvolvimento desta nova moda, assente em pressupostos terapêuticos, cujos principais responsáveis foram entusiastas como o Visconde da Luz. A burguesia e as suas excursões marítimas até esta região ajudaram para que os banhos de mar se impusessem enquanto forma de ócio. Porém, a verdadeira razão por detrás da descoberta das praias de Cascais para estes usos seria outra, a reconstrução das estradas para Oeiras (entre 1859 e 1864) e para Sintra, que ajudaram a suportar o surto de vilegiatura a que por aqueles tempos se assistia.
Por Postura Camarária de 24 de Maio de 1860, de comum acordo com (Joaquim António Velez Barreiros), 1.º (Barão de Nossa Senhora da Luz) e 1.º (Visconde de Nossa Senhora da Luz) e alguns outros ilustres moradores, incluindo diversos forasteiros que haviam sido atraídos para a vila depois da instalação nela do 1.º Barão e 1.º Visconde da Luz, foi criada por (João de Freitas Reis) a estrada entre Cascais e Oeiras, obra fundamental no desenvolvimento das comunicações entre a Foz do Rio Tejo e a capital, Lisboa. Ao mesmo tempo, a mesma Postura Camarária determinou que, sob pena de multa, todos os carros, (ómnibus), (seges) e bestas apenas pudessem realizar transportes sobre o empedrado. Com vista ao embelezamento desta importante via pública, a Câmara Municipal cedeu, a instâncias do próprio 1.º Barão e 1.º Visconde da Luz, as varas necessárias para a protecção do crescimento das inúmeras árvores que foram, então e para esse mesmo efeito, plantadas.
É com isto que Cascais se torna rapidamente um destino de cariz elitista, tal como outras praias da margem norte do Tejo, chegando a alcançar o estatuto de praia da Corte em setembro de 1867 graças à Rainha D. Maria Pia e, mais tarde, por D. Luís, o qual tem o seu busto junto à Praça 5 de Outubro. Em alternativa às praias, a vila possuía o Passeio Visconde de Nossa Senhora da Luz (atualmente um jardim), onde era possível contactar com a natureza e dispor de ocasiões sociais, ao qual se seguiu (a partir de 1869) o Teatro Gil Vicente e várias outras associações recreativas, humanitárias, desportivas e culturais.
Apesar disto, ainda eram patentes as sérias carências urbanísticas com as quais a vila se padecia a nível de alojamentos, algo que levou a Câmara Municipal a investir na reforma dos sistemas de esgotos, abastecimento de água, recolha de lixo, iluminação pública e da rede viária. Tal seria a razão por detrás da edificação de novas habitações que pudessem cumprir com as condições exigidas pelos vilegiaturistas, dando origem àquela que seria a imagem de marca do concelho: a .
A Família Real estabelece a sua presença em Cascais a partir de 1870 graças à reforma da antiga casa do Governador da Cidadela, que se converte no Paço de Cascais e onde a Corte se passou a instalar em meados de Setembro. D. Carlos entra oficialmente na vila no dia 28 de Setembro, data do seu aniversário, e nela fica até à abertura da temporada do (Teatro Nacional de São Carlos). A sua paixão pelo mar levou-o a realizar prospeções regulares na costa da Guia, na foz do Tejo e em Sesimbra e a montar na Cidadela de Cascais o primeiro laboratório de biologia marítima em Portugal, equipado com um sistema de tanques em que mantinha vivas as espécies capturadas nas suas campanhas oceanográficas iniciadas em Cascais.
Embora inicialmente um capitalista modesto, depois abastado, foi (José Torrezão) o primeiro empresário que decidiu investir no turismo da zona do Monte Estoril, da qual foi fundador, lugar localizado num ponto de mar intermédio entre as Termas da freguesia do Estoril e a vila da Corte da freguesia de Cascais, com a construção dos seus quatro primeiros (chalets) isolados, os Chalets Torresão. Começou por uma pequena casa de recreio numa zona de pinhais bravos numas arribas sobranceiras ao mar, à qual deu o nome de Casa da Serra. No de 1874, o seu autor (Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal) descreve-a como um lindo chalet ao gosto suíço com belo jardim e cercado de pinheiros. Não conseguiu, todavia, conquistar muita gente para estes lugares então ainda estéreis, uma vez que o seu único atractivo era, apenas, o mar. Por esse motivo, e pela sua modéstia, esses mesmos chalets foram demolidos no período posterior. O seu criador, nas palavras da escritora (Branca Colaço), o primeiro cenógrafo da paisagem maravilhosa morreu pobre, desgostoso dos seus entusiasmos de esteta.
A nova época de desenvolvimento que Cascais atravessava, enquanto capital do lazer, implicava também pontos importantes no desporto, assumindo um grande protagonismo na sua introdução e promoção. Várias eram as modalidades introduzidas e praticadas: vela (com a primeira regata na baía em 1871), remo, natação, ténis (praticado pela primeira vez no país em 1882) e futebol (primeiro desafio público entre portugueses em 1888, na Parada).
(Estação ferroviária) do Estoril, antes da sua reforma e da eletrificação da Linha de Cascais.
Outro grande marco do desenvolvimento do município foi o projeto de ligação à capital através do caminho de ferro. Tal parece ter sido impulsionado pela instalação sazonal da Família Real, e em 1887 receberia uma autorização para a sua concretização pela (Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses). Antes da sua posta em marcha, a 30 de Setembro de 1889, a ligação a Cascais era feita em carreiras de e de José Florindo de Oliveira, que tardavam cerca de cinco horas para efetuar o percurso. O caminho de ferro, inicialmente em serviço a partir de (Pedrouços), foi construído com inusitada rapidez, e seria depois alargado à estação de (Alcântara-Mar) (1890) e finalmente a Lisboa ((Cais do Sodré), 1895). Esta infraestrutura marcou um antes e depois na fisionomia do município, assumindo-se enquanto o mais poderoso instrumento de desenvolvimento e levando à ocupação do litoral cascalense, altura em que passa a ganhar destaque. É apenas na sua sequência que surgem os projetos de urbanização e de desenvolvimento das áreas do Monte Estoril (1888), de São João do Estoril e da (Parede) (1890) e de (Cai Água) (1905). A Linha de Cascais foi a primeira ferrovia pesada a ser electrificada em Portugal, em 1926, tendo uma placa comemorativa do facto, e a última a ser integrada na CP, em 1977, e é a única que não se encontra ligada ao resto da rede ferroviária nacional.
Entretanto, e pela mesma altura, Carcavelos era protagonista de um importante evento, a instalação da após a obtenção da concessão pelo governo português para o estabelecimento do cabo submarino para transmissão de mensagens telegráficas entre o Reino Unido, Portugal, Gibraltar e a Colónia da Coroa de Malta. Neste sentido, em 1872 os descendentes do Morgado da Alagoa vendem a Quinta Nova de Santo António, onde se instala a companhia, que no ano seguinte transfere a concessão para a . Esta seria a base de uma nova relação de intenso contato entre portugueses e britânicos, com uma grande influência desta última comunidade, nomeadamente na divulgação de novos hábitos e de práticas desportivas como o futebol, o ténis, o críquete, o rugby ou o ciclismo. Em nome do progresso alargaram-se, assim, definitivamente os horizontes da comunidade rural local. O local onde se estabeleceram as companhias, em mercê da sua influência, ganhou a alcunha de Quinta dos Ingleses, sendo atualmente o local de funcionamento da .
Em 1868 existia na vila a Comissão Tauromáquica Permanente, que edificou a primeira Praça de Toiros que existiu em Cascais, sita na Horta de Aguiar e inaugurada a 20 de Setembro desse ano, na qual actuaram todas as grandes figuras da época. Uma outra Praça foi depois erguida em 1873 junto ao chamado Passeio da Parada, funcionando até 1879. Posteriormente, foi edificado outro Tauródromo em Cascais no sítio do Rosário, este construído em alvenaria e com bancadas em madeira e capacidade para 7.500 espectadores, inaugurado a 27 de Setembro de 1894 com a presença da Família Real.
Foi durante aquela que foi a sua última estadia na no município que morreu, na Cidadela, o próprio D. Luís I, a 19 de outubro de 1889.
(Jaime Artur da Costa Pinto) foi tido como o Presidente da Câmara Municipal que colocou a vila no caminho da civilização, durante todo o período em que D. Carlos I de Portugal aí passou férias como Rei. Entre outros melhoramentos e relevantes serviços que prestou ao município, rasgou e promoveu a construção de ruas, praças, avenidas e largos, mercados, jardins e (alamedas), melhorou o abastecimento de água, inaugurou o serviço telefónico em 1900, deve-se-lhe a fundação e construção da e promoveu inúmeras festividades públicas, desde bailes a touradas, com a fundação da Monumental .
A zona de Carcavelos voltaria a pertencer a Cascais em 26 de Setembro de 1895, quando é extinto o concelho de Oeiras, e ao qual se juntariam também as freguesias de Carnaxide, Oeiras e São Julião da Barra. Com o restabelecimento desse concelho, a 13 de Janeiro de 1898, estas localidades voltariam a formar parte de Oeiras, mas Carcavelos manter-se-ia definitivamente enquanto parte de Cascais.
Fachada do Hospital de Sant'Ana.
À época, e para além dos banhos de mar, eram de grande relevância os banhos termais, levando à inauguração de diversos edifícios destinados a esta prática. Deste modo, crescem em popularidade os sítios dos Banhos da Poça (sobranceiro à praia da Poça), as Termas do Estoril, inseridas na quinta de José Viana da Silva Carvalho e pelas quais Santo António do Estoril continuava a ser recomendado, mas com o seu expoente máximo na vila da Parede, onde se ergue o . A fama das termas de Santo António do Estoril, ainda populares em 1910, levam a que Daniel Delgado alcunhe a zona como a «Riviera de Portugal», exaltando as suas virtudes naturais:
«se todos estes dons da natureza fossem judiciosamente empregues, com a devida atenção às necessidades e confortos dos doentes ingleses e outros, o Estoril tornar-se-ia muito em breve no melhor centro de águas cloretadas de sódio para o tratamento do reumatismo crónico e da gota, durante o inverno»
Passeio D. Maria Pia, junto à Cidadela de Cascais.Casa de Santa Maria, da autoria de Jorge O'Neill, sobranceira à e à .
Enquanto isto, Cascais sofria várias renovações destinadas à melhoria dos espaços públicos. Em 1890 é completado o Passeio Maria Pia, junto à esplanada do Paço Real, seguida da inauguração da nova Praça de Touros e da Avenida Valbom, que liga a estação ao centro da vila. Segue-se a Esplanada Príncipe Real D. Luís Filipe e, no ano de 1899, a inauguração da Avenida D. Carlos I, de acesso à Cidadela. Surgem também alguns dos melhores exemplos da arquitetura de veraneio, com a (Torre de São Sebastião) e da , de , hoje musealizadas; da , do Conde de Arnoso; ou das habitações dos Marqueses do Faial, de Joaquim da Silva Leitão, do Conselheiro Luís Augusto Perestrelo de Vasconcelos e de Francisco Augusto Trindade Baptista.
Continua também, por esta altura, a reestruturação em função da indústria do lazer, com o aumento do número de empresas de aluguer de carruagens, de casinos e de hotéis. O desporto também reforça a sua importância, e Cascais assiste em 1893 à primeira corinthian race portuguesa, impondo-se como o principal campo de regatas nacional. Tais eventos continuariam com a Taça Vasco da Gama (a primeira regata internacional promovida em Portugal), a primeira competição entre bulb-keels e a primeira regata oceânica, entre a vila e (Leixões). Entretanto, para além dos desportos de mar, também se realizaram na Parada três importantes gincanas automóveis, que garantiram à vila destaque na história da modalidade.
Com tudo isto, Cascais torna-se num ponto de passagem obrigatório, graças à presença de individualidades como o Rei do Sião ou o Presidente da República Francesa, Émile Loubet, em 1897 e 1905, respetivamente. Esta tendência não se viu contrariada nem mesmo com o assassinato de D. Carlos, que ajudara a vila a ganhar a sua fama, sendo então que se consolida enquanto estância balnear com a alcunha de «Riviera de Portugal». A prática dos banhos em Cascais viria depois a ser praticada também pelos Presidentes da República, com o exemplo máximo de Óscar Carmona, que transforma a Cidadela de Cascais na sua residência oficial.
O (Grande Casino Internacional), no Monte Estoril, foi a primeira infraestrutura do género na zona.Folheto de promoção às estâncias de lazer do Estoril.
Várias figuras notáveis da literatura portuguesa do século XIX passaram por Cascais, tais como (João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett), 1.° (Visconde de Almeida Garrett), (José Maria de Eça de Queirós), (José Duarte Ramalho Ortigão) e Maria Amália Vaz de Carvalho. Os famosos (Vencidos da Vida) reuniram-se aí na Casa de São Bernardo, pertença dum deles, (Bernardo Pinheiro Correia de Melo), 1.º (Conde de Arnoso), razão pela qual foi aí erguida em 2012 uma placa evocativa no âmbito do projecto "Casas com Memória" das Comemorações das Jornadas Europeias do Património, iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia.
Primeiro emblema do Sporting Clube de Portugal
O símbolo do Sporting Clube de Portugal foi idealizado numa conversa em Cascais, no Verão de 1905, por (José Alvalade), os seus primos José Cordeiro Ferreira Roquette e António José Roquette Rebelo de Andrade e D. (Fernando de Castelo Branco) (D. Fernando Pombeiro), (Administrador do Concelho) de Cascais (filho do (Marquês de Belas) e (Conde de Pombeiro)), que se inspiraram pelo anel com brasão da família deste último, um leão rampante (que significaria a força de vontade em construir um grande clube). O verde foi sugerido pelo (Visconde de Alvalade), simbolizando a sua esperança no novo clube, todos concordando na escolha, por representar a esperança no futuro da nova coletividade.
Foi oficialmente adotado, em 1907, já depois da data da (Fundação do Sporting Clube de Portugal), o emblema, que ostenta um leão rampante de cor prata sobre campo verde, assim como as cores verde e branco, que começaram a ser utilizadas desde essa altura, quando D. Fernando de Castelo Branco, autorizou que o leão rampante de ouro em campo de azul do seu brasão, do qual seu pai era Chefe de Nome e Armas, fosse utilizado no emblema do Sporting. Deveria ser de cor "prata armado em preto, em campo verde, correspondendo às límpidas, firmes e esperançadas intenções dos seus fundadores", embora, desde o seu início, tenha sido, frequentemente, representado oficiosamente em ouro.
A Implantação da República
Contam os jornais "O Século" de 7 de Outubro de 1910 e "" de 17 de Outubro de 1910 que, desde o começo do (tiroteio) em Lisboa, na vila de Cascais vivia-se um clima de grande ansiedade por falta de notícias dos acontecimentos. Na noite de Segunda-Feira, dia 3 de Outubro, para Terça-Feira, dia 4 de Outubro, concentraram-se os populares revoltosos em Carcavelos, esperando a hora de entrarem em serviço revolucionário. À uma hora da madrugada, tomaram o cabo submarino e cortaram as comunicações terrestres. Na Quarta-Feira de manhã, dia 5 de Outubro, a notícia da vitória foi ali recebida e em todas as povoações, das nove às dez horas da manhã. Houve muitas manifestações em todas as localidades e foram içadas bandeiras republicanas no Campo Entrincheirado, em (São Julião da Barra) e no (Forte Duque de Bragança). Aquando das novas da Revolução, D. Afonso de Bragança, Duque do Porto, encontra-se na região, instalando-se na Cidadela de Cascais, pois havia Guarda e a população de Cascais era, na sua maioria, afeiçoada ao Regime. Entretanto, o iate (Amélia) segue até à , recebendo, em breve, o Infante, que, no automóvel do 1.º (Barão de Linhó), (António Borges Coutinho de Medeiros de Sousa Dias da Câmara), percorre a vila, acompanhado pelo seu Ajudante-de-Campo, passando pelos grupos armados que não o hostilizam. A transforma-se num posto de permanência onde, rodeado pelas autoridades locais, recebe as últimas notícias da capital. (Francisco José da Rocha Martins) refere-se mesmo duma linha de defesa de centenas de homens armados em volta da Cidadela de Cascais, que aguardavam ordens. Face à possibilidade dum bombardeamento da Cidadela, D. Afonso recolhe à residência do 1.º (Conde de Arnoso), (Bernardo Pinheiro Correia de Melo), até ser obrigado a abandonar a vila. O então (Administrador do Concelho), D. (Fernando de Castelo Branco), também conhecido por D. Fernando Pombeiro, e o Presidente em Exercício da Autarquia, (José Cardoso de Meneses Martins), pedem a demissão, sendo substituídos, respectivamente, por , logo a 5 de Outubro, e por , apenas a 13 de Outubro. Entretanto, coincidentalmente, no dia 10, falecera o próprio 1.° Conde de Cascais.
O projeto do Estoril: da Riviera Portuguesa à Costa do Sol
Em 1914, já com Cascais plenamente consolidada como destino turístico nacional, inicia-se a revolução turística do vizinho Estoril por forma a internacionalizar a região. Tal deve a sua existência ao empresário (Fausto Cardoso de Figueiredo), que juntamente com o seu cunhado, Augusto Carreira de Sousa, adquire a Quinta do Viana e convidam o arquiteto para traçar um ambicioso projeto com equipamentos coletivos ao nível do lazer, com ênfase nas vertentes médicas e climáticas. Este projeto incluía a construção de três hotéis, novas termas, casino, teatro, palácio de desportos, edifício para banhos de mar, estabelecimentos comerciais, galerias cobertas e amplo jardim, dispostos em território virado para o mar.
Pouco tempo depois, a 18 de Setembro de 1915, assiste-se à fundação da nova freguesia do Estoril, com sede em São João, e composta pelas «povoações do Estoril, S. João do Estoril, (Cai-Água), (Livramento), e (Galiza), do município de Cascais, que, para tal efeito, são desanexadas das paróquias de Cascais, Alcabideche e (S. Domingos de Rana)».
Porém, o pano de fundo dominado pela Primeira Grande Guerra dificulta a execução do projeto. Em Janeiro de 1916 foi colocada a primeira pedra do Casino e das Termas, com inauguração em 1918. Foram estas as duas forças motoras que alavancaram o progresso do projeto, especialmente após a legalização e concessão do jogo, em 1927. No ano seguinte, a revista Casino já aplicava o termo Costa do Sol ao eixo Cascais–Estoril, um termo oficializado em Maio de 1935 e que passou a abranger a costa do município, da (Parede) a Cascais. As iniciativas de dinamização da zona, embora largamente de origem privada, contavam também com apoios públicos: assim, a partir de 1922, surge a Comissão de Iniciativa para Fomento da Indústria de Turismo de Cascais (mais tarde Comissão de Iniciativa e Turismo do Concelho de Cascais e Junta de Turismo de Cascais).
Em 1930, a inauguração do Palace Hotel (atual Hotel Palácio) dota o município de uma infraestrutura de nível internacional, e no mesmo ano, o modesto (apeadeiro do Estoril) já havia sido renovado de modo a alojar o terminal do (Sud Expresso), que assegurava a ligação a Paris. Segue-se a abertura do novo casino, em 1931, com um plano distinto do inicial e de cariz modernista. A estreia dos novos equipamentos fez com que o município continuasse a captar visitantes, mas iniciando uma nova centralidade no Estoril, da qual o Monte Estoril e São João se ressentiriam pela crescente subalternização e, no caso da última localidade, pelo encerramento dos Banhos da Poça. Por outro lado, em 1922, a modesta localidade de Cai-Água assume uma nova dinâmica graças à instalação da de O Século. Em 1926, por petição dos seus habitantes, passa a denominar-se (São Pedro do Estoril).
Na (Parede), o desenvolvimento urbano segue as mesmas linhas, e a vila passa a ser um destino privilegiado para o tratamento de diversos males físicos graças às características da sua (praia) e exposição solar. O seu número de visitantes aumenta, por isso, de forma exponencial, e transforma o tabuleiro (uma maca montada sobre um carrinho de quatro rodas) num dos ícones da região.
Por Cascais, procedia-se nesta altura à realização de importantes reformas urbanísticas, como foi o encanamento da ribeira das Vinhas, que melhorou a salubridade no centro da vila. Em 1927, a Torre de São Sebastião, o seu recheio e parque anexo são legadas ao município pelo (Conde de Castro Guimarães), com a condição de que sejam transformadas em museu, biblioteca e jardim públicos. Assim, em 1931, nasce o novo Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães.
Em 1932, Cascais teve a visita do satanista Aleister Crowley e da sua mulher, acompanhados por Fernando Pessoa, os quais visitaram a (Boca do Inferno), nome que, em resultado da sua visita, entrou no inglês e seria transposto e celebrizado por (Joss Whedon) nas suas duas primeiras séries de televisão Buffy the Vampire Slayer e Angel.
Por 1936, acodem ao município vários refugiados da Guerra Civil Espanhola, sendo de importância o acidente de avião ocorrido a 20 de Julho desse ano na Quinta da Marinha, que vitimou o General (José Sanjurjo Sacanell), 1.° Marquês do Rife, que instalara o seu quartel-general no município.
Em 1938 é fundado o (Clube Naval de Cascais).
A 1 de Janeiro de 1939 foi inaugurado na Amoreira, em Alcabideche, o (Estádio António Coimbra da Mota), casa do (Grupo Desportivo Estoril Praia), fundado a 17 de Maio de 1939, cujo nome homenageia (Cascais, Cascais, 26 de Outubro de 1908 - Cascais, Cascais, 26 de Junho de 1972).
Posteriormente, a II Guerra Mundial traz ao município vários estrangeiros, especialmente após a Invasão de França, em 1940, e onde esperavam embarcar para a América. Entre estes encontravam-se várias personalidades da época, exemplo de Calouste Gulbenkian, Vinicius de Moraes, (Antoine de Saint-Exupéry), Thomas Mann, John Maynard Keynes, (Edward R. Murrow), Leslie Howard, Alexander Alekhine, , , e , cuja presença foi registada nos boletins de alojamento de hotéis, pensões e casas particulares do município. Também os Duques de Windsor (Eduardo VIII da Grã Bretanha) e (Bessie Wallis Warfield) se vieram instalar na casa do banqueiro (Ricardo do Espírito Santo) na Boca do Inferno.
Ao mesmo tempo, Cascais serve de palco para o desenvolvimento de atividades de espionagem, contra-espionagem, recolha de informações e vigilância mútua, e das quais se preservam registos no Arquivo Histórico Municipal. É de destaque a criação, em 1941, de uma figura emblemática da ficção escrita e, mais tarde, cinematográfica: James Bond. A personagem de Ian Fleming surgiu quando o autor servia de agente especial ao serviço dos aliados, no Estoril, e a sua primeira obra, "Casino Royale", foi diretamente inspirada no Estoril e no seu Casino Estoril.
Ultrapassada a guerra, a vila de Cascais assumiu-se enquanto local de exílio da realeza europeia, com a chegada dos (Condes de Barcelona), do Rei Humberto II de Itália, da (Rainha Joana da Bulgária), do (Rei Carlos II da Roménia), do (Regente) da Hungria AlmiranteMiklós Horthy e, posteriormente, de vários Arquiduques, entre eles o Pretendente, (Otão de Habsburgo), da Áustria-Hungria.
Segunda metade do século XX e início do século XXI
Parque Marechal Carmona
A chegada a meados do século XX é definida pela crescente urbanização do município. Em 1935 é definida oficialmente a região da Costa do Sol, e com ela, o seu novo plano de urbanização supervisado por um gabinete do governo. Coordenado por Alfred Agache até ao final do primeiro mandato de (Duarte Pacheco) e, mais tarde, por (Étienne de Gröer), que definiu a construção de uma via panorâmica de fruição ao longo do litoral (a (Estrada Marginal)) e por uma via rápida que estruturasse o interior e permitisse o desenvolvimento de aglomerados urbanos ao longo do seu percurso (a A5). Em particular, a construção da atual EN6 levou à transformação da vila de Cascais, procedendo-se a uma uma profunda remodelação da malha antiga da vila. Assim, encana-se a (ribeira das Vinhas) e demolem-se alguns edifícios históricos, caso do Casino da Praia ou do mercado de ferro.
Mercado de Cascais.
Procede-se também à urbanização de terrenos até então usados para atividades agrícolas ou pecuárias, surgindo novos núcleos como o Bairro Marechal Carmona e o Bairro dos Pescadores, em Cascais, ou o Bairro Octaviano, na (Parede). Pela mesma altura, existiam projetos de urbanização dos Parques Palmela e Gandarinha e da Quinta de Santa Clara, que vieram a ser pontilhados de vivendas. Em 1949, dá-se início à construção da primeira fase do Bairro da Federação das Caixas de Previdência, inaugurado no ano seguinte e estava já planeada a expansão dos bairros Marechal Carmona e dos Pescadores, na mesma zona. As infraestruturas também foram alvos de fortes investimentos, inaugurando-se em 1940 o Parque Municipal de Cascais, que recebeu o nome de Marechal Carmona. No mesmo ano, os Paços do Concelho passam a funcionar no (Palácio dos Condes da Guarda), e mais tarde, surgem o Hospital Condes de Castro Guimarães, o edifício da Lota e da Guarda Fiscal e, em 1952, o novo Mercado de Cascais. Este desenvolvimento deu-se não só no centro administrativo mas por todas as freguesias, sendo a razão pela qual se forma a nova freguesia da (Parede), a 1953. Em Alvide, surge um novo bairro destinado a famílias com baixos rendimentos, é ampliado o Bairro Marechal Carmona e urbanizada a zona envolvente ao novo Mercado de Cascais, bem como a Quinta da Bela Vista, em (Sassoeiros). Posteriormente, outros planos e construções seriam postos em marcha para o Bairro Irene, o Areeiro, a , a (Madorna), (Birre), e , sendo todas estas áreas testemunhos da voracidade com a qual se processa a expansão urbanística concelhia.
Edifício do Teatro Municipal de Cascais, no Monte Estoril, inaugurado em 1986.
Já na década de 60, surgiriam novos planos de obras baseados em estudos anteriores, e com vista à construção de novos núcleos urbanos em (Trajouce), Abóboda, (Birre), Cobre, (Galiza), , (São Domingos de Rana), (Outeiro de Polima) e toda a área compreendida entre São João e (São Pedro) (Areias), bem como o núcleo de (Matos Cheirinhos). O fornecimento de energia eléctrica atesta de forma expressiva esta evolução, que começa em 1957 com (Bicesse), (Alcoitão), (Torre) e (Birre) e acaba em 1969, com o fornecimento de energia ao .
Várias figuras notáveis da literatura portuguesa e internacional do século XX passaram por Cascais, tais como (Herberto Helder de Oliveira), (Fernando António Nogueira de Seabra Pessoa), Mircea Eliade, (Ruben Alfredo Andresen Leitão), (António José Branquinho da Fonseca), (João Gaspar Simões) e . Também o arquitecto (Eduardo Souto de Moura), Prémio Pritzker se estabeleceu em Cascais, onde mantém o seu atelier.
Em 1960 começou a ser edificada a Praça de Touros "José Pessoa" (assim denominada em homenagem ao Tenente-Coronel (José Roberto Raposo Pessoa), que presidiu à Comissão Pró-Construção), depois conhecida como Monumental de Cascais. O projecto foi da autoria do arquitecto , a Praça tinha capacidade para 12.500 espectadores e a arena tinha um diâmetro de 49 metros, sendo a maior do país. A Monumental de Cascais foi inaugurada a 15 de Agosto de 1963.
Data de Maio de 1964 o início da construção do (Hotel Cidadela), sendo que, em 1961, deu entrada na Câmara Municipal de Cascais o seu projecto inicial. Dia 1 de Junho de 1966 foi feita a abertura e a 15 de Junho a respectiva inauguração. A inauguração do Hotel Cidadela contou com a presença de várias celebridades e figuras públicas, inclusive o Presidente da República (Américo Tomás). , o fundador, e o arquiteto (Alberto Cruz) construíram um hotel que é, hoje em dia, considerado como dos hotéis mais importantes de Cascais.[?]
Com o ano de 1964, quando se assinalaram os 600 anos da elevação de Cascais à categoria de vila, o município foi feito Membro-Honorário da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, a 27 de Junho, foi erigida uma estátua do Rei D. Pedro I, que a fizera sede de Concelho, na Praça 5 de Outubro, e foi dado o seu nome à Avenida de D. Pedro I. A 11 de Outubro desse mesmo ano, inaugura-se o (Aeródromo da Costa do Sol – Conde de Monte Real) e, no ano seguinte, estaria em funcionamento o Hotel Estoril-Sol, o edifício dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento de Cascais e seria estreada a primeira peça do (Teatro Experimental de Cascais), Esopaida, com encenação de (Carlos Avilez). Para além destas obras, foram executadas outras, de cariz mais social, caso do Centro de Medicina e Reabilitação da Misericórdia de Lisboa, em (Alcoitão), da primeira (Aldeia de Crianças S.O.S.) do país, em (Bicesse), e do Liceu de São João do Estoril.
Divisão que serviu de escritório de Salazar no (Forte de Santo António da Barra).
Nesta década, em 1968, a história do município fica marcada por um importante acontecimento: a queda do Presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, enquanto passava férias no (Forte de Santo António da Barra) e que marcaria o inevitável processo de decadência do seu regime. No decorrer desse período, algumas das reuniões preparatórias do processo revolucionário deram-se, respetivamente, a 24 de novembro de 1973 e a 5 de março de 1974, em (São Pedro do Estoril) e num edifício assinalado com uma placa comemorativa em Cascais.
Ortofotografia de 1995 centrada no antigo bairro de lata das Marianas.
A chegada da década de 70 traz novos desafios à urbanização do município com o crescimento da sua população em 17 000 habitantes, um valor apesar de tudo inferior àquele registado noutros municípios da AML. No entanto, Cascais não se veria alheia do novo fenómeno dos bairros clandestinos, quase sempre sem saneamento e infraestruturas básicas, que passam a ocupar antigos terrenos agrícolas e naturais. São disto exemplo os bairros das (Marianas), da (Quinta da Tainha) ou do (Fim do Mundo).No inquérito realizado no âmbito do PER, em 1993, foram contabilizados 125 núcleos de barracas no município, o segundo da área metropolitana em termos de habitação precária.
Paralelamente a isto, a história das últimas décadas do século XX fica marcada sobretudo pela inauguração e beneficiação de infraestruturas e equipamentos, começando com a fundação da CERCICA (Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Cascais) em 1975, seguido pelo projeto do Museu do Mar.
Foi em 1981 que em Cascais se formou o grupo musical Delfins.
Em 1982 é doada a Torre de São Patrício, onde se aloja atualmente a (Casa-Museu Verdades de Faria).
O ano de 1983 fica marcado pelas cheias de 18 de Novembro, que inundaram toda a Baixa de Cascais, ficando muitos estabelecimentos comerciais total ou parcialmente inutilizados, e com um balanço final de dez mortes e 1800 famílias desalojadas nos municípios afetados.
Foi na Freguesia e município de Cascais que a 18 de Setembro de 1987 faleceu o Presidente da República deposto Américo Tomás.
Cascais, em particular o Estoril, tornou-se um dos polos de investimento de Sir (Stanley Ho) desde a década de 1980.
Em 1991 completou-se o último troço da A5 e inaugurou-se, ainda, o primeiro centro comercial regional em Portugal, o . A década de 90 traz também consigo a formalização do Parque Natural de Sintra-Cascais, a 11 de Março de 1994, e cuja comissão instaladora se formara dez anos antes. Em Maio de 1997 é aprovado o primeiro Plano Diretor Municipal da vila e em 1999 é inaugurada a Marina de Cascais.
Em Cascais fixou também residência durante algum tempo o famoso ex-agente da CIA e escritor .
Apesar da sua importância, durante muitas décadas Cascais recusou sempre ser elevada à categoria de cidade, preferindo simplesmente a de vila.
Como outras localidades, Cascais apresenta-se atractiva para imigração, sendo de destacar a variedade de origem dos que nela se instalam.
Vista costeira do centro de Cascais.
Em 2006 é demolida a Praça de Touros Monumental de Cascais, em resultado dum projeto de expansão dum condomínio de luxo que, todavia, ficou suspenso por não se terem conseguido obter os terrenos da escola pública quem se encontra entre ambos os espaços. Em 2009 é inaugurada a (Casa das Histórias Paula Rego).
A 18 de Dezembro de 2013, no exterior do , foi descerrada uma placa de azulejos comemorativa do desembarque de Cristóvão Colombo na vila, tendo participado nesse acto o Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Dr. Carlos Carreiras, acompanhado pelo Dr. Mark Leivkov, o principal accionista do referido Hotel.
Cascais mantém-se como um local de investimento procurado. O treinador (Jorge Jesus) foi um dos famosos que investiu no sector imobiliário no Estoril, em Cascais, adquirindo uma mansão T4 por 4.600.000€00.
A casa do banqueiro Ricardo do Espírito Santo na Boca do Inferno foi herdada pelo seu neto materno homónimo o banqueiro (Ricardo Salgado), natural de Cascais, na qual ficou em prisão domiciliária em resultado da em Julho de 2015.
Foi em Cascais, na União de Freguesias de Cascais e Estoril, na antiga Freguesia de Cascais, nos cuidados intermédios do Hospital da Companhia União Fabril (CUF), que faleceu o antigo político, 1.º e 4.º Presidente do (Centro Democrático e Social), Ministro e Primeiro-Ministro interino e Presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (Diogo de Freitas do Amaral), a 3 de Outubro de 2019.
Cascais mantém-se como local de repouso procurado por personalidades mais conhecidas. Foi escolhida por dois futebolistas famosos, (João Félix) e o melhor jogador do Mundo, Cristiano Ronaldo, como local onde tencionam passar as suas reformas depois de terminadas as suas carreiras, tendo cada um edificado uma mansão de milhões na Quinta da Marinha.
A uma Sexta-Feira, 18 de Fevereiro de 2022, por volta das 13h24m, a Boca do Inferno, em Cascais, foi palco do suicídio por salto do Embaixador da Sérvia em Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, , durante uma viagem de trabalho à vila, onde pediu ao motorista para parar naquele famoso local, apesar de ter sido retirado ainda com vida pela Polícia Marítima, pelos Bombeiros do Estoril e pelo Instituto de Socorro a Náufragos.
Topónimo
A origem do topónimo Cascais é incerta, contudo, (José Leite de Vasconcelos) avança no seu Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa a probabilidade de que derive do substantivo cascal, referindo-se assim a um amontoado de cascas. Estes seriam montes de conchas e detritos calcários de crustáceos abundantes na então pequena aldeia de pescadores. Esta mesma hipótese é afirmada com rotundidade por J. Diogo Correia na sua Toponímia do concelho de Cascais. Os restantes topónimos do município apresentam influências variadas, sobretudo herdados das diferentes épocas de ocupação por povos históricos, caso dos árabes (Alcabideche, (Almuinhas Velhas), (Talaíde)) e dos romanos ((Bicesse), (Caparide), , (Tires)). Para além destes, também é significativa a presença de topónimos alusivos aos seus ocupantes posteriores ou às suas terras de origem, como é o caso da ou da (Galiza), e de antigos casais cujo nome deriva dos apelidos dos seus proprietários ((Abucharda), Azarujinha, (Douroana), (Janes), Mato Romão, Monte Leite). De forma semelhante, a partir de regionalismos foram atribuídos diversos nomes a terras concelhias ((Atibá), (Birre), Cadaveira, Cassanito, Cobre, Quenena, ). Por fim, os restantes nomes de lugar fazem referência às características próprias dos sítios onde se inserem as povoações (caso da , Arneiro, Busano, (Murtal), (Parede) ou (Zambujeiro)).
Heráldica
O Brasão de Cascais remonta aos trabalhos do arqueólogo (Affonso Dornellas), em 1930, por disposição do Ministério do Interior. Nos quatro anos posteriores, seriam desenvolvidos vários esboços que acabariam por não ser aprovados na sessão da Comissão Administrativa da Câmara Municipal, a 15 de Junho de 1934. O desenho do selo foi também remetido em Abril desse ano.
O selo da vila é encabeçada por uma coroa mural em prata, seguida de um escudo onde se inclui um castelo vermelho. Este simboliza a primeira sentinela de defesa da entrada do Tejo e, portanto, Lisboa. A cor vermelha tem como significados a vida, alegria, sangue e força, bem como a guerra, os ardis e a vitória. O campo de armas é dominado pela cor cinza, e remetem para a humildade e riqueza enquanto qualidades naturais da região. No seu umbigo, por debaixo do castelo, encontram-se uma capa de rochedos sobrepostos à cor preta, por debaixo do qual se encontra um ondado de prata e verde sobreposto de uma rede amarela, que simboliza a vida ativa e o sustento dos seus habitantes.
Demografia
Ao longo das últimas décadas, e a par do que se observou nos restantes municípios da área metropolitana, Cascais sofreu um forte aumento populacional em conjunto com a melhoria das suas acessibilidades e o aumento do ritmo de construção. Na década de 90, este aumento populacional foi de 11,3%, que aumentou para 21% entre 2001 e 2011 — um crescimento absoluto de 35 746 habitantes. Se a urbanização e consolidação de novos núcleos populacionais se deu originalmente ao longo da costa, são na atualidade as freguesias do interior que experienciam com maior intensidade esse crescimento, apresentando um aumento populacional superior à media concelhia.
Número de habitantes
1864
1878
1890
1900
1911
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1981
1991
2001
2011
2021
6 575
6 738
8 436
9 463
14 308
15 251
22 932
29 641
42 177
59 617
92 907
141 498
153 294
170 683
206 479
214 124
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.)
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O crescimento anual médio no município tem apresentado uma diminuição ao longo das décadas, bem como o crescimento natural anual. Na década de 70, o aumento da população é explicado pela taxa de crescimento migratório anual médio, mas regista também desde então uma constante diminuição. O ligeiro crescimento entre 1991 e 2001 é justificado pela imigração registada nessa década em todo o país.
Taxas de crescimento anual médio
1970–1981
1981–1991
1991–2001
Taxa de crescimento anual médio
4,2
0,8
1,1
Taxa de crescimento anual natural médio
0,7
0,5
0,3
Taxa de crescimento migratório anual médio
3,5
0,3
0,8
A taxa de mortalidade apresenta um comportamento incerto, sendo porém mais baixa do que a registada a nível nacional em 2001. Nesse mesmo ano, a região de Lisboa e Vale do Tejo (onde Cascais se insere) apresentou valores superiores aos nacionais (10,3% vs. 10,2% respetivamente), algo que reflete o envelhecimento gradual da população. De facto, o crescimento populacional observado em Cascais foi diferente segundo os escalões etários, retratando um «envelhecimento no topo e na base» da pirâmide de idades que se deve à baixa natalidade e à maior longevidade da população. No município, por cada 100 idosos existiam aproximadamente 100 jovens no ano de 2001.
Número de habitantes por Grupo Etário
1900
1911
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1981
1991
2001
2011
2021
0-14 Anos
2 965
4 878
4 706
6 426
8 046
9 920
14 469
24 310
34 763
28 106
25 801
32 655
31 037
15-24 Anos
1 845
2 626
3 229
4 894
5 888
8 108
9 726
14 125
21 351
24 478
22 689
21 727
23 515
25-64 Anos
4 574
6 513
7 046
10 069
14 987
21 721
31 647
47 660
73 371
82 993
96 436
115 383
111 111
= ou > 65 Anos
588
761
772
1 086
1 709
2 409
3 775
6 535
12 013
17 717
25 757
36 714
48 461
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Grupos funcionais do município de Cascais
Grupos/Anos
1970
1981
1991
2001
0–14
24 310
34 763
28 106
25 801
15–64
61 785
94 722
107 471
119 125
65+
6 535
12 013
17 717
25 757
Total
92 630
141 498
153 294
170 683
Percentagens
Jovens
26,2
24,6
18,3
15,1
Potencialmente ativos
66,7
66,9
70,1
69,8
Idosos
7,1
8,5
11,6
15,1
A mortalidade infantil viu uma redução significativa desde os anos de 1970, graças à melhoria das condições de vida e dos cuidados de saúde materno-infantis, observado também a nível nacional.
As taxas de natalidade e de fecundidade vieram a reduzir-se, mais uma vez a par com o panorama nacional.
Taxas brutas
1970
1981
1991
2001
Taxa de natalidade
15,1
13,6
12,5
12,8
Taxa de mortalidade
7,7
6,9
9,2
9,6
Taxa de mortalidade infantil clássica
26,5
18,2
4,7
4,6
Taxa de fecundidade geral
54
51
46,1
49,4
Economia
Cascais destaca-se dos restantes municípios da Grande Lisboa por ser aquele onde o setor terciário representa 82% da atividade económica, sobretudo em comércio e serviços, enquanto que o setor secundário representa 17% da atividade económica, e o primário apenas 1%. Na Grande Lisboa, as áreas de negócios com o maior número efetivo de empresas nela sediadas são a construção civil, a mediação imobiliária, a consultoria para negócios e gestão, a contabilidade e auditoria, a consultoria fiscal, aluguer de veículos ligeiros, transportes rodoviários de mercadorias, serviços de apoio a empresas, engenharia e técnicas afins, sociedades gestoras de participações sociais não financeiras, e finalmente, a restauração, com restaurantes de tipo tradicional e cafés.
Entre 1991 e 2001, a indústria sofreu uma progressiva redução do número de estabelecimentos na última década, dando-se uma continuidade do processo de desindustrialização. Tal observa-se em diversas indústrias (tais como as extrativas, as indústrias de madeira e cortiças, de fabrico de produtos, metalúrgicas e transformadoras não extrativas) embora se tenha notado um ligeiro aumento do número de estabelecimentos do tecido industrial (graças às indústrias têxteis e na indústria de pasta, papel e cartão e seus derivados, na fabricação de máquinas e de equipamentos não extrativos e na fabricação de equipamentos elétricos e de óptica).
Cresceram também os estabelecimentos ligados ao setor terciário, comércio e serviços e daqueles ligados à área da construção devido ao aumento do parque habitacional do município e às intervenções nas infraestruturas e equipamentos públicos. O mesmo se processou nas áreas de alojamento e restauração, consequência da dinâmica do turismo no município. No sector primário, quase inexistente, também se assistiu a um crescimento do número de empresas, que se deveu a um aumento da procura de empresas vocacionadas para a área de manutenção de jardins, espaços verdes e viveiros, bem como à existência da localização de sedes deste setor.
Em termos da população ativa, cerca de 80% encontra-se empregada no setor comércio e serviços, e cerca de 20% no setor secundário. Os grupos profissionais que vêm registando o maior aumento efetivo são os especialistas das profissões intelectuais e científicas e os quadros superiores de administração pública, dirigentes e quadros superiores de empresas. Tal refletiu-se na evolução do grau de escolaridade de 1991 a 2001, uma vez que se assistiu a um aumento de 4,4% da população com cursos médios e cursos superiores, que perfez 17,8% do total da população em 2001. Nos restantes graus de ensino também foi observado um aumento significativo nomeadamente no 2º e 3º ciclo de ensino básico, (29,1% da população residente em 2001). Quanto aos indivíduos sem qualquer nível de instrução e 1º ciclo de ensino básico, apesar de se assistir a uma crescimento efetivo em qualquer destes dois níveis, de 1991 a 2001, houve um decréscimo do valor de representatividade na população (de 12,8% para 11,7% e de 30,17% para 22,4% da população residente, respetivamente).
Copulado a estes valores, destaca-se o ligeiro aumento percentual da população ativa desempregada, que subiu de 4,8% para 5,3% em 2001.
Transportes e mobilidade
Terminal rodoviário de Cascais.
O município de Cascais possui diversos serviços de transporte público coletivo, que cobrem 89% do município, mas de baixa aderência quanto ao modo rodoviário (16% a 17%) por parte da população (com cobertura territorial de 29% a 34% nos períodos de ponta e 10% no corpo do dia) devido às pobres frequências. Os serviços são assegurados por três operadores:
(MobiCascais), operador de titularidade pública responsável por ligações rodoviárias no município, bem como pela rede de partilha de bicicletas, veículos e de parques de estacionamento municipais;
Carris Metropolitana, marca que presta serviço público de transporte rodoviário na Área Metropolitana de Lisboa, fazendo as ligações intermunicipais entre Cascais e os outros municípios da Área Metropolitana (todas as linhas com ligações a Cascais são operadas pela (Viação Alvorada));
A mobilidade interna no município é assegurada pelos serviços prestados pela (Scotturb), organizados de forma a que ambos os extremos da maioria das suas carreiras sejam em estações ferroviárias. Destas, a que maior oferta apresenta (49%) é a de (Cascais). No seu todo, a oferta de transporte público coletivo rodoviário em Cascais apresenta-se pouco atrativa, pela baixa oferta, transversalidade das ligações, parca informação disponível aos passageiros e, nalguns casos, percursos sinuosos.
Serviços (mobiCascais): carreira busCas Estoril e um posto de aluguer de bicicletas.
As ligações rodoviárias interconcelhias concentram-se à volta das estações ferroviárias ((Cascais), (Estoril), (Parede) e (Carcavelos)) e em (Talaíde), com fortes afinidades com a localidade de Paço de Arcos. Estas ligações servem-se sobretudo das principais vias de comunicação interconcelhias, concorrendo por isso com o transporte individual, mas apresentando uma frequência máxima de 2 circulações por sentido/hora em horas de ponta, sendo significativamente menores nos restantes períodos do dia.
A oferta de transporte rodoviário divide-se em vários períodos:
Período de ponta da manhã (07:00–09:00), com mais de metade das carreiras com menos de 2 circulações por hora (63%);
Período do corpo do dia (09:00–17:00), com 80% das carreiras com um máximo de 1 circulação por hora;
Período de ponta da tarde (17:00–20:00), semelhante ao período de ponta da manhã;
Período da noite (20:00–00:00);
Período da madrugada (00:00–07:00), que juntamente com o período anterior apresenta frequências inferiores a 1 autocarro por hora.
Para além destes serviços, e com a liberalização do serviço público de transporte de passageiros expresso, desde 2019 que o Terminal Rodoviário de Cascais possui ligação com Porto e Vigo através da (Royal Express).
Por todo o município estão licenciados cerca de 220 (táxis) de três empresas (Rádio Táxis Costa do Sol, Cooperativa de Táxis D. Pedro I e Auto Táxis Vasquinho), distribuídos por 55 praças de taxis que se concentram sobretudo nos centros urbanos de Cascais, Estoril (por motivos turísticos) e (Parede) (pelo elevado dinamismo comercial do seu centro). A maioria das deslocações em taxi são efetuadas pelos residentes nas freguesias de Alcabideche (26%) e (São Domingos de Rana) (19%), e cerca de 62% das viagens efetuadas dentro do município são internas a uma mesma freguesia, reflexo da deficiente oferta de transportes coletivos de proximidade.
O transporte ferroviário estrutura-se atualmente na oferta dos serviços Urbanos de Lisboa da CP, organizados em duas famílias, Cascais Semi-Rápido e Cascais Todas. O primeiro apenas se realiza em horas de ponta aos dias úteis, enquanto que o último é realizado fora destes períodos. Estes asseguram a mobilidade intra e interconcelhia, parando em todas as estações do município. Na década de 2010, estes serviços foram sofrendo uma redução paulatina da oferta, que em 2011 se estruturava em quatro famílias, no município de Cascais: Cascais Rápido (serviço nas horas de ponta, com paragens até (São Pedro do Estoril)), Cascais Semi-Rápido (com paragens até Carcavelos e serviços fora das horas de ponta), São Pedro (serviço nas horas de ponta, com paragens em (Parede) e (Carcavelos)) e Cascais Todas.
Equipamentos e serviços
Educação
Os equipamentos educativos no município são regidos pela Carta Educativa de Cascais, tendo como objetivo considerar as ofertas educativas-formativas existentes e por satisfazer, de modo a otimizar a utilização dos recursos educativos tendo em conta o desenvolvimento demográfico e socioeconómico do município. Elaborada pela primeira vez em 2002, a sua última revisão foi levada a cabo em 2016, com a colaboração do Centro de Sistemas Urbanos e Regionais (CESUR) do Instituto Superior Técnico (IST-UL).
Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, em Alcabideche.
Saúde
O município é servido por uma rede pública de cuidados integrados composta por 4 equipamentos de cuidados diferenciados (Hospital Dr. José de Almeida, Hospital de Sant'Ana, Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental), 6 equipamentos de cuidados primários (Agrupamento de Centros de Saúde de Cascais), 43 farmácias, 5 equipamentos de emergência pré-hospitalar e ainda equipamentos de respostas não hospitalares. São complementados por uma rede de respostas não hospitalares (clínicas e hospitais privados, associações não lucrativas) e um conjunto de respostas sociais dirigidas a problemáticas específicas na área da saúde.
Administração, prevenção e segurança pública
No município de Cascais existem 8 equipamentos administrativos sob a tutela da administração central: o Tribunal da Comarca de Cascais, o Estabelecimento Prisional do Linhó e o Estabelecimento Prisional de Tires (um dos três estabelecimentos prisionais destinados exclusivamente a mulheres), o Notário e a Conservatória do Registo Predial, todos sob a tutela do Ministério da Justiça; existem também as Repartições de Finanças de Cascais (01 e 02), sendo estes tutelados pelo Ministério das Finanças; e por último, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que está sob a tutela do Ministério da Administração Interna.
Forças de segurança
Quatro forças de segurança desenvolvem a sua atividade no município: a Guarda Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, a (Polícia Municipal) e a (Polícia Marítima), todas elas com áreas de intervenção delimitadas.
No caso da GNR, a área de intervenção corresponde à freguesia de Alcabideche, o que corresponde a 40% do território do município. Além do Quartel de Alcabideche, e a cargo desta força de segurança, existe o Posto da Brigada de Trânsito de Carcavelos e o Posto da Brigada Fiscal de Cascais.
A PSP tem a seu cargo a restante área do município (56% do território exceto a linha de costa, que pertence à área de intervenção da Polícia Marítima), com sete esquadras (Cascais, Estoril, Polícia Turística de Cascais, (Trajouce), (São Domingos de Rana), Carcavelos e (Parede)) e um Departamento de Esquadra de Trânsito destinado a acidentes e reboques.
A Polícia Marítima tem a sua sede no antigo edifício da Alfândega, junto à Capitania do Porto de Cascais, encontrando-se a lancha da marinha na Marina de Cascais, dando apoio ao patrulhamento dos 23 km de costa entre Carcavelos e norte do Abano.
No caso da Polícia Municipal, a área de intervenção desta força de segurança municipal é a totalidade do município, estando sedeada num único edifício na freguesia de Cascais e partilhando com a PSP o parque municipal de viaturas.
Foi iniciada no início da década de 2000 a edificação de um novo edifício para Sede da PSP, este foi concluido a julho de 2019, e é localizado na Av. Adelino Amaro da Costa, Cascais.
Bombeiros
Cascais está dotada de cinco corporações de bombeiros divididas por cada uma das antigas freguesias, salvo na freguesia de São Domingos de Rana, cuja área de intervenção é dividida pela Associação dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana e pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Parede. Entre todas elas, existe um total de 690 bombeiros efetivos e 114 viaturas, traduzindo-se num rácio de 1 bombeiro por cada 297 habitantes. O tipo de ocorrência com maior expressão em todas as freguesias é o transporte de doentes.
Água e saneamento
Albufeira do (Rio da Mula).
A exploração e gestão do sistema municipal de captação, tratamento e distribuição de água para consumo público, bem como de drenagem de águas residuais do município cabe à empresa Águas de Cascais desde o ano 2000, e por um período de 25 anos. A empresa assumiu os acordos da Câmara Municipal de Cascais no fornecimento de água, com a EPAL, e, na recolha e tratamento de águas residuais, com a SANEST. Atualmente, a captação de água para consumo público é feita através da aquisição de água à EPAL (87%), de captações concelhias (12,4%) e de água adquirida a outros municípios (0,6%). Em Cascais, a captação de água é feita nas galerias de minas na (Malveira da Serra) e Vale de Cavalos, pelos furos da , Pisão, (Atrozela), (Pau Gordo), (Cardosas), (Quinta da Marinha), (Murches) e pela albufeira do (Rio da Mula). Toda a água é dirigida para 25 reservatórios com capacidade global de 90.146 m³, à qual se acrescenta a capacidade máxima da albufeira do Rio da Mula (340.000 m³).
O sistema de drenagem das águas residuais domésticas é separativo (com águas residuais domésticas separadas das águas pluviais) e efetuado através de coletores com uma extensão total de 735 km, que drenam os efluentes desde os ramais domiciliários aos coletores principais, geralmente segundo o eixo dos arruamentos. Estes, por sua vez, são depois conduzidos para um conjunto de emissários da Águas do Vale do Tejo, e finalmente, para o intercetor geral e para a estação de tratamento preliminar da .
A Águas do Vale do Tejo foi fundada em 2015 e sucedeu à SANEST na concessão do Sistema Multimunicipal de Saneamento da Costa do Estoril. É na ETAR da Guia que tem lugar a recolha, tratamento e rejeição final das águas residuais urbanas dos cerca de 800.000 habitantes da Costa do Estoril (Cascais, Oeiras, Sintra e Amadora). As águas residuais tratadas são depois enviadas para o emissário submarino, que as dissipa no mar, a cerca de 3 km da costa e 45 m de profundidade.
Limpeza e resíduos sólidos
As funções de limpeza urbana e recolha de resíduos sólidos cabem à Empresa de Ambiente de Cascais. E.M., S.A. (Cascais Ambiente), para as quais originalmente foi criada, a 11 de Novembro de 2005. O tratamento destes resíduos é feito pela TRATOLIXO – Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM, detida pela Associação de Municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra e em atividade desde 1991. Serve 900 000 habitantes espalhados por uma área de 753 km2, e possui infraestruturas na freguesia de São Domingos de Rana (Ecoparque de (Trajouce)). Desde 2009, é feito o aproveitamento energético do biogás proveniente do aterro, selado em 2005, no qual o metano gerado é encaminhado para um motor-gerador de produção de eletricidade, e posteriormente reencaminhado para a (Rede Elétrica Nacional).
Política
O (Palácio dos Condes da Guarda) aloja atualmente os (Paços do Concelho).
O município de Cascais é administrado por uma câmara municipal composta por um presidente e dez vereadores. Existe uma assembleia municipal, que é o órgão deliberativo do município, constituída por 37 deputados (dos quais 33 eleitos diretamente).
O cargo de Presidente da Câmara Municipal é atualmente ocupado por Carlos Carreiras, reeleito nas eleições autárquicas de 2021 pela Coligação Viva Cascais (composta pelo PPD/PSD e pelo CDS-PP), tendo maioria absoluta de vereadores na câmara (7 - 5 do PSD e 2 do CDS-PP). Existem ainda três vereadores eleitos pela coligação Todos por Cascais (composta pelo PS, pelo PAN e pelo L - todos indicados pelo PS) e um eleito pelo CH. Na Assembleia Municipal, a lista mais representada é novamente a coligação Viva Cascais, com 18 deputados eleitos (dos quais 4 formam a bancada do CDS-PP) e 4 presidentes de Juntas de Freguesia (maioria absoluta), seguindo-se coligação Todos por Cascais (8 - 7 do PS e 1 do PAN), o CH (3; 0), a CDU (2; 0), a IL (1; 0) e o BE (1; 0). O Presidente da Assembleia Municipal é Pedro Mota Soares, do CDS-PP.
Cidades-irmãs é uma iniciativa do Núcleo das Relações Internacionais, que busca a integração entre a vila e demais municípios nacionais e estrangeiros. A integração entre os municípios é firmada por meio de convênios de cooperação, que têm o objetivo de assegurar a manutenção da paz entre os povos, baseada na fraternidade, felicidade, amizade e respeito recíproco entre as nações. Oficialmente, possui as seguintes cidades-irmãs:
Situada junto à costa, muito do seu património monumental relaciona-se com a defesa e a navegação. Como tal, em termos de arquitetura destacam-se os muitos fortes, situadas entre a praia do Abano e São Julião da Barra (já em Oeiras) e que foram, até ao século XIX, de extrema importância para a defesa de Lisboa. Além destes, destacam-se as muitas ruínas romanas e visigóticas (vilas e necrópoles), igrejas e capelas, bem como casas senhoriais da antiga nobreza portuguesa que, a partir dos finais do século XIX, começou a utilizar esta costa como área de veraneio.
Património arqueológico
Áreas de interesse arqueológico presentes em Cascais.Aspeto da Villa romana de Freiria.
(Grutas de São Pedro do Estoril)
(Necrópole eneolítica de Alapraia)
(Villa romana do Alto do Cidreira)
(Villa romana dos Casais Velhos)
(Villa romana de Freiria)
(Villa romana de Miroiço)
(Villa romana de Miroiços)
Património arquitetónico
Arquitetura religiosa
(Igreja de Nossa Senhora da Assunção) (Igreja Matriz de Cascais)
(Igreja de São Domingos de Rana)
Vista do Farol e Casa de Santa Maria
Fortificações marítimas
(Bases da muralha) que ligavam os dois baluartes da Praia da Ribeira
A em Cascais surge a partir de 1870, após a instalação da Família Real no Palácio do Governador da Cidadela e da sua consequente definição enquanto destino turístico. Foi-se esparaiando pelo Monte Estoril até atingir a (Parede), e o conjunto existente na atualidade permite diferenciar as várias opções estéticas que marcaram um período que se estendeu por cem anos, de 1870 a 1970.
Cascais
Entrada do palácio-museu dos Condes de Castro Guimarães.Casas na Avenida Dom Carlos I.Casa Lancastre, junto à .
Casa Palmela (Conceição Velha), na Alameda Duquesa de Palmela, n.º 1
Casa dos Marqueses de Faial, na Alameda Duquesa de Palmela, n.º 175
Casa do Duque de Loulé (actual Hotel Albatroz), na Rua Frederico Arouca, n.º 159
Casa António de Lencastre, na Rua Frederico Arouca, n.º 94
Torre de São Sebastião (actual Museu Condes de Castro Guimarães), na Avenida Humberto II de Itália
Casa de Santa Maria, na Avenida Humberto II de Itália / Ponta de Santa Marta
Casa Costa e Silva ou Condes de Ficalho, na Rua Guilherme Gomes Fernandes / Avenida Emídio Navarro, n.º 211
Casa de Nossa Senhora da Conceição, na Rua Guilherme Gomes Fernandes, n.º 59
Casa Leitão, na Avenida D. Carlos I, n.º 92
Casa Trindade Baptista, na Avenida D. Carlos I, s/n
Casa Luís Augusto Perestrelo de Vasconcelos, na Avenida D. Carlos I, s/n
Casa dos Condes de Monte Real, na Avenida D. Carlos I, s/n
Casa Ferreira Pinto Basto, na Rua Visconde da Luz, n.º 25 / Travessa Visconde da Luz
Chalets da Rua da Vista Alegre, n.ºs 1, 3 e 5
Vila Eulália, na Avenida Emídio Navarro, n.º 82 ou 16
Chalet no Largo da Misericórdia, n.º 7
Chalets do Largo da Estação, n.ºs 2 e 4
Casas da Rua Afonso Sanches, n.ºs 59 e 65
Casa da Rua da Bela Vista, n.º 126
Casa de Sant’Ana, na Avenida Emídio Navarro, n.º 350 / Rua dos Bem Lembrados
Casas geminadas, na Avenida Emídio Navarro, n. º 136, 128 e 116
Casa de Santa Maria, na Travessa Visconde da Luz, n.º 18
Casas na Avenida Valbom, n.ºs 13 e 15
Casa D. Nuno, na Travessa da Conceição, s/n
Casa Seixas (actual sede da Capitania do Porto de Cascais), na Rua Fernandes Thomaz, n.º 2
Casa Eduardo Perestrelo de Vasconcelos ou Casa Vasco da Gama, com pedra de armas de Perestrelo, na Rua João Luís de Moura, n.º 10 / Avenida Vasco da Gama, s/n
A arquitetura modernista surge em Cascais na década de 30 do século XX, focando-se sobretudo no Estoril, que recebe os mais emblemáticos edifícios públicos e privados desta nova corrente estética. Estes imóveis dão resposta a uma alteração de gosto que passa a favorecer uma arquitetura mais funcional e com novas conceções de espaço inspiradas em modelos internacionais.
Hotel Palácio
Casino do Estoril
Casal de Monserrate
Casa José Espírito Santo Silva
Edifício dos Telefones
Casa dos Cedros
Edifício dos Correios
Casa de São Francisco
Casa dos Arufes
Casas geminadas da Rua de Inglaterra, n.º 500 e 504
Casa Claridade
Casa Vale Florido e Boavida
Edifício do Rádio Clube Português/Clube Nacional de Ginástica
(Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão)
Bairro das Caixas (Parede)
Outros edifícios
Biblioteca Municipal de Cascais e Auditório / Biblioteca Anrique Paço d'Arcos - Casa da Horta da Quinta de Santa Clara - Cascais
Arquivo Histórico Municipal de Cascais
Biblioteca Infantil e Juvenil - Cascais
Biblioteca Municipal de Cascais - São Domingos de Rana
(Marégrafo de Cascais)
ou ou ou ou
(Estação Ferroviária de Cascais)
(Teatro Municipal Mirita Casimiro)
Museus
, incluindo o solar, jardins e adega.
(Museu da Música Portuguesa)
Bairro dos Museus
(Casa das Histórias Paula Rego), projetada por (Eduardo Souto de Moura).
Desde 2015, a vila de Cascais conta com o Bairro dos Museus, com a integração de diversos equipamentos e parques que contam com programação e bilhética integrada.
(Forte de São Jorge de Oitavos)
(Farol Museu de Santa Marta)
(Palácio dos Condes de Castro Guimarães) (Torre de São Sebastião)
Os pratos característicos cascalenses guardam relação com o peixe e o marisco, destacando-se o ensopado de peixe, o robalo grelhado, o linguado, o bacalhau seco, o arroz de marisco, a lagosta grelhada, os caranguejos estufados ou o polvo à lagareiro. No campo dos doces tradicionais, encontram-se as , pequenos biscoitos elaborados com uma massa simples de manteiga polvilhada com açúcar. O concelho é também produtor de vinho de (Carcavelos) (das primeiras regiões demarcadas mundiais) e de (Colares), fazendo-o porém em muito baixa quantidade.
Eventos
Conferências do Estoril
EDP Cool Jazz
Estoril Jazz
Estoril Open
Lumina Cascais
MUSA Cascais
OUT///FEST
Semanas de Música do Estoril
Desporto
(Surfistas) na (Praia de Carcavelos).
Cascais possui uma particular vocação para as práticas desportivas em espaços naturais aquáticos e terrestres graças à Serra de Sintra e à sua costa, cuja qualidade que converteu o concelho num dos principais centros nacionais de desportos náuticos, em especial nas modalidades de vela, windsurf, kitesurf, surf, (bodyboard) e canoagem. Todas as freguesias do concelho possuem espaços artificiais de cariz desportivo (especializados ou monodisciplinares e ainda outras aptas para espetáculos desportivos), sendo que do total de 423 instalações, metade destas se encontram na freguesia de Cascais e Estoril, e mais de 71% estão concentradas nas zonas do litoral. As instalações especializadas destacam-se pela sua diversidade e quantidade (29), sendo estratégicas no panorama da oferta desportiva metropolitana, com a maior representação de campos de golfe (6), centros hípicos (5) e centros náuticos (4). Para além destas, existem ainda instalações especiais como são o (Estádio António Coimbra da Mota), o (Autódromo Fernanda Pires da SIlva) e os hipódromos de e da .
Hipódromo Manuel Possolo
Existem também espaços de caráter mais informal e recreativo, para a prática de escalada, skate e patinagem, diversos circuitos de manutenção, ciclovias, pedovias e circuitos pedestres, minigolfes e espaços de jogos tradicionais. Finalmente, na praia de Carcavelos, é possível a prática de desportos como o futebol e o vólei. Com tudo isto, porém, o concelho encontra-se com um défice de área desportiva útil por habitante por riba dos 50%. As modalidades mais praticadas no concelho correspondem a desportos individuais, fitness, desportos coletivos e desportos de combate.
Clubes
Cascais Water Polo Club
Grupo Dramático e Sportivo de Cascais
(Grupo Desportivo Estoril Praia)
Grupo Desportivo e Recreativo das Fontainhas de Cascais
(Clube Naval de Cascais)
Grupo Recreativo de Mato-Cheirinhos
(União Recreativa e Desportiva de Tires)
Grupo Musical e Desportivo 9 de Abril de Trajouce
Grupo Sportivo de Carcavelos
Clube de Futebol de Sassoeiros
Grupo de Instrução Musical e Desportivo da Abóboda
Associação Torre
Malveira da Serra
Grupo de Solidariedade Musical e Desportiva de Talaíde (Futebol)
Escalada
Cascais tem vários pontos de Escalada Desportiva e Bouldering, sendo um dos pontos mais conhecidos junto ao (Farol da Guia) com uma vista privilegiada para o mar.
Blocos na Baía do Mexilhoeiro
A Baía do Mexilhoeiro é um local para a prática de Bouldering e conta com mais de 44 vias espalhadas por vários blocos.
Arribas do Farol da Guia
As Arribas do (Farol da Guia) é um local de Escalada Desportiva que se destaca pela rocha (Calcária) e localização, a poucos metros do Oceano Atlântico. A grande maioria das vias montadas está virada para o mar e tem os seus pontos fixos no topo da arriba, acessível pelo caminho junto ao farol. Este local conta com mais de 98 vias em 10 sectores cujo grau vai de 3 a 8a+ (segundo a cotação francesa). As vias montadas na Guia encontram-se todas indicadas com o nome da via e cotação proposta diretamente pintados na rocha.
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«Cidade não, obrigado». PÚBLICO. Consultado em 8 de março de 2020. Em oposição a vila, a (des)promoção a cidade dá a imagem de aglomerado densamente urbanizado, satélite e dormitório da capital, com características bem distintas da vila de Cascais e que queremos continuar a manter.
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Coordenadas 38 42 N 9 25 O Cascais e uma vila portuguesa da sub regiao da Area Metropolitana de Lisboa pertencendo a regiao com o mesmo nome e ao distrito de Lisboa com 64 310 habitantes 2021 no seu perimetro urbano CascaisVista aerea do territorio cascalense Mapa de CascaisGentilico Cascaense CascalenseArea 97 40 km Populacao 214 158hab 2021 Densidade populacionalN º de freguesias 4Presidente da camara municipal Carlos Carreiras PPD PSD CDS PP 2021 2025 Fundacao do municipio ou foral 7 de junho de 1364Regiao NUTS II Area Metropolitana de LisboaSub regiao NUTS III Area Metropolitana de LisboaDistrito LisboaProvincia EstremaduraOrago Nossa Senhora da AssuncaoFeriado municipal 13 de junho Santo Antonio Codigo postal 2750 CascaisSitio oficial www cascais ptMunicipio de Portugal E sede do municipio de Cascais com uma area total de 97 4 km2 e 214 158 habitantes 2021 subdividido em 4 freguesias O municipio e limitado a norte pelo municipio de Sintra a leste pelo municipio de Oeiras e a sul e a oeste pelo Oceano Atlantico A sua origem enquanto entidade independente data da Carta da Vila de 7 de junho de 1364 na qual o Rei D Pedro I de Portugal a separava do termo de Sintra em virtude do seu desenvolvimento economico Administrativamente apenas se torna independente em 1514 data em que e provida de um foral proprio Ocupado desde o Paleolitico e com um importante patrimonio arqueologico o municipio esteve desde cedo voltado para a producao agricola pesqueira e para a extracao de recursos Tambem a sua posicao estrategica na Barra do Tejo contribuiu para a sua importancia dispondo hoje de um vasto patrimonio arquitetonico militar Pelos seus valores naturais e paisagisticos tanto a vila como o municipio conheceram um surto de popularidade que a viram tornar se no destino preferido das elites portuguesas e estrangeiras a partir do seculo XIX A chegada e eletrificacao do caminho de ferro foram transcendentais para o progresso do municipio sendo o principal fator para a sua urbanizacao a partir de 1930 A parir dai cresce ate se afirmar como um dos principais suburbios de Lisboa e um dos principais destinos turisticos do pais partilhando dos fenomenos de suburbanizacao e periurbanizacao que se foram dando na restante area metropolitana evidentes sobretudo no interior do municipio GeografiaVista da zona ocidental de Cascais a partir da Peninha na Serra de Sintra Visao panoramica do vale da ribeira de Caparide Manique do Alto de Bicesse bem como o horizonte da freguesia de Sao Domingos de Rana Zona interior do municipio Livramento na freguesia de Cascais e Estoril visto do Monte da Cabeca Gorda Ao fundo a Serra de Sintra Cascais e o seu municipio encontram se no extremo sul ocidental da Peninsula de Lisboa que limita a norte com Sintra a leste com Oeiras e a sul e a oeste com o Oceano Atlantico Possui o seu ponto mais ocidental no Cabo Raso e o mais oriental em Talaide na margem direita da Ribeira da Laje O seu ponto mais setentrional bem como o mais alto encontra se na Peninha que se eleva em 465 metros De forma semelhante aos restantes municipios da Peninsula de Lisboa apresenta um relevo cujos elementos mais marcantes da paisagem sao normalmente os vales das ribeiras estreitos e encaixados e cujos exemplos mais relevantes sao os vales das ribeiras da Foz do Guincho das Vinhas da de Caparide e Ribeira da Laje Acrescentam se a estes alguns relevos pontuais como sao o o Alto de Bicesse e o Monte da Cabeca Gorda O quadrante nordeste e dominado pela Serra de Sintra sendo ai que se registam as maiores altitudes que vao diminuindo suavemente quando mais a sul na sua transicao para a plataforma de Cascais Esta plataforma bastante regular possui uma vertente suave para sul ate ao Cabo Raso e corresponde a uma superficie de abrasao marinha A altitude media nestas areas encontra se entre os 250 e os 350 metros Malveira da Serra Janes sendo que raramente ultrapassa os 400 metros Nesta zona a costa e predominantemente escarpada com a formacao de varias grutas como a Boca do Inferno e cujas arribas podem chegar aos 100 metros A unica excecao da se na zona da Praia Grande do Guincho uma extensa area arenosa que a nivel hidrologico potencia a ocorrencia de fenomenos de infiltracao e a desorganizacao da rede de drenagem A predominancia dos ventos frescos de norte leva a formacao de dunas que se prolongam desde a Cresmina ate a zona de Oitavos onde se situa a unica duna consolidada do municipio A semelhanca do rebordo da serra no resto do municipio os declives sao pouco acentuados e metade do seu territorio apresenta decives inferiores a 5 A disposicao do relevo faz com que as vertentes nao possuam uma exposicao marcadamente definida 51 enquanto que nas restantes predomina a exposicao de vertentes viradas a sul 18 5 o que confere ao municipio uma feicao soalheira aprazivel e confortavel abrigada dos ventos de norte caso da Costa do Estoril uma das areas mais amenas da Area Metropolitana de Lisboa Nesta faixa a costa vai alternando entre pequenas praias e faixas escarpadas dando origem a areas de relevancia ambiental como e o caso da Zona de Interesse Biofisico das Avencas A zona interior do municipio e mais elevada quando mais a norte com algumas localidades a altitudes superiores a 100 metros Murches Alcabideche Bicesse Trajouce e Talaide O interior demonstra ainda vestigios do seu passado rural e e composto por duas areas relativamente planas o Chao das Travessas na zona da Aldeia de Juso e o Planalto de Massapes em Trajouce A vila de Cascais situa se a 27 km de Lisboa junto a orla maritima numa pequena baia E a quinta vila mais populosa de Portugal depois de Algueirao Mem Martins Corroios Rio de Mouro e de Oeiras Cascais recusa se a ser elevada a categoria de cidade por motivos turisticos Divisao administrativaO municipio esta atualmente dividido em quatro freguesias Alcabideche Carcavelos e Parede Cascais e Estoril e Sao Domingos de Rana que anteriormente a reforma administrativa de 2013 eram seis com Cascais Estoril Carcavelos e Parede como entidades autonomas Por sua vez as freguesias integram varias localidades definidas geograficamente mas sem valor administrativo Varias localidades concelhias encontram se divididas entre freguesias caso de Atiba Pau Gordo e entre municipios Cabra Figa cuja area no municipio adquire o nome de Pomar das Velhas Carrascal de Manique com a AUGI do Barrunchal pertencente a freguesia de Sintra e Talaide cujo continuo urbano se expande para Oeiras onde se inclui o Taguspark e Sintra Casal do Penedo em Rio de Mouro Freguesias do municipio de Cascais Freguesia Residentes 2011 Residentes 2021 Alcabideche 42162 44102Carcavelos e Parede 45007 46535Cascais e Estoril 61808 64310Sao Domingos de Rana 57502 59187Total 206479 214134Alcabideche Sao Domingos de Rana Cascais e Estoril Carcavelos e ParedeHidrografiaRelevo e hidrografia do municipio Existem varias linhas de agua em Cascais divididas por duas regioes hidrograficas que possuem importancia por marcarem juntamente com a Serra de Sintra a orografia do municipio A maioria delas sao de curta extensao e nao possuem caudal durante a maior parte do ano Para alem dos cursos de agua existem tambem tres areas de interesse hidrogeologico para a recarga e protecao de aquiferos No quadrante ocidental do municipio encontra se o Sistema Aquifero de Pisoes Atrozela A delimitacao deste sistema foi efectuada numa cooperacao entre o Instituto da Agua e o Centro de Geologia da Faculdade de Ciencias da Universidade de Lisboa sendo o unico aquifero existente no norte da Area Metropolitana de Lisboa Para alem deste aquifero existe tambem o Macico Subvulcanico de Sintra e as areas de Calcarios e Arenitos do Cretacico da regiao de Cascais Esta tambem presente em territorio concelhio uma albufeira de aguas publicas classificadas de utilizacao protegida a do Rio da Mula situada na Malveira da Serra e pertencente a bacia hidrografica do mesmo rio Linhas de agua Em Carcavelos a ribeira de Sassoeiros apresenta um leito artificializado limitado por muros de gabioes que acompanha em grande parte a Estrada Nacional 6 7 Galeria ripicola bem conservada e leito natural da ribeira das Vinhas em Alvide O municipio de Cascais possui diversos sistemas ribeirinhos que se dividem entre as regioes hidrograficas do e a Regiao Hidrografica do Tejo A primeira ocupa apenas o extremo noroeste do municipio sendo delimitada pela bacia hidrografica da Ribeira da Foz do Guincho e contando com onze bacias hidrograficas Nesta regiao a orientacao dos cursos de agua da se de nordeste para sudoeste Os restantes cursos de agua de Cascais pertencem ja a Regiao Hidrografica do Tejo caracterizando se pela sua maior extensao e caudal relativamente as primeiras Dentro do municipio esta regiao hidrografica e dividida por 15 bacias hidrograficas cujas linhas de agua vindas de norte desaguam na sua costa sul Todas as ribeiras do municipio possuem a sua cabeceira na Serra de Sintra e apresentam carater intermitente torrencial durante o inverno e com grande estiagem do seu caudal A sua extensao e reduzida percorrendo vales encaixados e desaguando de forma abrupta nas arribas do litoral A maioria das ribeiras apresenta um padrao de drenagem do tipo paralelo com a unica excecao da bacia da ribeira das Vinhas cujo padrao de drenagem e do tipo dendritico Grande parte destas ribeiras encontram se alteradas pela acao humana muitas vezes circulando por leitos completamente artificializados ou canalizados sobretudo nos seus trocos finais Apesar disto nos espacos menos urbanizados e possivel encontrar galerias ripicolas bem preservadas e cuja dimensao permite que a linha de agua nestes locais assegure a sua funcao biofisica quer a nivel de promocao da biodiversidade quer como regulador do sistema hidrologico da respectiva bacia No entanto o surgimento de estrangulamentos devido a construcoes acumulacao de detritos ou a especies infestantes compromete o regular escoamento das aguas podendo levar a fenomenos de cheias As ribeiras mais relevantes e consideradas linhas de agua principais sao doze Foz do Guincho Mochos Vinhas Castelhana Cadaveira Bicesse Manique Marianas e Sassoeiros Destas a maioria apresenta se poluida ou muito poluida e as que apresentavam menor qualidade de agua em 2008 eram as ribeiras de Caparide das Marianas e a das Vinhas sobretudo gracas as descargas indevidas de residuos no leito e margens bem como a descarga de aguas residuais nao tratadas Nas ribeiras das Vinhas e de Caparide existem tambem grandes numeros de especies exoticas que conformam uma ameaca constante as restantes especies e ao habitat que ocupa chegando a destruir a vegetacao envolvente e a aumentar significativamente o desenvolvimento algal Estas ocorrencias afetam tambem a qualidade das aguas balneares nas zonas nas quais desaguam Aguas balneares A Praia do Tamariz no Estoril e considerada a praia por excelencia da Costa do Sol O municipio de Cascais possui diversas praias diversificadas entre si e pertencentes a zona designada por Costa do Estoril Destas duas apresentam atualmente uso suspenso devido a falta de seguranca decorrente da inexistencia de sedimentos a Praia da Baforeira e a Praia do Abano Em 2016 a grande maioria das aguas balneares do municipio apresentaram niveis de agua excelentes exceptuando se apenas as da e Para alem das praias constantes dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira existem outras dez a norte do Abano de dificil acesso e extensao media de 60m As praias do ocidente do municipio inseridas no Parque Natural de Sintra Cascais apresentam se como aquelas com maior afluencia para a pratica de desportos aquaticos sendo ai realizados campeonatos mundiais de varias modalidades E tambem de destacar a Praia da Parede procurada pelas suas caracteristicas terapeuticas gracas a exposicao ao iodo e ao sol As praias do municipio sao geralmente estreitas e curtas a excecao da Praia Grande do Guincho e da de Carcavelos e recebem em media 10 horas de sol na epoca balnear com ausencia de precipitacao e temperaturas medias da agua de 15º a 19º e do ar de 18º a 28º Todas elas possuem uma hidrodinamica dominada pela mare semi diurno e mesotidal de 2 4m estando moderadamente expostas Na costa sul as praias pertencem a Regiao Hidrografica do Tejo e sao de tipologia urbana regidas pelo POOC Cidadela Sao Juliao da Barra As praias da costa oeste sao de tipologia nao urbana e regidas pelo POOC Sintra Sado ja na Regiao Hidrografica das Ribeiras do Oeste ClimaTodo o municipio apresenta um clima temperado mediterranico maritimo humido com verao seco e temperado Csb na classificacao climatica de Koppen Geiger O municipio apresenta um gradiente de temperatura que aumenta consoante a latitude sendo o interior mais frio que as zonas urbanizadas da costa Sassoeiros e Talaide Os invernos sao bastante suaves sendo um dos locais mais apraziveis da area metropolitana gracas ao efeito de ilha urbana a proximidade com o mar a boa exposicao ao sul a serra de Sintra que abriga parte do municipio dos ventos norte e a passagem da corrente quente do golfo Os veroes seguem a mesma tonica devido ao facto de este ser o municipio mais ocidental de Portugal por conseguinte possuindo uma maior proximidade do oceano Em concreto deve se ao afloramento costeiro causado pelos ventos de norte que fazem emergir as aguas mais fundas e frias e afastam as aguas mais quentes de superficie PaisagemDefinida pelo Ministerio de Obras Publicas e Transportes como a manifestacao externa imagem indicador ou chave dos processos que tem lugar no territorio quer correspondam ao ambito natural ou ao humano esta tem sofrido nas ultimas decadas no municipio de Cascais uma crescente degradacao Foram delimitadas no ambito do Plano Diretor Municipal de Cascais diversas unidades de paisagem que ponderam a integracao dos elementos naturais topografia hidrologia fauna ou a flora e culturais humanas economia e historia de cada zona onde estas se apresentam com um padrao especifico e a que esta associado um determinado caracter Em Cascais foram caracterizadas seis unidades de paisagem que por sua vez se dividem em macro unidades de paisagem Serra de Sintra Compreende a aba sul do Macico Eruptivo de Sintra abrangida pelo municipio de Cascais e classificada pela UNESCO enquanto Patrimonio da Humanidade Paisagem Cultural devido aos seus valores culturais e naturais E o relevo mais acidentado do municipio e pela sua orientacao a sul abrigada dos ventos humidos de norte manifesta se numa paisagem mais seca do que a restante serra Na subunidade Serra de Sintra as suas caracteristicas geomorfologicas favoreceram as atividades de pastoricia sendo atualmente pouco arborizada e com inumeros afloramentos rochosos caos de blocos A faixa do litoral denominada Litoral da Roca e bastante escarpada e dominada por linhas de agua que originam nichos ecologicos e acidentes geologicos de interesse Serra de Sintra Litoral da RocaAbano Penha Longa Faixa de largura constante e de declive suave com presenca de linhas de agua e vestigios do passado agricola da zona moinhos de vento e fornos de cal Abano Penha LongaOuteiro das Fontainhas paisagem humanizada algo descaracterizada pelo crescimento urbano tambem dominada pelos vestigios do seu passado agricola arquitetura tradicional compartimentacao singular de terrenos e ruinas de moinhos de vento e de azenhas que se deveu em grande medida a presenca de linhas de agua e aquiferos que abasteciam a zona Divide se nas subunidades Chao das Travessas Planalto da Arca d Agua e Planalto de Massapes Outeiro das Fontainhas Planalto da Arca d Agua Outeiro das Fontainhas Planalto de MassapesVales das Ribeiras Unidade de paisagem compreendida pelas principais linhas de agua municipais de morfologia diversa Consiste de aluvioes com grande potencial agricola onde se instalaram as quintas historicas do municipio com terrenos de cultivo de hortofruticolas e de vinha ao longo das ribeiras A pressao urbanistica levou a reducao significativa dos trocos naturalizados mantendo se ainda algumas destas situacoes Divide se nas subunidades Vale das Vinhas Vale da Castelhana Vale de Bicesse Vale de Manique Caparide Vale de Sassoeiros e Vale da Parreira Costa do Sol Integra o sistema dunar Cascais Guincho as arribas costeiras e a costa balnear abrangendo a maioria da costa municipal E uma paisagem constituida por fenomenos geologicos de consideravel importancia a nivel nacional e importantes habitats para a flora e fauna costeira com uma exposicao solar que lhe confere um clima ameno e luminosidade particular Divide se nas subunidades Arribas Cascais Cabo Raso Dunas Guincho Cascais e Costa Balnear Costa balnearUrbano Consiste na mancha urbana que se foi constituindo a partir da decada de 60 do seculo XX integrando os maiores centros populacionais do municipio Estes foram sido desenvolvidos ao longo do litoral gracas as oportunidades turisticas comerciais e de lazer e possuem diversos pontos de interesse arquitetonico como villas casas apalacadas e quintas usadas na sua grande maioria como antiga casa de ferias das familias mais abastadas de Lisboa Cascais Carcavelos MatarraquePatrimonio natural e espacos verdesExemplo da degradacao da paisagem e do ambiente no municipio Em Tires a ribeira das Marianas circula num canal completamente artificalizado resultado da expansao urbana descontrolada O municipio sofreu desde meados do seculo XX um elevado crescimento demografico o que se traduziu numa construcao desordenada e dispersa ocupando areas de importancia em termos ecologicos A estrutura ecologica municipal foi sendo relegada para segundo plano em relacao a estruturas habitacionais de transportes e sociais As atuais normas para espacos verdes urbanos indicam que o municipio carece de espacos verdes principais cuja area minima deveria ser de 510 hectares Em Cascais esta definida uma Rede Ecologica Concelhia que define a sua Estrutura Verde Principal e Secundaria integrada na Rede Ecologica Metropolitana As areas de influencia das principais linhas de agua concelhias as linhas de agua as zonas com bons solos e as areas sujeitas a cheias as zonas de maxima infiltracao e as cabeceiras das ribeiras concentram em algumas das suas zonas o pouco que resta do patrimonio natural de Cascais e integram a Rede Ecologica Metropolitana Em Cascais outras ligacoes naturais apontadas como vitais para a Rede Ecologica Concelhia sao as ribeiras de Manique Marianas Carcavelos e Laje O quadrante noroeste do municipio encontra se ocupado pelo Parque Natural de Sintra Cascais classificado no PROT AML como uma Area Estruturante Primaria e em conjunto com os anteriores contribui para a salvaguarda dos componentes naturais e humanos solo agua flora e fauna e paisagem de grande valia Entre os espacos com grande importancia ambiental tambem no que concerne a componente ambiental solos encontram se as antigas quintas espalhadas pelo municipio que poderiam servir para reduzir o efeito das cheias para a saude publica para a producao de frescos e para a integracao do espaco urbano no espaco natural permitindo um desenvolvimento sustentavel Neste ambito encontram se as quintas situadas ao longo da ribeira de Caparide a Quinta do Barao a dos Ingleses ou de Santo Antonio e restantes quintas de Carcavelos nas quais se produzia o Vinho de Carcavelos a zona do Mato dos Celcos a norte do e com ligacao a em Oeiras as zonas a norte de Bicesse e da Douroana e os vales das ribeiras da Mula e dos Mochos e as zonas de protecao do Parque Natural especialmente o Pisao de Cima e de Baixo onde se encontra o que resta de uma floresta de carvalho lusitano Parques urbanos Parque Marechal Carmona em Cascais Um correto ordenamento do territorio exige no minimo 10 metros quadrados de espacos verdes secundarios por habitante o que em Cascais implicaria entre 170 e 310 hectares deste tipo de espacos O municipio possuia ate meados de 2000 quatro parques urbanos e a apenas complementados pelos Espacos Verdes de Area Reduzida mantidos pelos moradores A estes foram adicionados mais recentemente outros como o o e os Parques Urbanos do da das e do Existem tambem varios parques infantis espalhados por todo o territorio concelhio Quintas Quinta dos Chainhos no Murtal Sao Domingos de Rana De passado agricola o municipio foi outrora pontilhado por quintas onde os seus proprietarios buscavam aliar o carater de recreio e lazer a funcao agricola Situavam se em zonas do interior do municipio onde os solos eram ferteis e os recursos naturais abundantes tendo desaparecido progressivamente a favor da urbanizacao de diversas zonas e com o declinio da atividade agricola sendo fragmentadas e hoje praticamente reduzidas as as areas de habitacao e suas dependencias As mais afamadas devem a sua notoriedade a producao do Vinho de Carcavelos hoje produzido nas Quintas da Ribeira e dos Pesos Caparide da Samarra Livramento e na Oeiras Quinta do Pisao de Cima Por entre as freguesias cascalenses destacam se em Sao Domingos de Rana as quintas historicas da Ribeira dos Chainhos da Torre da Guilha de Rana e da Estrangeira em Carcavelos as do Barao da Alagoa a Quinta Nova ou de Santo Antonio ou dos Ingleses a de Sao Miguel das Encostas e a de Santa Maria do Mar em Cascais a Quinta da Charneca no Estoril a e finalmente em Alcabideche as quintas de Vale de Cavalos do Marques de Angeja de Santa Rita nas Almuinhas Velhas de Nossa Senhora da Lapa Alcoitao de Manique do Pisao de Baixo do Casal de Porto Covo e do Casal de Assamassa EcologiaFlora Flora terrestre O municipio de Cascais inclui se no Reino Holartico e na regiao biogeografica mediterranica A sua flora divide se por duas unidades principais a primeira das quais se encontra na Serra de Sintra um macico granitico e a outra a sul na area mais aplanada da Plataforma de Cascais cujos solos sao de natureza calcaria Nas encostas graniticas da serra dao se florestacoes de pinheiro e eucalipto bem como especies invasoras como as acacias e pitosforos ondulados Restam alguns individuos dispersos de sobreiro e medronheiro com uma sub coberta de tojais e urzais assim como formacoes de carvalhica Panorama do Parque Natural de Sintra Cascais nas Almuinhas Velhas Aqui a vegetacao consiste sobretudo de carrascais tojais e estevais Nas zonas calcarias a vegetacao caracteristica e composta por bosques de carvalho cerquinho e zambujais sendo que os primeiros possuem um peso residual devido as alteracoes humanas e a sua area potencial limita se aos vales frescos das ribeiras dos Marmeleiros e Penha Longa Atualmente no seu lugar encontram se matagais de carrasco tojais de tojo durazio e prados vivazes de braquipodio ricos em orquideas Os zambujais por sua parte podem ocorrer potencialmente em toda a area calcaria do municipio incluindo em solos basalticos e calcarios mais pesados vertissolos mas a sua presenca e novamente escassa devido ao uso tradicionalmente agricola destes solos Assim estas zonas estao cobertas por etapas mais baixas da sucessao ecologica carrascais ou espinhais de carrasco sanguinho das sebes e madressilva caprina e tojais de tojo gatunho e salva do sul em mosaico com arrelvados vivazes de Brachypodium phoenicoides e panasco que sao delimitadas normalmente por sebes espinhosas de abrunheiro bravo que tambem ocorrem pelos muros de pedra solta que separavam os campos agricolas Nos campos agricolas onde os solos se encontram alterados caso tambem das zonas urbanas e margens de caminhos surgem especies vivazes nitrofilas caso da tagueda talha dente e funcho Vegetacao ao longo da ribeira da Amoreira com a presenca de canaviais As galerias ripicolas concelhias estao em avancado estado de degradacao sendo muitas vezes substituidas por comunidades de canaviais e silvados Porem ainda e possivel encontrar algumas areas de freixiais choupais e embora estes ultimos sejam frequentemente afetados pela grafiose e apresentem um porte arbustivo Nos leitos de cheia dao se prados humidos de alpista da agua e junco que podem surgir acompanhados de juncais de Juncus valvatus uma especie endemica das regioes calcarias do oeste portugues Na regiao de transicao para os granitos de calcarios e margas meteorizados pelo contacto com os granitos e possivel observar sobreiros acompanhados de carvalho cerquinho Vegetacao na zona do Cabo Raso de dunas litorais com presenca de Juniperus turbinata Na vertente sul em vales e vertentes desabrigadas e acima dos 250 m persistem nucleos de carvalho negral que podem misturar se com sobreiros Na zona de sienitos dar se ia uma ocupacao potencial dessa mesma especie algo impedido pela intervencao humana pela e depois pela florestacao de especies exoticas o que torna os bosquetes de carvalho negral resquiciais e propicia o crescimento de giestais tojais e arrelvados vivazes de baracejo A noroeste nas encostas graniticas mais humidas e sombrias acima dos 300 m e com clima mais atlantico surgem pequenos nucleos de carvalho alvarinho que sao normalmente pontuais e de porte arbustivo Nestes locais a paisagem e dominada por povoamentos de pinheiro e matagais de carvalhica juntamente com tojais e arrelvados de baracejo Ja nas margens das ribeiras serranas ocorrem salgueirais pretos muito fragmentados e amiais com trepadeiras Rubus ulmifolius e e sabugueiros bem conservados As arribas da costa fustigadas pelos ventos maritimos carregados de sais sao de grande particularidade quanto as suas comunidades Assim e possivel observar especies endemicas da familia das plumbaginaceas Limonium spp e Armeria spp Nas arribas de substrato calcario caso do Cabo Raso e Abano surgem limonios Limonium multiflorum e L virgatum e raizes divinas enquanto que nas arribas de substrato granitico a partir da florescem comunidades exclusiva deste territorio compostas por endemismos como o cravo romano e a cravina de sintra Completam estas comunidades os sabinais com carrascos com um aspecto tipico de almofada adaptado as condicoes edafoclimaticas No municipio os taxones de interesse para a preservacao incluem Aceras anthropophorum Anacamptis pyramidalis Armeria pseudoarmeria Asplenium hemionitis Centaurea africana Cepalanthera longifolia Coincya cintrana Dianthus cintranus ssp cintranus Herniaria maritima Iberis procumbens ssp microcarpa Iris lusitanica Jonopsidium acaule Juncus valvatus Limonium multiflorum Limonium dodartii ssp lusitanicum Myrica faya Omphalodes kuzinskyanae Ophrys fusca ssp fusca Ophrys lutea Ophrys speculum ssp lusitanica Serapias parviflora Silene cintrana Silene longicilia Verbascum litigiosum Thymus villosus e Ulex densus As especies usadas para ornamentacao por todo o municipio sao variadas e incluem a alfarrobeira ameixoeira dos jardins amoreira araucaria de norfolk carvalho alvarinho casuarina choupos brancos e negros cipreste comum cipreste de monterey eucaliptos figueira da australia freixo ginkgo grevileas jacarandas ligustros lodao bastardo melias nespereiras olaias paineiras palmeiras da california e das canarias pimenteiras bastardas pinheiros de alepo e mansos platanos salgueiro chorao sobreiros tamariz tipuanas e zambujeiros Flora marinha As populacoes nas duas grandes manchas de recifes rochosos dentre 0 e 10 metros de profundidade sao compostas de Fucus spiralis Corallina elongata Lithophyllum incrustans Lithophyllum lichenoides Ceramium spp Ulva intestinalis e GeologiaAfloramentos rochosos nas Penhas do Marmeleiro em Murches Pormenor do corte geologico da Estrada da Malveira O municipio de Cascais possui uma grande diversidade de formacoes geologicas de caracteristicas litologicas idades e espessuras diferentes variadas inclinacoes e direcoes das camadas geologicas com morfologia e estruturas diversificadas A maioria do municipio de Cascais e moldado pelo Macico Eruptivo de Sintra de especial importancia em termos geologico orografico e climatico De forma eliptica alongada seguindo um eixo este oeste consiste num conjunto de rochas magmaticas com um nucleo de rochas sieniticas envolvidas por um anel granitico e um anel gabro dioritico descontinuo Encontram se os seus afloramentos nas zonas a norte e noroeste do municipio com granitos gabros dioritos e sienitos O macico data de ha 82 75 milhoes de anos final do Cretacico fazendo ascender correntes de magma que arrefecem no interior da crosta terrestre dando origem as rochas ja referidas Devido a isto os estratos mais antigos do Jurassico Superior e do Cretacico foram deformados e metamorfizados o que origina uma serie de filoes de rochas paralelos e perpendiculares ao macico compostos de basalto traquibasalto riolitico e rochas alteradas nao identificadas Os materiais de maior antiguidade com 140 milhoes de anos datam do Cretacico Inferior formacoes de Maceira Rodizio Cabo Raso e Guincho tendo a sua origem em rochas sedimentares como calcarios arenitos margas e pelitos A maioria corresponde a formacoes calcarias fossiliferas e por algumas margas e gres apresentando uma inclinacao maxima de 50º na zona de encosto com o macico granitico diminuindo gradualmente a sua inclinacao As formacoes do Jurassico Superior afloram a sul e sudeste do Macico Eruptivo de Sintra e consistem sobretudo de calcarios calcarios compactos metamorfizados calcoxistos e calcarios margosos Estas formacoes podem ser observadas na arriba litoral e no corte da Estrada da Malveira A sua inclinacao maxima e de 60º que diminui a medida que se afasta do macico Nas zonas a leste surgem afloramentos do resultante da ascensao de magma a superficie com um vulcanismo efusivo sendo que entre os niveis vulcanicos e possivel encontrar por vezes paleossolos Estas ascensoes devem se a progressiva abertura do oceano Atlantico que causou uma distensao e adelgacamento da crosta terrestre Sobretudo presentes no Complexo sao os basaltos em diversas formas como chamines das quais ainda restam relevos residuais no Cabeco de Mouro Alto de Bicesse ou Pau Gordo Estes afloramentos apresentam espessuras muito variaveis com uma espessura maxima de 400m Os materiais mais recentes a Formacao de Areolas da Estefania e a Formacao de Entrecampos datam do Miocenico ha 20 milhoes de anos e surgem na parte oriental do municipio numa orientacao norte sul de Sassoeiros a Sao Juliao da Barra Por fim os aluvioes surgem paralelos as linhas de agua consistindo de litologias sedimentares muito recentes pouco consolidadas e muito heterogeneas litologicamente HistoriaPre historia Entrada das grutas artificiais de Alapraia A presenca humana no atual territorio do municipio de Cascais da se pela primeira vez na pre historia em cerca de 2000 a C com a presenca de alguns povos nomadas do Paleolitico Inferior Estabelecendo se em povoados teriam feito uso de objetos de silex e quartzito juntando se no Paleolitico Superior objetos feitos tambem a partir de osso que se traduziram em numerosos utensilios recolhidos na zona costeira do Guincho entre as quais uma mo neolitica O primeiro povoado desta origem conhecido no municipio situava se na atual Alameda do Casino no Estoril com alguns materiais recolhidos por Porem e na zona da Parede que se dao as descobertas mais transcendentes No Murtal foi reconhecido outro povoado por sendo descoberto outro novo assentamento em 1953 no decorrer de escavacoes na zona do Parede Concluidas em 1957 estas permitiram verificar que a sua parte inferior consistia de uma camada de terras intacta com diversos materiais arqueologicos A este sitio considerado por Manuel Afonso do Paco como o documento mais antigo e precioso de Cascais deu se o nome de Parede I Outros materiais arqueologicos ai encontrados mais tardios e sob o nome de Parede II levam a crer que os primitivos habitantes do municipio vivessem da agricultura e da criacao de gado bem como da caca e da pesca Sobre estas primeiras populacoes outras se instalariam desta vez muito mais prosperas e conhecedoras da metalugia do cobre possuindo ceramicas varias e decoradas a primor ao lado de uma serie de artefactos de calcario bem como botoes contas etc Das grutas artificiais de Sao Pedro do Estoril hoje desaparecidas pela acao da erosao resta um memorial acompanhado de um placar informativo Sabe se que estes povos possuiam um culto muito especial pelos seus mortos levados a enterrar em dolmens ou grutas naturais e ao lado de quem colocavam armas e utensilios da sua propriedade recipientes com alimentos e objetos de adorno e simbolismo religioso Neste sentido os mais importantes sitios arqueologicos do municipio sao as grutas artificiais de Alapraia e de Sao Pedro do Estoril datadas da transicao do Neolitico Final para o Calcolitico Sao monumentos de inumacao coletiva utilizados como necropoles durante varias centenas de anos que juntamente com outros locais de Sintra Lisboa e Palmela constituem um dos mais importantes surtos da pre historia portuguesa de todos os tempos Deste periodo ate a invasao romana pouco e conhecido como refere Afonso do Paco O que nao sabemos com rigor no momento presente como tudo evolucionou ate a chegada dos Romanos Presentemente conhecemos pouco na regiao de Lisboa Sintra e Cascais do periodo que medeia entre o grande surto dos metalurgicos do campaniforme e a chegada dos primeiros invasores do Lacio Idade Antiga A epoca romana Expositor das cetarias romanas existentes na rua Marques Leal Pancada em Cascais A epoca romana evidencia uma exploracao intensiva do territorio e da propria Cascale gracas aos complexos industriais ai identificados e as villas exumadas que se explicam pela grande proximidade geografica com a grande urbe de Olisipo Apesar disto o territorio concelhio consistia de povoados dispersos sobretudo pelas areas de Cascais Estoril Alcabideche e Sao Domingos de Rana de e casais isolados e sem um nucleo urbano de relevo que permitisse um desenvolvimento mais acelerado destas areas Este periodo permite tambem caracterizar melhor os diversos sitios arqueologicos do municipio sendo que alguns deles foram continuamente ocupados caso dos Casais Velhos uma vila situada na Rua de Sao Rafael na Areia e que foi encontrada nas escavacoes de Afonso do Paco e Fausto de Figueiredo de 1945 Consiste de um conjunto de estruturas tardo antigas seculos III VI dominadas por um importante edificio termal composto do frigidario de uma sala tepida de transicao tepidario e do destinado ao aquecimento do ar que circulava sob o pavimento e da propria agua dos tanques de configuracao semicircular Nas proximidades foi identificado um tanque de grandes dimensoes possivelmente o natatio que era abastecido por um aqueduto a partir de uma nascente Da pars rustica com dois compartimentos foram identificadas duas pequenas tinas revestidas a opus signinum juntamente com conchas de buzio o que levou alguns especialistas a crer que os habitantes desta villa se dedicassem a industria da tinturaria de tecidos e ou curtumes Outras estruturas encontradas consistiram num lagar e em diversas sepulturas de inumacao pertencentes a tres areas de necropoles as quais se encontram associados os principais achados com varias moedas atribuidas a varios imperadores desde Constancio II r 337 361 a Arcadio r 395 408 Villa Romana de Freiria implantada no vale da ribeira de Polima entre esta povoacao e o Outeiro de Polima Outras vilas romanas foram achadas em Freiria Sao Domingos de Rana implantada numa das encostas do vale entre o Outeiro e Polima junto da ribeira de Polima subsidiaria a ribeira da Laje numa area de abundantes recursos hidricos e de elevado potencial agricola e mais recentemente em Miroico Tambem se destacam as cetarias romanas da Rua Marques Leal Pancada em Cascais descobertas em 1992 e ligadas a industria romana de salga e transformacao de pescado e derivados piscicolas Estas cetarias dao credito a presenca de uma fabrica de conservas de derivados piscicolas a laborar junto a praia de Cascais durante a segunda metade do seculo I e finais do II No final da sua producao os seus tanques foram preenchidos com areia e mais tarde e sobre eles construidas as estruturas do desaparecido Castelo de Cascais O dominio romano tambem se fez sentir ao nivel da toponimia E o caso da aldeia de Caparide proveniente do latim cappar aris ou cappari ou capparis para a alcaparra ou alcaparreira ou de Bicesse de bicessis palavra de raiz latina que na sua origem se referia a um conjunto de vinte asses Por outro lado algumas inscricoes de indole funeraria sao tambem testemunho deste legado A epoca visigotica A ocupacao visigotica de Cascais tem o seu maior manifesto no bem como na A epoca arabe Da ocupacao arabe de Cascais encontramos influencia nos varios toponimos do municipio como Alcabideche ou Alcoitao Estes atestam uma presenca forte por todo o territorio cascalense atraves da fundacao e robustecimento de novas povoas Sabe se deste periodo que a populacao do interior era eminentemente rural gracas aos escritos de Ibn Mucana cujos poemas refletem sobre o quotidiano de entao na zona de Alcabideche que se afirma como o primeiro povoado de relativa importancia de todo o municipio As condicoes naturais do territorio eram desfavoraveis permitindo apenas a criacao de acores como aves de caca o que explica o dominio da vila de Sintra sobre qualquer outro povoado da zona A descoberta de diversos cadaveres em 1987 no em Carcavelos levaram a identificacao de quinze enterramentos que pelas suas caracteristicas permitiram aferir que os individuos ai enterrados possuiam origem berbere Idade Media A reconquista e desenvolvimento de Cascais Portas do Castelo de Cascais As zonas da estremadura portuguesa onde se incluem Sintra e Lisboa integram se no Reino de Portugal em 1147 Embora sem mudancas nas dinamicas territoriais a conquista favorece o povoamento dos territorios mais a sul do reino Assim este periodo traduz se numa grande epoca de fundacao e ou consolidacao de povoas maritimas que garantissem condicoes para a fixacao da povoacao o escoamento das producoes que permitissem sustentar um comercio maritimo em desenvolvimento ao mesmo tempo servindo uma funcao de defesa da costa Ao sitio da atual vila acorrem lavradores pescadores e outros mareantes fazendo surgir uma pequena aldeia que vai crescendo progressivamente ate ser referenciada pela primeira vez a 11 de Maio de 1282 quando D Dinis transmitiu ao concelho de Tavira as normas de conduta usadas pelo alcaide do mar de Lisboa Estes ter se iam fixado no Alto do Longo ou Monte Lombo a noroeste do atual centro da vila antes de se fixarem junto ao mar O porto de Cascais transformara se por entao numa importante via de escoamento da producao agricola de Sintra para Lisboa bem como numa importante base de abastecimento de pescado para Lisboa No eclesiastico seria a 10 de Dezembro de 1253 que Cascais se integraria na paroquia de Sao Pedro de Penaferrim situacao que se manteria ate 1523 Este desenvolvimento leva a que as varias embarcacoes destinadas a capital de diversas proveniencias fizessem escala em Cascais tornando o seu ja concorrido porto de escala numa especie de antecamara da cidade Seriam estes os fatores a levar a ascensao de Cascais a categoria de vila a 7 de Junho de 1364 Cascais seja vila sobre si e fora da sujeicao de Sintra Dom Pedro pela graca de Deus rei de Portugal e do Algarve a quantos esta carta virem faco saber que os homens bons de Cascais me enviaram dizer que fosse minha merce de os fazer isentos da sujeicao de Sintra cuja aldeia era e lhes outorgasse que o dito logo de Cascais fosse vila por si e houvesse por si jurisdicao e juizes para fazer direito e justica e os outros oficiais que fossem compridoiros para bom regimento desse lugar e que eles dariam a mim em cada ano 200 libras mais alem daquilo que me rendiam os meus direitos que eu havia do dito logo E eu vendo o que me enviaram dizer e pedir e tendo que e servico de Deus e meu e guarda da minha terra porque aquele lugar esta em aquela costa do mar e querendo fazer graca e merce aos moradores do dito lugar de Cascais tenho por bem e mando que o dito lugar de Cascais seja isento da sujeicao de Sintra cuja aldeia era e que seja vila por si e que haja jurisdicao do civel e do crime como hao as outras vilas do meu senhorio que assim sao isentas E mando que elejam seus juizes para fazerem direito e justica e facam seus oficiais segundo e costume de fazer nas outras vilas do dito meu senhorio E eles devem dar a mim em cada ano daqui em diante as ditas 200 libras alem do que eu i hei Carta da Vila 1364 Esta ascensao exigida pelos chefes das principais familias de Cascais homens bons permitia que os cascalenses pudessem eleger por si os seus juizes e governadores Em troca estes comprometem se a pagar ao suserano uma quantia adicional de 200 libras anuais para alem dos direitos tradicionais ja devidos ao monarca O imposto referido na carta regia permite atestar a relevancia das atividades levadas a cabo na povoa maritima e o conteudo da carta so se compreende em funcao do grande desenvolvimento demografico de Cascais Porem o foral nao e claro quanto aos deveres dos subditos como tambem nao o e quanto ao territorio que constituiria o termo da vila ou mesmo quanto a sua propria independencia assim e aparentemente so o povoado foi considerado autonomo A questao da autonomia A 8 de Abril de 1370 com um documento de D Fernando que doa o Castelo de Cascais como feudo a Gomes Lourenco de Avelar pela sua contribuicao nas lutas contra Castela gracas a cujo desempenho tem uma placa comemorativa numa das paredes da Cidadela de Cascais clarifica se que a vila era ate entao parte do termo de Sintra e isenta a dessa sujeicao damos a ele dito Gomes Lourenco e a todos os seus sucessores o nosso castelo e lugar de Cascais que e termo de Sintra o qual lugar de Cascais de nosso movimento proprio e da nossa certa ciencia fazemos isento e isentamo lo e tiramo lo e dessujeitamo lo de Sintra em que esteve ate ao tempo de ora E queremos e mandamos que daqui em diante seja per si e haja jurisdicao alta e baixa como a qualquer castelo e lugar que nao e sujeito a cidade nem a vila nem a castelo Limites aproximados do termo de Cascais nos seculos XIV XV comparados com os atuais Tal situacao pode ser explicada pela oposicao dos homens bons da vila de Sintra que viam no porto de Cascais parte importante do seu concelho bem como pela falta de mao de obra decorrente da Peste Negra de 1348 e pela eventual incapacidade dos homens bons de Cascais de assegurarem o pagamento devido ao Rei Assim nao e clara a questao da independencia de Cascais entre 1364 e 1370 Independentemente disto a autonomia de Cascais nao seria total por integrar a vila e seu termo num feudo senhorial implicou a doacao de toda a jurisdicao civel e crime com excecao do direito de apelo para o Rei nos feitos crimes da jurisdicao sobre os maritimos da responsabilidade do monarca da liberdade de atuacao dos corregedores no novo senhorio e ainda dos direitos reais sobre dizimas de mercadorias de navios que fossem descarregadas e transacionadas em Cascais A importancia da vila leva a construcao do seu castelo anterior a 1370 para o reforco de uma estrutura defensiva improvisada que se instalara no local onde se fixara a populacao Para alem desta questao a carta de D Fernando delimita pela primeira vez o termo de Cascais Os seus limites semelhantes aos atuais seriam entao a sul e poente o Oceano Atlantico a norte a foz do Rio Touro atual ribeiro da Mata o sitio de Barbas de Rei a Penha da Hera depois Penedo da Hera o acude da Azenha do Tarambulho Janes o caminho do Rio Tortulho a Estrada de Lisboa as Portas de Manique Capa Rota atual Centro Empresarial de Sintra e a vereda que se prolongava pela estrada de Sintra ate Rio de Mouro e como fronteira a nascente dai em diante pelo Rio atual Ribeira da Laje ao mar Com tudo isto a carta regia de 1370 apenas definia o termo sem nada prescrever sobre a organizacao do concelho Aparentemente o municipio de Cascais continuava a reger se pelo diploma regio de 1364 de D Pedro I Cartas subsequentes relativas ao feudo em nada se pronunciaram quanto aos moldes definidores do municipio Enquanto feudo os de Avelar seriam os Senhores de Cascais titulares de todos os seus terrenos ate 1373 altura em que a vila de Cascais e invadida por Castela sendo a sua populacao encarcerada e a vila roubada Sao nesse ano sucedidos pelos de Vilhena com D Henrique Manuel de Vilhena como Senhor de Cascais entre 1373 e 1384 e entre 1385 e 1386 Na crise de 1383 85 Cascais manteve se fiel a D Beatriz algo que viria a justificar a doacao da vila por D Joao I ao Dr Joao das Regras Sabei que nos por desservico que recebemos do conde D Henrique porquanto sendo nosso vassalo se partiu de nos e se foi para nossos inimigos o privamos da vila de Cascais Por esta epoca o crescimento da vila e constante e esta desenvolvera se para fora das muralhas do castelo com arrabaldes sobre a falesia junto a Ribeira das Vinhas na area da Rua do Poco Novo e dos Becos Tortos e Esconso no arrabalde denominado Vila Nova No seu conjunto o termo registava cerca de 700 habitantes que na vila eram 200 a 300 Mapa de 1572 com desenho da zona costeira ate Lisboa entao denominada Costa de Santo Antonio Esta e a representacao mais antiga que se conhece do litoral de Cascais Idade Moderna Periodo dos Descobrimentos Cascais e o seu porto ao longo da expansao maritima do seculo XV era o centro economico e comercial de um pequeno interior com grande parte da producao proveniente da regiao de Sintra e uma escala obrigatoria para todos os movimentos maritimos com destino a Lisboa Foi na baia de Cascais que desembarcou no regresso da sua primeira viagem a America Cristovao Colombo na manha de 4 de Marco de 1493 Foi na baia de Cascais que perdido dos outros navios da esquadra de torna viagem desembarcou Nicolau Coelho a 10 de Julho de 1499 chegando ao Palacio de Sintra com a boa noticia da chegada a India que veio desencadear o regozijo geral e grandes recompensas Seria em 1514 que o concelho de Cascais se deixaria de reger totalmente pelo Foral de Sintra de 9 de Janeiro de 1154 no ambito de reformas instauradas no sistema de forais e levadas a cabo durante o reinado de D Manuel I Estas contribuiram para a centralizacao do poder regio ao nivel juridico politico e fiscal e focavam se sobretudo na atualizacao dos encargos e isencoes fiscais dos municipios Assim os novos forais carecem do carater politico e diferenciador que havia sustido o poder local o que explica que as disposicoes relativas a privilegios e direitos fossem secundarizadas ou eliminadas dos novos textos e que as mencoes a toponimos e questoes locais escasseassem Pelo seu teor o novo foral permite desenhar uma imagem da economia local cujas atividades eram diversificadas producao de vinho legumes frutas cera mel e alguns cereais como o trigo e a cevada num periodo tambem marcado pela pesca atividade fortemente regulamentada e a criacao de gado para alem da moagem da exploracao da pedra e da caca Em 1527 por ocasiao do primeiro numeramento global da populacao do reino Cascais contava ja com cerca de 600 a 1000 habitantes na vila e 1200 a 1900 no resto do concelho Destes apenas um quarto populava a area amuralhada pelo que a Vila Nova se espraiava pelo vale ou baixa ate a Ribeira das Vinhas Nos finais do seculo XVI um terco da populacao tinha passado a habitar na outra margem da ribeira Os nucleos populacionais mais importantes eram depois de Cascais Caparide com 26 fogos Manique com 22 Almuinhas Velhas com 19 e Carcavelos com 14 Tal progresso decorre na criacao das paroquias de Nossa Senhora da Assuncao de Sao Vicente de Alcabideche e de Sao Domingos de Rana altura em que deixam de estar sujeitas a paroquia de Sao Pedro de Penaferrim quando a Confraria de Nossa Senhora da Guia decidiu mandar edificar em Cascais uma ermida sob a invocacao da sua padroeira O Farol da Guia que pertencia a irmandade com o mesmo nome ja existia em 1537 de forma a avisar os navegantes dos perigos da costa Esta estrutura e tambem mencionada por Damiao de Gois em 1554 Deste periodo de desenvolvimento urbano podem ainda ver se vestigios nalguns predios da antiga malha urbana de Cascais na Capela de Sao Sebastiao ou na Ermida de Nossa Senhora da Guia com portal manuelino tardio e lapide tumular de 1577 Fora dela destacam se os elementos arquitetonicos reaproveitados na prova da sua vetusta fundacao a semelhanca dos fechos de abobodas da Igreja de Sao Domingos de Rana A que preserva a mais bela pedra armoriada do concelho data de 1579 assim como a Igreja e Convento de Santo Antonio do Estoril fundada em 1527 pelos frades franciscanos sobre a ermida de Sao Roque com sepultura de Roque Lopes piloto da Carreira das Indias Foi na baia de Cascais que Luis Vaz de Camoes desembarcou vindo do Oriente a 7 de Abril de 1570 por haver peste em Lisboa razao pela qual lhe foi erguida uma estatua de calcario no centro da vila A 17 de Agosto de 1574 o Rei D Sebastiao envia uma correspondencia ao Papa informando o da sua intencao de ir ao Algarve para mandar proceder nas coisas de Africa Seria assim que em Junho de 1578 desembarcariam na vila os 3000 soldados alemaes que contratara partindo depois com o Rei para o norte de Africa onde se veio a travar a batalha de Alcacer Quibir A invasao espanhola Forte de Santo Antonio da Barra ou do Estoril cuja construcao se iniciou em 1590 e considerada a principal fortificacao entre a Cidadela de Cascais e o Forte de Sao Juliao da Barra Na madrugada de 30 de Julho de 1580 o exercito espanhol comandado pelo Duque de Alba desembarcou na Laje do Ramil cabo de Sanxete dai atacando Cascais com o objetivo de prosseguir para a capital de modo a colocar D Filipe II no trono de Portugal Os 1500 homens que resistiram por mal preparados e pouco apetrechados foram ineficazes na defesa do territorio em grande parte pelo facto de o local escolhido para o desembarque a ter surpreendido e desorganizado A fortaleza da vila foi tomada no dia seguinte altura em que as forcas espanholas ordenam a morte do seu defensor e do Alcaide Menor do Castelo em nome de D Antonio Prior do Crato respectivamente D Diogo de Meneses o qual tem a sua estatua em frente da Cidadela e Henrique Pereira de Lacerda a 2 de Agosto numa mostra de poder frente aos adversarios de D Filipe Posteriormente a 19 de Maio de 1587 a vila e novamente atacada a comando de Sir Francis Drake mas a esquadra inglesa nao consegue desembarcar na vila A 1589 e novamente com presenca inglesa consegue tomar Cascais que e saqueada violentamente e incendiada Baluarte da Cidadela de Cascais O Rei D Filipe I de Portugal consciente das deficiencias defensivas na zona empreende uma estrategia de fortificacao da costa sendo ordenado a Frei Vicenzio Casale o levantamento da planta de Cascais e de uma carta da costa ate Sao Juliao da Barra que seria entregue em Fevereiro de 1590 Datam de entao as principais estruturas defensivas da costa como a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz resultante do abaluartamento da Torre de Santo Antonio ou o Forte de Santo Antonio da Barra tambem gizado por Casale A restauracao da independencia novas fortificacoes Apos a Restauracao da Independencia nacional em 1640 foi levado a cabo um reforco na fortificacao da barra do Tejo regiao pela qual se havia consumado o dominio estrangeiro Sob a alcada de D Antonio Luis de Meneses 3 Conde de Cantanhede ampliaram se e restauraram se as fortificacoes existentes levantando se ainda mais de uma dezena de baluartes entre o Guincho e Carcavelos todos eles completados ate ao final da decada de 1640 em virtude da simplicidade da sua traca Os Fortes de Sao Jorge de Oitavos e de Santa Marta hoje musealizados sao importantes exemplos deste conjunto de edificacoes De todas elas a mais emblematica e a Cidadela de Cascais que integrando a Torre de Santo Antonio e a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz permite reforcar a defesa da costa cascalense Manuel Porto Moco da Camara da Casa Real natural de Cascais filho de Francisco Porto teve merce do Habito de Cavaleiro da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo a 22 de Novembro de 1639 pelos servicos prestados em Olinda Recife Itamaraca e no Cabo de Santo Agostinho Gregorio Guedes de Soutomaior natural de Vila Flor filho de Antonio Guedes Pinto teve Alvara do foro de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real a 13 de Novembro de 1640 pelos servicos prestados em Paraiba em Pernambuco na India na Catalunha e em Cascais Joao de Pina Coutinho natural da vila de Cascais filho de Antonio de Pina Cavaleiro Fidalgo da Casa Real teve Alvara dos foros de Escudeiro Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro Fidalgo da Casa Real a 9 de Marco de 1644 pelos servicos prestados na Armada de Antonio Teles na Capitania de Sao Vicente do Brasil na ilha de Sao Sebastiao onde apresou tres lanchas Holandesas e no Castelo de Cascais por ocasiao da Aclamacao do Reino Pelos mesmos servicos teve merce do Habito de Cavaleiro da Ordem de Santiago a 17 de Marco de 1646 Vasco de Araujo teve merce do Habito de Cavaleiro da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo a 9 de Maio de 1646 pelos servicos prestados em Salvador na Flandres e no Reino onde trouxe para Cascais a artilharia da nau Santa Catarina de Ribamar que havia naufragado a fim de defender a vila dos Franceses Cascais e vila e cabeca de Concelho do Distrito de Lisboa E sabido que a Franca estava em guerra com a Espanha por ocasiao da Restauracao da Independencia de Portugal e dai a referencia acima Todas as construcoes levadas a cabo evitariam pela sua proximidade umas das outras um possivel desembarque espanhol apos as guerras da Catalunha e dos Trinta Anos enquanto se aguardavam reforcos Em termos diplomaticos D Joao IV incumbe o 1 º Marques de Cascais D Alvaro de Castro de apresentar as condolencias pela morte de Luis XIII de Franca Apos a Guerra da Restauracao e com o inicio das obras do Convento de Mafra a exploracao da pedra em Cascais ganha particular importancia Seria de Janes que se extrairia o marmore preto usado na sua construcao e do concelho seria tambem natural um dos principais mestres de pedreiros do convento o famoso Barambilha Antonio Martins Foi este humilde obreiro quem de facto descobriu o maravilhoso marmore preto que se admira nos altares da Basilica de Mafra e de outras admiraveis misturadas Saliente se que entre as inumeras variedades de granito cor de rosa e cinzento azulado das pedreiras da Malveira da Serra e marmores da Torre da Guilha houve tambem em Sao Domingos de Rana segundo Pinho Leal uma pedreira de belo marmore vermelho De Cascais e igualmente todo o marmore preto que ornamenta a ara que em 1529 se fez para a capela mor da Igreja de Nossa Senhora da Graca igualmente na capital e o granito com que foi feita a base do monumento a D Pedro I Foi na freguesia de Cascais que nasceram em 1651 Jose da Cunha Brochado e cerca de 1751 Rita Teresa Margarida Castelo Branco avo paterna de Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco 1 Visconde de Correia Botelho personagem da sua obra prima Amor de Perdicao que deu origem a telenovela e filmes homonimos Lourenco Luis Galvao Fidalgo da Casa Real Menor do Rei D Joao V de Portugal Cavaleiro e Comendador da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e Preceptor dos Meninos de Palhava foi Coronel do Regimento de Cascais A 14 de marco de 1745 o Marquesado de Cascais reverteu para a Coroa por extincao da linha principal O Terramoto de 1755 em Cascais Igreja de Nossa Senhora da Assuncao em Cascais O terramoto seria responsavel pelo desaparecimento da segunda paroquia de Cascais a da Ressurreicao de Cristo que acabaria por ser integrada na de Nossa Senhora da Assuncao O dia 1 de Novembro de 1755 marca a data de um dos mais importantes acontecimentos na historia de Portugal quando um violento terramoto devasta de forma especialmente intensa a zona de Lisboa De acordo com Frei Antonio do Espirito Santo que descreveu no ano seguinte os efeitos do cataclismo na vila o tremor de terra iniciou se pelas nove horas e quinze minutos fazendo se sentir por nove minutos e transformando a grande povoacao em um insensivel e frio cadaver do que havia sido e uma desfeita cena do que ja nao era Em 1758 o Cura da Ressurreicao de Cristo Antonio Inacio da Costa Godinho nao hesitaria registar que de todas as terras foi esta a que experimentou maior ruina pois todos os edificios do concelho sofreram com o abalo como as Igrejas da Ressurreicao da Assuncao e da Misericordia e o Convento de Nossa Senhora da Piedade em Cascais o Convento de Santo Antonio no Estoril ou as Igrejas de Sao Domingos de Rana de Sao Vicente de Alcabideche e de Nossa Senhora dos Remedios em Carcavelos O posterior maremoto fez avancar o oceano terra adentro por varias vezes dando origem a centenas de feridos dos quais se registaram oficialmente duzentas e duas mortes no concelho sobretudo nas paroquias da vila e que formavam uma parte significante dos 5109 habitantes que se registaram em 1736 Manuel Marcal da Silveira Reitor de Nossa Senhora da Assuncao descreve o estado da vila tres anos apos o fatidico dia a vila toda ficou arruinada ate ao chao Nao ha casa que ou nao caisse em terra ou nao ficasse abalada e ameacando ruina Os templos a ponte a Cidadela e seus quarteis tudo esta demolido e feito em po A maior parte da vila habita ainda em barracas a ponte esta com um so arco em pe e se nao passa por ela e tudo em a ultima ruina sem que se reparasse ainda nada O evento revela tambem o contributo da vila no esforco de reconstrucao da capital que se serviria novamente de pedra de Cascais Os ultimos vestigios da destruicao provocada pelo terramoto so desapareceram definitivamente da malha urbana na primeira metade do seculo XX como foi o caso dos escombros do Palacio dos Marqueses de Cascais ate darem lugar a casa do Conde de Monte Real junto a curva da atual Avenida D Carlos I Transicao para o seculo XIX Uma antiga zona agricola na ribeira de Manique a pouca distancia de Caparide localidade onde ainda se produz vinho de Carcavelos Mudancas administrativas surgem em 1759 quando se da uma alteracao nas fronteiras do concelho Inicialmente pelo facto da sua fronteira oriental ser o Rio de Mouro o termo de Cascais incluia uma pequena parte do reguengo de Oeiras area denominada de reguengo de a par de Oeiras Mudancas administrativas surgem em 1759 quando um alvara de 11 de Agosto define que a area conhecida como Bucicos o reguengo de a par de Oeiras se deve unir a outras areas cascalenses para formar a vila de Carcavelos continuando no entanto sobre a alcada da mesma donataria Assim a area do concelho passa a ser limitada pela ribeira de Carcavelos ribeira das Marianas e o concelho perde as localidades de Arneiro Carcavelos Sao Domingos de Rana e Sassoeiros assim como a e restantes lugares entre a mesma ribeira e a costa Aquando da morte da ultima donataria de Cascais e Carcavelos em 1764 esta area passa a integrar o concelho de Oeiras Na mesma altura Cascais ganha a sua independencia juridica com a atribuicao do seu primeiro juiz de fora O ano de 1774 viu a fundacao da Real Fabrica de Lanificios de Cascais um negocio que na decada seguinte ja contava com 500 operarios e reconhecimento internacional Os finais do seculo XVIII destacam se pela crescente fama do vinho de Carcavelos por entao tambem conhecido como Lisbon Wine A sua producao espalhava se nao apenas pelas colinas suaves ou lombos proximos do mar na zona de Carcavelos mas por uma area mais extensa que incluia a vila da Parede o Murtal o Livramento e a Galiza Idade Contemporanea Cascais e ocupada a 30 de Novembro de 1807 pelas tropas francesas de Junot uma situacao que se manteria ate 2 de Setembro de 1808 em virtude da assinatura da Convencao de Sintra e do avanco da esquadra britanica pelo Tejo Um ano mais tarde seria constituida entre os fortes de Sao Domingos de Rana e de Sao Joao das Maias a 3 ª Linha de Torres com vista a uma eventual evacuacao das tropas inglesas da qual faziam ainda parte mais de uma dezena de fortificacoes provisorias os redutos unidas por linha de trincheiras As lutas liberais fazem servir como prisao a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz onde foram encarcerados os opositores de D Miguel e sendo alcunhada de o Inferninho A vila e o termo continuam a sofrer as consequencias do Terramoto de 1755 do qual ainda nao conseguiram recuperar totalmente Assim assiste se a um periodo de decadencia acentuado pela extincao de ordens religiosas e pela retirada do Regimento de Infantaria 19 enquanto a populacao espalhada por pequenas aldeias se dedica sobretudo a agricultura A afirmacao enquanto local de ocio Chalet dos Duques de Loule exemplo da arquitetura de veraneio que se comecava a observar por Cascais A pratica dos banhos de mar pela qual se da a popularidade da zona remonta aos religiosos que residiam no Convento do Estoril e a alguns liberais que haviam sido presos na vila durante o Miguelismo A partir dai da se um primeiro periodo de desenvolvimento desta nova moda assente em pressupostos terapeuticos cujos principais responsaveis foram entusiastas como o Visconde da Luz A burguesia e as suas excursoes maritimas ate esta regiao ajudaram para que os banhos de mar se impusessem enquanto forma de ocio Porem a verdadeira razao por detras da descoberta das praias de Cascais para estes usos seria outra a reconstrucao das estradas para Oeiras entre 1859 e 1864 e para Sintra que ajudaram a suportar o surto de vilegiatura a que por aqueles tempos se assistia Por Postura Camararia de 24 de Maio de 1860 de comum acordo com Joaquim Antonio Velez Barreiros 1 º Barao de Nossa Senhora da Luz e 1 º Visconde de Nossa Senhora da Luz e alguns outros ilustres moradores incluindo diversos forasteiros que haviam sido atraidos para a vila depois da instalacao nela do 1 º Barao e 1 º Visconde da Luz foi criada por Joao de Freitas Reis a estrada entre Cascais e Oeiras obra fundamental no desenvolvimento das comunicacoes entre a Foz do Rio Tejo e a capital Lisboa Ao mesmo tempo a mesma Postura Camararia determinou que sob pena de multa todos os carros omnibus seges e bestas apenas pudessem realizar transportes sobre o empedrado Com vista ao embelezamento desta importante via publica a Camara Municipal cedeu a instancias do proprio 1 º Barao e 1 º Visconde da Luz as varas necessarias para a proteccao do crescimento das inumeras arvores que foram entao e para esse mesmo efeito plantadas E com isto que Cascais se torna rapidamente um destino de cariz elitista tal como outras praias da margem norte do Tejo chegando a alcancar o estatuto de praia da Corte em setembro de 1867 gracas a Rainha D Maria Pia e mais tarde por D Luis o qual tem o seu busto junto a Praca 5 de Outubro Em alternativa as praias a vila possuia o Passeio Visconde de Nossa Senhora da Luz atualmente um jardim onde era possivel contactar com a natureza e dispor de ocasioes sociais ao qual se seguiu a partir de 1869 o Teatro Gil Vicente e varias outras associacoes recreativas humanitarias desportivas e culturais Apesar disto ainda eram patentes as serias carencias urbanisticas com as quais a vila se padecia a nivel de alojamentos algo que levou a Camara Municipal a investir na reforma dos sistemas de esgotos abastecimento de agua recolha de lixo iluminacao publica e da rede viaria Tal seria a razao por detras da edificacao de novas habitacoes que pudessem cumprir com as condicoes exigidas pelos vilegiaturistas dando origem aquela que seria a imagem de marca do concelho a Panorama da marina e Palacio da Cidadela de Cascais A Familia Real estabelece a sua presenca em Cascais a partir de 1870 gracas a reforma da antiga casa do Governador da Cidadela que se converte no Paco de Cascais e onde a Corte se passou a instalar em meados de Setembro D Carlos entra oficialmente na vila no dia 28 de Setembro data do seu aniversario e nela fica ate a abertura da temporada do Teatro Nacional de Sao Carlos A sua paixao pelo mar levou o a realizar prospecoes regulares na costa da Guia na foz do Tejo e em Sesimbra e a montar na Cidadela de Cascais o primeiro laboratorio de biologia maritima em Portugal equipado com um sistema de tanques em que mantinha vivas as especies capturadas nas suas campanhas oceanograficas iniciadas em Cascais Embora inicialmente um capitalista modesto depois abastado foi Jose Torrezao o primeiro empresario que decidiu investir no turismo da zona do Monte Estoril da qual foi fundador lugar localizado num ponto de mar intermedio entre as Termas da freguesia do Estoril e a vila da Corte da freguesia de Cascais com a construcao dos seus quatro primeiros chalets isolados os Chalets Torresao Comecou por uma pequena casa de recreio numa zona de pinhais bravos numas arribas sobranceiras ao mar a qual deu o nome de Casa da Serra No de 1874 o seu autor Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal descreve a como um lindo chalet ao gosto suico com belo jardim e cercado de pinheiros Nao conseguiu todavia conquistar muita gente para estes lugares entao ainda estereis uma vez que o seu unico atractivo era apenas o mar Por esse motivo e pela sua modestia esses mesmos chalets foram demolidos no periodo posterior O seu criador nas palavras da escritora Branca Colaco o primeiro cenografo da paisagem maravilhosa morreu pobre desgostoso dos seus entusiasmos de esteta A nova epoca de desenvolvimento que Cascais atravessava enquanto capital do lazer implicava tambem pontos importantes no desporto assumindo um grande protagonismo na sua introducao e promocao Varias eram as modalidades introduzidas e praticadas vela com a primeira regata na baia em 1871 remo natacao tenis praticado pela primeira vez no pais em 1882 e futebol primeiro desafio publico entre portugueses em 1888 na Parada Estacao ferroviaria do Estoril antes da sua reforma e da eletrificacao da Linha de Cascais Outro grande marco do desenvolvimento do municipio foi o projeto de ligacao a capital atraves do caminho de ferro Tal parece ter sido impulsionado pela instalacao sazonal da Familia Real e em 1887 receberia uma autorizacao para a sua concretizacao pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses Antes da sua posta em marcha a 30 de Setembro de 1889 a ligacao a Cascais era feita em carreiras de e de Jose Florindo de Oliveira que tardavam cerca de cinco horas para efetuar o percurso O caminho de ferro inicialmente em servico a partir de Pedroucos foi construido com inusitada rapidez e seria depois alargado a estacao de Alcantara Mar 1890 e finalmente a Lisboa Cais do Sodre 1895 Esta infraestrutura marcou um antes e depois na fisionomia do municipio assumindo se enquanto o mais poderoso instrumento de desenvolvimento e levando a ocupacao do litoral cascalense altura em que passa a ganhar destaque E apenas na sua sequencia que surgem os projetos de urbanizacao e de desenvolvimento das areas do Monte Estoril 1888 de Sao Joao do Estoril e da Parede 1890 e de Cai Agua 1905 A Linha de Cascais foi a primeira ferrovia pesada a ser electrificada em Portugal em 1926 tendo uma placa comemorativa do facto e a ultima a ser integrada na CP em 1977 e e a unica que nao se encontra ligada ao resto da rede ferroviaria nacional Entretanto e pela mesma altura Carcavelos era protagonista de um importante evento a instalacao da apos a obtencao da concessao pelo governo portugues para o estabelecimento do cabo submarino para transmissao de mensagens telegraficas entre o Reino Unido Portugal Gibraltar e a Colonia da Coroa de Malta Neste sentido em 1872 os descendentes do Morgado da Alagoa vendem a Quinta Nova de Santo Antonio onde se instala a companhia que no ano seguinte transfere a concessao para a Esta seria a base de uma nova relacao de intenso contato entre portugueses e britanicos com uma grande influencia desta ultima comunidade nomeadamente na divulgacao de novos habitos e de praticas desportivas como o futebol o tenis o criquete o rugby ou o ciclismo Em nome do progresso alargaram se assim definitivamente os horizontes da comunidade rural local O local onde se estabeleceram as companhias em merce da sua influencia ganhou a alcunha de Quinta dos Ingleses sendo atualmente o local de funcionamento da Em 1868 existia na vila a Comissao Tauromaquica Permanente que edificou a primeira Praca de Toiros que existiu em Cascais sita na Horta de Aguiar e inaugurada a 20 de Setembro desse ano na qual actuaram todas as grandes figuras da epoca Uma outra Praca foi depois erguida em 1873 junto ao chamado Passeio da Parada funcionando ate 1879 Posteriormente foi edificado outro Taurodromo em Cascais no sitio do Rosario este construido em alvenaria e com bancadas em madeira e capacidade para 7 500 espectadores inaugurado a 27 de Setembro de 1894 com a presenca da Familia Real Foi durante aquela que foi a sua ultima estadia na no municipio que morreu na Cidadela o proprio D Luis I a 19 de outubro de 1889 Jaime Artur da Costa Pinto foi tido como o Presidente da Camara Municipal que colocou a vila no caminho da civilizacao durante todo o periodo em que D Carlos I de Portugal ai passou ferias como Rei Entre outros melhoramentos e relevantes servicos que prestou ao municipio rasgou e promoveu a construcao de ruas pracas avenidas e largos mercados jardins e alamedas melhorou o abastecimento de agua inaugurou o servico telefonico em 1900 deve se lhe a fundacao e construcao da e promoveu inumeras festividades publicas desde bailes a touradas com a fundacao da Monumental A zona de Carcavelos voltaria a pertencer a Cascais em 26 de Setembro de 1895 quando e extinto o concelho de Oeiras e ao qual se juntariam tambem as freguesias de Carnaxide Oeiras e Sao Juliao da Barra Com o restabelecimento desse concelho a 13 de Janeiro de 1898 estas localidades voltariam a formar parte de Oeiras mas Carcavelos manter se ia definitivamente enquanto parte de Cascais Fachada do Hospital de Sant Ana A epoca e para alem dos banhos de mar eram de grande relevancia os banhos termais levando a inauguracao de diversos edificios destinados a esta pratica Deste modo crescem em popularidade os sitios dos Banhos da Poca sobranceiro a praia da Poca as Termas do Estoril inseridas na quinta de Jose Viana da Silva Carvalho e pelas quais Santo Antonio do Estoril continuava a ser recomendado mas com o seu expoente maximo na vila da Parede onde se ergue o A fama das termas de Santo Antonio do Estoril ainda populares em 1910 levam a que Daniel Delgado alcunhe a zona como a Riviera de Portugal exaltando as suas virtudes naturais se todos estes dons da natureza fossem judiciosamente empregues com a devida atencao as necessidades e confortos dos doentes ingleses e outros o Estoril tornar se ia muito em breve no melhor centro de aguas cloretadas de sodio para o tratamento do reumatismo cronico e da gota durante o inverno Passeio D Maria Pia junto a Cidadela de Cascais Casa de Santa Maria da autoria de Jorge O Neill sobranceira a e a Enquanto isto Cascais sofria varias renovacoes destinadas a melhoria dos espacos publicos Em 1890 e completado o Passeio Maria Pia junto a esplanada do Paco Real seguida da inauguracao da nova Praca de Touros e da Avenida Valbom que liga a estacao ao centro da vila Segue se a Esplanada Principe Real D Luis Filipe e no ano de 1899 a inauguracao da Avenida D Carlos I de acesso a Cidadela Surgem tambem alguns dos melhores exemplos da arquitetura de veraneio com a Torre de Sao Sebastiao e da de hoje musealizadas da do Conde de Arnoso ou das habitacoes dos Marqueses do Faial de Joaquim da Silva Leitao do Conselheiro Luis Augusto Perestrelo de Vasconcelos e de Francisco Augusto Trindade Baptista Continua tambem por esta altura a reestruturacao em funcao da industria do lazer com o aumento do numero de empresas de aluguer de carruagens de casinos e de hoteis O desporto tambem reforca a sua importancia e Cascais assiste em 1893 a primeira corinthian race portuguesa impondo se como o principal campo de regatas nacional Tais eventos continuariam com a Taca Vasco da Gama a primeira regata internacional promovida em Portugal a primeira competicao entre bulb keels e a primeira regata oceanica entre a vila e Leixoes Entretanto para alem dos desportos de mar tambem se realizaram na Parada tres importantes gincanas automoveis que garantiram a vila destaque na historia da modalidade Com tudo isto Cascais torna se num ponto de passagem obrigatorio gracas a presenca de individualidades como o Rei do Siao ou o Presidente da Republica Francesa Emile Loubet em 1897 e 1905 respetivamente Esta tendencia nao se viu contrariada nem mesmo com o assassinato de D Carlos que ajudara a vila a ganhar a sua fama sendo entao que se consolida enquanto estancia balnear com a alcunha de Riviera de Portugal A pratica dos banhos em Cascais viria depois a ser praticada tambem pelos Presidentes da Republica com o exemplo maximo de oscar Carmona que transforma a Cidadela de Cascais na sua residencia oficial O Grande Casino Internacional no Monte Estoril foi a primeira infraestrutura do genero na zona Folheto de promocao as estancias de lazer do Estoril Varias figuras notaveis da literatura portuguesa do seculo XIX passaram por Cascais tais como Joao Baptista da Silva Leitao de Almeida Garrett 1 Visconde de Almeida Garrett Jose Maria de Eca de Queiros Jose Duarte Ramalho Ortigao e Maria Amalia Vaz de Carvalho Os famosos Vencidos da Vida reuniram se ai na Casa de Sao Bernardo pertenca dum deles Bernardo Pinheiro Correia de Melo 1 º Conde de Arnoso razao pela qual foi ai erguida em 2012 uma placa evocativa no ambito do projecto Casas com Memoria das Comemoracoes das Jornadas Europeias do Patrimonio iniciativa anual do Conselho da Europa e da Uniao Europeia Primeiro emblema do Sporting Clube de Portugal O simbolo do Sporting Clube de Portugal foi idealizado numa conversa em Cascais no Verao de 1905 por Jose Alvalade os seus primos Jose Cordeiro Ferreira Roquette e Antonio Jose Roquette Rebelo de Andrade e D Fernando de Castelo Branco D Fernando Pombeiro Administrador do Concelho de Cascais filho do Marques de Belas e Conde de Pombeiro que se inspiraram pelo anel com brasao da familia deste ultimo um leao rampante que significaria a forca de vontade em construir um grande clube O verde foi sugerido pelo Visconde de Alvalade simbolizando a sua esperanca no novo clube todos concordando na escolha por representar a esperanca no futuro da nova coletividade Foi oficialmente adotado em 1907 ja depois da data da Fundacao do Sporting Clube de Portugal o emblema que ostenta um leao rampante de cor prata sobre campo verde assim como as cores verde e branco que comecaram a ser utilizadas desde essa altura quando D Fernando de Castelo Branco autorizou que o leao rampante de ouro em campo de azul do seu brasao do qual seu pai era Chefe de Nome e Armas fosse utilizado no emblema do Sporting Deveria ser de cor prata armado em preto em campo verde correspondendo as limpidas firmes e esperancadas intencoes dos seus fundadores embora desde o seu inicio tenha sido frequentemente representado oficiosamente em ouro A Implantacao da Republica Contam os jornais O Seculo de 7 de Outubro de 1910 e de 17 de Outubro de 1910 que desde o comeco do tiroteio em Lisboa na vila de Cascais vivia se um clima de grande ansiedade por falta de noticias dos acontecimentos Na noite de Segunda Feira dia 3 de Outubro para Terca Feira dia 4 de Outubro concentraram se os populares revoltosos em Carcavelos esperando a hora de entrarem em servico revolucionario A uma hora da madrugada tomaram o cabo submarino e cortaram as comunicacoes terrestres Na Quarta Feira de manha dia 5 de Outubro a noticia da vitoria foi ali recebida e em todas as povoacoes das nove as dez horas da manha Houve muitas manifestacoes em todas as localidades e foram icadas bandeiras republicanas no Campo Entrincheirado em Sao Juliao da Barra e no Forte Duque de Braganca Aquando das novas da Revolucao D Afonso de Braganca Duque do Porto encontra se na regiao instalando se na Cidadela de Cascais pois havia Guarda e a populacao de Cascais era na sua maioria afeicoada ao Regime Entretanto o iate Amelia segue ate a recebendo em breve o Infante que no automovel do 1 º Barao de Linho Antonio Borges Coutinho de Medeiros de Sousa Dias da Camara percorre a vila acompanhado pelo seu Ajudante de Campo passando pelos grupos armados que nao o hostilizam A transforma se num posto de permanencia onde rodeado pelas autoridades locais recebe as ultimas noticias da capital Francisco Jose da Rocha Martins refere se mesmo duma linha de defesa de centenas de homens armados em volta da Cidadela de Cascais que aguardavam ordens Face a possibilidade dum bombardeamento da Cidadela D Afonso recolhe a residencia do 1 º Conde de Arnoso Bernardo Pinheiro Correia de Melo ate ser obrigado a abandonar a vila O entao Administrador do Concelho D Fernando de Castelo Branco tambem conhecido por D Fernando Pombeiro e o Presidente em Exercicio da Autarquia Jose Cardoso de Meneses Martins pedem a demissao sendo substituidos respectivamente por logo a 5 de Outubro e por apenas a 13 de Outubro Entretanto coincidentalmente no dia 10 falecera o proprio 1 Conde de Cascais O projeto do Estoril da Riviera Portuguesa a Costa do Sol Em 1914 ja com Cascais plenamente consolidada como destino turistico nacional inicia se a revolucao turistica do vizinho Estoril por forma a internacionalizar a regiao Tal deve a sua existencia ao empresario Fausto Cardoso de Figueiredo que juntamente com o seu cunhado Augusto Carreira de Sousa adquire a Quinta do Viana e convidam o arquiteto para tracar um ambicioso projeto com equipamentos coletivos ao nivel do lazer com enfase nas vertentes medicas e climaticas Este projeto incluia a construcao de tres hoteis novas termas casino teatro palacio de desportos edificio para banhos de mar estabelecimentos comerciais galerias cobertas e amplo jardim dispostos em territorio virado para o mar Pouco tempo depois a 18 de Setembro de 1915 assiste se a fundacao da nova freguesia do Estoril com sede em Sao Joao e composta pelas povoacoes do Estoril S Joao do Estoril Cai Agua Livramento e Galiza do municipio de Cascais que para tal efeito sao desanexadas das paroquias de Cascais Alcabideche e S Domingos de Rana Porem o pano de fundo dominado pela Primeira Grande Guerra dificulta a execucao do projeto Em Janeiro de 1916 foi colocada a primeira pedra do Casino e das Termas com inauguracao em 1918 Foram estas as duas forcas motoras que alavancaram o progresso do projeto especialmente apos a legalizacao e concessao do jogo em 1927 No ano seguinte a revista Casino ja aplicava o termo Costa do Sol ao eixo Cascais Estoril um termo oficializado em Maio de 1935 e que passou a abranger a costa do municipio da Parede a Cascais As iniciativas de dinamizacao da zona embora largamente de origem privada contavam tambem com apoios publicos assim a partir de 1922 surge a Comissao de Iniciativa para Fomento da Industria de Turismo de Cascais mais tarde Comissao de Iniciativa e Turismo do Concelho de Cascais e Junta de Turismo de Cascais Em 1930 a inauguracao do Palace Hotel atual Hotel Palacio dota o municipio de uma infraestrutura de nivel internacional e no mesmo ano o modesto apeadeiro do Estoril ja havia sido renovado de modo a alojar o terminal do Sud Expresso que assegurava a ligacao a Paris Segue se a abertura do novo casino em 1931 com um plano distinto do inicial e de cariz modernista A estreia dos novos equipamentos fez com que o municipio continuasse a captar visitantes mas iniciando uma nova centralidade no Estoril da qual o Monte Estoril e Sao Joao se ressentiriam pela crescente subalternizacao e no caso da ultima localidade pelo encerramento dos Banhos da Poca Por outro lado em 1922 a modesta localidade de Cai Agua assume uma nova dinamica gracas a instalacao da de O Seculo Em 1926 por peticao dos seus habitantes passa a denominar se Sao Pedro do Estoril Na Parede o desenvolvimento urbano segue as mesmas linhas e a vila passa a ser um destino privilegiado para o tratamento de diversos males fisicos gracas as caracteristicas da sua praia e exposicao solar O seu numero de visitantes aumenta por isso de forma exponencial e transforma o tabuleiro uma maca montada sobre um carrinho de quatro rodas num dos icones da regiao Por Cascais procedia se nesta altura a realizacao de importantes reformas urbanisticas como foi o encanamento da ribeira das Vinhas que melhorou a salubridade no centro da vila Em 1927 a Torre de Sao Sebastiao o seu recheio e parque anexo sao legadas ao municipio pelo Conde de Castro Guimaraes com a condicao de que sejam transformadas em museu biblioteca e jardim publicos Assim em 1931 nasce o novo Museu Biblioteca Condes de Castro Guimaraes Em 1932 Cascais teve a visita do satanista Aleister Crowley e da sua mulher acompanhados por Fernando Pessoa os quais visitaram a Boca do Inferno nome que em resultado da sua visita entrou no ingles e seria transposto e celebrizado por Joss Whedon nas suas duas primeiras series de televisao Buffy the Vampire Slayer e Angel Por 1936 acodem ao municipio varios refugiados da Guerra Civil Espanhola sendo de importancia o acidente de aviao ocorrido a 20 de Julho desse ano na Quinta da Marinha que vitimou o General Jose Sanjurjo Sacanell 1 Marques do Rife que instalara o seu quartel general no municipio Em 1938 e fundado o Clube Naval de Cascais A 1 de Janeiro de 1939 foi inaugurado na Amoreira em Alcabideche o Estadio Antonio Coimbra da Mota casa do Grupo Desportivo Estoril Praia fundado a 17 de Maio de 1939 cujo nome homenageia Cascais Cascais 26 de Outubro de 1908 Cascais Cascais 26 de Junho de 1972 Posteriormente a II Guerra Mundial traz ao municipio varios estrangeiros especialmente apos a Invasao de Franca em 1940 e onde esperavam embarcar para a America Entre estes encontravam se varias personalidades da epoca exemplo de Calouste Gulbenkian Vinicius de Moraes Antoine de Saint Exupery Thomas Mann John Maynard Keynes Edward R Murrow Leslie Howard Alexander Alekhine e cuja presenca foi registada nos boletins de alojamento de hoteis pensoes e casas particulares do municipio Tambem os Duques de Windsor Eduardo VIII da Gra Bretanha e Bessie Wallis Warfield se vieram instalar na casa do banqueiro Ricardo do Espirito Santo na Boca do Inferno Ao mesmo tempo Cascais serve de palco para o desenvolvimento de atividades de espionagem contra espionagem recolha de informacoes e vigilancia mutua e das quais se preservam registos no Arquivo Historico Municipal E de destaque a criacao em 1941 de uma figura emblematica da ficcao escrita e mais tarde cinematografica James Bond A personagem de Ian Fleming surgiu quando o autor servia de agente especial ao servico dos aliados no Estoril e a sua primeira obra Casino Royale foi diretamente inspirada no Estoril e no seu Casino Estoril Ultrapassada a guerra a vila de Cascais assumiu se enquanto local de exilio da realeza europeia com a chegada dos Condes de Barcelona do Rei Humberto II de Italia da Rainha Joana da Bulgaria do Rei Carlos II da Romenia do Regente da Hungria Almirante Miklos Horthy e posteriormente de varios Arquiduques entre eles o Pretendente Otao de Habsburgo da Austria Hungria Segunda metade do seculo XX e inicio do seculo XXI Parque Marechal Carmona A chegada a meados do seculo XX e definida pela crescente urbanizacao do municipio Em 1935 e definida oficialmente a regiao da Costa do Sol e com ela o seu novo plano de urbanizacao supervisado por um gabinete do governo Coordenado por Alfred Agache ate ao final do primeiro mandato de Duarte Pacheco e mais tarde por Etienne de Groer que definiu a construcao de uma via panoramica de fruicao ao longo do litoral a Estrada Marginal e por uma via rapida que estruturasse o interior e permitisse o desenvolvimento de aglomerados urbanos ao longo do seu percurso a A5 Em particular a construcao da atual EN6 levou a transformacao da vila de Cascais procedendo se a uma uma profunda remodelacao da malha antiga da vila Assim encana se a ribeira das Vinhas e demolem se alguns edificios historicos caso do Casino da Praia ou do mercado de ferro Mercado de Cascais Procede se tambem a urbanizacao de terrenos ate entao usados para atividades agricolas ou pecuarias surgindo novos nucleos como o Bairro Marechal Carmona e o Bairro dos Pescadores em Cascais ou o Bairro Octaviano na Parede Pela mesma altura existiam projetos de urbanizacao dos Parques Palmela e Gandarinha e da Quinta de Santa Clara que vieram a ser pontilhados de vivendas Em 1949 da se inicio a construcao da primeira fase do Bairro da Federacao das Caixas de Previdencia inaugurado no ano seguinte e estava ja planeada a expansao dos bairros Marechal Carmona e dos Pescadores na mesma zona As infraestruturas tambem foram alvos de fortes investimentos inaugurando se em 1940 o Parque Municipal de Cascais que recebeu o nome de Marechal Carmona No mesmo ano os Pacos do Concelho passam a funcionar no Palacio dos Condes da Guarda e mais tarde surgem o Hospital Condes de Castro Guimaraes o edificio da Lota e da Guarda Fiscal e em 1952 o novo Mercado de Cascais Este desenvolvimento deu se nao so no centro administrativo mas por todas as freguesias sendo a razao pela qual se forma a nova freguesia da Parede a 1953 Em Alvide surge um novo bairro destinado a familias com baixos rendimentos e ampliado o Bairro Marechal Carmona e urbanizada a zona envolvente ao novo Mercado de Cascais bem como a Quinta da Bela Vista em Sassoeiros Posteriormente outros planos e construcoes seriam postos em marcha para o Bairro Irene o Areeiro a a Madorna Birre e sendo todas estas areas testemunhos da voracidade com a qual se processa a expansao urbanistica concelhia Edificio do Teatro Municipal de Cascais no Monte Estoril inaugurado em 1986 Ja na decada de 60 surgiriam novos planos de obras baseados em estudos anteriores e com vista a construcao de novos nucleos urbanos em Trajouce Aboboda Birre Cobre Galiza Sao Domingos de Rana Outeiro de Polima e toda a area compreendida entre Sao Joao e Sao Pedro Areias bem como o nucleo de Matos Cheirinhos O fornecimento de energia electrica atesta de forma expressiva esta evolucao que comeca em 1957 com Bicesse Alcoitao Torre e Birre e acaba em 1969 com o fornecimento de energia ao Varias figuras notaveis da literatura portuguesa e internacional do seculo XX passaram por Cascais tais como Herberto Helder de Oliveira Fernando Antonio Nogueira de Seabra Pessoa Mircea Eliade Ruben Alfredo Andresen Leitao Antonio Jose Branquinho da Fonseca Joao Gaspar Simoes e Tambem o arquitecto Eduardo Souto de Moura Premio Pritzker se estabeleceu em Cascais onde mantem o seu atelier Em 1960 comecou a ser edificada a Praca de Touros Jose Pessoa assim denominada em homenagem ao Tenente Coronel Jose Roberto Raposo Pessoa que presidiu a Comissao Pro Construcao depois conhecida como Monumental de Cascais O projecto foi da autoria do arquitecto a Praca tinha capacidade para 12 500 espectadores e a arena tinha um diametro de 49 metros sendo a maior do pais A Monumental de Cascais foi inaugurada a 15 de Agosto de 1963 Data de Maio de 1964 o inicio da construcao do Hotel Cidadela sendo que em 1961 deu entrada na Camara Municipal de Cascais o seu projecto inicial Dia 1 de Junho de 1966 foi feita a abertura e a 15 de Junho a respectiva inauguracao A inauguracao do Hotel Cidadela contou com a presenca de varias celebridades e figuras publicas inclusive o Presidente da Republica Americo Tomas o fundador e o arquiteto Alberto Cruz construiram um hotel que e hoje em dia considerado como dos hoteis mais importantes de Cascais carece de fontes Com o ano de 1964 quando se assinalaram os 600 anos da elevacao de Cascais a categoria de vila o municipio foi feito Membro Honorario da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo a 27 de Junho foi erigida uma estatua do Rei D Pedro I que a fizera sede de Concelho na Praca 5 de Outubro e foi dado o seu nome a Avenida de D Pedro I A 11 de Outubro desse mesmo ano inaugura se o Aerodromo da Costa do Sol Conde de Monte Real e no ano seguinte estaria em funcionamento o Hotel Estoril Sol o edificio dos Servicos Municipalizados de Aguas e Saneamento de Cascais e seria estreada a primeira peca do Teatro Experimental de Cascais Esopaida com encenacao de Carlos Avilez Para alem destas obras foram executadas outras de cariz mais social caso do Centro de Medicina e Reabilitacao da Misericordia de Lisboa em Alcoitao da primeira Aldeia de Criancas S O S do pais em Bicesse e do Liceu de Sao Joao do Estoril Divisao que serviu de escritorio de Salazar no Forte de Santo Antonio da Barra Nesta decada em 1968 a historia do municipio fica marcada por um importante acontecimento a queda do Presidente do Conselho Antonio de Oliveira Salazar enquanto passava ferias no Forte de Santo Antonio da Barra e que marcaria o inevitavel processo de decadencia do seu regime No decorrer desse periodo algumas das reunioes preparatorias do processo revolucionario deram se respetivamente a 24 de novembro de 1973 e a 5 de marco de 1974 em Sao Pedro do Estoril e num edificio assinalado com uma placa comemorativa em Cascais Ortofotografia de 1995 centrada no antigo bairro de lata das Marianas A chegada da decada de 70 traz novos desafios a urbanizacao do municipio com o crescimento da sua populacao em 17 000 habitantes um valor apesar de tudo inferior aquele registado noutros municipios da AML No entanto Cascais nao se veria alheia do novo fenomeno dos bairros clandestinos quase sempre sem saneamento e infraestruturas basicas que passam a ocupar antigos terrenos agricolas e naturais Sao disto exemplo os bairros das Marianas da Quinta da Tainha ou do Fim do Mundo No inquerito realizado no ambito do PER em 1993 foram contabilizados 125 nucleos de barracas no municipio o segundo da area metropolitana em termos de habitacao precaria Paralelamente a isto a historia das ultimas decadas do seculo XX fica marcada sobretudo pela inauguracao e beneficiacao de infraestruturas e equipamentos comecando com a fundacao da CERCICA Cooperativa de Educacao e Reabilitacao de Criancas Inadaptadas de Cascais em 1975 seguido pelo projeto do Museu do Mar Foi em 1981 que em Cascais se formou o grupo musical Delfins Em 1982 e doada a Torre de Sao Patricio onde se aloja atualmente a Casa Museu Verdades de Faria O ano de 1983 fica marcado pelas cheias de 18 de Novembro que inundaram toda a Baixa de Cascais ficando muitos estabelecimentos comerciais total ou parcialmente inutilizados e com um balanco final de dez mortes e 1800 familias desalojadas nos municipios afetados Foi na Freguesia e municipio de Cascais que a 18 de Setembro de 1987 faleceu o Presidente da Republica deposto Americo Tomas Cascais em particular o Estoril tornou se um dos polos de investimento de Sir Stanley Ho desde a decada de 1980 Em 1991 completou se o ultimo troco da A5 e inaugurou se ainda o primeiro centro comercial regional em Portugal o A decada de 90 traz tambem consigo a formalizacao do Parque Natural de Sintra Cascais a 11 de Marco de 1994 e cuja comissao instaladora se formara dez anos antes Em Maio de 1997 e aprovado o primeiro Plano Diretor Municipal da vila e em 1999 e inaugurada a Marina de Cascais Em Cascais fixou tambem residencia durante algum tempo o famoso ex agente da CIA e escritor Apesar da sua importancia durante muitas decadas Cascais recusou sempre ser elevada a categoria de cidade preferindo simplesmente a de vila Como outras localidades Cascais apresenta se atractiva para imigracao sendo de destacar a variedade de origem dos que nela se instalam Vista costeira do centro de Cascais Em 2006 e demolida a Praca de Touros Monumental de Cascais em resultado dum projeto de expansao dum condominio de luxo que todavia ficou suspenso por nao se terem conseguido obter os terrenos da escola publica quem se encontra entre ambos os espacos Em 2009 e inaugurada a Casa das Historias Paula Rego A 18 de Dezembro de 2013 no exterior do foi descerrada uma placa de azulejos comemorativa do desembarque de Cristovao Colombo na vila tendo participado nesse acto o Presidente da Camara Municipal de Cascais Dr Carlos Carreiras acompanhado pelo Dr Mark Leivkov o principal accionista do referido Hotel Cascais mantem se como um local de investimento procurado O treinador Jorge Jesus foi um dos famosos que investiu no sector imobiliario no Estoril em Cascais adquirindo uma mansao T4 por 4 600 000 00 A casa do banqueiro Ricardo do Espirito Santo na Boca do Inferno foi herdada pelo seu neto materno homonimo o banqueiro Ricardo Salgado natural de Cascais na qual ficou em prisao domiciliaria em resultado da em Julho de 2015 Foi em Cascais na Uniao de Freguesias de Cascais e Estoril na antiga Freguesia de Cascais nos cuidados intermedios do Hospital da Companhia Uniao Fabril CUF que faleceu o antigo politico 1 º e 4 º Presidente do Centro Democratico e Social Ministro e Primeiro Ministro interino e Presidente da Assembleia Geral da Organizacao das Nacoes Unidas Diogo de Freitas do Amaral a 3 de Outubro de 2019 Cascais mantem se como local de repouso procurado por personalidades mais conhecidas Foi escolhida por dois futebolistas famosos Joao Felix e o melhor jogador do Mundo Cristiano Ronaldo como local onde tencionam passar as suas reformas depois de terminadas as suas carreiras tendo cada um edificado uma mansao de milhoes na Quinta da Marinha A uma Sexta Feira 18 de Fevereiro de 2022 por volta das 13h24m a Boca do Inferno em Cascais foi palco do suicidio por salto do Embaixador da Servia em Portugal Cabo Verde e Sao Tome e Principe durante uma viagem de trabalho a vila onde pediu ao motorista para parar naquele famoso local apesar de ter sido retirado ainda com vida pela Policia Maritima pelos Bombeiros do Estoril e pelo Instituto de Socorro a Naufragos Toponimo A origem do toponimo Cascais e incerta contudo Jose Leite de Vasconcelos avanca no seu Dicionario Onomastico Etimologico da Lingua Portuguesa a probabilidade de que derive do substantivo cascal referindo se assim a um amontoado de cascas Estes seriam montes de conchas e detritos calcarios de crustaceos abundantes na entao pequena aldeia de pescadores Esta mesma hipotese e afirmada com rotundidade por J Diogo Correia na sua Toponimia do concelho de Cascais Os restantes toponimos do municipio apresentam influencias variadas sobretudo herdados das diferentes epocas de ocupacao por povos historicos caso dos arabes Alcabideche Almuinhas Velhas Talaide e dos romanos Bicesse Caparide Tires Para alem destes tambem e significativa a presenca de toponimos alusivos aos seus ocupantes posteriores ou as suas terras de origem como e o caso da ou da Galiza e de antigos casais cujo nome deriva dos apelidos dos seus proprietarios Abucharda Azarujinha Douroana Janes Mato Romao Monte Leite De forma semelhante a partir de regionalismos foram atribuidos diversos nomes a terras concelhias Atiba Birre Cadaveira Cassanito Cobre Quenena Por fim os restantes nomes de lugar fazem referencia as caracteristicas proprias dos sitios onde se inserem as povoacoes caso da Arneiro Busano Murtal Parede ou Zambujeiro Heraldica O Brasao de Cascais remonta aos trabalhos do arqueologo Affonso Dornellas em 1930 por disposicao do Ministerio do Interior Nos quatro anos posteriores seriam desenvolvidos varios esbocos que acabariam por nao ser aprovados na sessao da Comissao Administrativa da Camara Municipal a 15 de Junho de 1934 O desenho do selo foi tambem remetido em Abril desse ano O selo da vila e encabecada por uma coroa mural em prata seguida de um escudo onde se inclui um castelo vermelho Este simboliza a primeira sentinela de defesa da entrada do Tejo e portanto Lisboa A cor vermelha tem como significados a vida alegria sangue e forca bem como a guerra os ardis e a vitoria O campo de armas e dominado pela cor cinza e remetem para a humildade e riqueza enquanto qualidades naturais da regiao No seu umbigo por debaixo do castelo encontram se uma capa de rochedos sobrepostos a cor preta por debaixo do qual se encontra um ondado de prata e verde sobreposto de uma rede amarela que simboliza a vida ativa e o sustento dos seus habitantes DemografiaAo longo das ultimas decadas e a par do que se observou nos restantes municipios da area metropolitana Cascais sofreu um forte aumento populacional em conjunto com a melhoria das suas acessibilidades e o aumento do ritmo de construcao Na decada de 90 este aumento populacional foi de 11 3 que aumentou para 21 entre 2001 e 2011 um crescimento absoluto de 35 746 habitantes Se a urbanizacao e consolidacao de novos nucleos populacionais se deu originalmente ao longo da costa sao na atualidade as freguesias do interior que experienciam com maior intensidade esse crescimento apresentando um aumento populacional superior a media concelhia Numero de habitantes 1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 20216 575 6 738 8 436 9 463 14 308 15 251 22 932 29 641 42 177 59 617 92 907 141 498 153 294 170 683 206 479 214 124 Obs Numero de habitantes residentes ou seja que tinham a residencia oficial neste municipio a data em que os censos se realizaram Esta pagina contem um grafico que utiliza a extensao lt graph gt A extensao esta temporariamente indisponivel e sera reativada quando possivel Para mais informacoes consulte o ticket T334940 O crescimento anual medio no municipio tem apresentado uma diminuicao ao longo das decadas bem como o crescimento natural anual Na decada de 70 o aumento da populacao e explicado pela taxa de crescimento migratorio anual medio mas regista tambem desde entao uma constante diminuicao O ligeiro crescimento entre 1991 e 2001 e justificado pela imigracao registada nessa decada em todo o pais Taxas de crescimento anual medio 1970 1981 1981 1991 1991 2001Taxa de crescimento anual medio 4 2 0 8 1 1Taxa de crescimento anual natural medio 0 7 0 5 0 3Taxa de crescimento migratorio anual medio 3 5 0 3 0 8 A taxa de mortalidade apresenta um comportamento incerto sendo porem mais baixa do que a registada a nivel nacional em 2001 Nesse mesmo ano a regiao de Lisboa e Vale do Tejo onde Cascais se insere apresentou valores superiores aos nacionais 10 3 vs 10 2 respetivamente algo que reflete o envelhecimento gradual da populacao De facto o crescimento populacional observado em Cascais foi diferente segundo os escaloes etarios retratando um envelhecimento no topo e na base da piramide de idades que se deve a baixa natalidade e a maior longevidade da populacao No municipio por cada 100 idosos existiam aproximadamente 100 jovens no ano de 2001 Numero de habitantes por Grupo Etario1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 20210 14 Anos 2 965 4 878 4 706 6 426 8 046 9 920 14 469 24 310 34 763 28 106 25 801 32 655 31 03715 24 Anos 1 845 2 626 3 229 4 894 5 888 8 108 9 726 14 125 21 351 24 478 22 689 21 727 23 51525 64 Anos 4 574 6 513 7 046 10 069 14 987 21 721 31 647 47 660 73 371 82 993 96 436 115 383 111 111 ou gt 65 Anos 588 761 772 1 086 1 709 2 409 3 775 6 535 12 013 17 717 25 757 36 714 48 461 Obs De 1900 a 1950 os dados referem se a populacao de facto ou seja que estava presente no municipio a data em que os censos se realizaram Dai que se registem algumas diferencas relativamente a designada populacao residente Grupos funcionais do municipio de Cascais Grupos Anos 1970 1981 1991 20010 14 24 310 34 763 28 106 25 80115 64 61 785 94 722 107 471 119 12565 6 535 12 013 17 717 25 757Total 92 630 141 498 153 294 170 683PercentagensJovens 26 2 24 6 18 3 15 1Potencialmente ativos 66 7 66 9 70 1 69 8Idosos 7 1 8 5 11 6 15 1 A mortalidade infantil viu uma reducao significativa desde os anos de 1970 gracas a melhoria das condicoes de vida e dos cuidados de saude materno infantis observado tambem a nivel nacional As taxas de natalidade e de fecundidade vieram a reduzir se mais uma vez a par com o panorama nacional Taxas brutas 1970 1981 1991 2001Taxa de natalidade 15 1 13 6 12 5 12 8Taxa de mortalidade 7 7 6 9 9 2 9 6Taxa de mortalidade infantil classica 26 5 18 2 4 7 4 6Taxa de fecundidade geral 54 51 46 1 49 4 Economia Cascais destaca se dos restantes municipios da Grande Lisboa por ser aquele onde o setor terciario representa 82 da atividade economica sobretudo em comercio e servicos enquanto que o setor secundario representa 17 da atividade economica e o primario apenas 1 Na Grande Lisboa as areas de negocios com o maior numero efetivo de empresas nela sediadas sao a construcao civil a mediacao imobiliaria a consultoria para negocios e gestao a contabilidade e auditoria a consultoria fiscal aluguer de veiculos ligeiros transportes rodoviarios de mercadorias servicos de apoio a empresas engenharia e tecnicas afins sociedades gestoras de participacoes sociais nao financeiras e finalmente a restauracao com restaurantes de tipo tradicional e cafes Entre 1991 e 2001 a industria sofreu uma progressiva reducao do numero de estabelecimentos na ultima decada dando se uma continuidade do processo de desindustrializacao Tal observa se em diversas industrias tais como as extrativas as industrias de madeira e corticas de fabrico de produtos metalurgicas e transformadoras nao extrativas embora se tenha notado um ligeiro aumento do numero de estabelecimentos do tecido industrial gracas as industrias texteis e na industria de pasta papel e cartao e seus derivados na fabricacao de maquinas e de equipamentos nao extrativos e na fabricacao de equipamentos eletricos e de optica Cresceram tambem os estabelecimentos ligados ao setor terciario comercio e servicos e daqueles ligados a area da construcao devido ao aumento do parque habitacional do municipio e as intervencoes nas infraestruturas e equipamentos publicos O mesmo se processou nas areas de alojamento e restauracao consequencia da dinamica do turismo no municipio No sector primario quase inexistente tambem se assistiu a um crescimento do numero de empresas que se deveu a um aumento da procura de empresas vocacionadas para a area de manutencao de jardins espacos verdes e viveiros bem como a existencia da localizacao de sedes deste setor Em termos da populacao ativa cerca de 80 encontra se empregada no setor comercio e servicos e cerca de 20 no setor secundario Os grupos profissionais que vem registando o maior aumento efetivo sao os especialistas das profissoes intelectuais e cientificas e os quadros superiores de administracao publica dirigentes e quadros superiores de empresas Tal refletiu se na evolucao do grau de escolaridade de 1991 a 2001 uma vez que se assistiu a um aumento de 4 4 da populacao com cursos medios e cursos superiores que perfez 17 8 do total da populacao em 2001 Nos restantes graus de ensino tambem foi observado um aumento significativo nomeadamente no 2º e 3º ciclo de ensino basico 29 1 da populacao residente em 2001 Quanto aos individuos sem qualquer nivel de instrucao e 1º ciclo de ensino basico apesar de se assistir a uma crescimento efetivo em qualquer destes dois niveis de 1991 a 2001 houve um decrescimo do valor de representatividade na populacao de 12 8 para 11 7 e de 30 17 para 22 4 da populacao residente respetivamente Copulado a estes valores destaca se o ligeiro aumento percentual da populacao ativa desempregada que subiu de 4 8 para 5 3 em 2001 Transportes e mobilidadeTerminal rodoviario de Cascais O municipio de Cascais possui diversos servicos de transporte publico coletivo que cobrem 89 do municipio mas de baixa aderencia quanto ao modo rodoviario 16 a 17 por parte da populacao com cobertura territorial de 29 a 34 nos periodos de ponta e 10 no corpo do dia devido as pobres frequencias Os servicos sao assegurados por tres operadores MobiCascais operador de titularidade publica responsavel por ligacoes rodoviarias no municipio bem como pela rede de partilha de bicicletas veiculos e de parques de estacionamento municipais Carris Metropolitana marca que presta servico publico de transporte rodoviario na Area Metropolitana de Lisboa fazendo as ligacoes intermunicipais entre Cascais e os outros municipios da Area Metropolitana todas as linhas com ligacoes a Cascais sao operadas pela Viacao Alvorada Comboios de Portugal empresa publica de transporte ferroviario que liga o municipio a Oeiras e Lisboa atraves da Linha de Cascais A mobilidade interna no municipio e assegurada pelos servicos prestados pela Scotturb organizados de forma a que ambos os extremos da maioria das suas carreiras sejam em estacoes ferroviarias Destas a que maior oferta apresenta 49 e a de Cascais No seu todo a oferta de transporte publico coletivo rodoviario em Cascais apresenta se pouco atrativa pela baixa oferta transversalidade das ligacoes parca informacao disponivel aos passageiros e nalguns casos percursos sinuosos Servicos mobiCascais carreira busCas Estoril e um posto de aluguer de bicicletas As ligacoes rodoviarias interconcelhias concentram se a volta das estacoes ferroviarias Cascais Estoril Parede e Carcavelos e em Talaide com fortes afinidades com a localidade de Paco de Arcos Estas ligacoes servem se sobretudo das principais vias de comunicacao interconcelhias concorrendo por isso com o transporte individual mas apresentando uma frequencia maxima de 2 circulacoes por sentido hora em horas de ponta sendo significativamente menores nos restantes periodos do dia A oferta de transporte rodoviario divide se em varios periodos Periodo de ponta da manha 07 00 09 00 com mais de metade das carreiras com menos de 2 circulacoes por hora 63 Periodo do corpo do dia 09 00 17 00 com 80 das carreiras com um maximo de 1 circulacao por hora Periodo de ponta da tarde 17 00 20 00 semelhante ao periodo de ponta da manha Periodo da noite 20 00 00 00 Periodo da madrugada 00 00 07 00 que juntamente com o periodo anterior apresenta frequencias inferiores a 1 autocarro por hora Para alem destes servicos e com a liberalizacao do servico publico de transporte de passageiros expresso desde 2019 que o Terminal Rodoviario de Cascais possui ligacao com Porto e Vigo atraves da Royal Express Por todo o municipio estao licenciados cerca de 220 taxis de tres empresas Radio Taxis Costa do Sol Cooperativa de Taxis D Pedro I e Auto Taxis Vasquinho distribuidos por 55 pracas de taxis que se concentram sobretudo nos centros urbanos de Cascais Estoril por motivos turisticos e Parede pelo elevado dinamismo comercial do seu centro A maioria das deslocacoes em taxi sao efetuadas pelos residentes nas freguesias de Alcabideche 26 e Sao Domingos de Rana 19 e cerca de 62 das viagens efetuadas dentro do municipio sao internas a uma mesma freguesia reflexo da deficiente oferta de transportes coletivos de proximidade O transporte ferroviario estrutura se atualmente na oferta dos servicos Urbanos de Lisboa da CP organizados em duas familias Cascais Semi Rapido e Cascais Todas O primeiro apenas se realiza em horas de ponta aos dias uteis enquanto que o ultimo e realizado fora destes periodos Estes asseguram a mobilidade intra e interconcelhia parando em todas as estacoes do municipio Na decada de 2010 estes servicos foram sofrendo uma reducao paulatina da oferta que em 2011 se estruturava em quatro familias no municipio de Cascais Cascais Rapido servico nas horas de ponta com paragens ate Sao Pedro do Estoril Cascais Semi Rapido com paragens ate Carcavelos e servicos fora das horas de ponta Sao Pedro servico nas horas de ponta com paragens em Parede e Carcavelos e Cascais Todas Equipamentos e servicosEducacao Os equipamentos educativos no municipio sao regidos pela Carta Educativa de Cascais tendo como objetivo considerar as ofertas educativas formativas existentes e por satisfazer de modo a otimizar a utilizacao dos recursos educativos tendo em conta o desenvolvimento demografico e socioeconomico do municipio Elaborada pela primeira vez em 2002 a sua ultima revisao foi levada a cabo em 2016 com a colaboracao do Centro de Sistemas Urbanos e Regionais CESUR do Instituto Superior Tecnico IST UL Hospital de Cascais Dr Jose de Almeida em Alcabideche Saude O municipio e servido por uma rede publica de cuidados integrados composta por 4 equipamentos de cuidados diferenciados Hospital Dr Jose de Almeida Hospital de Sant Ana Centro de Medicina de Reabilitacao de Alcoitao e Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental 6 equipamentos de cuidados primarios Agrupamento de Centros de Saude de Cascais 43 farmacias 5 equipamentos de emergencia pre hospitalar e ainda equipamentos de respostas nao hospitalares Sao complementados por uma rede de respostas nao hospitalares clinicas e hospitais privados associacoes nao lucrativas e um conjunto de respostas sociais dirigidas a problematicas especificas na area da saude Administracao prevencao e seguranca publica No municipio de Cascais existem 8 equipamentos administrativos sob a tutela da administracao central o Tribunal da Comarca de Cascais o Estabelecimento Prisional do Linho e o Estabelecimento Prisional de Tires um dos tres estabelecimentos prisionais destinados exclusivamente a mulheres o Notario e a Conservatoria do Registo Predial todos sob a tutela do Ministerio da Justica existem tambem as Reparticoes de Financas de Cascais 01 e 02 sendo estes tutelados pelo Ministerio das Financas e por ultimo o Servico de Estrangeiros e Fronteiras que esta sob a tutela do Ministerio da Administracao Interna Forcas de seguranca Quatro forcas de seguranca desenvolvem a sua atividade no municipio a Guarda Nacional Republicana a Policia de Seguranca Publica a Policia Municipal e a Policia Maritima todas elas com areas de intervencao delimitadas No caso da GNR a area de intervencao corresponde a freguesia de Alcabideche o que corresponde a 40 do territorio do municipio Alem do Quartel de Alcabideche e a cargo desta forca de seguranca existe o Posto da Brigada de Transito de Carcavelos e o Posto da Brigada Fiscal de Cascais A PSP tem a seu cargo a restante area do municipio 56 do territorio exceto a linha de costa que pertence a area de intervencao da Policia Maritima com sete esquadras Cascais Estoril Policia Turistica de Cascais Trajouce Sao Domingos de Rana Carcavelos e Parede e um Departamento de Esquadra de Transito destinado a acidentes e reboques A Policia Maritima tem a sua sede no antigo edificio da Alfandega junto a Capitania do Porto de Cascais encontrando se a lancha da marinha na Marina de Cascais dando apoio ao patrulhamento dos 23 km de costa entre Carcavelos e norte do Abano No caso da Policia Municipal a area de intervencao desta forca de seguranca municipal e a totalidade do municipio estando sedeada num unico edificio na freguesia de Cascais e partilhando com a PSP o parque municipal de viaturas Foi iniciada no inicio da decada de 2000 a edificacao de um novo edificio para Sede da PSP este foi concluido a julho de 2019 e e localizado na Av Adelino Amaro da Costa Cascais Bombeiros Cascais esta dotada de cinco corporacoes de bombeiros divididas por cada uma das antigas freguesias salvo na freguesia de Sao Domingos de Rana cuja area de intervencao e dividida pela Associacao dos Bombeiros Voluntarios de Carcavelos e Sao Domingos de Rana e pela Associacao Humanitaria dos Bombeiros Voluntarios da Parede Entre todas elas existe um total de 690 bombeiros efetivos e 114 viaturas traduzindo se num racio de 1 bombeiro por cada 297 habitantes O tipo de ocorrencia com maior expressao em todas as freguesias e o transporte de doentes Agua e saneamentoAlbufeira do Rio da Mula A exploracao e gestao do sistema municipal de captacao tratamento e distribuicao de agua para consumo publico bem como de drenagem de aguas residuais do municipio cabe a empresa Aguas de Cascais desde o ano 2000 e por um periodo de 25 anos A empresa assumiu os acordos da Camara Municipal de Cascais no fornecimento de agua com a EPAL e na recolha e tratamento de aguas residuais com a SANEST Atualmente a captacao de agua para consumo publico e feita atraves da aquisicao de agua a EPAL 87 de captacoes concelhias 12 4 e de agua adquirida a outros municipios 0 6 Em Cascais a captacao de agua e feita nas galerias de minas na Malveira da Serra e Vale de Cavalos pelos furos da Pisao Atrozela Pau Gordo Cardosas Quinta da Marinha Murches e pela albufeira do Rio da Mula Toda a agua e dirigida para 25 reservatorios com capacidade global de 90 146 m a qual se acrescenta a capacidade maxima da albufeira do Rio da Mula 340 000 m O sistema de drenagem das aguas residuais domesticas e separativo com aguas residuais domesticas separadas das aguas pluviais e efetuado atraves de coletores com uma extensao total de 735 km que drenam os efluentes desde os ramais domiciliarios aos coletores principais geralmente segundo o eixo dos arruamentos Estes por sua vez sao depois conduzidos para um conjunto de emissarios da Aguas do Vale do Tejo e finalmente para o intercetor geral e para a estacao de tratamento preliminar da A Aguas do Vale do Tejo foi fundada em 2015 e sucedeu a SANEST na concessao do Sistema Multimunicipal de Saneamento da Costa do Estoril E na ETAR da Guia que tem lugar a recolha tratamento e rejeicao final das aguas residuais urbanas dos cerca de 800 000 habitantes da Costa do Estoril Cascais Oeiras Sintra e Amadora As aguas residuais tratadas sao depois enviadas para o emissario submarino que as dissipa no mar a cerca de 3 km da costa e 45 m de profundidade Limpeza e residuos solidos As funcoes de limpeza urbana e recolha de residuos solidos cabem a Empresa de Ambiente de Cascais E M S A Cascais Ambiente para as quais originalmente foi criada a 11 de Novembro de 2005 O tratamento destes residuos e feito pela TRATOLIXO Tratamento de Residuos Solidos EIM detida pela Associacao de Municipios de Cascais Mafra Oeiras e Sintra e em atividade desde 1991 Serve 900 000 habitantes espalhados por uma area de 753 km2 e possui infraestruturas na freguesia de Sao Domingos de Rana Ecoparque de Trajouce Desde 2009 e feito o aproveitamento energetico do biogas proveniente do aterro selado em 2005 no qual o metano gerado e encaminhado para um motor gerador de producao de eletricidade e posteriormente reencaminhado para a Rede Eletrica Nacional PoliticaO Palacio dos Condes da Guarda aloja atualmente os Pacos do Concelho O municipio de Cascais e administrado por uma camara municipal composta por um presidente e dez vereadores Existe uma assembleia municipal que e o orgao deliberativo do municipio constituida por 37 deputados dos quais 33 eleitos diretamente O cargo de Presidente da Camara Municipal e atualmente ocupado por Carlos Carreiras reeleito nas eleicoes autarquicas de 2021 pela Coligacao Viva Cascais composta pelo PPD PSD e pelo CDS PP tendo maioria absoluta de vereadores na camara 7 5 do PSD e 2 do CDS PP Existem ainda tres vereadores eleitos pela coligacao Todos por Cascais composta pelo PS pelo PAN e pelo L todos indicados pelo PS e um eleito pelo CH Na Assembleia Municipal a lista mais representada e novamente a coligacao Viva Cascais com 18 deputados eleitos dos quais 4 formam a bancada do CDS PP e 4 presidentes de Juntas de Freguesia maioria absoluta seguindo se coligacao Todos por Cascais 8 7 do PS e 1 do PAN o CH 3 0 a CDU 2 0 a IL 1 0 e o BE 1 0 O Presidente da Assembleia Municipal e Pedro Mota Soares do CDS PP Eleicoes de 2021 orgao Viva Cascais PPD PSD CDS PP Todos por Cascais PS PAN L CH CDU IL BECamara Municipal 7 3 1 0 0 0Assembleia Municipal 22 8 3 2 1 1dos quais eleitos diretamente 18 8 3 2 1 1Eleicoes autarquicasData V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V ParticipacaoPS FEPU APU CDU CDS PP PPD PSD PCTP MRPP UDP BE PPM PRD PSD CDS MPT IND PAN CH IL NC L GDUP PCP ml LCI PDC PSR E PTP PPV CDC PND ADN JPP1976 31 52 3 21 80 2 20 15 2 18 01 2 1 15 4 17 0 65 0 18 0000000000064 58 64 58 100 001979 19 71 2 25 44 2 48 57 5 1 34 2 01 PSR 1 01 0000000000072 36 72 36 100 001982 19 17 2 25 72 3 20 35 2 29 80 4 0 76 0 55 0 61 0000000000071 80 71 80 100 001985 12 89 1 23 51 3 10 45 1 41 66 5 0 45 0 75 1 17 7 17 1 0000000000057 53 57 53 100 001989 25 07 3 20 34 2 10 00 1 39 51 5 1 55 0000000000047 27 47 27 100 001993 43 18 6 13 15 1 9 95 1 28 63 3 1 35 0000000000053 56 53 56 100 001997 42 04 5 11 52 1 7 06 1 31 76 4 1 04 0 76 0 67 0000000000046 31 46 31 100 002001 29 30 3 9 19 1 PPD PSD CDS PP 0 87 2 10 52 20 7 1 01 BE BE 0000000000047 38 47 38 100 002005 27 13 3 9 25 1 0 94 6 10 0 42 49 48 7 0 56 0000000000046 30 46 30 100 002009 26 66 3 9 19 1 0 44 6 24 0 69 53 04 7 0 40 0000000000044 06 44 06 100 002013 21 57 3 11 24 1 0 88 4 57 0 96 42 72 6 7 60 1 1 37 PPM PPM 0000000000037 99 37 99 100 002017 29 09 4 7 45 1 0 60 5 25 45 94 6 4 56 CH 2 11 ADN 0000000000043 54 43 54 100 002021 21 62 3 5 39 3 66 NC 52 55 7 PS 7 42 1 4 34 1 84 PS 0000000000044 55 44 55 100 00Eleicoes legislativasData PS PCP PSD CDS UDP AD APU CDU FRS PRD PSN B E PAN PSD CDS L IL CH1976 34 56 18 95 18 69 17 98 2 361979 21 50 APU AD AD 2 47 48 24 22 321980 FRS 1 61 50 13 18 97 23 751983 31 27 26 23 16 70 UDP PSR 20 491985 17 65 31 00 11 40 1 25 15 60 19 451987 18 01 CDU 53 68 4 91 1 17 12 36 5 831991 25 17 52 17 5 58 8 91 0 46 2 461995 38 52 34 96 12 53 0 51 8 84 0 141999 37 82 32 39 11 63 8 87 0 16 4 882002 33 36 42 09 10 35 6 11 4 592005 38 70 28 05 12 51 6 81 8 392009 32 25 30 64 13 56 6 71 10 092011 22 38 39 94 17 58 6 51 5 05 1 602015 28 54 CDS PSD 6 85 10 26 2 15 43 70 1 202019 31 70 28 71 6 56 5 38 8 58 4 88 1 84 3 10 1 712022 34 28 29 86 2 11 3 37 4 10 2 17 2 29 10 49 8 19Cidades irmas Cidades irmas e uma iniciativa do Nucleo das Relacoes Internacionais que busca a integracao entre a vila e demais municipios nacionais e estrangeiros A integracao entre os municipios e firmada por meio de convenios de cooperacao que tem o objetivo de assegurar a manutencao da paz entre os povos baseada na fraternidade felicidade amizade e respeito reciproco entre as nacoes Oficialmente possui as seguintes cidades irmas Campinas no Brasil desde 2012 Santana Cantagalo Sao Tome e Principe Biarritz Pireneus Atlanticos Franca Atami Chizuoca Japao Sal Ilha do Sal Cabo Verde Wuxi Jiangsu China Benguela Benguela Angola Regiao de Bolama Guine Bissau Xai Xai Gaza Mocambique Gaza Palestina Salvador Bahia Brasil Guaruja Sao Paulo Brasil Vitoria Espirito Santo BrasilCulturaPatrimonio edificadoVer artigo principal Lista de patrimonio edificado em Cascais Situada junto a costa muito do seu patrimonio monumental relaciona se com a defesa e a navegacao Como tal em termos de arquitetura destacam se os muitos fortes situadas entre a praia do Abano e Sao Juliao da Barra ja em Oeiras e que foram ate ao seculo XIX de extrema importancia para a defesa de Lisboa Alem destes destacam se as muitas ruinas romanas e visigoticas vilas e necropoles igrejas e capelas bem como casas senhoriais da antiga nobreza portuguesa que a partir dos finais do seculo XIX comecou a utilizar esta costa como area de veraneio Patrimonio arqueologicoAreas de interesse arqueologico presentes em Cascais Aspeto da Villa romana de Freiria Grutas de Sao Pedro do Estoril Necropole eneolitica de Alapraia Villa romana do Alto do Cidreira Villa romana dos Casais Velhos Villa romana de Freiria Villa romana de Miroico Villa romana de MiroicosPatrimonio arquitetonicoArquitetura religiosaIgreja de Nossa Senhora da Assuncao Igreja Matriz de Cascais Igreja de Sao Domingos de RanaVista do Farol e Casa de Santa MariaFortificacoes maritimasBases da muralha que ligavam os dois baluartes da Praia da Ribeira Bateria Alta ao norte da Praia da Agua Doce Cidadela de Cascais incluindo a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz de Cascais e a Torre de Santo Antonio de Cascais Cortinas de Atiradores Farol de Santa Marta Farol da Guia Forte Novo troco de muralha Forte de Crismina Forte do Guincho Forte de Oitavos ou Forte de Sao Jorge Forte de Nossa Senhora da Guia Forte de Nossa Senhora da Conceicao restos das muralhas Forte de Sao Teodosio ou Forte da Cadaveira Forte de Sao Pedro do Estoril Forte da Poca ou Forte de Santo Antonio da Barra ou Forte Velho Forte de Santa Marta Vigia do FachoArquitetura de veraneio A em Cascais surge a partir de 1870 apos a instalacao da Familia Real no Palacio do Governador da Cidadela e da sua consequente definicao enquanto destino turistico Foi se esparaiando pelo Monte Estoril ate atingir a Parede e o conjunto existente na atualidade permite diferenciar as varias opcoes esteticas que marcaram um periodo que se estendeu por cem anos de 1870 a 1970 CascaisEntrada do palacio museu dos Condes de Castro Guimaraes Casas na Avenida Dom Carlos I Casa Lancastre junto a Casa Palmela Conceicao Velha na Alameda Duquesa de Palmela n º 1 Casa dos Marqueses de Faial na Alameda Duquesa de Palmela n º 175 Casa do Duque de Loule actual Hotel Albatroz na Rua Frederico Arouca n º 159 Casa Antonio de Lencastre na Rua Frederico Arouca n º 94 Torre de Sao Sebastiao actual Museu Condes de Castro Guimaraes na Avenida Humberto II de Italia Casa de Santa Maria na Avenida Humberto II de Italia Ponta de Santa Marta Casa Costa e Silva ou Condes de Ficalho na Rua Guilherme Gomes Fernandes Avenida Emidio Navarro n º 211 Casa de Nossa Senhora da Conceicao na Rua Guilherme Gomes Fernandes n º 59 Casa Leitao na Avenida D Carlos I n º 92 Casa Trindade Baptista na Avenida D Carlos I s n Casa Luis Augusto Perestrelo de Vasconcelos na Avenida D Carlos I s n Casa dos Condes de Monte Real na Avenida D Carlos I s n Casa Ferreira Pinto Basto na Rua Visconde da Luz n º 25 Travessa Visconde da Luz Chalets da Rua da Vista Alegre n ºs 1 3 e 5 Vila Eulalia na Avenida Emidio Navarro n º 82 ou 16 Chalet no Largo da Misericordia n º 7 Chalets do Largo da Estacao n ºs 2 e 4 Casas da Rua Afonso Sanches n ºs 59 e 65 Casa da Rua da Bela Vista n º 126 Casa de Sant Ana na Avenida Emidio Navarro n º 350 Rua dos Bem Lembrados Casas geminadas na Avenida Emidio Navarro n º 136 128 e 116 Casa de Santa Maria na Travessa Visconde da Luz n º 18 Casas na Avenida Valbom n ºs 13 e 15 Casa D Nuno na Travessa da Conceicao s n Casa Seixas actual sede da Capitania do Porto de Cascais na Rua Fernandes Thomaz n º 2 Casa Eduardo Perestrelo de Vasconcelos ou Casa Vasco da Gama com pedra de armas de Perestrelo na Rua Joao Luis de Moura n º 10 Avenida Vasco da Gama s nMonte EstorilCasa Museu Verdades de Faria no Monte Estoril Chalet D Maria Pia Casa Malvina Torre de Sao Patricio Casa MonsalvatChalet BarrosEstorilChalet Barros Casal de Sao Roque Casa Antonio Jose Viana Silva de Carvalho Cocheiras de Santos Jorge Casa Eugenio de Freitas Bandeira de Mello Casa Nossa Senhora da Conceicao Casal de Santa Luisa Chalet Santos Vila Ramos Simoes Casa das Tres Marias Casa de Sao NunoSao Joao do EstorilFachada da Vila Laura em Sao Joao do Estoril Casa da Torre Chalet Brito Casa Bernardino de Carvalho Vivenda Alda Chalet Pinheiro e Silva Casa Eugenio Augusto Ribeiro de Castro Vivenda Rose Casa Conde da Azarujinha Casa da Torre Vila Laura Vivenda Manon Casa de Sao Paulo Casal NovoParedeCasa das Pedras uma das mais representativas pecas da arquitetura de veraneio de finais do romantismo no municipio Casa Jose Nunes da Mata Casa Teresa Gutierrez Casa Francisco Liborio da Silva Roseiral Casa Alfredo Cesar de Meneses e Vasconcellos Casa Joaquim Ribeiro da Cunha Casa Condessa d Edla Casa Manuel de Azevedo Gomes Casa das Pedras Vila Estefania Casa Camilo Dionisio Alvares Regina Vila Saldanha Casa Jeronimo Neto Colegio da Bafureira Quinta de Santa Teresinha Vivenda Ladimiro Maria Jose Casal de Sao Jose Conjunto de Casas Leite da Costa MaiaCarcavelosChalet da Companhia do Cabo Submarino Casa da Quinta da Alagoa Casa da Cartaxeira Casa Saraiva de Lima Ermelinda Casa Valentim Nunes Campos Vivenda Germano Rola Roseiral Edificio dos Correios Estoril gizado por Adelino Nunes Fachada do Hotel Palacio no Estoril Arquitetura modernista A arquitetura modernista surge em Cascais na decada de 30 do seculo XX focando se sobretudo no Estoril que recebe os mais emblematicos edificios publicos e privados desta nova corrente estetica Estes imoveis dao resposta a uma alteracao de gosto que passa a favorecer uma arquitetura mais funcional e com novas concecoes de espaco inspiradas em modelos internacionais Hotel Palacio Casino do Estoril Casal de Monserrate Casa Jose Espirito Santo Silva Edificio dos Telefones Casa dos Cedros Edificio dos Correios Casa de Sao Francisco Casa dos Arufes Casas geminadas da Rua de Inglaterra n º 500 e 504 Casa Claridade Casa Vale Florido e Boavida Edificio do Radio Clube Portugues Clube Nacional de Ginastica Centro de Medicina de Reabilitacao de Alcoitao Bairro das Caixas Parede Outros edificiosBiblioteca Municipal de Cascais e Auditorio Biblioteca Anrique Paco d Arcos Casa da Horta da Quinta de Santa Clara Cascais Arquivo Historico Municipal de Cascais Biblioteca Infantil e Juvenil Cascais Biblioteca Municipal de Cascais Sao Domingos de Rana Maregrafo de Cascais ou ou ou ou Estacao Ferroviaria de Cascais Teatro Municipal Mirita CasimiroMuseus incluindo o solar jardins e adega Museu da Musica PortuguesaBairro dos MuseusCasa das Historias Paula Rego projetada por Eduardo Souto de Moura Desde 2015 a vila de Cascais conta com o Bairro dos Museus com a integracao de diversos equipamentos e parques que contam com programacao e bilhetica integrada Forte de Sao Jorge de Oitavos Farol Museu de Santa Marta Palacio dos Condes de Castro Guimaraes Torre de Sao Sebastiao Casa das Historias Paula Rego Museu do Mar Rei Dom Carlos I Arquivo Historico Municipal de Cascais Igreja de Nossa Senhora da Assuncao Cidadela de Cascais Fortaleza de Nossa Senhora da Luz de Cascais Maregrafo de Cascais Museu da Musica PortuguesaGastronomia Os pratos caracteristicos cascalenses guardam relacao com o peixe e o marisco destacando se o ensopado de peixe o robalo grelhado o linguado o bacalhau seco o arroz de marisco a lagosta grelhada os caranguejos estufados ou o polvo a lagareiro No campo dos doces tradicionais encontram se as pequenos biscoitos elaborados com uma massa simples de manteiga polvilhada com acucar O concelho e tambem produtor de vinho de Carcavelos das primeiras regioes demarcadas mundiais e de Colares fazendo o porem em muito baixa quantidade EventosConferencias do Estoril EDP Cool Jazz Estoril Jazz Estoril Open Lumina Cascais MUSA Cascais OUT FEST Semanas de Musica do EstorilDesportoSurfistas na Praia de Carcavelos Cascais possui uma particular vocacao para as praticas desportivas em espacos naturais aquaticos e terrestres gracas a Serra de Sintra e a sua costa cuja qualidade que converteu o concelho num dos principais centros nacionais de desportos nauticos em especial nas modalidades de vela windsurf kitesurf surf bodyboard e canoagem Todas as freguesias do concelho possuem espacos artificiais de cariz desportivo especializados ou monodisciplinares e ainda outras aptas para espetaculos desportivos sendo que do total de 423 instalacoes metade destas se encontram na freguesia de Cascais e Estoril e mais de 71 estao concentradas nas zonas do litoral As instalacoes especializadas destacam se pela sua diversidade e quantidade 29 sendo estrategicas no panorama da oferta desportiva metropolitana com a maior representacao de campos de golfe 6 centros hipicos 5 e centros nauticos 4 Para alem destas existem ainda instalacoes especiais como sao o Estadio Antonio Coimbra da Mota o Autodromo Fernanda Pires da SIlva e os hipodromos de e da Hipodromo Manuel Possolo Existem tambem espacos de carater mais informal e recreativo para a pratica de escalada skate e patinagem diversos circuitos de manutencao ciclovias pedovias e circuitos pedestres minigolfes e espacos de jogos tradicionais Finalmente na praia de Carcavelos e possivel a pratica de desportos como o futebol e o volei Com tudo isto porem o concelho encontra se com um defice de area desportiva util por habitante por riba dos 50 As modalidades mais praticadas no concelho correspondem a desportos individuais fitness desportos coletivos e desportos de combate ClubesCascais Water Polo Club Grupo Dramatico e Sportivo de Cascais Grupo Desportivo Estoril Praia Grupo Desportivo e Recreativo das Fontainhas de Cascais Clube Naval de Cascais Grupo Recreativo de Mato Cheirinhos Uniao Recreativa e Desportiva de Tires Grupo Musical e Desportivo 9 de Abril de Trajouce Grupo Sportivo de Carcavelos Clube de Futebol de Sassoeiros Grupo de Instrucao Musical e Desportivo da Aboboda Associacao Torre Malveira da Serra Grupo de Solidariedade Musical e Desportiva de Talaide Futebol Escalada Cascais tem varios pontos de Escalada Desportiva e Bouldering sendo um dos pontos mais conhecidos junto ao Farol da Guia com uma vista privilegiada para o mar Blocos na Baia do Mexilhoeiro A Baia do Mexilhoeiro e um local para a pratica de Bouldering e conta com mais de 44 vias espalhadas por varios blocos Arribas do Farol da Guia As Arribas do Farol da Guia e um local de Escalada Desportiva que se destaca pela rocha Calcaria e localizacao a poucos metros do Oceano Atlantico A grande maioria das vias montadas esta virada para o mar e tem os seus pontos fixos no topo da arriba acessivel pelo caminho junto ao farol Este local conta com mais de 98 vias em 10 sectores cujo grau vai de 3 a 8a segundo a cotacao francesa As vias montadas na Guia encontram se todas indicadas com o nome da via e cotacao proposta diretamente pintados na rocha Resumo dos sectores montados na Guia Nome do setor Numero de Vias Grau Minimo Grau MaximoOcidente 16 IV 6cTubo 7 IV 7b Escadas 11 III 7c Bloco Escadas 14 3 7cBloco 5 3 7a Alcatifa 12 4 6cFarol 10 5 7a Corta Unhas 6 5 6b Cantinho dos Teimosos 13 5 8a Guia Nova 7 6a 7cVer tambemArquivo Historico Municipal de Cascais Parque Natural de Sintra Cascais Premio Branquinho da Fonseca de Conto Fantastico Lista de Presidentes da Camara Municipal de CascaisReferenciasINE Censos 2021 resultados preliminares Consultado em 29 de julho de 2021 Lei n º 11 A 2013 de 28 de Janeiro Reorganizacao administrativa do territorio das freguesias Anexo I Diario da Republica 1 ª Serie n º 19 Suplemento de 28 de Janeiro de 2013 Henriques Joao Miguel 2014 Cascais 650 anos de historia PDF Cascais Camara Municipal de Cascais ISBN 978 972 637 258 5 500 anos do Foral Manuelino de Cascais PDF Col Colecao Memorias Digitais de Cascais Cascais Camara Municipal de Cascais 2014 ISBN 978 972 637 267 7 Taxa turistica de um euro cobrada em Cascais a partir de hoje in Diario de Noticias 1 de Fevereiro de 2017 Geologia Hidrologia Clima ICNF www2 icnf pt Consultado em 23 de janeiro de 2018 Ramos Pereira Ana 2003 1 O relevo da Area Metropolitana de Lisboa e area submersa adjacente Atlas da Area Metropolitana de Lisboa PDF III Geografia Fisica e Ambiente Lisboa Area Metropolitana de Lisboa 2 CARACTERIZACAO BIOFISICA PAISAGISTICA E AMBIENTAL PDF S l Direccao Municipal de Planeamento do Territorio e da Gestao Urbanistica Camara Municipal de Cascais Revisao do Plano Diretor Municipal PDF Reserva Ecologica Nacional I Delimitacao S l Camara Municipal de Cascais 2015 d Encarnacao Jose 1979 Historia e geografia de Cascais PDF Cascais Publigrafica Cidade nao obrigado PUBLICO Consultado em 8 de marco de 2020 Em oposicao a vila a des promocao a cidade da a imagem de aglomerado densamente urbanizado satelite e dormitorio da 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Ordens Militares com servicos prestados no Brasil principalmente na Guerra Holandesa Seculo XVII Segunda Edicao Sao Paulo S l Publicacoes do p 125 de Carvalho Franco Nobiliario Colonial Fidalgos da Casa Real e Cavaleiros do Habito das Ordens Militares com servicos prestados no Brasil principalmente na Guerra Holandesa Seculo XVII Segunda Edicao Sao Paulo S l Publicacoes do p 147 de Carvalho Franco Nobiliario Colonial Fidalgos da Casa Real e Cavaleiros do Habito das Ordens Militares com servicos prestados no Brasil principalmente na Guerra Holandesa Seculo XVII Segunda Edicao Sao Paulo S l Publicacoes do p 60 de Carvalho Franco Nobiliario Colonial Fidalgos da Casa Real e Cavaleiros do Habito das Ordens Militares com servicos prestados no Brasil principalmente na Guerra Holandesa Seculo XVII Segunda Edicao Sao Paulo S l Publicacoes do p 23 Andrade Baptista Maria Isabel 2012 Casas com historia e memoria em Cascais um itinerario turistico pedestre Estoril Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Jose Augusto de Macedo de Campos e Sousa Processo Genealogico de Camilo Castelo Branco Edicoes G A M A Lisboa 1 ª Edicao 1946 Manuel Jose da Costa Felgueiras Gaio Nobiliario de Familias de Portugal 1 ª Edicao Braga 1938 1941 2 ª Edicao Braga 1989 Tomo XV tt Galvoens 9 N 8 30 de Julho de 2010 A Republica em Cascais 1910 2010 O Visconde da Luz e a Modernizacao Urbana Portugal Consultado em 7 de Abril de 2016 Foi na Cidadela de Cascais que se inaugurou a 28 de Setembro de 1878 a iluminacao eletrica no pais em local assinalado por uma placa comemorativa 4 de Marco de 2013 Estoril de Sangue com Isabel Magalhaes e Joao Anibal Henriques Portugal Consultado em 7 de Abril de 2016 Raquel Henriques da Silva Sobre a Arquitectura de Monte Estoril 1880 1920 in Arquivo de Cascais Boletim Cultural do Municipio S l s n pp N º 5 9 11 Titulo ainda nao informado favor adicionar PDF Biblioteca Digital da Camara Municipal de Cascais Consultado em 9 de Abril de 2016 Monica 2004 p 355 https 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